Capítulo 33 - O Confronto das Sombras

O confronto entre Belphegor e Baphomet alcançou níveis assustadores de intensidade. O ambiente, impregnado com o cheiro de enxofre e o calor opressivo das chamas, testemunhava a fúria do arquidemônio. As tentativas desesperadas de Baphomet para escapar eram inúteis diante do Fardo das Chamas Eternas.

- Baphomet: "Maldito...! Isso não pode ser possível!" - Gritou Baphomet enquanto tentava regenerar suas células em chamas.

- Belphegor: "Não adianta correr, Baphomet. Essas são minhas Chamas Eternas, elas não vão te soltar tão fácil seu merda." - Respondeu Belphegor, com um tom que misturava calma e desprezo.

Mesmo assim, algo surpreendente aconteceu: as células de Baphomet não pereciam completamente. O grupo, ao redor, observava frustrado e confuso.

De repente, uma das células de Baphomet, ainda semi-intacta, sibilou:

- Baphomet: "Senhor das Chamas... É como todos os demônios de classe baixa no submundo o conhecem."

Elyra franziu a testa, surpresa.

- Elyra: "Senhor das Chamas? Isso parece muito além do que você já nos contou, Belphegor."

- Belphegor: "Não é hora para histórias." - Cortou o arquidemônio, virando-se para o inimigo.

Mas Baphomet, mesmo combalido, demonstrou sua resiliência demoníaca. Conjurou uma nuvem de insetos infernais, que começaram a extinguir as chamas em suas células. Enquanto isso, um deles, maior e mais macabro, abriu um portal, permitindo ataques simultâneos de múltiplas direções.

Belphegor, implacável, invocou sua técnica Chamas Infernais, neutralizando as habilidades regenerativas das células. No momento decisivo, utilizou uma técnica proibida entre os próprios demônios: o Selamento de Almas. Uma esfera de energia surgiu, aprisionando Baphomet quase completamente.

Porém, enquanto o grupo respirava aliviado, uma única célula escapou, desaparecendo em um dos portais.

- Midoki: "Belphegor..." - Começou Midoki, ainda surpreso. - "Desde quando você ficou tão poderoso?"

- Belphegor: "Desde que o Armagedon de Orfeu fez..." começou Belphegor, mas foi interrompido por Elyra.

- Elyra: "Isso foi incrível! Com você ao nosso lado, os 10 Decretos do Abismo são fichinha!"

Belphegor lançou-lhe um olhar cortante.

- Belphegor: "Cale-se, Elfa. Não se engane. Baphomet era fraco porque foi criado há apenas dois meses. Ele foi a última 'obra-prima' de Lúcifer. Ainda não teve tempo de atingir seu potencial máximo."

Elliot permaneceu em silêncio, claramente desconfortável.

Midoki quebrou o silêncio, ainda com a mente inquieta:

- Midoki: "Então... esses Geulins... O que exatamente eles são?"

Belphegor cruzou os braços e explicou:

- Belphegor: "São demônios que alteram sua natureza e personalidade para aspectos angelicais. 'Redimem' seus pecados, ficando mais poderosos no processo. Porém, todos são criações artificiais, feitos com células de Lúcifer e de Generais Infernais que falharam em missões importantes."

Midoki ficou alarmado.

- Midoki: "Células de Lúcifer? Então, aquele maldito... isso é..."

- Belphegor: "Ainda existe algo maior, por trás de tudo isso..." - Interrompeu Belphegor, lançando um olhar grave. - "Mas isso é tudo que sei."

- Midoki: "Mesmo assim..." - Midoki respondeu. - "Ainda não confio plenamente em você. Mas, por enquanto, vou permitir que continue conosco."

- Belphegor: "Entendo..." - Disse Belphegor com indiferença.

O grupo encontrou abrigo em casas em ruínas próximas. Antes de dormir, Midoki refletia.

- Midoki: "Será que todos os demônios realmente são apenas destrutivos? Selamos sua raça por medo, mas nem todos parecem tão cruéis..." - Pensava, perdido em seus próprios questionamentos.

Enquanto Midoki e Elyra dormiam profundamente, Elliot mal conseguia fechar os olhos. Ele não conseguia esquecer o poder assustador de Belphegor. Com os olhos semiabertos, fingia dormir, mas sua mente era uma tempestade de pensamentos e medos.

Na manhã seguinte, Elliot decidiu retornar ao porto para se juntar a Throk e Neptune.

- Elliot: "Vou esperar vocês lá." - Disse ele, hesitante.

Midoki, Elyra e Belphegor seguiram adiante, adentrando o castelo sombrio. No salão principal, encontraram Mammon sentado em um trono. Ele segurava algo em suas mãos... o crânio de Canvos Bedivere Terceiro de Lior, o pai de Midoki Bedivere de Lior, agora reduzido a um zumbi.

- Mammon: "Demorou muito para voltar, Midoki." - Zombou Mammon, sua voz carregada de malícia.

Enfurecido, Midoki avançou.

- Midoki: "O que fez com os habitantes de Lior?"

Mammon riu cruelmente, mas não respondeu. Em vez disso, sua forma se transformou, assumindo a aparência exata de Midoki.

O salão se encheu com o som metálico das katanas de Midoki e Mammon colidindo. Cada golpe era uma batalha de pura força e habilidade.

Mammon parecia igual a Midoki em tudo, mas não podia replicar a essência de suas técnicas com perfeição. Midoki aproveitou essa vantagem, ativando a Lei Originalismo - Destruição, causando uma onda devastadora de energia que deixou Mammon atordoado.

- Mammon (pensando): "Seu poder..." - Pensou Mammon, com um olhar perverso. "Está chegando perigosamente perto de Lúcifer..."

Mesmo ferido, Mammon não se rendia. O confronto continuava, ambos em pé de igualdade, enquanto o castelo testemunhava a batalha entre força e determinação, num embate que poderia mudar o destino de todos.