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UM NOVO COMEÇO

Capítulo 9: Um Novo Começo

Endy acordou naquela manhã com uma leveza inexplicável. Enquanto os raios de sol filtravam-se pelas cortinas, ele se perguntava como seria o dia. A ideia do baile de boas-vindas o deixava animado e nervoso ao mesmo tempo. "Hoje é um novo começo", pensou. "Preciso me lembrar de tudo que conquistei e do quanto é importante apoiar Akiyo." Ele havia superado seu passado e ajudado Nenji a lidar com a dor da perda do avô. Agora, a expectativa do evento o envolvia, lembrando-o do baile do ano anterior, onde tinha sido alvo de zombarias. Um sorriso brotou em seu rosto ao recordar os momentos difíceis, mas também as lições que aprendera.

Graças ao baile, não haveria aulas, pois todos estavam ocupados organizando a escola. Enquanto outros ajudavam na preparação do evento, Endy e seus amigos decidiram admirar as sakuras em uma rua próxima, desejando tornar o dia especial para Akiyo. As flores estavam em plena floração, e o vento suave fazia com que pétalas caíssem como uma chuva delicada, criando um cenário mágico.

Enquanto isso, Akiyo estava em um frenesi em casa, cercada de roupas jogadas por todo o quarto. Ela queria escolher a vestimenta perfeita para impressionar Endy, mas não queria que fosse ousada demais. A pressão do dia a deixava nervosa. Ela analisava cada peça com cuidado, tentando imaginar a reação dele.

— Isso é muito chamativo! — disse ela, segurando uma blusa brilhante, a qual logo descartou. Akiyo desejava ser notada, mas também desejava ser autêntica.

Depois de muito deliberar, Akiyo finalmente escolheu um vestido preto. Apesar de achar a cor um pouco fúnebre, sabia que Endy gostava de preto. Com um último olhar no espelho, decidiu que era isso. O vestido moldava seu corpo de maneira elegante, e ela sentia que, de alguma forma, isso a tornava mais confiante.

Do outro lado da cidade, Endy rapidamente optou por um terno que usara no ano anterior, que ainda servia bem. Ele olhava para o espelho e pensava: "Espero que Akiyo goste do que eu escolhi. Quero que este dia seja especial para ela." Era uma diferença clara: enquanto Akiyo estava em dúvida e indecisão, ele estava pronto em minutos, admirando-se e tentando ajustar a gravata, ainda um pouco trêmulo.

O trio se encontrou no parque. Quando Endy viu Akiyo, seu coração disparou, e percebeu que ela também estava nervosa. Havia algo no ar, uma expectativa que parecia pulsar entre eles.

— Você está linda! — exclamou Endy, sorrindo com sinceridade. Akiyo corou, sentindo um calor subir pelo rosto.

— E você também! — respondeu Akiyo, tentando esconder a timidez, mas seu olhar brilhava.

— Uh, só um momento! — Nenji interrompeu, forçando uma tosse. — Se vocês querem privacidade, é só falar! Sua interjeição trouxe um leve constrangimento ao ar, mas também riu.

Os dois o olharam com desdém e logo se voltaram para as sakuras. Endy observava as flores, tentando não se perder naqueles olhos que pareciam refletir toda a beleza do mundo. Akiyo o encarava, um pouco mais à vontade agora, mas ainda cheia de nervosismo. Confuso, ele se virou para ela.

— Elas são realmente bonitas — disse ele, tentando mudar de assunto.

— Não se comparam à sua beleza — Akiyo respondeu, retribuindo um elogio que ele havia feito antes. Era uma frase simples, mas que soou como um doce sussurro no coração de Endy.

Endy riu, criando um clima estranhamente romântico, até que Nenji interveio novamente.

— Tudo isso está indo rápido demais. Se vocês se beijarem agora, o beijo final não terá graça!

Akiyo franziu a testa, confusa. — Que tipo de referência é essa?

— O que mais poderia ser? Light novels! — respondeu Nenji, com um sorriso malicioso, piscando para eles.

— Você fede a otaku! — Endy se juntou à brincadeira, rindo.

— Falou o cara que maratonou um anime de cinco temporadas em uma noite e durante uma semana de provas! — retrucou Nenji, apontando o dedo para Endy, que não podia deixar de se envergonhar.

Endy riu, envergonhado, enquanto Akiyo lhe lançou um olhar desaprovador. Ela sabia que ele tinha uma paixão peculiar por animes, mas também achava engraçado.

— Sério? Endy? — Disse Akiyo insatisfeita.

Após um momento de descontração, os três voltaram a observar as sakuras, perdendo-se na beleza do momento. As flores pareciam dançar com o vento, como se celebrassem a amizade e as novas experiências que estavam por vir.

Após algum tempo, o grupo se dirigiu à Universidade de Tóquio para o baile. O caminho estava repleto de risos e histórias, e Endy, embora animado, sentia um frio na barriga. Ele queria que o dia fosse especial para Akiyo, mas a ansiedade lhe pesava.

Enquanto Nenji e Akiyo estavam animados, Endy não conseguia afastar a sensação de que algo poderia dar errado. Ele olhava para as folhas que caíam, pensando em como o tempo poderia mudar rapidamente.

No corredor, Endy avistou alguém e ficou pálido, como se tivesse visto um fantasma. Era Ryomei, seu antigo rival da escola anterior. A presença dele era como uma sombra que se projetava sobre aquele momento feliz.

— Olha só quem está aqui! — Ryomei zombou, cruzando os braços e olhando para Endy com um sorriso desdenhoso. — Que bom ver você. — Endy falou de forma irônica.

— Eu gostaria de poder dizer o mesmo — Endy respondeu, franzindo a testa, tentando manter a calma.

— Bem aproveite! Porque isso....essa paz não vai durar muito. — Ryomei riu de forma arrogante e se afastou, deixando Endy inquieto.

Akiyo e Nenji, percebendo a tensão, perguntaram quem era aquele cara. A curiosidade estava estampada em seus rostos.

— Ninguém importante — Endy respondeu rapidamente, tentando desviar o assunto.

Akiyo ficou preocupada, mas Nenji, que avistou Kaori, se afastou, envergonhado, comentando que fazia tempo que não a via. A presença de Kaori fazia seu coração disparar, e a oportunidade de conversar com ela o deixava ansioso.

Endy então segurou a mão de Akiyo e a levou para o baile, tentando esquecer a tensão anterior. O toque de suas mãos fez com que um arrepio percorresse seu corpo. Ele sorriu e disse que não sabia dançar.

— Desculpe não sei dançar...pode ir até alguém que sabia se quiser,eu acho. — Endy falou hesitante e envergonhado.

— Não sairei deste lugar. Só dançarei se for com você — Akiyo afirmou, olhando nos olhos dele, decidida.

Ambos observaram Nenji e Kaori dançando, rindo e se divertindo. O clima leve ao redor deles parecia aumentar a pressão sobre Endy. Ele se sentia culpado, como se estivesse deixando Akiyo de lado.

— Na verdade, menti. Sei dançar, mas estou com vergonha — ele confessou, um pouco envergonhado.

— Não vou te pressionar — disse Akiyo, compreensiva, com um sorriso que tranquilizava Endy.

Ele a olhou por tempo demais para um vale profundo, e Akiyo notou. A tensão entre eles era palpável, e Endy podia sentir que aquele era um momento especial.

— O que foi? Pensou em algo pervertido? — ela perguntou, curiosa e irritada.

Endy hesitou. — Não, é só... Eu só estava pensando em como o dia devia ser especial para você.

— Sei, safadinho! — Akiyo o provocou, fazendo-o se surpreender. Seu riso foi como uma música leve em meio à confusão de sentimentos.

Diante da mudança de clima, ele decidiu ir buscar um copo de suco, tentando se distrair e acalmar os nervos.

Após o baile, Endy caminhou pelos corredores, perdido em seus pensamentos. A música ainda ecoava em sua mente, mas ele se sentia distante, refletindo sobre a proposta de viajar ao Brasil nas férias de verão. Ele queria visitar seus pais, mas sabia que isso era um assunto delicado. O passado o perseguia, e ele temia a reação deles.

"Preciso fazer isso em segredo," pensou, preocupado com a possibilidade de seus amigos se intrometendo na sua vida. "Não quero que eles critiquem meu círculo de amigos ou tentem me afastar deles. Se eles tentarem, vou ter que me defender." A ideia de desagradar seus pais o atormentava.

Enquanto caminhava, avistou um grupo de alunos rindo e se divertindo. "Olha como eles parecem felizes. Eu também quero isso. Quero que Akiyo tenha um dia especial, mas e se meus pais não aceitarem meus amigos?" A dúvida o consumia.

Ele parou por um momento, pensando em como seria difícil explicar a situação. "E se eles não entenderem o quanto essas amizades são importantes para mim?" O olhar distante o fez sentir a pressão aumentar em seu

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Olhando para o chão, ele sentiu um peso no peito. "É tão frustrante. Eu deveria ser capaz de viver a minha vida sem medo do que eles vão dizer." Ele respirou fundo, tentando se acalmar. A música e os risos ao seu redor pareciam distantes, como se estivesse em um mundo separado.

"Não posso deixar que isso me impeça de ser feliz. Meus amigos não merecem isso, e eu também. Vou fazer isso por mim e por nós. As pessoas que eu gosto merecem que eu lute por elas." Com um novo senso de determinação, ele se afastou de suas dúvidas, decidindo que não deixaria que os fantasmas do passado o atormentassem.

Enquanto caminhava, a lembrança do baile e a expectativa de dançar com Akiyo voltaram à sua mente. Ele sabia que poderia ser um momento significativo, algo que poderia unir ainda mais os dois. "Preciso me concentrar no presente e no que realmente importa", pensou.

Após chegar ao portão da escola para ir embora, Endy foi chamado por trás por uma voz conhecida. Era Akiyo, usando uma blusa de frio sobre seu vestido. Não era muito estiloso, mas ela ainda parece bonita como sempre.

— Você não vai me acompanhar até em casa? — perguntou Akiyo, com um sorriso provocador.

Ele concordou, já que estava muito tarde.

" Não seria certo deixar ela ir sozinha, mesmo no Japão, que é muito seguro, eu acho. "

— Isso é muito gentil da sua parte — ela comentou, olhando para ele com gratidão.

— É porque sou um cavaleiro — respondeu Endy, tentando soar despreocupado.

Akiyo riu, dizendo:

— Você quebrou o recorde de piadas! De uma por dia para duas!

Foi insensível dizer isso para alguém que estou ajudando, ele pensou, mas não deixou transparecer, mas não deixou de fazer uma piada.

— Nossa que rude, dizer isso para a pessoa que está te ajudando.— Ele zombou.

— E você quer um prêmio por isso? — ela provocou.

— Só a sua felicidade já é um prêmio — ele respondeu, sinceramente.

— Saber que você chegou em casa segura e bem seria ainda melhor.

Estendendo a mão, perguntou se ela iria com ele.

— Você vem? Senhorita?

Akiyo segurou sua mão e começaram a caminhar pela rua.

Esse Endy não parece o mesmo que conheço e converso todo dia. Ela o observava, intrigada.

" Ele parece estranhamente emotivo. "

— Já disse que é rude, ficar me encarando assim. — ele brincou, notando seu olhar fixo.

— Desculpa, mas foi inevitável —Akiyo respondeu, envergonhada.E então sussurrou:

— Você está muito legal hoje.

Ele se surpreendeu, mas fingiu não ouvir.

" Talvez eu esteja indo longe demais... "

— Por que você está agindo assim? — Akiyo perguntou, curiosa.

— Você se divertiu? — ele respondeu, mudando de assunto.

— Sim! — ela exclamou, sorrindo.

— Então esse é o motivo de eu estar assim. Queria que seu dia fosse especial.

A expressão de Akiyo mudou de tímida para levemente mal-humorada.

— Você é… — começou ela, mas não completou.

— O que eu sou exatamente? — ele provocou, rindo.

Ela franziu a testa, pedindo para ele não a provocar.

— Não me provoque.

Endy riu e pediu desculpas.

— Eh, foi mal aí.

Ao chegarem ao prédio de Akiyo, ela já estava indo em direção ao portão principal quando se virou para ele, a expressão dela uma mistura de emoções. Endy notou suas bochechas coradas.

Ela voltou rapidamente e o abraçou, sussurrando em seu ouvido.

" Obrigada. "

Akiyo saiu sorridente, mas ainda envergonhada. Ele ficou parado, tentando processar o que acabara de acontecer.

" Como ela estava cheirosa! "

Ele gritou internamente, atordoado.

" O que foi isso? Que porra é essa que pensei agora? "

Pensou, sentindo seu coração acelerar.