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Extra: Existência desconhecida

---Entidade desconhecida

Existe um antigo conto que fala sobre a criação do universo. Diversas raças antigas que governavam com o auxílio de uma única raça liderada pelo criador.

Anjo, uma palavra que transmite a maior autoridade do universo. Não é só isso. Até entre os anjos, existem aqueles que se rebelaram, os caídos. Anjos que tinham o mais alto nível e o maior status entre as raças. Foram banidos do palácio celeste ao tentar tomar o trono do criador.

Entre eles, Um em especial. O mais belo dos anjos, aquele que tinha a maior autoridade por ser filho do próprio criador. Lúcifer, o nome que empoem respeito, mesmo após ser banido.

Lúcifer decidiu que deveria tomar o lugar de seu próprio pai ao notar que os princípios do criador não eram os mesmos que os dele. Por muitos anos ele serviu cegamente as ordens do Deus supremo, mas no dia em que tudo mudou, ninguém sabe ao certo o que se passou em sua cabeça.

O primeiro ser a receber uma habilidade nascente e o primeiro a ser criado. Lúcifer que controla a habilidade primordial da realidade podia moldar o mundo da maneira que desejar, mas isso não é possível em seu estado atual.

Foi dito que, como uma maneira de punir o seu filho e os rebeldes, Lucifer e todos os anjos que se juntaram em sua rebelião, tiveram seu poder selado.

Não apenas isso. Todos os anjos pagaram um presso por sua traição. Suas asas, o símbolo de maior respeito no reino celeste. Se tornaram Negras como a noite sem estrelas, simbolizando o fim de sua divindade.

Contudo, não foi o mesmo para o filho do criador. Com lúcifer, o castigo foi ainda mais cruel.

Diferente de seus companheiros, foi cogitado retirar as asas de lúcifer, porém, o deus supremo pensou que esse seria um castigo simples. Ele deveria conviver com seu pecado a todo o momento.

Como isso seria possível? Simples. Diferente dos anjos rebeldes, Lucifer não recebeu asas negras. Suas asas eram as mesmas de quando ele estava no reino celeste.

Ele deveria observar as asas de seus irmãos que ouviram o seu pedido, todos eles teriam asas que simbolizava sua traição, contudo lúcifer continuaria com o mais puro branco. Todos os caídos olhariam para lúcifer, o responsável por sua queda, e notariam que sua honra não foi perdida como a dos outros rebeldes. Um castigo que visaria o próprio lúcifer se contorcer em agonia ao perceber que não teve o direito de receber o seu castigo e nem mesmo a chance de buscar redenção aos seus irmãos.

_Uma historia interessante, contudo…

observei a pessoa a minha frente com indiferença. Diante dos olhos que tudo ver, não pude conter minha risada ao observar a história do livro. A história do filho banido por seu próprio pai.

"Seu sorriso me causa náuseas…"

A voz poderosa de um ser que poderia destruir a existência com um simples estalar de dedos, não parecia tão assustadora. Mesmo diante de sua aura assustadora, meu poder me permite continuar o mesmo…

"Não fale assim, eu estou aqui após tanto tempo."

Não sei ao certo quantos anos se passaram desde a minha primeira aparição. Afinal, toda vez que encontro alguém, se passou diversos anos ou meses.

"Um ser misterioso que apareceu para meu neto a quinhentos anos atrás… e por algum motivo eu não sinto o seu poder. Isso não parece estranho para você? O Deus criador não pode sentir um simples ser?"

Entendi o que ele queria dizer, sua voz não escondia a hostilidade que demostrava com seu olhar feroz.

"Não estou associado a ****… Temos o mesmo objetivo."

Ele já sabe sobre tudo o que falarei, mas continua fazendo perguntas idiotas.

"Você não precisa continuar com o fingimento, sabe? Nesse local só estamos eu e você…"

Olhei um pouco para o lado e observei a figura de um homem que aparentava ter 45 anos na idade humana. Ele usava uma armadura branca enquanto matinha seu rosto oculto por um elmo dourado. Em suas costas, asas cobertas por chamas azuis. Um anjo, sentado em uma mesa perto do criador, ele continuou anotando algo em seu grande livro sem ao menos se incomodar com nossa conversa.

"E aquele cara… Bom, ele é tão calado que normalmente seria o nerd que sofre bullying."

Por um momento, senti os nossos olhos se encontrarem, mas não podia me importar menor com isso.

"Pularemos essa parte. Que tal ir para o assunto principal."

O deus supremo parecia impaciente, porém não consegui demostrar o mesmo entusiasmo que ele.

Criei uma cadeira elegante, digna de um rei e sentei. Ao estalar os dedos, um balde com pipoca apareceu em minha mão direta enquanto eu me focava em observar o chão do local.

Não era o chão que prendia minha atenção e sim o local que estava além. Um pequeno planeta estava em meu campo de visão.

"Sabe, essa é a minha parte favorita da história."

O deus supremo acompanhou meu olhar e logo notou o que estive observando.

"Azrael?"

um sorriso largo apareceu em meu rosto.

"Exatamente."

O deus, por outro lado, não pareceu satisfeito com minhas palavras.

"Você não tentaria mudar a história novamente, certo?"

Balancei a cabeça levemente.

"Não tenho a intensão de fazer."

Mesmo que tente, não sinto que essa parte da história seja importante. Não, na verdade, ela é muito importante, mas não devo mudar o que está para acontecer.

"Estou apenas observando o presente."

Azrael entregou um pequeno relógio para Eriel e no momento seguinte disse algumas palavras.

Um ponto de interrogação apareceu na cabeça de Eriel no momento em que Azrael explicou o que tinha em mente.

"Isso é engraçado, não importa como eu veja."

Uma lembrança desagradável apareceu em minha mente, mas logo a descartei por se tratar de algo sem sentido.

Meus olhos continuaram observando Azrael e Eriel. Essas memorias estavam vividas em minha mente, como se isso já tivesse acontecido antes, mas em um passado distante.

"Bom, deixaremos assim então."

Percebendo que não existia intenção de alterar o faturo, o Deus supremo pareceu menos preocupado. Existe uma linha que deve ser seguida, não importa o que aconteça. Mudar o passado, ou melhor, o presente. Pode resultar em um futuro completamente diferente do que presenciei.

Para que tudo ocorra bem, devo manter minha cautela. Mesmo aparecer aqui pode causar uma quebra na frágil linha do tempo.

"Sabe, eu tenho uma última pergunta…"

O Deus supremo me observou com nojo. Ele parecia não querer esconder o desgosto por estar em minha presença.

"Fale."

"Você pode observar o futuro até certo ponto, né?"

por um instante, lembrei do nosso primeiro encontro. O deus supremo pensava que o ser que apareceu em sua frente, era seu tão sonhado salvador. O seu modo de agir era bem diferente naquela época. Após perceber que minha maneira de pensar ia contra os seus princípios, seu desprezo ficou visível.

"Sim, não posso observar o seu futuro, então não tenho ideia de quem você é… Também não posso ver como será o início da grande gerra."

Serrei meus punhos ao lembrar de algo do passado, ou melhor, futuro…

"Então você 'viu' a morte de–"

"Sei qual é sua pergunta. Não preciso 'ver' o futuro para saber… Sua resposta é sim."

Por um momento, parte do meu poder foi liberado. Não era o momento para fazer isso, mas não consegui conter.

Isso alertou todos os anjos e claro, tenho pouco tempo depois disso.

"Saiba, eu não vou te perdoar por suas escolhas. Tive o sangue dela em minhas mãos."

Meu corpo começou a desaparecer lentamente.

"Apenas saber que você se sente ameaçado com a minha presença aqui, já é reconfortante. Viva com isso. O deus criador não pode ver o futuro que tanto almeja. Eu não vou lhe contar. Você nunca saberá se o futuro que busca é possível ou não."

Vim de um futuro que se alterou diversas vezes. Existem algumas ocasiões em que isso deve acontecer para chegar no momento certo da linha temporal que pertenço, mas nunca contarei que momentos são esses. Azrael deve seguir seu coração e apenas isso.

Se em um momento ele errar o caminho, não impedirei. Mesmo que resulte em um futuro diferente, existem escolhas que ele mesmo deve fazer.

Antes de desaparecer, decidi observar Azrael e Eriel.

Eriel estava se mantendo focada em sua tarefa. Apenas observar o pequeno relógio.

Aquilo parece ser algo sem sentido e o próprio Azrael sabe disso. Contudo, esse é um dos momentos importantes da história.

"…"

"Um dia você pagará pelo que fez…"

Com minhas últimas palavras, todo o meu corpo desapareceu daquela linha do tempo. Avancei para um período a frente no futuro.

Eu estava em um novo ponto onde poderia simplesmente aparecer para aconselhar o Azrael.

_Estou começando a me acostumar com meu novo poder…