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Capítulo -004: Vingança

Os monstros correm em direção um do outro para lutarem, cada um mostrando uma face diferente.

Kam, emana de seus olhos azuis o ódio e a vontade de matar, junto com uma seriedade infinita em seu rosto. Já a criatura solta um grande sorriso junto com a baba escorrendo de sua grande boca.

O monstro, ao chegar perto de Kam, eleva à mão esquerda para cima — suas garras afiadas se mostram — uma gargalhada é solta da boca do animal, seus olhos esbugalhados de êxtase ficam fixados na cabeça de Kam. Já o espadachim retira de sua cintura, sua pequena espada, com a aparência um tanto quanto enferrujada.

A criatura dá um golpe na direção do oponente, indo de cima para baixo na diagonal…

Kam se movimenta também, sua espada vai de encontro às garras do monstro. O choque das garras do monstro e da lâmina do espadachim, fazem sair faíscas.

Ao perceber que o humano acabara de se defender de seu golpe, a criatura soltou um suspiro de susto, seus olhos pareciam incrédulos. Imediatamente, ele recuou dois passos para trás.

— Incrível, Humano….

Sem que a fera pudesse proferir outra palavra, Kam contra-ataca. Ele se aproveita do momento em que o monstro está com uma das mãos erguida e, com um salto ágil, avança em direção ao peito esquerdo da criatura. Em apenas um segundo, a ponta de sua espada penetra no peito do monstro, cravando-se até a metade da lâmina.

O monstro sente uma dor terrível, seu peito parece que está sendo queimado por uma grande tocha vinda dos infernos. Ele range os dentes e, tenta agarrar — com um abraço de urso — o humano que ainda está pendurado em seu peito: — Morre logo, seu merdinha!

O humano foi mais ágil, dando um salto mortal para trás. Kam, por sua vez, pulou enquanto retirava sua espada do peito do monstro, fazendo jorrar uma quantidade generosa de sangue que se prendeu à lâmina, manchando-a. Enquanto ele pula, a ponta da espada corta um olho do monstro.

Kam cai perfeitamente no chão, bem à frente do monstro. Seus olhos ficam fixados na cara do animal. A criatura grita ao sentir a dor de seus dois ferimentos.

— Peste!! — grita o monstro.

O homem sorri e levanta o braço direito, onde segura uma corrente com uma massa pontiaguda enrolada nele. Com um movimento rápido e toda a força de seu corpo, dispara a corrente em direção à coxa esquerda do monstro. A criatura — incapaz de desviar do golpe — é atingida em cheio pelo ataque do homem.

O lobisomem solta outro gemido de dor, cai com o joelho esquerdo ao chão, o homem, tenta aproveitar do momento de fraqueza do monstro, então ataca, disparando a outra corrente — com a ponta no formato de uma bola.

— Hahaha, vai precisar mais do que isso para me matar, Humano.

O monstro age com rapidez e facilidade, segurando a ponta da corrente e puxando-a com toda a força para trás. Como resultado, o humano é impulsionado violentamente em sua direção com grande velocidade. A criatura, então, golpeia com um soco certeiro na cara do humano assim que ele se aproxima. O impacto é inevitável e doloroso, fazendo até um grande barulho se formar, junto com um monte de saliva do homem.

As correntes se desprendem do braço de Kam e caem no chão. Enquanto isso, o espadachim é arremessado a uma distância de 25 metros e cai sobre uma pedra, que se esfarela em pedaços. Ele se desmancha e fica ali, com a face baixa, parecendo estar sentado em um trono improvisado pelos escombros.

A respiração do homem se torna pesada, e uma pequena quantidade de sangue começa a escorrer do canto de sua testa. Kam fica olhando por alguns segundos para o monstro, que o encara de volta, com um olhar cheio de raiva…

— Você é bem resistente, diria até que você é filho de um gigante…se não fosse tão pequeno. Bom, isso não importa, você morrerá agora — fala o lobisomem, enquanto retira a ponta da corrente presa na coxa. — Kam, sua carne com certeza tem um gosto especial!

O espadachim solta um pequeno sorriso de confiança, encara o monstro nos olhos e fala, de forma desafiadora: — Você é realmente uma criatura chata. Não vê? O único a sucumbir aqui será você!

Ao terminar de falar, o espadachim se levanta, solta um grande suspiro e caminha lentamente na direção do monstro, com a espada enferrujada na mão esquerda.

A criatura se lança em um movimento rápido e impiedoso em direção ao homem. Seus olhos brilham com uma sede de sangue, fixados em Kam como se ele fosse apenas uma refeição para saciar sua fome insaciável. É como se o homem fosse um pequeno coelho em meio a uma matilha de lobos famintos, prestes a ser devorado sem piedade pela fera voraz que se aproxima.

— Dessa vez você não irá poder se defender…seu humano insolente — gritou o monstro, com um tom de voz bem agressivo.

Contudo, o espadachim não demonstrou medo algum enquanto caminhava lentamente. Isso só fez com que o monstro ficasse ainda mais irritado ao perceber que seu adversário não se intimidava. Em resposta, os músculos do monstro duplicaram de tamanho, aumentando sua velocidade rapidamente. Em questão de segundos, o monstro já estava frente ao espadachim, sua mão elevada para mais um ataque.

— MORRA!!!

Kam percebeu a presença do oponente à sua frente e, em um movimento rápido, elevou sua mão direita. Um sorriso de canto de boca brotou em seu rosto quando o monstro arregalou os olhos, sem imaginar o que aconteceria em seguida. Bastaria desferir um golpe certeiro para derrotar o espadachim, contudo, o monstro subitamente sentiu um arrepio intenso percorrer sua espinha, dominando seu corpo. Uma sensação tão sinistra afligiu o monstro que ele não pôde evitar hesitar por um instante.

— Mas…o que é isso?

Incrédulo, o lobisomem vê a frente dele, uma aura negra em forma de caveira com chifres de bode, envolta do homem, tão gigante quanto eles dois. Claramente uma ilusão dos olhos do monstro por causa do medo. Aquela aura parece olhar para a alma dele.

— RAGNAROK! — gritou Kam.

Assim que a lâmina é invocada pelo espadachim, ela gira em sua direção, atravessando o espaço por detrás do lobisomem. No entanto, antes de alcançar seu destino, a espada corta abruptamente o braço erguido do monstro, fazendo jorrar uma enorme quantidade de sangue por todos os lados. A cena é tão impactante que Kam, o espectador mais próximo, acaba manchado pelo líquido escarlate. O braço decepado do lobisomem cai a quase cinco metros de distância, enquanto a espada retorna à mão do espadachim triunfante.

O monstro recua muito para trás gritando por causa da dor. Ele leva sua mão para o ferimento novo, em uma tentativa falha de estancar o sangue que está saindo: — Demônio! O que você fez comigo? O sangue não para de sair, eu não consigo regenerar nenhum ferimento meu, o que você fez?

O espadachim volta a caminhar lentamente, mas agora, com um olhar orgulhoso — muito orgulhoso.

— Toda raça que não for humana, será naturalmente minha presa, não há como fugir de mim…nem mesmo sua regeneração poderá te livrar de morrer pelas armas que carrego. Eu sou o ceifador de monstros. Eu sou conhecido como...Espadachim Demônio.

— Hã? Não pode ser possível! Eu dei o azar de encontrar você, logo você! Miserável! HaHaHaHa — grita o lobo —, bem que sua vestimenta é bem similar ao que falam…

O espadachim arqueia a sobrancelha direita: — Então já ouviu falar de mim?

O monstro avança dois passos, seu rosto contorcido pela raiva. Ele arregala os olhos ao máximo e ordena com uma voz estrondosa: — Olhe nos meus olhos e veja o motivo pelo qual o conheço.

O espadachim estranhou as palavras da criatura, mas mesmo assim encarou-a nos olhos. Foi então que viu aqueles olhos carmesim se transformarem em um brilhante tom de prata. Surpreso, o homem respirou fundo, arregalou os olhos e franziu a sobrancelha.

— HaHaHa, o que aconteceu? Sei que está a procura do meu povo, mas saiba, eu não tenho medo de você, Eapadachim Demônio — afirma a criatura.

Kam soltou ao chão a espada enferrujada com um rangido metálico, rapidamente alcançando o cabo da espada mágica com sua mão esquerda. Com os dois punhos firmes na lâmina reluzente, seus olhos azuis irradiavam um brilho intenso, tremulando com uma energia azul em forma de fumaça.

Ele leva para trás o pé esquerdo e depois flexiona o joelho direito, o guerreiro encarou o oponente com expressão feroz: — Você não deveria ter se revelado... — Sua voz era um rosnado baixo e ameaçador. — Prepare-se para cair morto, aberração!

O espadachim toma um impulso tão rápido que o chão treme sob seus pés, enquanto o som do trovão se mistura com o corte do ar. Com um movimento gracioso, ele avança em direção ao seu adversário.

A criatura se assusta ao ver aquela velocidade vinda do homem, ela tenta fazer algum movimento, porém antes mesmo de poder se virar ou ir para o lado, Kam já estava a frente dele.

O espadachim range os dentes e ataca o monstro com um sorriso de raiva. Sua espada se move na diagonal em direção à criatura, que não tem muitas opções de defesa. Ela apenas retira a mão do ferimento e a segura à frente, tentando se proteger do fio da espada. Porém, essa atitude desesperada da criatira foi inútil, seu outro braço foi cortado — até o cotovelo — mas dessa vez, nenhum sangue jorrou, apenas o braço que caiu a alguns metros do lobisomem.

Um grande rugido escapa da boca do monstro, e sua expressão se transforma em uma mistura de medo e desespero. A aura sombria que envolve o espadachim voltou a aparecer, e o monstro sabe que está em perigo. Sem hesitar, o monstro dá as costas e começa a correr em direção oposta, tentando escapar da espada implacável de Kam.

— Não pode ser…

Antes de terminar sua fala, Kam da um grande grito: — Eu não vou deixar você sair daqui…vou te fatiar até você virar um amontuado de carne morta.

O espadachim demonstrou muita irritação. Em um movimento rápido, apertou a espada com força em sua mão direita, lançando-a como uma lança. Ele então respirou fundo, colocando o pé direito para trás, enquanto seus músculos cresceram e veias saltavam de seu corpo. O ar foi cortado pelo disparo, e a espada voou com velocidade na direção do monstro.

A criatura monstruosa foi atingida em cheio nas juntas traseiras do joelho esquerdo. A espada perfurou a cartilagem e com o impacto, varreu a perna do monstro no caminho. A queda foi inevitável, e a espada fincou-se no chão com força, como se fosse uma âncora.

Kam virou seu olhar para o lado e viu suas duas correntes de batalha espalhadas pelo chão pedregoso. Sem perder tempo, ele se abaixou e agarrou a mais pesada, que ostentava uma massa de ferro pontiaguda na extremidade. Num gesto ágil, ele girou a corrente no ar e dispara ela na direção do monstro.

O monstro tenta se levantar, soltando mais um grito de dor. No entanto, a ponta da corrente atinge-o novamente no mesmo lugar do outro joelho. Desta vez, o monstro não é derrubado; seu joelho apenas se flexiona até encostar no chão.

O olhar da criatura se torna vazio, quase como se já soubesse de sua derrota.

Kam, solta a corrente e parte em disparada na direção do monstro, sua cara emana ódio e alegria ao mesmo tempo, ele eleva a mão esquerda para cima e grita: — RAGNAROK!!

A espada atende o chamado de seu portador, e vai de encontro a mão dele. Quando a espada chega a palma da mão de Kam, o mesmo da um grande pulo para frente. No ar, Kam faz um movimento rápido e eleva a espada para cima de sua cabeça — com as duas mãos empunhadas — com a ponta apontada para frente. Ainda no ar, ele finca a espada na costa do monstro. A criatura solta um grande berro ao ser atingida.

— Aprenda seu lugar, aberração!! — grita o espadachim.

Kam usa o cabo da espada como um degrau para subir até a garganta do monstro. Seus músculos do braço se enchem com veias saltadas, em seguida, ele desfere uma série de golpes na cabeça do monstro, deixando a criatura desnorteada.

O lobisomem estava praticamente desfalecendo, mas Kam queria mais. Com um movimento rápido, ele colocou quase todo o braço esquerdo dentro da boca do monstro e agarrou a língua interna. Em seguida, pulou para trás, puxando consigo todas as entranhas do monstro — tripas, rins e fígado.

O monstro nem consegue dar seu último suspiro, então cai na direção oposta que o espadachim pulou, o barulho se forma junto com a poeira que se levanta. Kam, em pé, respira ofegantemente, seu olhar cansado, cheio de olheiras, se direciona para a espada cravada na costa do monstro. Ele caminha lentamente até chegar perto da espada vermelha, segura as duas mãos no cabo.

— Eu já não me importo com o quanto de sangue eu derramarei…pra matar mais um de vocês…

Ele retira a espada da costa do monstro, logo depois, olha para cima e da um grande, sonoro, pesado e assustador grito, que mistura ódio e dor.

Alguns segundos depois, Kam recolhe suas armas, as correntes e as espadas.

Seus passos lentos ecoam enquanto ele retorna à floresta. À medida que caminha, a expressão de seu rosto é dominada pelo ódio: — Eu juro... vou eliminar cada um de vocês. Vou dilacerar, cortar, queimar e triturar um por um. Farei vocês se arrependerem por terem mexido comigo e com aqueles que amo. — As palavras são amargas e a intenção é clara — a vingança será brutal.

Twitter: @Riokossu

Página do Facebook: O Espadachim Demônio.

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Até amanhã. (

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