POV: Davi
É de manhã.
Em uma casa um pouco velha, em um quarto todo bagunçado, um jovem de pele clara e cabelo preto dorme tranquilamente em sua cama. Se o deixassem, ele não se importaria de continuar assim até a hora do almoço. Mas, para o mundo, sua opinião não vale nada.
"Davi!!! Acorda! Você vai se atrasar!" Uma voz feminina grita da cozinha.
Davi, com uma carranca no rosto, levanta da cama e se espreguiça. "Já acordei!" Ele responde.
Indo ao banheiro, Davi começa a se preparar para ir a escola, como ele já tinha ido dormir com o uniforme da escola para economizar tempo, só faltava escovar os dentes e passar gel no cabelo.
"Huh, posso não ser um galã, mas isso vai servir." Ele diz enquanto se vê no espelho.
Chegando na cozinha, que possui uma mesa com quatro lugares e alguns armários e eletrodomésticos velhos. Ele vê sua mãe preparando o café da manhã. Laura é uma mulher com cabelo preto longo, mas preso e olhos castanhos, seu corpo, apesar de já ter passado dos 40, não parece ter nenhum problema consequente da velhice.
"Bom dia mãe."
Laura olha para ele por um breve momento antes de voltar a atenção na comida e pede. "Bom dia. Davi, você pode acordar a Gabriela por favor? Eu já chamei ela antes, mas ela não levantou."
"Ok." Responde Davi.
Com um sorriso no rosto, ele chega no quarto da sua irmã e abre a porta lentamente. Ao vê-la dormindo em uma pose que ele acredita ser impossível, ele acha ela fofa. "Own~. Nem parece o capeta que eu vejo todo dia." Ele pensa.
Gabriela é uma mulher com cabelo curto que chega até a altura da boca, por ter pintado recentemente, sua cor é de um roxo profundo. Ela tem uma pele clara e atualmente está usando um pijama que não combina com sua idade.
Davi se aproxima, segura o colchão da cama e o vira com todas as suas forças. "Acorda vagabunda!"
"Aaah! Arrombado!" Gabriela grita enquanto cai no chão.
"Ugh... Por que você fez isso?!" Ela reclama mexendo nos locais da queda para ver se vai formar algum hematoma.
Davi olha para ela com um olhar zombeteiro. "Ué? Se eu vou cedo para escola, por que você não pode ir cedo para a faculdade?"
"Mas nem tem aula de manhã!" Ela levanta e vai pegar seus óculos com uma cara de sono.
"Bom, isso não é problema meu, vai ler um livro ou vai arrumar o seu quarto." Ele diz encolhendo os ombros.
"Sério? Você está falando para eu arrumar meu quarto?" Gabriela dá uma olhada em geral no seu quarto que parece decentemente organizado, como se estivesse tentando enfatizar algo. "E também, você não tem direito de me criticar, seu quarto já está parecendo um chiqueiro."
Davi, sentindo-se ofendido, retruca. "Ei! Meu quarto não está tão ruim assim! Você pode não entender, mas tudo lá é uma bagunça organizada ok? Eu sei onde estão minhas coisas." Ele estufa o peito com orgulho.
Quando Gabriela ia responder, eles ouvem uma voz "Davi! Você já acordou ela?" "Já!" Ele responde e volta a olhar sua irmã. "Vamos lá, ela quer que comemos juntos."
Voltando para a cozinha, Davi vê que o café da manhã já estava na mesa e era um dos seus favoritos, pão na chapa. Sentando-se na mesa, ele e sua irmã começam a comer. Sua mãe, antes de sentar, liga a televisão para assistir as notícias enquanto come, assim como todos os dias.
[Então vamos para as notícias! Um vulcão inativo na Nova Zelândia entrou em erupção, sendo a mais forte já vista. A população local não estava preparada para...]
"Meu deus! Já é a décima quarta vez esse ano! O mundo vai acabar?" Diz Laura preocupada. Durante o ano de 2100, o que era para ser um ano de comemoração, se tornou um de pavor, pois em menos de seis meses, 14 desastres como Tsunamis, terremotos e furacões ocorreram. Porém, se fosse apenas isso, não seria estranho, o problema era que esses 14 desastres foram muito mais fortes do que os fenômenos que os humanos estavam acostumados, além disso, eles nunca deram indícios de que iriam começar.
"Não se preocupa mãe, desde que essas coisas não aconteçam aqui, vai ficar tudo bem." Diz Gabriela enquanto come, sem perceber o olhar de reprovação da sua família.
"Vai ficar tudo bem mãe, esses fenômenos esquisitos já aconteceram várias vezes, agora provavelmente a Terra vai descansar, não é como se um apocalipse estivesse acontecendo." Davi tenta acalmar a mãe.
"É... acho que você tem razão..." ela responde incerta. "Ah! Já é hora de você ir!"
"Porra!" Davi olha o relógio com os olhos arregalados. Ele coloca o pão na chapa inteiro na boca e sai de casa correndo para a escola, por sorte, ele mora a 20 minutos de lá.
***
Chegando perto do portão da escola depois de correr muito, Davi vê um dos funcionários da escola. Ele olha para seu relógio. [7:31] {Droga, foi só 1 minuto, por que já estão marcando?}
Davi se esconde, porque, se for visto, vai receber outro aviso e, já que ele adora acumular, se ele ganhar mais um, vai ser suspenso.
Enquanto ele está pensando em como entrar, seu celular vibra. [Cara, kd vc?] Ele recebe uma mensagem de lucas, seu melhor amigo. [Eu estou na frente do portão, já tem funcionário distribuindo avisos.]
[Da a volta e pula o muro, tem uma parte mais baixa no leste]
[Ok, me encobre aí até eu chegar]
[Fechou ;) ]
Davi vai em direção ao leste do muro, quando chega lá, ele vê que a parede realmente é mais baixa se comparada com o resto, porém, ainda é alto. Com receio, ele trava por um momento. {E se eu cair?}
Mas então ele lembrou que o chinelo da sua mãe era mais aterrorizante que seu medo de altura. Davi correu, se agarrou ao muro e de alguma forma ele conseguiu subí-lo apesar de ter o físico de um saco de batata.
Davi achou estranho que, mesmo após correr até a escola e escalar um muro, ele ainda tinha energia, mas isso não importava. Mesmo com o seu amigo enrolando o professor, ele tinha que se apressar.
***
"Lucas, pela ultima vez. O planeta Terra não é um ser vivo, não é porque tem vida nele que o torna um organismo." Diz Helena, a professora de biologia.
Ela usa uma calça jeans, uma camiseta branca e um jaleco amarelo por cima que é o uniforme dos professores. Helena é loira com olhos verdes e possui uma pele levemente bronzeada.
"Como não? Nós somos feitos de seres vivos em um local de coisas não vivas, por que a Terra que tem as mesmas condições não pode ser considerada?" Retruca Lucas.
Lucas é um menino de cabelo curto preto encaracolado, pele negra e olhos castanho escuro que estavam olhando para a professora de forma divertida.
"Hah... É porque ela não se reproduz, não tem material genético, não rege a estímulos e não tem metabolismo"
Lucas ia respondê-la, mas viu que Davi estava passando por trás dela para entrar na sala. {Meu trabalho está feito.} Pensou. "Hmm... É... Acho que a senhora deve estar certa dessa vez. Eu vou me sentar agora."
Ele começa a ir para o seu assento enquanto a professora suspira. "Esse moleque..."
***
"Espero que tenha valido a pena, eu perdi uma discussão muito importante por você" diz Lucas, sentando-se na carteira ao lado.
"Obrigado cara" Davi agradece, ofegando menos do que deveria.
"Bom dia turma, vamos continuar o assunto da nossa ultima aula." Helena entrou, comprimentando a todos com um sorriso no rosto que se tornou uma carranca apenas por um momento ao olhar para Lucas.
A aula continuou normalmente, até que a porta da sala se abriu, uma garota aparece. "É... Desculpa por me atrasar, eu tive algumas complicações. Posso entrar?"
"Claro que pode! Minhas aulas não são as mesmas sem suas perguntas." Responde a professora. Ela aponta para uma carteira vazia, indicando onde a Sofia deveria sentar.
{Claro que ela pode, mas se fosse eu já estaria na diretoria.} Davi revira os olhos.
Sofia é a garota favorita dos professores, ela é o que se chamaria de estudante exemplar, sempre pergunta, tira as maiores notas e é amada por todos, até mesmo os professores.
Acho que o único problema que a impede de ser perfeita é que ela é muito boazinha, tanto que ela cede seu tempo livre na escola para ajudar os outros e eles adoram tirar vantagem disso, as vezes a usando até para quebrar algumas regras. Porém, ela sempre sai impune, pois os professores sabem que, pelo menos, está ajudando alguém.
{Provavelmente, ela ajudou alguém de novo.} Pensou a professora.
***
"É isso por hoje, vejo vocês semana que vem pessoal." A professora acenou, ja saindo da sala.
Quando de repente.
BOOM!!!
Um som de explosão aconteceu.
"Mas que porr..." Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, Davi desmaia em sua carteira.
Eu vou deixar desse jeito a minha escrita:
negrito: onomatopeia
"": fala de um personagem
[]: mensagem escrita ou falada
{}: pensamento