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Capítulo 17

O Narrador:

Shahanshah dispensa a todos e segue para a alcova da Princesa Shahnaz, precisa ver como está sua herdeira, assim que adentra os aposentos, interpela o curandeiro para saber sobre o real estado dela.

— Realmente está muito mal, Majestade, passou meses sem se alimentar, está fraca e com uma febre muito alta que não cede. – o curandeiro diz.

— Que pensas ser? – o Imperador pergunta. 

— Ainda é muito cedo para dizer, Majestade, mas estou cuidando dela com todos os preparados e infusões necessários, junto com os sábios e mandamos vir outros curandeiros mais experientes. – diz o homem. 

— Fazem muito bem, quero que façam tudo pela recuperação da minha herdeira, sem medir qualquer esforço. – Shahanshah diz e sai da alcova, enquanto vê as damas de Shahnaz chorando.

 

 General Jahangir Azimi POV:

Pensei no plano que arquitetei com Shahnaz, que ela fingisse aceitar o casamento com Saeed Khani e que no decorrer desse tempo continuasse suas atividades normalmente, mas que ao fim desse prazo se fingisse de doente para que ele desistisse de se casar, afinal um homem como ele jamais iria querer uma mulher adoecida como consorte.

Mas Shahnaz foi além. 

Decidiu imprimir verdade ao nosso plano iniciando uma séria restrição alimentar, que começou com jejum absoluto e depois passou a aceitar água e chás, não sei como suportou por três longos meses, ficando fraca e muito emagrecida, sem ao menos lembrar a Shahnaz vivaz de sempre. Aos poucos seus passeios e atividades foram diminuindo até que passou a ficar no leito, onde está agora verdadeiramente doente, atingindo seu objetivo afinal. 

Então minha amada guerreira, sua batalha foi ganha, sem que ao menos você pudesse assistir sua guerra silenciosa sendo vencida.

Mas Shahnaz continua no leito que pode ser de morte e eu estou proibido de vê-la, isso me deixa desesperado! Sequer posso pedir notícias ao Imperador sem que levante suspeitas, ouço apenas sua conversa com os nobres ou algo durante as refeições e a aflição perdura.

Hoje é o terceiro dia, ouço rumores sobre seu despertar, peço que uma de suas servas me dê notícias e me diz que continua febril e gemente, tossindo muito.

Felizmente recebo uma boa notícia, o Imperador deseja que eu leve os sábios e curandeiros, que acabam de chegar, à alcova da Princesa, faço imediatamente o que ele me ordena.

— Senhores. – digo.

— General Jahangir. – me saúdam e se afastam da cama da Princesa. 

— Como está a Princesa Shahnaz? – pergunto e ela faz um esforço para me olhar, enchendo meu coração de esperança.

— Estou melhorando. E o Senhor? – ela diz e pergunta em um fio de voz.

— Realmente satisfeito em saber. Deveras e intensamente preocupado com a batalha em curso. – digo.

— Lamento por sua aflição tão intensa. Sim, a batalha há de ser vencida. – Shahnaz diz.

— É a vida deste guerreiro, Alteza. Devo lhe dizer sobre o compromisso? – pergunto.

— És um bravo guerreiro, general. Por que se ainda estou em guerra? – ela pergunta.

— Não há dúvida de que és uma brava guerreira, Princesa Shahnaz, mas sua guerra foi vencida. A aliança com Sirdar Nasim para o casamento com Saeed Khani está desfeita, por ele mesmo. – digo, ela abre um enorme sorriso e me agradece.

Deixo os curandeiros e saio dos aposentos tendo a minha missão cumprida, agora sei que minha amada vai se recuperar.

  

Princesa Shahnaz POV:

Desperto e ainda estou me sentindo febril, me apoiam de maneira confortável no leito e insistem para que eu beba toda a infusão e coma algo, mas não quero, afinal ainda vai haver a celebração do meu casamento, nem sei que dia é hoje... 

É nesse momento que o general adentra a minha alcova e tem uma breve conversa comigo, tentamos fazer de uma maneira para que não percebam que somos enamorados, por fim me diz que estou livre do casamento arranjado, ou seja, minha guerra está finalmente ganha! 

Decido então começar a receber alimentos, mas deve ser aos poucos, afinal não como há três meses, minhas damas e Mojgan até choram de alegria ao me ver comendo. 

Fico sabendo que passei três dias desacordada e febril, passo mais quatro dias na cama recebendo os cuidados dos curandeiros e a visita de Bibiana, Etty, Madge, Gatha, Jaleh, Laleh, Omid, Arzu, Dara e algumas concubinas, que cantam e tocam para me distrair, conversamos por algum tempo e logo saem para me deixar descansar. 

No oitavo dia, assim que desperto, sinto-me com as energias renovadas, minhas damas preparam meu banho e me arrumam e me põe as joias. Os curandeiros vêm me avaliar e dizem que preciso continuar me alimentando para ganhar peso, prometo que farei isso.

— Não era tísica, então? – pergunto.

— Não, Princesa, felizmente descartamos todas as doenças. É apenas uma fraqueza profunda. – o sábio afirma.

 Então agradeço por todo o empenho em meu caso e os dispenso.

Sigo para o salão do banquete e saúdo a todos, nobres, general e família, nos alimentamos e desta vez eu me sirvo com muita fartura e assim que terminamos, estamos prontos para seguir com as nossas atividades. 

— Shahnaz. – Shahanshah diz.

— Sim, Majestade. – digo.

— Gosto de vê-la assim. – o Imperador diz.

— Viva ou sem marido? Porque eu disse que não me casaria... – digo e vou virando as costas.

— Shahnaz... – ouço ele me chamar e viro.

— Eu cometi um erro e por isso quase te perdi. – o Imperador diz, me deixando chocada.

— Na verdade o grande Shahanshah pode tudo, mas não estou acostumada a ser entregue em uma bandeja para uma família cruel e hipócrita, não gosto de ser tratada como um objeto, mesmo sabendo que tudo no império não passa de um objeto nas mãos de seu Soberano. – digo.

— Tens razão em ter mágoa, eu prometi que me sucederia e que um Imperador jamais volta à palavra dada, mas logo depois lhe arrumei um casamento arranjado, ignorando os seus apelos por sua liberdade. Agora eu vejo tudo claramente. – o Imperador diz.

— Mas não veio em meu socorro, eu tive que me livrar sozinha. – digo, sinceramente magoada. 

— Porque um Imperador... – ele diz.

Não volta em sua palavra dada. Mas pode deixar sua filha ser

infeliz para sempre. – digo.

— Quero que volte a frequentar a sala do trono e continue os treinos para ser minha sucessora. – Shahanshah diz. 

— Não sei se eu devo. Será até me arranjar um novo casamento? – pergunto.

— Tens minha promessa, sem novo casamento. – o Imperador diz.

— Retorno então. E Mirza? – digo e sorrimos um para o outro.

— Sucederá você. – ele diz. 

Sigo para o harém sem demora e com o dedo em riste aponto para Atefeh. 

— Quem és para informar para quem quer que seja sobre as condições de minha saúde? Nem mesmo dotada de inteligência para arquitetar um plano e fazê-lo discretamente, mas diante de todos à luz do dia. Se desejas a minha morte, saiba que terás que conviver comigo por longos anos e se submeter à minha autoridade pois sempre reinarei sobre você e sempre se curvará a mim, já que não serve nem mesmo para polir meus sapatos. – digo com fúria.

Todas me aplaudem e se curvam para mim. 

— Pois eu nunca me curvarei para você. – Atefeh diz e eu pego um bastão e lhe dou um golpe que faz com que ela caia de joelhos diante de mim.

— Acaba de fazê-lo e muito bem. – digo e todas gargalham.

— Vou contar ao Imperador. – ela diz.

— Conte e ele dará razão a sua herdeira. – digo.

— Azar, não tente me afrontar ou apoiá-la, porque estou de olho em você. – aviso. 

— Não, Alteza. – ela diz, faz uma reverência e volta a limpar sua cabine.

— Voltou cheia de garra a minha Princesa. – Dara diz, toda orgulhosa.

— Depois de ter desfeito o excelente casamento que conseguimos para ela. – a Imperatriz chega no harém e diz.

— Foram eles que romperam a aliança, estamos isentos de culpa. – digo.

— Por sua doença, Shahnaz! Onde vamos arrumar um novo casamento para você? – Vashti pergunta.

Entramos na piscina com Bibiana, Etty, Gatha e Madge e outras nobres. 

Simplesmente não vão! Não quero me casar! – digo e todas se chocam. 

— Que desejas fazer de sua vida sem marido? – Madge pergunta.

— Mas quem vive sem marido? – Bibiana pergunta.

— Ora que tolice, uma Princesa sem marido? – Etty pergunta.

— Nunca que o Imperador permitirá tal absurdo. – Vasthi diz.

— Toda mulher vive para amar. – Marjan diz.

— Uma mulher vive para cuidar do marido, filhos e casa. – Zena diz.

Elas sequer me dão tempo para pensar, então apenas ouço suas sandices em silêncio e tomo meu banho de piscina com tranquilidade. 

Saio e digo com os tratamentos de beleza, quero estar cada dia mais bonita para o meu general, assim que saio, recebo a convocação para ir à sala do trono.

Adentro assim que sou anunciada, reverencio o Imperador e pergunto se a minha presença é requisitada. 

— Estamos falando a respeito de uma viagem para Pasárgada para checar o andamento das estradas, deseja ir? – o Imperador pergunta e tento não demonstrar tanta animação.

— Sim, será importante ver a evolução das construções do império. Quando partiremos? – pergunto. 

— General, prepare tudo para a nossa partida amanhã. – Shahanshah diz e Jahangir confirma. 

— Desejo lhe apresentar uma petição, Majestade. – digo. 

— Estou lhe ouvindo. – o Imperador diz.

— Quero retornar aos meus treinamentos de guerra, essa é a minha petição. – digo e curvo levemente a cabeça, o general me olha preocupado.

Shahanshah faz uma expressão intimidadora e todos se assustam. 

— Como ousa me fazer tal petição, Shahnaz? – o Imperador diz.

— Com a mesma ousadia de quem venceu quatro guerras ao lado de Vossa Majestade. – digo e olho em seus olhos. 

— Agindo com insubordinação diante de seu Imperador? – Shahanshah pergunta.

— Um ato de absoluta entrega, submissão e dedicação ao império, dando a minha vida ao Imperador nessas guerras. – digo e ele sorri com meu ardil.

Todos os nobres presentes e o general sorriem.

Tem meu consentimento, Shahnaz. Que o general possa treiná-la ou designar alguém de confiança que o faça, mas que para manter sua honra, suas damas estejam junto. – o Imperador diz.

— Farei conforme sua ordem, Majestade. – general Jahangir diz. 

Treinaremos juntos e com o consentimento do Imperador!

Cuidamos de mais alguns assuntos importantes e somos dispensados.

— General? – chamo. 

— Princesa Shahnaz, em que posso ajudá-la? – Jahangir pergunta, diante da sala do trono.

— Desejo saber quando começam nossos treinos. – digo.

— Pode ser hoje a tarde se Vossa Alteza assim desejar. – ele diz.

— Depois do banquete irei ao seu gabinete. Obrigada, general. – digo.

— Disponha, Alteza. – ele diz, sorri e se despede. 

Seguimos para o salão do banquete e nos fartamos com a deliciosa comida, conversamos sobre assuntos diversos, entre eles a possibilidade dos casamentos de Behrooz e Ksathra, seus pais estão estudando boas alianças para eles. Assim que terminamos, volto à minha alcova e visto meu uniforme para o treinamento e sou criticada por Vasthi, que me vê sair.

— Isso não é atitude para uma dama de verdade. Não pode segurar uma espada e ser uma dama, esposa e mulher, apenas homens são guerreiros, precisa aprender isso de uma vez por todas. – ela diz e eu ignoro. 

Sigo o meu caminho, posicionando a minha espada e o punhal no cinturão, atravesso todo o palácio e sigo ao gabinete do general, que abre um largo sorriso ao me ver.

— Minha amada, Shahnaz! 

— Meu amado, Jahangir. 

Não suportamos a saudade e nos abraçamos, depois soltamos rapidamente, pedindo desculpas pelo inconveniente. 

Vamos para o lado externo e vemos que todos estão iniciando os duelos, mas ainda preciso me aquecer, então Jahangir resolve correr ao meu lado e assim seguimos até cansar, só então começamos os embates corpo a corpo, com espadas e punhais, há muito tempo que não sinto o prazer da luta e a sensação desses confrontos, estou muito mais fraca, mas a guerreira dentro de mim me impele a seguir adiante. 

— Isso, levanta e tenta mais uma vez. – Jahangir me estimula. 

Seguimos até o entardecer e o meu desejo é o de não parar mais. 

Chega, agora você precisa voltar ao palácio, Shahnaz. 

— Só mais um pouco. – eu insisto.

— Você precisa se arrumar para o banquete. – o general diz e eu concordo.

Nos despedimos com sorrisos e sigo com minhas damas para a minha alcova, preparam meu banho, me arrumam, coloco as minhas joias e vou para o salão do banquete.

Vejo o Imperador comunicar sobre a nossa viagem à Pasárgada a todos, que ficam surpresos, mas não discutem a importância, apenas a Imperatriz quer saber por que o Príncipe Mirza não é o escolhido para ir ao invés de mim, afinal ele é o sucessor ao trono, mas Shahanshah não lhe dá satisfações.

Terminamos a refeição e seguimos para as nossas alcovas.

  

O Narrador:

Imperador manda chamar Laleh para essa noite, a Imperatriz deve prepará-la para ele. 

Então sua quarta esposa chega ao seu leito linda e perfumada, dança e o encanta, passam uma noite muito agradável porque ela sabe ser silenciosa e meticulosa nos agrados ao marido, volta ao harém apenas pela manhã. 

Shahanshah desperta e vai ao quarto de banho, dispensa a esposa, Ashtad lhe ajuda com as vestes e logo está pronto para ir ao salão do banquete.

Fartam-se com a refeição matinal, enquanto dá conselhos aos Sirdares sobre as alianças que devem realizar para seus filhos, recomenda que Vashti faça um novo baile para que possam firmar esses casamentos.

Então o general Jahangir vem avisar que tudo está pronto para a partida.

Atefeh se aproxima do filho discretamente no harém.

— Lembre-se do que eu disse, seu pai deve confiar cegamente em você e em ninguém mais. Mostre que você está fazendo um bom trabalho e ele te colocará em uma posição mais digna no reino, você já é um guerreiro e na primeira oportunidade, mate aquele general! E corra para vingar a sua morte pondo a culpa em outra pessoa, seja o grande herói como ele foi. – ela diz.

— Mas como vou fazer para ele me dar uma posição no palácio? – Ahriman pergunta.

Vamos envenenar um dos nobres, será a única maneira e você entrará como um dos conselheiros. – Atefeh diz. 

— Quem? – Ahriman pergunta.

— Ainda não sei, mas Babak é o que mais nos atrapalha. – Atefeh diz.

Eles ouvem passos e se despedem. 

Todos seguem até as portas do palácio e se despedem dos viajantes. Na primeira carruagem apenas o Imperador e Shahnaz, o general segue do lado de fora com o cocheiro, na segunda Ahriman e seus irmãos, em uma terceira carruagem as damas de Shahnaz, os soldados vão ao redor deles. 

Chegam na Satrapia ao anoitecer e são recebidos pelo Sátrapa Sinbad, que junto com o Sirdar Gulbahar os levam para os seus aposentos no palácio e lhes oferecem um banquete.

— É mesmo uma excelente ideia a construção da estrada real, Majestade. Nada pode ser melhor para a nossa Satrapia. – Sirdar Gulbahar diz, deixando Shahanshah satisfeito.

Fartam-se com as maravilhas de Pasárgada e conversam sobre amenidades no momento. Assim que terminam, desejam descansar e se recolhem.

Tão logo amanhece, as damas da Princesa lhe preparam um banho e lhe preparam para os compromissos do dia, o mesmo fazem o Imperador e todos os demais e se encontram na mesa do banquete. Se apressam e seguem para ver o andamento da construção. 

É mesmo grandioso o que se vê, todo o trabalho está em fase inicial, mas já se vê algum progresso, afinal deve ser uma construção que levará anos para ficar pronta, embora seja uma grande realização. 

— Bom trabalho, general. Tem coordenado isso tudo muito bem. – o Imperador diz, deixando Ahriman furioso. 

— Mas tenho crédito em tudo isso, não é, Majestade? Afinal eu sou o líder. – Ahriman diz e Shahanshah faz um breve sinal com a mão. 

Retornam para o palácio e conversam sobre como andam os comércios locais e o governo, a respeito da arrecadação dos impostos e situação do povo.

Veem Sirdar Gulbahar se lamentar das condições precárias de seu povo, começam a escolher entre pagar impostos ou se alimentar e Shahanshah pergunta ao Sátrapa Sinbad, que confirma a informação e então ele determina que o valor do imposto seja reduzido, a fim de que a população possa se recuperar e plantar e ordena que essa medida seja implementada imediatamente.

Decidem permanecer mais essa noite em Pasárgada e Sirdar Gulbahar faz um baile para celebrar a redução dos impostos, convida muitos nobres e todos se divertem muito pela noite toda, principalmente o Imperador, rodeado por belas mulheres.

  

Princesa Shahnaz POV:

Viajamos para Pasárgada e na estrada pouco conversamos, procuro apreciar a paisagem, as pessoas, suas vidas comuns e a liberdade que me cerca. Chegamos apenas ao anoitecer e somos bem recebidos pelo Sirdar Gulbahar, o Sátrapa Sinbad e suas famílias, recebemos nossos aposentos no palácio, um farto banquete e logo descansamos da viagem. 

No dia seguinte bem cedo nos apressamos para ver o andamento das construções das estradas e tudo está magnífico e grandioso, afinal é a estrada real. Deve demorar muito tempo para ser totalmente finalizada, mas já vemos sua estrutura sendo iniciada, é um bom começo. 

Retornamos e como é de se esperar, começam-se os debates sobre política, mas dessa vez são bem produtivos porque terminam por sanar um problema real do povo, impostos extremamente altos, vejo um Imperador justo e bondoso reduzindo-os para que a população possa ter o que comer e sobre para plantar. Então todos querem celebrar essa noite.

No palácio um grande baile tem início com a presença dos nobres, o Imperador é prontamente seduzido por muitas mulheres ao seu redor, assim como meus irmãos. 

Percebo olhares e insinuações para o general e seu desconforto, enquanto ele olha apenas para mim e eu rio, afinal apenas lembro das palavras de Banu Azimi.

"Afinal seu coração e até mesmo sua alma estão comprometidos, por que seria de qualquer outra se seus olhos estão presos em sua guerreira?"

De repente Jahangir lhe manda-lhe uma mensagem e desaparece. Com discrição, a Princesa Shahnaz se afasta e vai ler o que diz.

"Minha amada, Shahnaz,

Sinto-me incomodado neste baile com os olhares e insinuações que tenho recebido de certas nobres, peço que me perdoe, mas me retirarei à minha alcova antes que essa situação gere uma nova desconfiança de Vossa Alteza sobre a minha lealdade e fidelidade. 

Trancar-me-ei nos aposentos, esteja certa disso. 

Com amor,

Jahangir Azimi"

Enrolo o pergaminho e sorrio. 

Não hei de duvidar de suas intenções e lealdade, meu general, não novamente.