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Capitulo 21

Jack

Eu não consegui dormir. Tudo porque o babaca mais gostoso estava no quarto ao lado. E toda vez que eu começava a cochilar, tinha pensamentos impuros com o Sr. Gelo! Decido conversar com Deus, para ter uma luz:— Senhor, afasta de mim essa tentação, te peço... Eu preciso ir embora daqui. Nós dois no mesmo ambiente, não vai dar certo...

Dou um pulo da cama, visto-me, vou até o banheiro, escovo os dentes, jogo uma água no rosto, pego minha bolsa, verifico se tudo está lá... "PUTZ"... a minha arma...

Esqueci totalmente que deixei a arma na gaveta, do escritório do Alex. Vou me esgueirando pela casa, passo pelo quarto dele, chamo Estrelinha, que estava muito à vontade na cama do gostosão, a pego, desço as escadas com o maior cuidado para não acordar ninguém. Deixo Estrelinha no chão da sala e vou até o escritório.

Tudo estava escuro e o apartamento silencioso. Detesto a escuridão, ter que entrar em lugares sem iluminação me incomoda muito, mas se eu queria ir para casa, dormir o sono dos justos, aquilo era necessário. Entro no escritório, acendo as luzes, abro a gaveta, pego a minha arma, coloco no meu coldre e vou saindo toda feliz. Quando volto para sala para pegar Estrelinha, tomo um susto... Alex está sentado no sofá naquele breu. — Onde você pensa que vai? — ele diz com aquela voz rouca.

Droga. Ele tinha que estar acordado? E precisava me assustar? — Bom, vou embora...— respondo, olhando sem olhar para ele, que estava só com a calça do pijama. Que espetáculo esse peitoral... estava um espetáculo. Jesus Amado, esse homem é puro pecado! Eu estava ali, viajando em meus pensamentos

— Isso, percebi.— Sorri e a única coisa que me passa pela cabeça antes de responder é puta merda não sorri assim não, homem que me apaixono. Oh droga de onde saiu isso? Penso me assustando com o rumo dos pensamentos que estavam vindo.

— Então por que pergunta? —indago sem deixar transparecer a confusão que estava ali se formando dentro de mim.

— Porque não entendo sua pressa. Espere até amanhecer — ele diz com aquela voz rouca e ,Deus, esse homem não é de verdade, só pode!

— Por... Que... — gaguejo, tentando inventar alguma desculpa.

— Nem justificativa para ir embora como uma fugitiva você tem — ele diz sorrindo ainda pra mim.

Na hora, a única desculpa que conseguir foi:

— Eu preciso ir treinar, no clube! — minto e ele sabe disso.

— Sério? Treino nesse horário? Isso não pode esperar até amanhã? — ele me questiona com deboche. E minha vontade e de atacar aquele homem.

— Você está fazendo perguntas demais, não acha? — ironizo.

— Na verdade, não. Eu só quero saber o porquê dessa vontade louca de ir embora. — ele diz dando os ombros.

— Eu já te respondi. — digo nervosa, vendo-o vir em minha direção como um felino pegando a sua presa.

— Marrentinha... — ele solta e olho surpresa ao ouvir isso de sua boca.

— Marretinha? — pergunto incrédula.

— Sim, a minha marretinha.— ele diz simplesmente.

— Sua? Eu não sou sua marretinha.— respondo contrariada. Quem ele achava que era pra achar que eu era a sua marrentinha?

— Ah, você é sim, só Minha e de mais ninguém! — confirma.

— Realmente, você não tem semancol. — comento querendo bater nele.

— Só estou dizendo a verdade! — ele diz dando ombros.

— Não começa a falar besteira — peço, não querendo ouvir nada.

— Ah, vamos, minha marretinha. Você sabe muito bem que fomos feitos um para o outro — Alex diz com tanta convicção que eu quase acredito.

— Vamos com calma aí, amigo. Nós dois mal nos conhecemos e você já está me chamando de marretinha? — desconverso.

— Jackeline, já passamos disso ontem a noite, não? — Lembro-a e observo que ela fica corada.

— Alex, é melhor você voltar a dormir — desconverso, rápido.

— Qual é o seu medo? — ele me pergunta chegando perto de mim.

— Eu? Não tenho medo de nada! — desconverso e dou um passo pra trás.

— Você tem medo de se apaixonar por mim? — ele me pergunta.

— Acho que você bateu a cabeça. — comento querendo desconversar, pois não queria falar sobre meus sentimentos.

— Nós dois sabemos que você está mentindo, minha marrentinha.

— Não estou — digo batendo o pé. — Para de me chamar de marretinha! – Olho torto para ele.

— Ainda não entendeu? Você é a minha marrentinha — ele diz todo seguro de si. — Por mais que você negue, uma hora você vai saber que estou certo.

— Não, você está errado! — declaro negando, o quanto ele estava certo e isso assustava a merda que habitava em mim.— Agora chega blá blá blá, porque vou de falarmos sobre isso e está na hora de eu ir embora.— digo me afastando dele.

— Fica mais um pouco — ele me pede chegando perto de mim e eu me afasto. A tentação é demais.

— Não. Eu tenho que ir — aviso, louca pra fugir dele.

— Mulher teimosa! — ele diz frustrado.— Jackeline, ainda é de madrugada, espere amanhecer pelo menos.

— Eita, homem irritante! — falo brava, com ironia, olho para relógio e resolvo ceder.

— Você, sabe que eu estou certo — ele declara, dando um sorriso vitorioso por eu ter cedido.

— Ok. Você está certo — respondo contrariada.

Saio de perto dele, agacho para pegar Estrelinha. Alex vem atrás de mim e fala, dando-me um baita susto:

— Jackeline, você vai ficar mesmo? — Ele pergunta e tento acalmar o meu coração que está ali, disparado. Como é que esse homem veio andando perto de mim e não percebi?

— Droga, Alex! — Levanto-me rápido e tenho uma leve vertigem. Estou praticamente caindo no chão, é quando então sinto as mãos de Alex em mim.

— Você está bem? — ele me pergunta preocupado ao mesmo tempo em que me olha com carinho e ternura. Fico mais confusa com a enxurrada de sentimentos que estou sentindo...

Ninguém nunca tinha se preocupado comigo daquela maneira. Sei que parece besteira, mas eu não sou uma pessoa namoradeira. Os homens têm medo de se relacionarem com uma segurança, e também com a minha rotina de serviço e treino, quase não tenho mesmo tempo para relacionamentos. Alex estava ali tão solícito que me sentia hipnotizada pelos seus lindos olhos negros. Acho engraçado o poder que ele tem, de fazer com que eu me sinta segura. Ele me encara esperando a minha resposta

— Sim. Não se preocupe. — Ele me ajuda a levantar e fico sentada com ele ao meu lado.

— Tem certeza de que está bem? — ele pergunta novamente, eu o tranquilizo ao ver como ele ficou assustado.

— Sim, eu estou. Foi só mesmo uma leve tontura — respondo dando de ombros.

— Você não quer ir ao médico? — diz preocupado.

— Não! — praticamente grito.

— Ok! — ele tenta me acalmar. — Se você diz.

Esse homem é sexy demais para minha sanidade. Fiquei mesmo comovida com a forma com que ele me tratou. Talvez eu esteja sendo ingrata ao descarregar minhas frustrações nele,

— Estou bem, não se preocupe mais — digo docemente.

— Viu, é melhor você ficar aqui? — Alex diz se aproveitando de minha fraqueza, mas tenho que concordar.

— Eu vou ficar, já disse! — aviso e ouço seu suspiro.

— Que bom. Agora eu posso ficar mais tranquilo. Mas o que vamos fazer enquanto não amanhece?

Que droga! Ele precisa falar sobre isso? Nesse momento, minha mente divaga e imagino Alex me fodendo em cima do sofá. Só com essa imagem, fico ofegante, sinto um aperto no peito e uma vontade louca de atacá-lo ali mesmo, mas me controlo, quebro o clima dizendo:

— Preciso tomar um café. — Levanto-me e vou direto para a cozinha. Ele me segue.

Algumas horas depois...

Alex

Fui abandonado pela Jackeline, que fugiu direto para a cozinha. Oh, mulher teimosa! Não paro de pensar nela, desde o lance do escritório... Ela está me deixando louco e excitado ao mesmo tempo. Quero essa mulher para mim. Agora estou sentando no sofá com a cadelinha dela ao meu lado, olha para Estrelinha e digo:

— É, parece que estamos sozinhos aqui Sua dona é bem cabeça-dura, não? — Faço carinho nela, que se desmancha toda. — Eu vou fazer de tudo para ela ficar comigo. — Levanto-me do sofá e vou atrás de Jack na cozinha. Ela está fazendo café e o aroma perfuma a casa toda. Eu a ajudo a levar as coisas para a mesa, quem vê pensa que somos um casal, tamanha a sintonia que temos. Fico feliz com esse pensamento. Nós nos sentamos para nos deliciarmos com o café e Jack fala:

— Sua empregada não vai gostar nada dessa bagunça. — ela fala dando os ombros.

— Como já lhe disse, quem manda aqui sou eu! — respondo, verificando como ela se vira bem na cozinha.

— Alex, que horas os gêmeos levantam? — Jackeline pergunta curiosa.

— Daqui a pouco vão até meu quarto e pulam na minha cama para me acordar. Depois descemos e todos avimos à cozinha para tomar café.

— Você tem filhos maravilhosos! — ela diz com carinho.

— Obrigado. Obrigado, mesmo. Sei que parece besteira, mas não quero uma louca infernizando a vida dos meus filhos — comento.

— Eu sei disso. Por isso que eu vou cuidar deles para você.

Ela fala com tanta segurança e carinho que minha vontade é abraçar essa mulher. Minha marrentinha! Sirvo-me de mais um pouco de café e ficamos conversando sobre vários assuntos. Eu me sinto tão completo com a companhia de Jack! A única coisa que se passava na minha cabeça era: "Essa marretinha vai ser minha, custe o que custar." Ouço barulhos no andar de cima, e sabia que os gêmeos já tinham acordado. Eles descem rápido e ficam felizes em reencontrarem Jackeline. Valentina corre para os braços dela toda feliz

— Bom dia, Jackeee! — Ela a cumprimenta tão feliz e fico emocionado ao ver como em pouco tempo, a minha marrentinha conquistou não só a mim como aos meus filhos.

— Bom dia, mamãe... — Caio agarra as pernas dela. Percebo que ele fica vermelho, Jack me olha e, em seguida, Caio diz — Desculpe, Jack...

Ela sorri para ele, dá um beijo em seu rosto e não diz mais nada, preparamos o café dos gêmeos, aquilo para mim era surreal. Durante todo o café da manhã, fiquei com um sorriso bobo no rosto em ver a felicidade dos meus filhos junto a Jackeline. Sem dúvida, Caio e Valentina já tinham aprovado a minha futura esposa.

— Jack, você dormiu aqui em casa? — perguntam e ela fica em silêncio.

— Sim, ela dormiu aqui! — respondo e seus rostos ficam iluminados.

— Vocês dois estão namorando? — gritam felizes, dou risada e Jackeline me olha chocada. E eu olho para ela e penso "É, minha marrentinha, você foi escolhida para ser a mãe deles" e "Eu te escolhi para ser minha mulher", e assim eles se sentam e começam a tomar os seus cafés, ficamos brincando e conversando, ali estava tudo perfeito.