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Prolongo.

Ploc!

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Ploc!

O que o acordou foi o barulho de chuva caindo ao fundo, junto com um pingar irritante de uma goteira.

Enquanto abria os olhos se deparou com um teto alienígena sobre si, o teto era gigantesco e estava a dezenas de metros em cima de sua cabeça.

As paredes do que agora localizava ser uma caverna estavam bem longe do pequeno tapete em que estava deitado, o barulho da chuva junto com um vento forte vinha dum grande buraco que ficava a pelo menos uns 35 metros de onde repousava a pouco.

A entrada da caverna se projetava para fora com grandes estalactites e estalagmites, como se fosse a enorme boca de um monstro gigantesco; O barulho que o acordou vinha de um pingar de uma dessas estalactites.

Olhando em volta para a caverna completamente escura, donde a única fonte de luz era as brasas fúnebres do que já foi uma fogueira, e o clarão agoireiro dos poderosos raios que cortavam o céu fora da caverna.

Estes que a cada poucos segundos iluminavam a caverna, projetando sombras assustadoras de sua entrada gargantual, trazendo ventos mais parecidos com navalhas finas, e um frio de congelar ossos.

Mesmo assim, não sentia frio nem o vento.

Nada

Enquanto ignorava a poderosa fúria celestial que punia o mundo fora da caverna, observava com grande concentração seu interior.

"Onde diabos eu estou" – Murmurou baixinho para si mesmo.

A ultima coisa que se lembrava era ir deitar em sua cama, logo após uma maratona de jogos arregada de comida insalubre, digna de sábado bem aproveitado, em sua humilde opinião; Como diabos fora parar dentro de uma caverna, nem existia cavernas próxima a grande floresta de concreto em que morava, pelo que sabia.

Olhando para si percebia que estava sem camisa, o que era normal para ele afinal dormia sem camisa, e vestia uma grosa calça de um material que parecia jeans, mas não tinha a mesma textura, junto com um grande coturno.

Porem, nada disso prendeu a sua atenção por muito tempo; suas mãos para ele eram muito mais interessantes, pelo simples fato que não eram Suas mãos.

Antes de acordar nesse lugar estranho era um jovem adulto de vinte e poucos anos, um tanto quanto acima do peso, caucasiano com um bom bronzeado comum para aqueles que moravam em países tropicais.

Agora?

Ele estava completamente e totalmente rasgado; avia definição em músculos que ele nem sabia que existiam, porem ele estava seco, com um pouco de suas veias saltadas e aparentes, nada estranho embora, apenas a característica de quem tem pouquíssimo percentual de gordura em seu corpo; algo que pelo pouco que sabia sobre musculação era muito difícil para se ter e manter, o tipo de coisa que seu eu de ontem claramente não tinha.

Mesmo assim, seu corpo não era grande como um fisioculturista e mais parecia um artista marcial ou um atleta de natação.

Como nada ao alcance de suas mãos poderia servir como uma espécie de espelho, tinha que guardar a crescente semente de pavor e curiosidade que crescia em seu coração para ver seu rosto, mudou sua atenção para o que estava a sua volta mais uma vez;

Ao lado de seu agora desarrumado saco de dormir, avia uma mochila preta com detalhes brancos, sobre a mesma um conjunto de roupas emaranhadas jogadas de qualquer jeito; sobre todo o bolo de coisas um boné vermelho e branco. Algo comum, cotidiano e simplório.

Se não fosse por algo bem simples

"...Pokémon?..." – Disse em confusão para si mesmo reconhecendo o símbolo estampado no boné.

"Pika~" – Um som familiar/estranho disse atras de si.

Nesse momento, um urro de surpresa saiu de sua boca.

Qualquer um que disser ao contrário é um descrente, algo como grito aterrorizado mais um salto de mais de três metros de susto não é nada se não um porco mentiroso.

Se virando rapidamente para trás, suas costas viradas para a entrada da caverna, se depara com um pequeno ser, este que tinha o tamanho de um cachorro de pequeno porte, amarelo que se destacava da mesma forma que um letreiro de neon na caverna escura iluminada pelos raios de fora; suas listras icônicas eram inconfundíveis, e sua grande cauda em forma de 'Z' um sinal claro do que era.

"Pikachu, você me assustou" – Disse com uma careta de resignação, enquanto se achava e passava as mãos sobre a pequena cabecinha do Pokémon.

"Pika Pika" – Disse o Pokémon, o que parecia uma risadinha enquanto esfregava a sua cabeça em suas mãos.

Foi apenas depois de alguns segundo que ele congelou, com uma calma que não era sua, uma familiaridade que não pertencia, percebeu que ele estava fazendo.

Congelando

De forma rígida levantou, olhando para a completa impossibilidade que estava a sua frente, Pokémon e humano se olharam, um com duvida fofa virando sua pequena cabeça para a esquerda, e outro com uma expressão que só poderia ser descrita como completamente sem noção de profundidade.

"Vou lá fora tomar um ar" – Não sabia ao certo porque estava se explicando, mais sem pensar muito e sem esperar por uma resposta, qualquer que seja; virando rapidamente caminhou rígido em direção a entrada da caverna, alguns passos depois um pequeno peso se formou em seu ombro direito, sem parar um único passo, como uma maquina bem oleada compensou o peso e continuou o caminho.

Sem se importar com o Fodendo Pokémon em seu ombro, com sua mente em Overdrive, milhares de pensamentos passando em sua cabeça a cada segundo. A única coisa em que se concentrou foi colocar um pé em frente ao outro, caminhando com uma certeza que apenas um resignado no corredor da morte poderia esperar ter, seu único objetivo no momento era sair para o lado de fora.

~~(*+*)~~

A primeira coisa que viu do lado de fora da caverna era o cume de uma gigantesca montanha nevada, a chuva torrencial que caia golpeava toda a sua extensão como punhais, granizo do tamanho de bolas de golfe caiam a números incontáveis; seu comprimento desafiava tudo que tinha como realidade, a montanha era simplesmente colossal com seus picos preenchendo ate onde seus olhos alcançavam.

Nuvens tão escuras que o pensamento do dia do juízo final tinha chegado passaram mais de uma vez na mente de um observador esterno coloriam o céu.

Uma pequenina poça de água tomou forma em baixo da maior estalactite, como um pequenino espelho.

E pela primeira vez teve uma visão de seu rosto; cabelos tão pretos quanto a noite mais escura, e um rosto tão bonito que só poderia ser fruto de uma pintura; mais foram seus olhos que prenderam sua atenção.

Olhos tão vermelhos quanto o mais precioso rubi rubro olhou de volta para si, e naquele momento o tempo entrou em marcha lenta.

Memorias entraram em sua mente.

Uma, a uma.

Viu um garoto que cresceu numa pequena vila do interior, o mesmo garoto que em seu coração tinha a maior curiosidade sobre os monstros que caminhavam pelo mundo.

Observou como um terceiro enquanto o garoto crescia, viu o quanto de suor e lagrimas o pequenino garoto estudava sobre o mundo e os Pokémon que existiam.

Deis de muito cedo o jovem sem nome sabia o que queria, e diferente de todos os outros antes dele, tinha algo que o diferia.

Ambição

Ambição, fome, ele queria ser o melhor.

Enquanto outros brincavam, ele estudava. Enquanto outros aproveitavam sua infância e sua jovem adolescência, ele treinava.

Por causa disso o jovem não teve muitos amigos nem colegas, mesmo isso não o impediu nem por um único momento.

Viu numa espécie de transe enquanto o garoto recebia com honra o primeiro lugar em tudo o que colocava os olhos, prêmios se acumulavam em preparação ao seu grande dia; quando começaria a tão aguardada jornada.

Apreendia coisas em um único ano, o que outras pessoas demoravam a vida inteira para compreender.

Um verdadeiro gênio.

Em flash memorias de suas maiores conquistas encheram sua mente, os rivais mais poderosos, a alegria das maiores vitorias, o amargor de suas mais duras derrotas, as duras lições que apreendeu em sua longa jornada, as amizades que forjou.

E o homem que um dia sentou no topo do topo do mundo, não olhou para aqueles que estavam abaixo dele em jubilo.

E sim, olhou para cima.

Saindo da experiencia quase religiosa em que estava, moveu a sua mão direita para o bolso da calça; nele tirou uma pequena pokebola branca com os detalhes cinzas.

Com movimentos práticos como se tivesse feito a mesma coisa milhares e milhares de vezes, expandiu e liberou o poderoso ser que abrigava dentro de si.

Com um clarão cegante, um ser bípede com braços curtos e uma longa calda, tão alto como ele mesmo, surgiu; seu corpo era um cinza escuro e grandes placas diamantadas roxas cobriam sua barriga e iam em direção a ponta da sua calda, dois chifres curtos enfeitavam sua cabeça.

Quando foi totalmente formado, a chuva que era tão feroz quanto uma tormenta foi dispersada na área próxima, uma grande barreira azul cobriu a entrada da caverna e uns bons vinte metros ficaram livre da ira da natureza.

Olhos vermelhos e olhos negros se encontraram, e um fenômeno paranormal aconteceu, uma ponte entre sua mente e a do Pokémon se formou.

Seu coração trovejava em seu peito, e pela primeira vez deis de que acordou se viu verdadeiramente sem palavras, da parte da singularidade ele viu um sentimento muito forte de companheirismo, que era maior que companheirismo, amor, que era maior que amor, e servidão, que era maior que simples servidão.

Ele tinha certeza absoluta que aquilo não era simplesmente um vinculo mental, e sim algo mais profundo algo que ressoou em sua própria alma.

Da parte dele, apenas a incerteza, nervosismo, e duvida saíram.

Enquanto olhavam nos olhos um do outro, uma memória formou-se no vinculo.

Nela um garoto muito novo sentava no quanto de uma sala simples de um pequeno orfanato, na frente do garoto não sentava ninguém, a sua volta risos e brincadeiras brotavam como flores na primavera, o mundo do garoto era cinza.

De repente um homem mais velho sentou na sua frente, seu rosto era borrado, a única coisa que se destacavam era o grande jaleco branco que usava.

O homem sorria para o garoto que não dava a perceber que notara a sua frente.

"Me diga, quem seria você. Pequenino?" – O homem indagou.

"Eu não sou ninguém" – Respondeu a criança.

O homem achou estranho a resposta do pequeno garoto, seu sorriso de uma pequena diminuída, mais logo voltou com forca total.

"Qual seu nome, garotinho?" – Perguntou de novo o grande homem, enquanto olhava para as cuidadoras do orfanato que o olhavam como se fosse a sua ultima esperança.

"Não tenho um nome" – o garoto falava com a voz terna, e com finalidade.

O homem começou a dar mais e mais atenção a conversa estranha, olhando para o jovem garoto que passara por uma terrível tragedia e perdia boa parte de suas memorias.

Olhando em volta perguntou então – E o que você quer ser?

Pela primeira vez o garoto olhou no olho do homem, com curiosidade, como se esperasse uma explicação.

"Isso é o mais importante pequeno Red, não quem você é, e sim o que você quer ser" – O homem chamou o garotinho pela cor única de seus olhos, e finalmente conclui – "Voce pode não ser ninguém, não ter ao mesmo um nome, mais sim o que você quer se tornar, é o que nos define".

"Um grande homem disse uma vez, que o maior homem é aquele que tem como adversário si mesmo, e tem ambição de ser o melhor que pode ser" – O grande homem que viria ser um grande professor entrou em um dos que seriam um conhecido desvio de caráter, monologar em situações estressantes.

Satisfeito em fazer o garotinho se abrir um pouco, olhou em volta e disse – "Vamos pequenino, vou lhe comprar um sorvete" – a memória foi se desvanecendo aos poucos.

Saindo da memoria em que estava, mudou o olhar pra chuva fora da bolha.

Não quem eu sou, mais o que quero me tornar, pensou.

Era isso que Mewtwo estava tentando dizer.

Perseverando em suas memorias fragmentadas, de suas duas vidas percebia mais e mais que não havia nenhum tipo de divisão, um era o outro. Dois lados da mesma moeda; chegando nessa conclusão olhando mais e mais dentro de si, o que ele queria, qual era seu sonho, seu maior objetivo, sua ambição.

Aquilo que definiria o que ele era, que lutaria dia a dia para atingir.

Aquela mesma chama que um dia o levou para o topo do mundo entrava em comunhão ao seu sonho que um dia estar ali onde estava, viver nesse mundo.

Outra memoria brilhou na sua mente, essa muito breve, apenas um embaralhado de sons e um flash de uma forte dor no peito, e então nada.

A duvida surgiu e logo foi sanada, ele morreu, de alguma forma fora parar nesse mundo.

Ele não sabia qual foi o procedimento nem se viu Deus do outro lado ou algo do tipo, não importava na verdade; o importante era que ele estava aqui e o que faria depois disso.

Enquanto navegava em suas memorias, lembrando dos preciosos amigos que fez, das duras batalhas que enfrentou, das conquistas; lembrou se também dos seus outros amigos, de se apaixonar, beijar uma garota pela primeira vez, ficar bêbado, se formar na faculdade e trabalhar num emprego comum.

Lembrou se então duma conversa especifica que tivera com um grande amigo numa madrugada, em que defendia com todas as forças que seu sonho era estar aqui onde estava, e se pudesse escolher um mundo para reencarnar seria esse.

Uma pequena risada escapou de seus lábios, oque aquele idiota diria se visse ele agora, estaria roxo de inveja, sem dúvida.

Uma lagrima escorreu de seus olhos.

'Se algum de nós reencarnar num mundo de anime meu querido, devemos fazer uma promessa aqui. Nessa nova vida viveremos sem nenhum arrependimento'. Essas foram as palavras ditas um para o outro.

"Obrigado, por tudo, não poderia ter pedido amigos melhores" – Um pequeno sussurro saio de sua boca.

Olhando para o poderoso Pokémon a sua frente, ele disse em sua mente.

'você sempre sabe como me animar'.

Mais claro, era exatamente por isso que ele o libertou de sua pokebola, eles não apenas tinham um forte vínculo psíquico, mas tinham visto o amago da alma um do outro; não avia ninguém nesse mundo que o conhecia melhor que Mewtwo, nem ele mesmo.

Um forte sentimento de camaradagem vinha de seu vínculo, algo que era impossível pôr em palavras.

A certeza absoluta, a verdade mais pura, e saber que se mesmo ele pedisse para ele guerrear com o mundo inteiro, ele faria sem pestanejar.

Era algo assustador.

"Vamos para dentro, está frio aqui fora" – Disse enquanto caminhava para dentro da caverna, enquanto fazia carinho no Pikachu em seu ombro; Mewtwo o seguio.

~~(*+*)~~

Dentro da caverna, agora devidamente iluminada pelo fogo recém acesso e a sua entrada selada pelas habilidades psíquicas de Mewtwo.

Red agora seco e vestido uma nova muda de roupa olhava para dentro de sua mochila com diversão.

Ele sabia pelas memorias que tinha que essa aparentemente simples mochila era na verdade uma pseudo dimensão de bolso, era uma magnifica peça de tecnologia desenvolvida pelos melhores cientistas de seu mundo, dentro dela poderia colocar muitas e muitas coisas; O problema era que essa pequena mochila continha tudo o que ele tinha em seu inventario enquanto jogava; Jogo esse, que ele tinha chetado, com força.

Ele não sabia o que faria com a quantidade virtualmente ilimitada de todos os itens que se encontrava no jogo, indo da mais comum Pokebola a Tm's e pedras evolutiva e afins.

Bom, pelo menos ele e seus muitos Pokémons não passariam fome tão cedo; falando em Pokémon, dentro de sua mochila havia as dezenas que ele tinha durante suas muitas e muitas horas de jogo, e a Hack/Rom especifica em que estava jogando lhe permitia uma liberdade enorme de escolha tendo em sua principal diferença a presença de Pokémons de todas as gerações ate então.

Dentro de sua mochila continha também itens diversos de sobrevivência, como água, sacos de dormir extras, barras de ração, e muitos outros; dentro também avia suas mudas extras de roupa e sua Pokedex.

A pokedex era uma mistura de um telefone inteligente com um computador, do formato de um 3ds, fazia tudo que um telefone de seu antigo mundo fazia, fora a internet claro, algo que não existia da mesma forma neste.

Nele continha todas as suas informações de treinador e cidadania, algo que provou que também não estava no mesmo mundo que sua contraparte veio, pelas mensagens de erros que povoavam a tela comprovavam; de certa forma era bom, pois ele queria um novo começo de verdade, algo impossível no mundo original de Red por toda a fama que tinha.

Porem por causa disso, ele estava oficialmente quebrado e sem teto, seu registro não consta em nenhum banco de dados neste mundo, nem seu dinheiro 'algo que era por volta de novecentos quintilhões de pokedollares, resultado de seu cheat de dinheiro infinito no jogo'; Bom, ele não poderia provar de onde vinha tanto dinheiro de qualquer forma e mesmo o mais louco contador não poderia fazer a sua mágica, não com uma quimera como esta.

Tirando os olhos de sua pokedex vendo que já passava das 2 horas da manhã, enquanto olhava de forma divertida seu Pikachu que dormia em seu colo e Mewtwo que pairava a uns dois metros a sua frente enquanto meditava no ar; não pode deixar de se impressionar com a façanha psíquica de seu Pokémon, a fumaça que saia da fogueira fazia um grande arco indo em direção a entrada da caverna onde saia sem atrapalhar a barreira que impedia a chuva torrencial do lado de fora mas mesmo assim deixava oxigênio entrar.

Enquanto se espreguiçava e ajeitava o pequeno Pikachu ao seu lado no saco de dormir, fechando os olhos se preparando para dormir o restante da noite.

'boa noite'

Foi o pensamento que mandou pelo seu vinculo com o poderoso lendário ao seu lado, que sem palavras se mudou para ficar entre seu treinador e a entrada da caverna, como se ficasse de guarda e para que nada acontecesse com ele.

Rindo baixinho para si mesmo, Mewtwo típico; fechando os olhos devagar caiando num sono sem sonhos, a ultima coisa que ouviu foi um 'Boa noite Red' vindo de seu Pokémon.

E assim, a primeira noite nesse novo mundo, cheia de altos e baixos, passou, silenciosamente.

~~(*+*)~~

Ele constatou duas assim que acordou no dia seguinte, a primeira era que não podia se lembrar de quando teve um sono tão bom quanto o que teve, a segunda era que aparentemente seu novo corpo precisava de muito pouco sono pra estar pronto para um novo dia; coisa que se provou verdade vendo o brilhante 5:46 na tela de sua pokedex.

Na sua antiga vida ele de longe não era uma pessoa matinal, e apenas após uma generosa caneca de café estava pronto para um novo e corrido dia.

Enquanto se levantava e pegava em sua mochila uma nova muda de roupa e umas frutas para si e seus companheiros, deixou sua mente correr para algo que constatou na noite passada mais fugiu de sua mente; os aspectos de seu novo corpo não se limitava a algo tão simples como parecer esteticamente agradável aos olhos, e assim como um certo Elder Lich em outro universo, tinha passado para este novo e belo mundo no corpo de seu 'Char'.

O mesmo que tinha sobrevivido e prosperado nos mais inóspitos climas do mundo, escalado a maior das montanhas, o mais quente dos desertos, mergulhado no mais profundo do leito marítimo, e até caminhado por vulcões ativos.

Em algum ponto mesmo indo em outros planos de existência, e se não falhe a memória até o espaço em algum momento.

Diferente de Momonga por exemplo, ele tinha as memorias e as experiencias de sua contra parte, o que fazia então sentido como a tormenta da noite interior não ter efeito nenhum; como se fosse na verdade um friozinho de fim de tarde.

Enquanto trocava de roupa e separa um pouco de comida para si e seus Pokémon, não pode deixar de murmurar baixinho para si como os humanos deste mundo eram muito diferentes aos de seu antigo.

Enquanto acordava gentilmente o Pikachu que dormia ao seu lado olhava para a entrada da caverna para Mewtwo que mantinha a posição de vigília, ainda na mesma posse da noite anterior, mandou então sentimentos de gratidão para o mesmo; apreciando o gesto do poderoso lendário de zelar sobre eles.

Descascando algumas frutas para si e os outros, rindo baixinho sobre o Pikachu que rolado no saco de dormir como uma criança que não queria acordar cedo para a escola; não pode deixar de se sentir grato a qualquer deus que o mandou ali.

~~(*+*)~~

Demoraram uns bons trinta minutos para sentar e tomar um café da manhã simples, de frutas e carne seca para ele, e uma mistura de Pokepuffs e frutas para seus Pokémon, com Pikachu comendo um a um como uma fofa criança e Mewtwo quebrando o doce em pedaços menores no ar e comendo de um e um como um cavalheiro britânico.

Era uma cena muito harmoniosa, ou seria, se não fosse pelo travesso Pikachu que em algum momento começou uma grande cruzada contra o lendário em uma guerra de comida, que terminou com o pequeno rato elétrico todo lambuzado de glace; o que gerou umas risadas de sua parte, e um raio fraco como resposta indignada.

Quando a poeira metafórica baixou, e todas as partes saciadas de sua fome, começou o processo de desmontar o pequeno acampamento, enrolando seu saco de dormir e o tapete felpudo que o calçava, jogar nas brasas mortas da fogueira bastante terra e pedras e juntar todos os seus pertences espalhados pelo acampamento.

Um processo que demorou poucos minutos e era quase terapêutico; por fim vestido uma nova roupa, uma blusa preta de manga cumprida simples, e uma jaqueta de couro grosa também pretas, uma calça nova do mesmo material que parecia jeans e vestia de novo seu coturno; saiu em direção a saída da caverna, de perto podia ver que o sol ainda não avia nascido e muito menos a tormenta avia passado.

Parado na entrada da caverna, enquanto olhava a cena destrutiva da ira celeste do lado de fora entrou em pensamentos profundos; era isso, aqui começava um novo capitulo em sua jornada, em meio a raios e trovões e uma tormenta de água e gelo.

A força da natureza.

Força que neste mundo, diferente do antigo ate onde sabia, era algo muito real e quantificável; tudo neste mundo maravilhoso, da menor gota de água, do mais insignificante grão de área, continha algo que parecia uma aura; a mesma força que era motivo de as maiores mentes do mundo ficarem quase loucos enquanto tentava explicar tamanhos fenômenos inexplicáveis.

Usando o seu Meta conhecimento como ele, um fã avido de Pokémon, não saberia o que era aura? Contudo, algo tão místico e alienígena como a aura não era responsável apenas a façanhas desumanas de forca e resistência que os maiores treinadores deste mundo eram capazes; não aura é muito mais do que isso.

Para exemplificar, nem todos aqueles que tinham fortes auras era treinadores, mais todos os fortes treinadores tinham grandes auras; lembrava que em algum ponto de sua longa jornada em um templo de artes marciais ouvira a explicação da boca do grande mestre sobre o que era de fato a aura que cobria todo o mundo.

Aura, dizia o grande mestre, era nada mais do que a soma de todas as nossas ações no mundo, nossos feitos e provações que compunham a nossa própria história; como um grande monge que ficou em reclusão por 30 anos no cume de uma montanha buscando compreender as verdades do universo, ou um grande pintor de pintou uma grande obra-prima que balançou as fundações da arte.

Todos eles sem exceções tinham uma grande aura; portanto a aura era uma junção de nossas ações e a forma que elas ecoam no mundo.

Pensando desta forma, qual o tamanho da aura de alguém que quebrou a própria tempestade, aquele que preside sobre o inverno eterno, o monarca da primeira chama; o homem que domou o próprio tempo, e aquele que dobrou o espaço a sua vontade.

Aquele que olhou nos olhos de Deus, e ousou.

Qual seria então o tamanho e a força de sua aura?

Ele não fazia ideia, nem tinha uma métrica de comparação, então apenas poderia supor quão poderoso de fato ele era; contudo isso colocava um ponto final nas estranhezas que notara em seu corpo, como não sentir frio por estar no cume de uma gigantesca montanha nevada, ou pela chuva torrencial que corria montanha abaixo.

Como o simples frio de uma montanha por mais alta que seja, poderia até mesmo incomodar aquele que comanda o próprio inverno? Como uma simples tempestade, por mais terrível que seja, pode fazer tremer aquele que quebrou a própria tempestade primordial?

Colocando em perspectiva, era um sentimento intoxicante de invencibilidade e poder; teria que tomar muito cuidado para não se perder nesse sentimento.

Enquanto essas compreensões e sentimentos passavam em sua mente, Red não sabia, mais grandes mudanças ocorriam em sua aura; poder neste mundo era acima de tudo um estado transcendente de espirito, Red enquanto decifrava as anomalias no seu corpo e compreendia os motivos das mesmas, entrava em contato com as memorias de sua segunda vida; aquela em que seu personagem no até aquele ponto não passava de ficção, contudo em nenhum momento em seu coração eram memorias alienígenas, ele era Red e Red era ele, com isso aquele pequeno fio metafisico que dividia os dois em duas almas diferentes sumia pouco a pouco, até desaparecer;

Naquele momento a sua frente a tempestade que caia parecia diminuir em intensidade em varias dobras, o vento que era tão forte quanto navalhas se transformou em uma pequena brisa em um piscar de olhos; os raios que trovejavam pelo céu negro feito piche parecia ficar mudos;

Como se o próprio mundo estive segurando o folego, uma pena então que Red não percebeu nada disto, nem o sorriso de canto feliz de Mewtwo por finalmente seu amado treinador ter retomado e aplacado seu estado de espirito.

Fechando os punhos bem firmes, disse aos seus companheiros do seu lado;

"Esperem aqui um minuto" – não era nem muito alto ou baixo, mas foi dito com finalidade.

O Pikachu ao seu lado deu a entender que seguiria fielmente ao seu lado, mais um balançar de cabeça do Mewtwo o impediu.

'Isso é algo que ele deve fazer sozinho' – foi dito diretamente na mente do pequeno rato elétrico.

Uma expressão seria se fez no rosto do pequeno Pokémon, algo estranho para sua personalidade travessa.

Enquanto cruzava os braços Mewtwo olhava ternamente seu treinador que estava caminhando em direção a beira da montanha, Mewtwo não podia deixar de suspirar em seu coração, finalmente os demônios que atormentavam a mente de Red aviam se acalmado; foi uma noite muito longa na sua perspectiva não poder dividir o fardo com seu velho amigo o consumia.

Enquanto caminhava a beira da montanha Red chegava a um entendimento, ignorando a forma abrupta que a tempestade tinha passado, sentou-se a beira do penhasco e olhou para o longo vale que se estendia até a vista ao cansava.

Sentado na beira do pico mais alto do mundo em um silencioso solene Red comtemplava, ele não era mais Red nem Jarles Cammeron, ele era outra pessoa agora; uma folha em branco, tivera ganho uma nova chance de vida, e assim como tivera prometido ao grande amigo que fez em sua antiga vida, viveria sem arrependimentos.

E como tal, citando um famoso proverbio, faça grande, ou vá para casa.

'Meu nome agora é Red Darth'

'E eu vou ser o melhor maldito treinador que este mundo jamais viu'

O próprio tempo parecia ter parado naquele momento, todos os sons da enorme montanha sessaram, o vento parou e chuva diminuía ate morrer completamente; tamanho era o peso de sua convicção naquele momento, para Red não tinha dúvida alguma que ele seria o melhor, ele apenas queria aproveitar a longa jornada.

Escolheu aquele nome em homenagem aquele mesmo grande amigo de sua antiga vida, uma forma de manter uma parte de si que deixou para trás.

Naquela montanha Red e Jarles Cammeron morreram, mas Red Darth nasceu.

Finas lagrimas escorriam de seu rosto, e pela que parecia a enésima vez, se permitiu chorar por tudo aquilo que ficou para trás, todas as coisas que perdeu.

O mundo parecia responder as suas mudanças de humor, quando uma fina garoa começou a cair.

'Obrigado por tudo, espero veloz uma próxima vez, do outro lado' – Com ultimo pensamento levantou-se de seu assento a beira da grande montanha.

'Pare de ser um bebe chorão Red, hoje é para ser o primeiro dia de sua jornada, faça um sorriso' – Esse pensamento passou por sua cabeça com uma parodia da voz de seu amigo.

Dando dois tapas bem fortes no seu próprio rosto, Red forçou um sorriso enquanto as lagrimas continuavam a cair silenciosamente.

Estendendo as duas mãos para o alto, fazendo uma pose de campeão Red deu um berro bem alto.

Os Céus pareciam responder ao seu chamado, e a fina Garoa se transformou numa tormenta instantaneamente, granizo do tamanho de bolas de basquete, e poderosos raios caiam a cada pouco segundos.

Aos poucos o grito se transformou em soluços abafados e soluços em risos.

'Obrigado por tudo, e adeus'.

E nem uma única vez ele olhou para trás.

Caminhando para os dois companheiros que o olhavam como falcões da entrada da caverna, o sorriso em seu rosto que era frágil se tornava cada vez maior e verdadeiro, parando a uns poucos metros dos dois disse.

"Partirei hoje em minha jornada, vocês estão comigo?" – disse de forma concisa e simples, contudo mesmo que a pergunta tenha sido feita, mesmo antes de dizer as palavras já sabia a resposta que conseguiria.

A realidade não o decepcionou, Pikachu correu e subiu em seu ombro esfregando o seu rosto com sua pequenina cabeça de forma afetuosa; Mewtwo contudo fez uma pequena referência.

'Para sempre e sempre, velho amigo'

E com isso Red soltou uma pequena risada.

Do céu onde antes era um mar de nuvens de tempestade, grandes raios de sol desceram, e do Leste o sol começou a sua jornada; e então era hora de partir.

Red tirou do seu bolso duas Pokebolas, uma branca e outra comum, a branca foi estendida para o poderoso lendário que a pegou em suas mãos, não sem antes olhar para o Pikachu no ombro de Red, como se dissesse para se comportar.

Quando o poderoso Pokémon retornou para dentro de sua pokebola, Red ajeitou sua mochila em seu ombro e fechou a jaqueta; guardando a pokebola de Mewtwo no cinto, olhou para o Pikachu em seu ombro de disse.

"Vamos descer deste lugar, estou congelando minhas bolas aqui em cima" – Comentou com um sorriso torto no rosto, o Pikachu em seu ombro balançou a cabeça e cruzou os braços como se concordasse.

Embora os dois não davam importância de fato com o frio, não era uma sensação boa.

Red jogou a pokebola em sua mão para o alto e libertou o Pokémon que residia dentro dela; uma grande forma aviaria se deu a conhecer, suas penas eram lindas de um marrom forte para o um bege quase branco em sua barriga, na coroa em sua cabeça uma plumagem vermelha sangue com detalhes em dourado; sua impressionante envergadura era mais de quatro metros de ponta a ponta e seis metros de ponta da asa a outra.

Era um Pidgeot, e não um comum, um Pokémon variante da classe Rei; nesse caso uma rainha. Era duas talvez três vezes maior que um Pidgeot tinha o direito de ser, mesmo confundi-la com um Grifon não era um erro; ela era magnifica, e ela sabia disso.

Fora os pokemons lendários Pidgeot era seu Pokémon mais orgulhoso e fora ele mesmo e seus Pokémon detinha uma personalidade dominadora como a rainha que era; não que isso importasse na frente dele era tão dócil quanto um pequeno gatinho.

Fazendo um carinho no grande bico da ave que era quase do tamanho de seu torso Red sussurrou baixinho que queria uma carona; a mudança foi instantânea abaixando as grandes asas como uma prancha com as pontas ignorando a neve e as rochas em baixo, como uma faca quente na manteiga; tudo isso apenas para facilitar a subida de Red.

Se acomodando em seu grande Pokémon aviário, Red se preparou para a viagem; Pikachu se acomodou em cima da cabeça da poderosa Ave, e com um braço na cintura e outro apontado para cima; como o comandante de uma aeronave.

Red rio de seu travesso amiguinho e das tentativas de Pidgeot de derruba-lo, isso tudo sem fazer movimentos brutos que poderiam incomodar seu treinador; Red puxou Pikachu para seu colo e deu a ordem de decolar.

Com poderosas batidas de suas asas o Pidgeot subiu a os céus, dando duas voltas completas no pico da montanha Red se viu em uma encruzilhada de dois caminhos a sua frente, Kanto a sua esquerda e Johto a sua direita; mais não era muito a se pensar com sua mente decidida fez o chamado.

"Nos leve para casa garota, a toda velocidade" – Disse ao Pokémon abaixo dele.

E com uma poderosa batida de asa foram, e em um instante um grande estrondo sônico o seguiu.

Red não sabia mais a sua chegada trouxe com sigo um grande reboliço ao mundo, e sua saída deixou uma grande impressão a aqueles que assistiam a montanha naquele momento.

Uma pena então que nosso herói não tinha conhecimento disto, talvez ele tivera escolhido uma forma menos formosa de sair dali.

~~(*+*)~~

Mike Marbara era um patrulheiro, um patrulheiro sênior mais especificamente, e era o melhor naquilo que fazia; não é atoa que com apenas 38 anos de idade Mike era o Patrulheiro chefe encarregado do famoso e mortífero Mt. Silver.

Cargo que carregava grande honra e prestigio na instituição, a montanha era conhecida no mundo todo como terra de ninguém, uma zona de morte proibida onde apenas os mais fortes e loucos treinadores do mundo tinham a ousadia de escalar;

A montanha que detinha o nome de maior pico do mundo conhecido era o único lugar que tinha uma comunidade conhecida de Tynanitars e Dragonites, a existência desses Pseudo-Lendarios por si só seria o suficiente para classificar a montanha como um local proibido, mais não era apenas isso, os Pokémon da montanha eram estranhamente poderosos e o clima poderia ser chamado apena de terrível.

Contudo Mike costumava classificar seu trabalho como simples, tendo apenas duas funções; primeiro era impedir todos aqueles que não tinham as devidas permissões de estarem nas redondezas da montanha que era 99% de seu trabalho, que por ventura era o motivo da pilha de papelada em sua mesa de trabalho, e para os poucos que de fato poderiam estar ali, deveria fornecer atendimento medico e suprimentos para os treinadores de elite e pesquisadores que por algum motivo ou outro queriam escalar a montanha.

O segundo era se que por um acaso uma debandada o ocorresse deveria ser a primeira linha de defesa para aqueles que estavam do lado de fora da montanha.

Mike costumava dizer nas reuniões de equipe que o papel deles era aquentar o suficiente para o Campeão e a sua elite chegar, ou ate morrerem.

Mike era um líder duro e amado, mais com toda certeza não era pelo seu senso de humor.

'Simples Mike, mantenha os idiotas fora e os grandalhões do lado de dentro' – Seu antigo chefe costumava dizer.

Se ele estivesse na sua frente agora ele lhe daria um soco na cara.

Nos últimos dez dias uma tempestade nunca antes vista cobriu toda a região da montanha, Mike tinha visto os gráficos e era uma loucura, o tamanho e a intensidade era tanta que a escala de classificação de tempestade foi literalmente redesenhada.

Mas isso não era o pior, um dia após o começo da tempestade os poucos exploradores e treinadores que residiam na montanha desceram, o que era bom, Mike estava com uma dor de cabeça em pensar como mandaria as equipes de busca montanha acima; contudo eles não estavam sozinhos.

Os Pokémon que viviam na montanha desceram com eles, não era nem um nem cem, aos milhares eles vieram; Mike tinha um batalhão completo de patrulheiros com ele, dois mil dos mais casca grossa que a instituição poderia gerar, mas em apenas dois dias a enorme instalação estava cheia até a borda.

Os Pokémon apresentavam um comportamento atipicamente estranho, todos estavam parados do lado de fora olhando a montanha e a tempestade solenemente, até mesmo os Pokémon dos patrulheiros mostravam o mesmo comportamento, alguns deles ate tinham que ser obrigados a se alimentar.

Mais apenas no oitavo dia da pior tempestade que já fora registrada Mike de fato sentiu que aquilo não era tão simples quanto alguns dos mais falantes otimistas diziam, pois no entardecer do oitavo dia, os tiranos do Mt. Silver desceram da montanha com os dragões das nuvens não muito atras.

Mike lembraria daquele momento pelo resto de sua vida, nunca os tiranos e os dragões das nuvens residiam no mesmo espaço sem guerras, e sua rivalidade era lendária; mesmo assim as duas enormes comunidades de dragões desciam a montanha em silencio solene quase religioso, sob o olhar atento dos alfas de cada espécie.

Foi a primeira vez que Mike viu o famoso tirano da montanha, e o apex do clã das nuvens lado a lado sem lutar.

Mas mesmo isso não poderia chamar mais atenção que a imagem de milhares de dragões descendo a montanha ao mesmo tempo.

Nesse momento Mike tinha na sua mão uma situação terrível, dezenas de milhares de Pokémon montavam acampamento ao sopé da montanha; com os poderosos clãs draconicos como ponta de lança a imagem de milhares de pokemons de todos os tipos e tamanhos as suas costas como um exército; seria mais assustador se não fosse pelo silencio solene em que estavam.

No amanhecer do nono dia, o campeão da região de kanto/johto Lance do clã Wataru chegou com sua delegação, Mike na semana que tinha passado conversou mais com o campeão do que no resto da sua carreira inteira.

A delegação do campeão era gigantesca, fora a elite 4 completa, apena em numero de treinadores Ace eram centenas, treinadores de nível elite eram demais para contar; não era errado dizer que Kanto/Johto estava em pé de guerra.

E como Mike sabia, isso tudo foi feito em semi sigilo, o campeão alertou os líderes de ginásio a fortificar suas cidades e delegações inteiras das mais diversas elites foram despachadas por todo o território, como a estranha tempestade não saia da proximidade da montanha e com as ligações cortadas o povo em geral não sabia o que estava acontecendo.

Assim que aviam chegado os mestres psíquicos e os guerreiros de aura notaram instantaneamente a singularidade dos pokemons e principalmente da gigantesca interferência que avia no pico mais alto da montanha.

Mas mesmo Agatha e Bruno não conseguiam dizer exatamente o que era de fato a estranha interferência, apenas que não era maligna de natureza; mas mesmo isso não era o mais estranho e sim que mesmo os pokemons destes mesmos mestres renomados e de toda a delegação se juntaram aos pokemons de fora no entardecer do nono dia.

A madrugada do nono dia foi a mais longa da vida de Mike, todos sentiam um mal presságio como se algo muito importante estava para acontecer e eles não sabiam o que era.

E no amanhecer do decimo dia um pouco antes do amanhecer tudo parou.

A chuva que antes era interrupta e vento que era incessante simplesmente pararam abruptamente, e ao mesmo tempo.

Junto com isso, os pokemons que já estavam em silencio olharam para o pico da montanha em solenidade e ao mesmo tempo.

Uma estranha cena ocorreu no sopé da montanha de prata naquele dia, uma delegação de milhares de pokemon e humanos olhando para o cume, todos em silencio.

E então sem alarde os primeiros raios de sol surgiram atravessando as nuvens assustadoras que duravam dias.

Mike não lembrava quem foi o primeiro que viu, mais um membro da delegação apontou para o céu, e uma figura de uma ave se viu entre as nuvens pretas feito piche e em meio aos primeiros raios do amanhecer parecia uma figura divina, a figura deu duas voltas completas sobre o pico da montanha.

E em um instante sumiu, voando a velocidades assustadoras rumo ao desconhecido.

No mesmo instante um pequenino Vulpix que estava ao lado do pé de Mike começou a uivar em direção ao céu, e como uma avalanche em poucos segundos todos os milhares de pokemons gritavam seu nome em direção ao ceu, rugindo para a figura que já avia sumido em meio as nuvens.

Aquilo ficaria marcado na mente de todos aqueles milhares que presenciaram, mais mesmo entre eles mesmos, não saberiam pôr em palavras o que de fato avia acontecido e o que estavam vendo.

Como de fato poderiam descrever o som de Dez mil dragões rugindo para os céus?

Aquilo seria pelos séculos vindouros um dos maiores mistérios do mundo pokemon.

Um pesquisador que também era um pintor renomado que avia vindo junto com a delegação pintaria aquela imagem, que seria considerado a sua obra prima.

O nome dado ao quadro seria a decida do rei.

Pela imagem de milhares de pokemons saldando o pássaro divino que avia voado para fora da montanha, em meio aos primeiros raios do amanhecer, e como pano de fundo a maior montanha do mundo.

A imagem seria então associada a Ho-oh mesmo que muitos discutiam que era Zaptos.

Contudo o verdadeiro culpado voava em direção a cidade de Palet com um sorriso no rosto sem saber o tamanho da confusão que a sua chegada avia causado.