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Capitulo 3

A tensão pairava no Grande Salão do Conselho enquanto eu, o líder da cidade, me dirigia aos membros reunidos. Ao meu redor, nobres, guerreiros e líderes comunitários escutavam minhas palavras com atenção, cada um compartilhando a mesma expressão de indignação e raiva contida.

"Já chega disso!", declarei, minha voz ecoando pelas paredes de pedra do salão. "Tivemos o suficiente dessas incursões impiedosas dos contrabandistas em nossas terras. Não podemos mais permitir que nossos cidadãos sejam vítimas de seus crimes abomináveis!"

Um murmúrio de concordância percorreu o salão, enquanto os membros do conselho assentiam em uníssono, seus rostos marcados pela determinação.

"Reúnam todos os voluntários disponíveis", ordenei, minha voz ressoando com autoridade. "É hora de agir. Não podemos deixar que essas pessoas saiam impunes por seus atos covardes contra nosso povo."

Enquanto falava, os nobres presentes se levantavam de seus assentos, prontos para responder ao chamado à ação. Entre eles estavam guerreiros experientes, magos poderosos e líderes de clãs determinados, todos unidos em um propósito comum: proteger seu povo e garantir que a justiça fosse feita.

Um murmúrio de atividade encheu o salão enquanto os voluntários se preparavam para a jornada que se avizinhava. Armas foram afiadas, armaduras foram ajustadas e suprimentos foram reunidos em preparação para a batalha iminente.

Enquanto isso, do lado de fora do Grande Salão, as ruas da cidade fervilhavam com uma energia frenética. Os cidadãos comuns, embora não presentes na reunião do conselho, compartilhavam o mesmo sentimento de revolta contra os contrabandistas que haviam trazido tanto sofrimento e dor para suas vidas.

Nas tavernas e mercados, as conversas giravam em torno dos planos do conselho e das esperanças de justiça que agora se acendiam nos corações daqueles que haviam sido prejudicados pelos crimes dos contrabandistas. Todos estavam ansiosos para ver os responsáveis levados à justiça e para restaurar a paz e a segurança em suas terras outrora pacíficas.

Enquanto o sol se punha no horizonte, os voluntários se reuniam nos portões da cidade, prontos para partir em sua busca implacável pelos contrabandistas. Com suas armas empunhadas e seus corações inflamados com o desejo de justiça, eles partiram, determinados a perseguir seus inimigos até os confins da terra e garantir que nenhum mal voltasse a assolar sua amada cidade.

Enquanto eu, o Elfo mais velho, com meu pinjete delicado em mãos, jurava vingança pelos crimes cometidos contra meu povo, no convés do navio, sobre a cela onde Aaron estava confinado, o jogo continuava entre os contrabandistas, alheios à ira que fervilhava abaixo deles.

Apertei o pinjete com força, meus dedos cerrados em torno do objeto que representava minha família, minha filha, talvez, cuja imagem agora me impelia a buscar justiça com cada fibra do meu ser. Meus olhos, antes sombreados por uma tristeza profunda, agora brilhavam com a determinação de um guerreiro pronto para a batalha.

"Bateu!", minha mão bateu com força na mesa do conselho, ecoando pelo salão como um trovão. Meu gesto foi seguido por outro som, distante e quase imperceptível, o som de outra mão batendo, mas desta vez não em madeira polida, e sim em uma superfície dura e fria.

Na cabine do navio, os contrabandistas se entreolharam quando ouviram o som inesperado. Um deles levantou uma sobrancelha, desviando o olhar do mapa por um momento para localizar a origem do ruído. Ele se inclinou sobre a borda da janela, olhando para fora, em direção ao convés.

"O que foi isso?", perguntou um dos contrabandistas, sua voz carregada de desconfiança.

Outro contrabandista seguiu seu olhar, seus olhos estreitando-se enquanto tentava discernir qualquer sinal de intrusão ou ameaça. Mas tudo o que ele viu foi alguns homens se divertindo.

"São só os homens jogando dados", disse o outro contrabandista, voltando sua atenção para o mapa diante deles. "Vamos nos concentrar no que realmente importa aqui."

Enquanto os contrabandistas voltavam sua atenção para o jogo, o som distante da mão batendo ecoava pela noite, um eco fraco da determinação e da promessa de justiça que se avolumava em lugares distantes, longe do alcance deles, mas que ainda assim lançava uma sombra sobre seus atos impiedosos.

{Ed. Aaron}

Aaron se sentou no chão frio da cela, segurando a pequena placa de metal com suas mãos trêmulas. Seu olhar estava fixo nela, como se buscasse respostas em um objeto tão simples. A inscrição "Ed.Aaron" era a única conexão que ele tinha com sua identidade, com quem ele era antes de ser capturado pelos contrabandistas.

"Quem eu sou... que sentimento estranho e errado é esse que sinto em minha mente?"

Sua barriga roncou, um lembrete constante da fome que o consumia. Suspirei, sentindo-me fraco e impotente diante da situação. Olhei ao redor da cela, observando as outras pessoas que compartilhavam meu destino. A maioria eram crianças de diferentes tipos, uns tinham uma pele clara com orelhas puxadas, outros tinham características semelhantes a animais como cães e gatos...

Me perguntava o que aconteceria a seguir. Mas, por enquanto, tudo o que conseguia fazer era suportar a dor da fome e a angústia da incerteza.

Com um suspiro resignado, me recostei contra a parede gelada da cela, fechando os olhos na esperança de encontrar algum alívio na escuridão temporária do sono.

Enquanto eu permanecia mergulhado em meus pensamentos sombrios, os contrabandistas do convés acima estavam entretidos com seu próprio jogo de dados. As risadas ásperas e os murmúrios de apostas preenchiam o ar abafado da noite. Entre eles, um homem robusto com uma barba emaranhada e olhos astutos observava atentamente os resultados dos dados, sempre com um sorriso cínico nos lábios.

"Esses caras são muito barulhentos."

Aaron pensou consigo mesmo enquanto olhava para o teto do navio.

Enquanto o navio balançava suavemente sobre as ondas, uma moeda escorregou da bolsa presa à cintura do contrabandista. A moeda de prata cintilou brevemente à luz fraca das tochas antes de começar a rolar pelo convés. Em sua jornada descontrolada, ela desceu pelas escadas estreitas e tortuosas que levavam às profundezas do navio, ganhando velocidade a cada volta.

Finalmente, a moeda chegou próximo à minha cela, girando no chão de pedra fria com um tilintar metálico. O som ecoou no espaço apertado, chamando minha atenção.

"Huh... o que é isso?"

Intrigado, me aproximei da moeda e a peguei com cuidado, esticando todo meu braço. A moeda era redonda, um lado estava escrito "Denário", enquanto o outro tinha a face de um homem com uma coroa em sua cabeça.

"Denário... nunca ouvi falar disso."

Tive o sentimento de que sabia o que a palavra significava, não que eu tenha visto essa moeda antes, era apenas um "Sentimento".

"Bem, vamos guardar por enquanto."

Assim que guardei a moeda entre meu antebraço, decidi olhar ao redor da cela. Curiosamente, não havia nada que pudesse ser pego pelas pessoas presas; parecia que tudo estava cuidadosamente colocado para evitar problemas.

Algumas crianças ficavam no canto de suas celas, algumas chorando, outras com olhares terríveis em seus rostos.

Era estranho o quão calmo eu estava no momento. Mas o que estava acontecendo comigo era algo até mesmo engraçado. Eu não estava em meu "juízo perfeito", para ser honesto. Tudo parecia muito estranho, como se estivesse em um sonho lúcido, mas ainda sim como se estivesse correndo em uma névoa. Você só percebe o que estava fazendo quando para.