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Capítulo 3: Enganar o Criador?

Carlos sentiu algo estranho vindo de uma parte das bordas de Celestia. "Acho que eu mesmo irei ver o que será. Já estou entediado, também quero participar da ação." Disse Carlos ansiosamente.

Carlos vagarosamente se dirigiu à origem da perturbação, afim de não chamar atenção de nenhum Ofani, ele queria agir sozinho.

Ao chegar, ele notou um ser. Era um Cataegis, que debatia ferozmente com um Ofani da guarda. Carlos pediu que o Ofani se retirar-se, e começou a observar aquele ser.

O Cataegis, com suas asas negras, cobriu os olhos, pois o esplendor de Carlos o feria os olhos. "O que fazes aqui?" Perguntou Carlos. "Estou relembrando os momentos de minha estadia em Celestia, reino de luz e bondade." Respondeu como que com saudades de sua antiga casa.

"Saíste por escolha própria. A ti tudo era dado gratuitamente, mas escolhestes a rebeldia, e por ela fostes expulso." Disse Carlos com um olhar sereno, lembrando-se da guerra ofanica. "Mas senhor, muito me foi prometido, e eu caí." Disse com um olhar inserto o ser sombrio.

"Mas rogo-vos que ajudai-me." Disse o Cataegis, esperando uma resposta de Carlos. Em sua compaixão, Carlos não conseguiu se conter, e quis ajudar aquele ser fragilizado.

"Diga-me o que queres." Falou Carlos com o coração repleto de compaixão, com pensamentos voltados a paz original de Celestia. "Um de meus com companheiros caiu no mais profundo do abismo e, mesmo que tentemos, não o conseguimos salvar. Ele sofre, e grita por auxílio."

Carlos sentiu o coração acelerar, e quis logo ajudar aquele ser. Assumiu para si uma forma, mas não sua verdadeira forma, pois se o fizesse, tudo seria imediatamente destruído.

A forma que tomou era a de um cavaleiro. Uma armadura dourada, cingido por um cinto de safira brilhante, porém no lugar onde ficaria o rosto, há somente um brilho. Assumiu essa forma afim de interagir de maneira mais direta no vazio, mesmo que necessariamente não precisasse, e também queria testar formas para refletir seu ser.

"Venha meu senhor, siga-me." Disse o sombrio. Carlos o seguia, relembrando-se de como só havia vazio quando ele chegou. As mesmas emoções que outrora o afligia se fizeram presentes, mas logo ele as controlou.

"Onde está?" Perguntou Carlos, preocupado com a demora. "Sabe criador," disse o Cataegis em um tom malicioso, "você nos baniu a este terrível destino. Certamente não espere que busquemos seus favores, não mais. Pois agora te digo, seremos sobre ti, e destruíremos Lumia. Ou será que achou que ninguém descobria?"

Carlos voltou-se na direção do ser, e nesse momento foi empurrando em direção aos abismos. O que o Cataegis não contava, era que Carlos era senhor também do vazio.

"Quem precipita em mim tão bela forma? Que manda ao meu ventre sublime luz, a qual não compreendo? Será esse aquele que de mim tirou tudo? Ele que pisou-me e ordenou-me ser. Não te atrevas a desafiá-lo novamente, ou de minhas entranhas serás prisioneiro." Disse uma voz ao Cataegis, a voz que vinha do próprio vazio.

Carlos ficou ainda mais reluzente, e todo o vazio foi iluminado, dobrando-se perante toda a majestade. "Por que tentas destruir aquele que ainda sustenta tua existência? Agora por tua malícia serás entregue aos poderes do abismo, e dele serás cativo." Disse Carlos com voz forte, fazendo com que se ouvisse o tilintar de sua armadura.

O Cataegis com um grito horrendo de dor e ódio, foi engolido pelo abismo, e este prometerá não soltá-lo até que se cumprisse os desígnios de Carlos.

Carlos então volta à Celestia. E ao adentra pelas fronteiras do reino, e recebido pelos Ofanis, que cantavam em seu louvor. E ao verem sua forma que evocava a batalha, curvaram-se, elevando ainda mais suas honras.

Carlos se despojo daquela veste e tomou forma invisível, forma aquela original de antes. Forma não vista, mas sentida. Assentando-se novamente em seu trono, preparando se para um novo pronunciamento seu.