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The Diary of an Ace

Mila Park defines herself as a cliché girl. She dreams of a Prince Charming, and his happy ending. She is 17 years old and about to complete high school, this dream seems more and more distant. Somehow everything always seems to go wrong for Mila, it's not that she doesn't fall in love, on the contrary she did with the same speed as she changed clothes. Everything was going well, at least in her mind, but in real life instead of a boyfriend Mila gained one more friend in a collection of failures. Until everything changes, two weeks after school starts Mila finally gets up the courage to go back to school, and just like all the stories Mila is a fan of, everything changes. In just one week the girl gets her first kiss, a date, and at the end of it all the same daydreaming Mila even gets a boyfriend! Everything was perfect, except for one thing, shouldn't a boyfriend be the person who makes your heart float? The phrase it's okay to be different has always been present in the life of the girl who realizes the hard way that it is harder than it seems to accept herself.

AkiraRenesha · LGBT+
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3 Chs

Juliette sem K

Demoram um pouco para notar quando eu entro, mas quando percebem boa parte dos alunos parecem surpresos e meia dúzia se aproxima me abraçando.

— O povo pensou que você tinha largado a escola — Hilda foi a primeira a me abraçar — viu Léo, eu disse que a Mil não faria isso nunca.

— A gente só tinha certeza que tu não tava morta por que notícia ruim espalha rápido — Léo que é mais baixo que eu levanta os pés para me alcançar em um abraço apertado.

O professor de matemática chegou interrompendo a conversa, como não havia lugar vago ao lado deles, fui até o fundo da sala sentando na última fileira debaixo do ventilador.

Durmo, jogo, desenho tudo menos estudar. Quando chega a hora da chamada o professor pula meu nome, então levanto a mão avisando que estou aqui. Ele risca algo na caderneta, provavelmente uma observação de aluna desistente.

— Estava viajando? — Pedro com quem troquei meia dúzia de palavras cutucou meu ombro com a caneca.

— Sim — respondo sem olhar para trás — uma viagem que teve como destino minha cama macia.

De resto o dia passou mais rápido do que eu pensei, foi desconfortável tantas pessoas me perguntando as mesmas perguntas chatas. Viajou? Onde estava? Por que demorou tanto?

Não havia muitos alunos novos, conversei um pouco com os novatos, a maior parte do papo resumido em: oi, tudo bem, e tchau.

A Kailane do dia anterior que na verdade não se chamava Kailane também está em minha classe, descobri que temos algo em comum: ambas amamos dormir em aula. Em contrapartida não passei uma boa primeira impressão.

Eu inventei uma desculpa para ver Adam, e quando estava entrando de volta na nossa sala escutei alguém gritar para não fechar a porta, ela estava vindo com uma dúzia de livros em mão então me ofereci para ajudar.

— Valeu — a voz dela é mais gentil do que eu lembrava, o que me fez sorrir e pegar a maior parte dos livros dela fingindo que não estava pesado.

— Tudo bem, relaxa Kai... — no reflexo falei o nome que eu achava que era dela, meu cérebro esqueceu da parte mais óbvia, esse poderia não ser seu nome.

Ela sorriu nesse momento esperando eu continuar, balancei a cabeça e constrangida esperei ela ler minha mente.

— Juliette sem K — a risada dela me deixou aliviada, ela era realmente bem humorada — estudamos juntas na 2 série? ou terceira, não tenho certeza.

— Acho que foi na segunda série, mas de qualquer forma prazer Juliette sem K — coloquei os livros na mesa dela, e corri de volta para minha cadeira.

Se ela me reconheceu do concurso da encarada, não demonstrou.

No intervalo Adam veio até a minha sala dividir seu lanche, empada e coxinha que ele comprou na cantina.

Empolgada pulei da cadeira assim que o sino do fim das aulas do turno matutino tocou, mas assim que dei meia volta para me despedir de Hilda e Léo, ela me puxou de volta.

— Nem invente de ir embora, têm trabalho e prova marcada, o professor deixou você entrar em nosso grupo então pelo menos do trabalho já tem nota garantida. Já da prova, eu vou mandar o assunto por mensagem junto com as datas — Hilda se agarra em meu braço — e fora isso, faz um bom tempo desde que nos encontramos. Nas férias vimos o Adam, mas não você.

— Ele colou em todas as festas, mas não falou muito sobre você — Léo não pareceu muito à vontade.

Hilda e Léo são gêmeos não idênticos, eles se transferiram para a nossa escola há 4 a 5 anos. Enquanto Hilda tem um cabelo ruivo liso, Léo tem um longo cabelo cacheado de dar inveja em qualquer pessoa.

Apesar de não se parecerem fisicamente, a gentileza e empatia deles são idênticos.

— Vocês são demais — a maioria dos estudantes continuou na sala — E o Adam não deu notícias por mim, porque a gente não se viu tanto.

— Falando no diabo, olha quem chegou — Hilda aponta para o Adam entrando despreocupado.

— Prazer, diabo — Adam faz uma reverência, e dá um beijo na mão de Hilda que faz cara de nojo — o diabo aqui está morrendo de fome, então vamos conversar no caminho. Espera, de quem é esse perfume? — ele coça seu nariz — é cheiroso para porra.

Hilda cheira a si mesma, e comenta que não está usando perfume. Prevejo que Adam vai vim me cheirar, e adianto meu lado dizendo que também não estou usando.

— Léo? — Adam se aproxima.

— O que?

Adam colocou as mãos no ombro de Léo, e cheirou seu pescoço apreciando. Léo ficou claramente constrangido, em um concurso de quem odeia mais contato físico entre eu e ele, talvez ele ganhe por pouco.

— Mila, acho que você me deu esse perfume no ano passado — Adam diz — qual é a marca? é muito boa.

— Não lembro — só lembrava de como passei três meses juntando grana para conseguir comprar. Como Adam sempre costuma me dar os melhores presentes do mundo, ele é aquele tipo de pessoa desgraçada que sabe o que você quer mais do que você mesma. Por isso foi bem difícil pensar em algo bom, criatividade para presente nunca foi meu forte, então decidi ir pelo mais seguro: um presente caro.

Saber que ele realmente gostou, me deixou um pouco orgulhosa, acabei sorrindo involuntariamente.

Enquanto andávamos para nossas casas - na verdade já tínhamos feito o percurso umas quatro vezes - Léo e Hilda moram em outro quarteirão, mas assim que chegávamos no portão da casa deles, Hilda sempre dizia que ia nos acompanhar de volta a nossa casa, e o Adam fazia a mesma coisa toda vez que parávamos no portão da minha casa.

Devo admitir que foi bem divertido, ver eles sorrindo me deixava feliz. Infelizmente minhas pernas não compartilharam dessa alegria.

— Hilda e Léo — não dei tempo deles quererem nos acompanhar, já fui me despedindo — Adiós. Adam, o que você está fazendo? Vem logo.

Adam não pareceu me escutar e deu um tchau tímido esperando eles entrarem, e rapidamente me alcançou.

No caminho de volta, enquanto Adam me falava sobre as aulas dele, sobre como o bigode do professor de física era mais interessante que a matéria, comecei a pensar no tchau tímido do Adam.

Para alguns seria nada demais, mas eu conheço Adam, só tem dois motivos que fazem Adam ficar subitamente constrangido: quando eu relembro como na 3 série ele cagou nas calças na aula de educação física e quando Adam está interessado em alguém.

— Está me ouvindo, anão de jardim? — Adam parou na minha frente então acabei batendo o rosto em seu peito.

— Uhum — avisei que estava ouvindo ele, o que não era uma completa mentira.

Nem reparei quando chegamos em minha casa, só quando Adam falou quase gritando que precisava ir ao banheiro, apressado ele entrou na casa como se fosse dele e correndo deu um oi para minha mãe invadindo o banheiro.

Minha mãe estava finalizando o almoço enquanto ouvia uma música sertaneja, qual delas eu não sei, honestamente as músicas sertanejas sempre parecem iguais envolvendo corno, amor, e traição. O conjunto de três palavras que derrubam qualquer um.

Não sei o que deu em mim, mas dois minutos depois que Adam saiu da minha casa, eu fui até ele em uma corrida desengonçada.

Eu gritei, mas minha voz saiu mais baixa do que eu planejei, ainda assim Adam ouviu e virou confuso.

Fui até ele e o abracei, fechei os olhos quando senti suas mãos me levantando para alcançar sua altura.

Adam não entendeu meu abraço súbito, ainda assim não perguntou nada, e começamos o mesmo ciclo de acompanhar um para a casa do outro sem querer se despedir.

Ele acabou dormindo na minha casa, não calamos a boca nem por um segundo, tivemos papos descontraídos de por quanto dinheiro a gente iria engolir mijo, mas também conversas profundas sobre a criação do universo, sobre o big bang e sobre o significado da nossa existência.

Enquanto Adam roncava ao meu lado, eu me senti egoísta por estar com ciúmes do meu melhor amigo não falar sobre sua nova paixonite, mas então rapidamente, o ciúmes diminuiu para tristeza. Adam nunca falava quando estava interessado em um garoto, era um tópico proibido. Ele fingia que não gostava de garotos, e eu fingia que não sabia.

Mas sinceramente não sei se esta é a resposta certa. Ele precisava saber que estava tudo bem, que não era errado, tão pouco anormal. Só que ao mesmo tempo, se isso significasse deixar ele desconfortável... eu simplesmente não quero magoar ele enquanto tento ajudar.

Adam meio sonolento pergunta:

— Teve um pesadelo?

Balanço a cabeça em negativo, Adam tenta segurar seu bocejo com os olhos quase dormindo novamente.

— Adam — deito mais próximo dele enquanto faço cafuné em seu cabelo bagunçado. Não tenho certeza se ele está me ouvindo — eu te amo.

— Eu sei — ele murmurou lentamente, eu fechei os olhos para dormir mesmo sem sono, pensei que Adam só tinha concordado sem realmente ouvir, mas então sinto as mãos do meu melhor amigo me puxando para um abraço — mas eu te amo mais.