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100 dias para morrer

Uma vida insignificante e uma morte fantástica. Muitas vezes as coisas não acontecem como o esperado, mas Lary Flores nunca desistiu por causa disso, e sofreu até o dia de sua maravilhosa morte.

M4rques · Aktion
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16 Chs

Humanos

Projeto X-C? Nunca tinha escutado nada sobre isso. Como o Jhonny sabe sobre essas coisas? Por que ele vai me explicar quando claramente ninguém aqui quer falar sobre? Vou conseguir todas essas respostas com certeza, mas, conhecendo Jhonny, perguntar não vai me dar essas respostas, o que me resta é segui-lo e esperar.-"Eu confio em você Lary. Por algum motivo, eu sinto que você vai ver a verdade. Por favor, não me deixe estar enganado."-Não consegui falar nada, me senti paralizado, foi uma das primeiras vezes que eu vi o Jhonny assim, ele normalmente é serio, mas agora ele não estava serio, ele estava triste. 

Caminhamos por um tempo, passando por diversos lugares que eu nunca tinha visto, uma sala de treinamento de cadetes, uma sala com vários computadores e muitas pessoas correndo de um lado para o outro com papéis, uma sala de reuniões, um arsenal que eu não consegui ver o que tinha dentro já que a porta estava fechada e assim como a da diretora, era uma das únicas que não era de vidro. Jhonny parou de repente.-"Chegamos"-Na minha frente estava uma porta de vidro como todas as outras, a única coisa que havia do outro lado era uma sala branca sem ninguém dentro, parecido com uma sala de espera. Diferente das outras salas, essa precisava de um reconhecimento por digital. Jhonny colocou seu dedo e ele foi reconhecido, com seu nome aparecendo em uma pequena tela em cima do leitor. 

Eu fiquei extremamente confuso ao ver Jhonny abrir a porta. Aquela sala nunca esteve ali, a porta de vidro na verdade era uma tela, ou, pelo menos algo que conseguisse projetar a imagem de uma sala. Não era uma sala de espera, nem de perto. Quando eu entrei, eu vi uma das maiores salas que eu já vi. Uma sala enorme, com um 100 quartos dentro dela. Como eu sabia que eram 100? Todos estavam numerdas. A sala era em um formato circular, com 3 andares, 50 quartos no andar em que estou, mais 50 no andar de cima, e no andar de baixo eu pude ver várias pessoas treinando em diferentes coisas: Combate, tiro ao alvo, treinamento físico, fazendo reconhecimento e estudando sobre diversas missões.-"O que é isso?"-Perguntei confuso.-"Essa é a verdade sobre a CAAS. As coisas que não querem mostrar."-"Por que isso seria um segredo? Tem alguma coisa nessas salas?"-"Sim, a segunda leva."-"Segunda leva?"-"Todas essas pessoas que você está vendo são da primeira leva, no momento temos 83. Eram 100 no começo"-"O que aconteceu com os outros 17? Foram expulsos do programa?"-"Lary, você não consegue ver nada de diferente neles? Alguma semelhança?"-Quando eu comecei a procurar, eu notei que todos ali eram jovens, mas nada alarmante, todos pareciam ter idade para trabalhar, então esse não devia ser o problema. Até que eu vi, no pulso de um deles: LV. E então no de outro: XII.-"Essas tatuagens..."-"Finalmente notou? Sim, seu último caso, a vítima tinha uma tatuagem como essa certo?"-"Sim."-"É porque ele veio daqui. Ele fazia parte da primeira leva de super soldados."

"Super soldados?"-"A CAAS não é uma corporação qualquer, você pode não saber mas ela tem o Brasil na palma da mão, controlando ela por debaixo dos panos, decidindo tudo."-"Super soldados?"-"Calma porra. Vou chegar lá. A CAAS criou um projeto para chegar no agente perfeito. Um que nunca desobedeça, que tenha um físico perfeito, e que não tema a morte, mas não existe ninguém assim no mundo, bom, pelo menos não existia. Crianças de 5 a 7 anos de idade, em sua maior parte órfãs, foram pegas e aprisionadas dentro dessas 100 salas e soltas depois de 10 anos. Lá dentro elas recebiam instruções e só recebiam comida se seguissem-a. As instruções incluíam formas para eles treinarem seus corpos e se manterem saudáveis. A dieta deles era perfeita, tudo foi controlado. Até o dia que eles saíram. 11 estavam mortos. Mas os outros 89 estavam treinados assim como esperado. Mas eles não haviam recebido treinamento adequado para combate ainda, por isso, a primeira leva está no final de seu treinamento de 2 anos. Todos eles obedecem perfeitamente e tem fisicos extremamente treinados."-"Como podem deixar isso acontecer?"-"Você quer dizer o governo? Eles não ligam contanto que ninguém saiba sobre, eles só precisam matar qualquer testemunha."

Após escutar tudo aquilo, Jhonny me tirou daquela sala, olhei novamente para a porta fechada que novamente mostrou aquela sala de espera.-"Parece que ninguém nos viu entrar"-Disse Jhonny.-"Mas ele logo vão saber que você entrou lá"-"Como?"-"Pelas câmeras."-Todo o tempo em que eu estive na CAAS, eu nunca tinha visto câmeras, então fiquei confuso e comecei a olhar ao redor procurando por uma.-"Você não vai encontrar, eu não sei onde elas ficam também, só sei que elas existem. Temos que sair daqui, vamos logo, está com seu carro?"-"Sair? Agora?"-"Sim Porra! Eles podem já saber que nós entramos, eles podem estar vindo nos matar agora mesmo."-"Por que eles nos matariam?"-Se livrar das testemunhas esqueceu?"-"Mas..."-"Não importa, vamos logo, eu te explico tudo na Hermes."-Ele começou a correr antes de responder minhas perguntas, e eu não tinha tempo de ficar confuso, decidi que a melhor opção agora era segui-lo. Eu não posso morrer sabendo que ninguém está fazendo nada pra ajudar essas pessoas. Essa é uma sensação que eu só tinha sentido antes quando minha mãe ficou doente e eu tive que trabalhar para pagar seu tratamento. Eu não posso morrer ainda. Eu não posso morrer enquanto não fizer algo sobre isso. Eu não posso morrer sem tentar. Continuamos correndo e saimos da CAAS, porém, assim que saimos, a atendente que normalmente só conversamos quando entramos para falar nossos códigos, olhou para nós e disse.-"Espero que você saiba o que você fez Jhonny. Nenhum de vocês vai sair vivo dessa."