webnovel

Capítulo 9

Princesa Shahnaz POV:

Saio da presença do Imperador discretamente e corro para a alcova onde está Jahangir, está desacordado, ponho a mão em sua testa e sinto que está ardendo em febre, peço que as servas tragam bacias com água e panos para fazermos compressas para tentar baixar a temperatura do seu corpo, o ferimento da lança está coberto por um preparado com ervas medicinais e com um pano sobre ele. 

Faço orações para Ahura-Mazda rogando pela melhora do meu amado. 

— Jahangir, você pode me ouvir?

Continuo ao seu lado por toda a noite, amanhece e as servas me informam que o Imperador me espera para a primeira refeição do dia.

Passo rapidamente em minha alcova e me arrumo para estar na presença do grande Shahanshah, não sei como vestidos e joias estão à minha disposição, além de servas, mas tenho que fazer uso de tudo, sem o menor interesse. Então sigo para o salão e o encontro.

— Demoraste, minha Princesa. Dormiu bem essa noite?

— Sim, Majestade. Como estás?

— Bem em sua presença. 

Fazemos uma refeição agradável e logo nos retiramos, fico imensamente grata de não ser obrigada a comparecer nas celebrações. 

Retorno para o aposento de Jahangir e vejo curandeiros cuidando dele, me afasto e permaneço observando seus cuidados de longe, o dia parece demorar cada vez mais a passar.

Observo suas ações, fazem preparados e colocam em sua boca e no ferimento, fazem orações e oblações à Ahura-Mazda, mas quando a noite chega, comentam que a febre não está cedendo, mesmo com tudo o que estão fazendo, me deixando cada vez mais preocupada.

 

O Narrador:

— Saeed, você vai ter que aprender a controlar a sua noiva. Como pode ela afrontar o Imperador desse modo e vir para uma guerra? Se fosse minha filha iria de volta para o palácio sob chibatadas! – Sirdar Nasim diz.

— Mas pai, Shahnaz aprendeu a ser guerreira como nós, isso deveria ser visto com bons olhos. – Saeed diz.

— Está louco, Saeed? Uma mulher deve obedecer ao homem ou então aprender debaixo de chibatadas! Tem que ser submissa, guerra não foi feita para mulher assim como o governo ou liderança, apenas a casa, filhos, marido e silêncio são para elas. Aprenda desde já. – Sirdar Nasim diz. 

Saeed faz sinal de concordância, mesmo não apoiando os métodos do pai. 

— Esse casamento é muito precioso e vantajoso para todos nós, não o perca por besteira. Devemos concordar com tudo o que o Imperador quiser ou desejar. – Sirdar Nasim diz e mais uma vez Saeed concorda.

Saeed pensa no seu compromisso em breve com a linda Princesa Shahnaz, está realmente encantado por sua beleza desde o baile, ocasião em que finalmente a conheceu.

Lembrou do tempo perdido, quando recusou ir em tantos bailes dos Akbar porque estava perdendo tempo com outras garotas, quando na verdade sua futura noiva estaria lá o esperando para dançar com ele, como naquela ocasião maravilhosa. 

Sabe que sua beleza, educação primorosa, charme e gentileza chamam atenção aonde quer que vá, afinal é um homem alto, branco, cabelos longos e lisos castanhos escuros, que quase sempre estão presos, olhos castanhos escuros, barba espessa, qualquer mulher se encanta por ele, por que com Shahnaz será diferente? 

Por ocasião de seu casamento receberá o título de Sirdar e governará a província da Pérsia em breve, conforme o desejo expresso do Imperador, quando finalmente poderá deixar essa vida arriscada de guerreiro, que tanto detesta, mesmo que seja um nobre e acabe ficando em um lugar mais protegido nas batalhas.

Prefere as celebrações e os festejos das vitórias, como essa sobre a Trácia, regadas a vinhos, mulheres e músicas, mesmo que tenha que se conter diante do seu futuro sogro e agora diante de sua prometida. 

No acampamento os guerreiros da tropa do comandante Cy já estão sabendo do ato heroico de Jahangir, mas estão lamentando saber da gravidade de sua condição, todos estão em orações por sua melhora, inclusive outras tropas e até mesmo o próprio general, que tem apreço pelo rapaz.

Shahanshah pergunta convoca os melhores curandeiros da região para cuidar de Jahangir, lutam por dias, mas ele só está piorando e eles decretam que nada mais podem fazer, está nas mãos de Ahura-Mazda a sua melhora ou a sua partida, está no quinto dia.

 

Princesa Shahnaz POV:

— Mui amado Jahangir, me ouça e reaja é o que lhe peço com toda a minha alma. Me disseste que jamais iria me abandonar, essa foi a sua promessa de amor para mim, que reivindico com toda a força de meu ser nesse momento. Por favor não me deixe, me deste o seu coração e amor, eu os quero para sempre... Há cinco dias não os tenho. – sussurro em seu ouvido e permito que os curandeiros retomem seu trabalho. 

Há cinco dias lutamos incansavelmente por Jahangir, dia e noite, mas não há melhora ou qualquer reação aos estímulos. 

Sigo um instante para a minha alcova e logo em seguida sou chamada às pressas para os aposentos de Jahangir. 

— Esta febre não cede, só está piorando, esse guerreiro vai morrer. – o curandeiro diz.

Corro em prantos para o templo de Ahura-Mazda, dobro os meus joelhos e faço súplicas diante do fogo sagrado pedindo pela vida do meu amado pela noite toda e até o amanhecer, com o rosto banhado em lágrimas, enquanto o homem que eu amo está em seu leito de morte.

— Venha ver Princesa Shahnaz, o guerreiro Jahangir despertou! – uma serva diz.

Levanto e me apresso em direção a alcova do meu amado, vejo os curandeiros ao seu redor e as servas.

— É mesmo um milagre, mas ele acordou e está sem febre. – um dos curandeiros diz.

— Vejam, o guerreiro Jahangir está bem, avise ao Imperador. – outro curandeiro diz.

— Eu mesma avisarei, podem ir. – digo. 

— Ele está bem! – as servas comemoram e saem. 

Espero até que o aposento esteja apenas com as mulheres que me servem. 

— Meu amado Jahangir. – me aproximo, sento na cama e faço um carinho em seu rosto.

— Eu prometi que jamais lhe abandonarei, minha amada Shahnaz. – ele diz, olhando em meus olhos. 

— Então você ouviu meu apelo? – pergunto. 

— Com todo o meu coração. – ele diz e sorri.

— Não devia ter feito o que fez, pôs sua vida em risco. E se você morresse? – levanto, fico de costas para ele e pergunto.

— Você poderia ter perdido o Imperador. E a minha missão como guerreiro é proteger o império e a família imperial com a minha vida e assim o fiz. Se eu morresse teria cumprido minha missão com honra.

— Muito bem-dito, meu rapaz, boas e honradas palavras. – o Imperador adentra o aposento e diz, mostrando que acaba de ouvir a última frase. 

— Majestade. – Jahangir diz e tenta se levantar.

— Por favor, fique deitado, você precisa descansar. – Shahanshah diz e ele relaxa.

— Eu ia agora mesmo avisar que o guerreiro acaba de acordar. – disfarço a tensão do momento. 

— Importa saber que agora Jahangir Azimi vai se recuperar e em breve poderá estar em minha presença para que eu possa formalizar meus agradecimentos por seus feitos. Neste momento, quero que você pessoalmente cuide da recuperação do guerreiro, como é a única mulher em nosso meio, use o serviço e a companhia das servas. – o Imperador diz, alegrando-nos.

Ele cumprimenta Jahangir mais uma vez e sai dos aposentos.

— Devemos ter cuidado com o que vamos conversar.

— Me diga como ele sabe que você está aqui.

Revelo a Jahangir sobre como tudo aconteceu no fatídico dia, a conversa com o Imperador e sobre seu longo processo de recuperação até o seu despertar. 

Ele ainda está muito fraco e dorme por horas no decorrer dos dias, o acordo para poder se alimentar e hidratar, em uma semana o vejo mais forte e pronto para caminhar pelos aposentos e pelo palácio, restabelecido.

É adiada a guerra para Macedônia em uma semana por conta do estado de saúde de Jahangir. 

 

O Narrador:

Acontece uma reunião na sala do trono.

— Por que adiar uma guerra por conta de um só homem em milhares? – Sirdar Nasim pergunta.

— Porque ele salvou a vida do seu Imperador e estava até ontem entre a vida e a morte. – o Imperador diz.

— É a missão dele e de qualquer um dar a sua vida pelo Imperador, quantos já morreram nesses campos de guerra por essa mesma razão? – Nasim insiste em destilar o seu veneno.

— Qualquer um de nós seria capaz de salvar sua vida como esse rapaz fez, Majestade, foi um gesto comum. – Mir Emir diz tentando desmerecer o ato de Jahangir.

— Essa foi uma ameaça direta à minha vida e nenhum dos nobres aqui presentes se pôs diante da lança por mim, apenas a viu passar e deixaria acertar o meu coração para em seguida tomar o meu trono. – Shahanshah diz e todos se calam imediatamente.

— Portanto, em respeito ao jovem, vou adiar a ida a Macedônia por uma semana até seu completo restabelecimento. E não quero ouvir mais reclamações e indagações sobre o assunto. – o Imperador completa e todos concordam.

Todos no acampamento ficam eufóricos ao receber a notícia do despertar de Jahangir, logo depois são comunicados que há um adiamento de uma semana na guerra e acham favorável pois terão mais tempo de descanso e treinamento. 

Conforme vai passando essa semana, todos seguem suas tarefas e treinamentos diários para não perder o foco e as habilidades, afinal nenhum deles pode estar descansado demais. Agora estão apenas esperando Jahangir voltar a se aliar a tropa para seguir adiante. 

 

Jahangir Azimi POV:

Desde que despertei, Shahnaz está dedicada e preocupada em me deixar forte e preparado porque sabe que teremos outra guerra pela frente, mal sabe ela que já estou restabelecido e pronto para outra batalha, mas gosto de jeito carinhoso e cuidadoso. 

— Estás sorrindo, por quê? – ela para de me alimentar e pergunta. 

— Minha mãe sempre cuidou bem de mim, mas não como você. – digo e a deixo tímida. 

— Gostaria de saber o que há de especial. – ela diz.

— Tudo em você é perfeito, veja só se importa em me alimentar e me dar de beber na boca. – digo e suas bochechas coram, ficando ainda mais linda. 

Esses são os primeiros dias, que me sinto muito sonolento e tenho que ser despertado de tempos em tempos para o alimento. Depois me obrigo a ficar de pé porque me sinto mais forte, vou ao quarto de banho e me arrumo, caminho pelo grande aposento.

— Penso no que será quando retornarmos para a guerra, ficarei na tropa sozinho, sem você. – Jahangir diz.

— Eu darei um jeito de ir até você, meu amado. – digo.

— Nossa realidade vai nos separar antes do previsto. – ele diz.

— Sei que encontraremos um meio de resolver essa situação. – digo.

— Eu darei um jeito. – Jahangir diz.

Logo começo a ter a liberdade de caminhar pelo palácio, mesmo temendo encontrar com o Imperador.

Isso tudo dura mais uma semana e Shahnaz me conta que a guerra é adiada por conta da minha recuperação, o que me deixa realmente surpreso. 

Recebo uma convocação para ir à sala do trono, o que me deixa de pernas trêmulas, visto meu uniforme e sigo, um guarda anuncia a minha entrada, baixo a cabeça e mesmo assim vejo muitos nobres à minha direita e esquerda e o general Faridoon diante dos degraus que antecedem o trono.

Faço uma reverência e aguardo permissão para falar.

— Jahangir Azimi. – o Imperador diz e sua voz é sempre imponente.

— Majestade, solicita a minha presença? – pergunto.

— Sim, na verdade lhe convoquei agora diante desses nobres que estão comigo na guerra, mas que não integram minha corte, para dizer que reconheço diante deles seu ato de bravura para com o império ao atingir o rei da Lídia, dando a vitória aos persas. – o Imperador diz.

Apenas concordo com a cabeça, porque não sei como agir.

— Reconheço seu ato heroico para comigo, salvando-me da morte certa, cumprindo sua missão de proteger o império e o Imperador com a sua vida. – o Shahanshah diz. 

Ponho a mão sobre o peito como em um juramento e o Imperador aprova o gesto.

— Tais gestos devem ser honrados. Jahangir Azimi passará a ser comandante de tropa e não mais um guerreiro de terceira classe, se reportará diretamente ao general e a mim, quando solicitado. Se prepare para a próxima guerra, comandante. – o Imperador diz, me deixando verdadeiramente emocionado. 

— Obrigado, Majestade. Como desejar. – digo, faço uma reverência e me retiro.

General Faridoon vem me dizer qual é a minha tropa e informa que é a de um comandante recém falecido, devo ir e assumir a tropa agora mesmo.

Mas eu preciso falar com Shahnaz antes...

— Jahangir? Estou lhe esperando. – o general avisa. 

Pego minhas coisas nos aposentos e sigo com ele para o acampamento sem ao menos ter me despedido do meu grande amor. 

Sou recebido com festa pela tropa do comandante Cy, lhes conto a novidade e noto que alguns se alegram por mim, outros ficam claramente com inveja do meu feito, mas não posso controlar as emoções das pessoas, então sigo com as minhas funções.

Entro na tropa em que sou comandante agora e me apresento, sou bem recebido e dizem que minha fama já corre o acampamento, todos sabem quem é o homem que salvou a vida do Imperador. Converso um pouco com eles e oriento que comam e descansem porque a guerra está por vir. 

Logo em seguida o general vem com um recado, todos os comandantes devem seguir para a tenda de guerra para uma reunião com o Imperador, logo chega Shahnaz.

— Que estás fazendo aqui? – o Imperador indaga.

— Participando da reunião de estrategistas, Majestade. – ela diz, me fazendo ter vontade de sorrir. 

Shahanshah nos diz sua estratégia de guerra para o combate à Macedônia. Devemos atacar em apenas duas frentes porque estamos cercados por mar, o Imperador seguirá adiante com toda a tropa. 

— Se me permite, Majestade... Divida suas tropas em duas frentes, deixe que algumas vão mais adiante para que os inimigos se confundam com um contingente menor de guerreiros e quando a guerra estiver acontecendo, mande vir mais tropas, aumentando seu exército e a aflição de seu inimigo. – Shahnaz diz e todos olham para ela.

— Excelente estratégia, Princesa. – general Faridoon e os comandantes reconhecem.

— Concordo, que se faça da maneira que a Princesa Shahnaz diz. Seguirei com quatro tropas a diante e deverão vir outras duas mais atrás. Preparem-se marchamos para a guerra amanhã cedo. – o Imperador diz. 

Com a reunião encerrada, todos retornam para o acampamento e Shahnaz e o Imperador para o palácio, os sigo, espero até que façam a refeição da noite e ela retorne para sua alcova, então envio um recado por uma das servas que sei ser de confiança. 

Shahnaz escapa do palácio e vem para os jardins.

— Você é louco, comandante Jahangir. – ela sussurra e ri. 

— Por você sou capaz de qualquer loucura, Princesa Shahnaz. – digo com firmeza.

— Parabéns por sua nova posição. – ela diz.

— Estou trabalhando para ser digno de você. – digo.

— Seu amor te faz digno. – Shahnaz afirma.

— Princesa Shahnaz, você sonhará e eu realizarei todos os seus sonhos, cuidarei de você, nunca permitirei que você perca o seu sorriso e esse brilho reluzente em seus olhos, estaremos juntos nos bons momentos e nos ruins, no calor escaldante eu serei sua sombra, no frio eu te darei o meu calor, quando a chuva te atormentar, eu mudarei o curso das nuvens, tudo isso porque eu a amo. – declaro meu amor mais uma vez e beijo as pontas de seus dedos.

— Meu amado Jahangir, você tem me dado novos sonhos que nunca fui capaz de sonhar e os tenho realizado ao seu lado, o brilho em meus olhos e meus sorrisos só são assim porque você existe. – ela diz e sorri.

Vejo a serva sinalizar para Shahnaz entrar depressa, nos despedimos e sigo o meu caminho até o acampamento, feliz por ver o meu grande amor. Repouso contando estrelas porque a alegria de um amor realizado e de ter subido de status não me permitem dormir. 

Levantamos com tudo escuro e começamos a desmontar o acampamento, ajeitamos as tendas nas carroças, os armamentos, mantimentos e tudo o mais que é necessário, encilhamos os cavalos, vestimos nossas armaduras e partimos rumo a Macedônia. 

Penso em minha Princesa, como será que ela está nesse momento. 

Marchamos por um dia inteiro e paramos para nos alimentar e descansar e nenhum sinal de Shahnaz, mesmo estando a frente com a minha tropa e avistando a tenda do Imperador. 

Seguimos por mais um dia inteiro e enfim chegamos diante dos nossos inimigos com o dia claro e sem surpresas, já debatemos a estratégia e só aguardamos a autorização para iniciar o confronto. 

 

Princesa Shahnaz POV: 

Depois de invadir a reunião de estrategistas, espero por uma punição do Imperador, mas ela não vem, recebo apenas um elogio. 

— Estou surpreso por ver o quanto você tem aprendido com a guerra. – o Imperador diz.

— Então permita-me continuar aprendendo, Majestade, não me impeça de aprender a liderar e governar. – peço.

— Shahnaz, não quero que você corra riscos desnecessários. – ele diz e pela primeira vez vejo um pai falando.

— Então coloque um homem de sua confiança para lutar ao meu lado. Faridoon, um soldado ou comandante, por exemplo. – não quero citar Jahangir para não ficar evidente. 

— Você insiste tanto, Shahnaz. Peço para Faridoon escolher um comandante para te acompanhar, mas se houver qualquer perigo ou se você se ferir, ele será morto por mim. – o Imperador diz.

— Nada vai acontecer, Majestade, esteja certo disso. – digo.

Fazemos a última refeição do dia juntos e retorno para a minha alcova, é nesse momento que uma serva vem me chamar dizendo que um comandante me chama no jardim do palácio, só pode ser Jahangir.

Conversamos por um tempo, não digo nada sobre o diálogo com o Shahanshah mais cedo, prefiro esperar para ver o que vai acontecer. 

Uma serva nos interrompe e me chama de volta ao palácio, o Imperador está despertando e eu devo correr de volta para a minha alcova. Me arrumo e vou dormir, os próximos dias serão longos.

Desperto antes do amanhecer e há uma agitação instalada em todos os lugares, visto minha armadura, cinturão, aljava, pego meu escudo e vejo que meu cavalo está encilhado. Procuro por Faridoon e ele me diz que acha melhor que eu fique com Jahangir, já que em todas as guerras é ao seu lado que eu fico, agradeço muito e não expresso a minha alegria, só digo que o conheço.

Vou me despedir do Imperador, mas ele tem uma condição, que eu marche com ele até chegar na Macedônia, então tome lugar na tropa do comandante escolhido por Faridoon, sou obrigada a realizar sua vontade. 

Marchamos por um dia inteiro e paramos para nos alimentar e descansar.

— É muito difícil para você, Princesa? Ficar longe dos luxos, acampando, comendo uma vez por dia? – Sirdar Nasim pergunta.

— Ouviste alguma reclamação saindo dos meus lábios, Sirdar? Em nenhuma das guerras ninguém ouviu ou ouvirá dessa Princesa qualquer um desses absurdos, posso suportar qualquer uma dessas condições como qualquer um dos senhores. – digo e o Imperador ri. 

Faridoon se levanta satisfeito com a minha resposta.

Continuamos por mais um dia e chegamos diante dos nossos inimigos, na claridade novamente, então me despeço do Imperador, peço que Faridoon me oriente e sigo para a tropa de Jahangir, que quando me vê, abre um sorriso imenso. 

— Nunca se esqueça de lutar ao meu lado, eu te protegerei. – ele diz e eu sorrio.

— Nunca se esqueça de que você é o conquistador do mundo, o magnífico. – digo e ele sorri.

Levantamos nossos olhos aos céus e fazemos nossas orações.

Todos aguardam o sinal do grande Shahanshah para o início do confronto, assim que ele dá, os comandantes avisam as tropas que avançam sobre os inimigos, começando o embate.