UM MARIDO ATENCIOSO 1

Anna e Noah subiram as escadas juntos. Assim que chegaram à porta do quarto dela, ela empurrou a porta, abrindo-a, e ambos entraram.

Anna soltou um pequeno suspiro observando o pequeno espaço que um dia ocupou. Tudo estava do jeito que ela deixou, suas tias e avô sabiam que não deveriam mudar nem uma única lembrança de sua vida.

Sempre foram Mack e Nari que costumavam vir aqui quando eram jovens. Mas esta noite, era alguém diferente. Alguém que ela nunca pensou que iria conhecer ou se casar.

Ela havia se mudado desse pequeno quarto para o apartamento de Mack assim que ficaram noivos há dois anos. Ela podia se lembrar de como estava feliz naquele dia. Mack era sua única felicidade quando o mundo se voltava contra ela. Pensar que tudo o que compartilharam era uma farsa.

Os olhos de Noah percorreram o quarto à medida que ele entrava. Ele nunca amou a cor rosa até hoje. Diabo, ele odiava aquela cor por causa de sua estúpida irmã.

Toda maldita coisa aqui era rosa, até mesmo os pisos. Seus livros, escovas, canetas, porta, tudo.

"Este é o meu quarto." Ela se virou para olhá-lo. "O que você acha?"

"É... Rosa." Foi a resposta de Noah e Anna sorriu. Ela podia dizer que ele não era muito fã da cor rosa. Ele fechou a porta atrás de si, enquanto entrava.

"É minha cor favorita." Disse ela sentando-se na cama e Noah fez o mesmo. Acomodando-se confortavelmente na cama. Noah deitou para trás, colocando uma mão atrás da cabeça para se deitar confortavelmente. Seu corpo já havia ocupado mais da metade da pequena cama.

Ele olhou para o teto para ver lindas contas de cristal em forma de estrela dançando ao lado do pequeno lustre. "São um amuleto da sorte, a Tia Kathy disse que era da minha mãe." Anna sorriu, os olhos azuis brilhando sob a luz.

Noah a encarou sem dizer uma palavra, se perguntando se agora era um bom momento para contar a ela o que ele havia descoberto hoje ou se ele precisava de um pouco mais de tempo. O pensamento dela o odiando o irritava. Não é como se ele tivesse matado os pais dela, mas seus pais os haviam matado.

"O que aconteceu com eles?" Ele pôde ver um pouco de tristeza nos olhos dela, que desapareceu tão rapidamente quanto veio.

"Para ser honesta, não me lembro muito deles, pois eu era muito pequena. A Tia Kathy disse que eles tiveram um acidente, embora não tenha sido realmente um acidente, já que foram assassinados."

"Você estava com eles quando isso aconteceu?" Anna assentiu.

"Fomos em uma viagem, segundo o avô, parece que o pai se meteu em problemas, o que resultou no acidente." Ela disse.

"Eu fiquei em coma por dois anos, todos acharam que eu morreria, mas eu sobrevivi." Ela sorriu. O que fez Noah se perguntar se alguma vez houve um tempo em que ela franzisse a testa.

Sorrir não era uma coisa ruim, só prova quão ingênua e pura era sua esposa. Mesmo depois de tudo que ela teve que passar, ela ainda sorria.

"Então ela deve ser linda. Sua mãe. Considerando o quão linda você é." Anna corou mordendo a parte interna da bochecha. Não era que ela não tivesse recebido milhares de elogios, especialmente de homens, mas era o jeito que Noah disse. Isso fez o coração dela bater mais rápido.

Levantando-se de onde estava sentada e caminhando até sua cômoda. Ela rapidamente tirou um livro grande, era o álbum de fotos da família desde a época em que seu avô era jovem até o presente.

Ela quase entregou a Mack quando pausou. "Está tarde demais para você sair, vai dormir aqui?" Não é como se eles nunca tivessem dormido no mesmo quarto antes. Além disso, ele era o esposo dela e eles não estavam fazendo nada de errado.

"Não se preocupe comigo, posso sair quando quiser." Ela assentiu com as palavras dele, passando o livro para ele.

"T... Tem algumas imagens constrangedoras aí." Noah levantou uma sobrancelha olhando para ela e um pequeno sorriso diabólico surgiu em seus lábios. Ele sabia do que ela estava falando, "Mal posso esperar para ver."

Neste momento Anna se arrependeu de mostrar a ele o álbum de fotos da família.

"Vou tomar meu banho agora." Disse ela e correu para o banheiro.

Com Anna fora, Noah pegou seu telefone e discou um número.

"Paul."

Paul, que acabara de se recolher para a cama após um dia inteiro de estresse, disse, "Sim chefe." Ele nunca tinha trabalhado tanto na vida. Ser o único assistente de Noah Declan não era para os fracos, ele precisava de ajuda, mas Noah disse que ainda não encontrou a pessoa certa.

Foram inúmeras entrevistas para a posição de um segundo assistente, mas Noah rejeitou todas elas.

"Reabra a Empresa Yong, estou precisando dela agora." Vieram as palavras preguiçosas de Noah.

"Ok senhor." Paul saiu da cama imediatamente e foi para seu escritório, o pouco de sono que tinha acumulado se foi e ele estava de volta ao trabalho.

Ele bocejou diante de seu sistema e começou a trabalhar. Ele havia pedido a sua equipe para encerrar toda a empresa Yong porque seu chefe não precisava mais dela.

O que o fez mudar de ideia?

Por que ele de repente queria a empresa de volta?

Ele não tinha ideia do que aquele homem astuto estava planejando, mas esperava que não fosse nada ruim.

Paul organizou algumas coisas e enviou algumas palavras para serem divulgadas à imprensa no dia seguinte.

Enquanto ele fazia isso, longe na cidade, Mack saiu do seu carro e caminhou em direção à mansão deles.

Ele nunca havia se sentido mais humilhado do que hoje pelos Sui's. Essas nulidades. Ele não fazia ideia do que Anna disse à sua família para contra-argumentar o que ele havia dito antes. Ele fechou as mãos em punho.

Ele estava mais que irritado, estava enfurecido com aquelas pessoas. Aquela mulher de boca grande. Mas por que ela ficou mais linda aos olhos dele, embora. Por que ele não notou o quão linda ela era todo esse tempo. Havia algo na maneira como ela falou com ele que fez ele querer ela de volta.

Anna sempre foi uma pessoa que dizia sim, e ele não gostava disso. Não havia nada sexualmente atraente nela antes, mas a Anna que ele viu esta noite parecia diferente.

Será que era por causa do homem ao lado dela?

Quem é esse homem e o que ele estava fazendo com a mulher dele? Mack se perguntou, o cenho cerrando mais ainda.

Ele deixa aquela mulher por alguns dias e ela já está nos braços de outro homem. Que vagabundazinha.

"Onde você esteve, Mack?" Nari saiu da mansão em sua camisola e caminhou até ele. Ele estava conversando com eles um minuto e no outro já estava fora de casa.

A princípio ela pensou que ele tivesse ido dormir depois do dia estressante, mas não foi o caso. Quando o pai dele perguntou por ele, ele não estava em lugar algum. Eles tentaram ligar, mas ele não atendeu.

"O que foi?" O franzir de testa dele não se suavizou. Não é como se ele agora odiava Nari, ele ainda a amava como sempre como a mulher que uma vez salvou sua vida. Mas isso não significa que ele não poderia ter Anna se ele quisesse. Ele poderia simplesmente fazer com que as duas mulheres fossem amigas novamente por causa dele.

Mack estava mais que confiante de que Anna ainda o amava. A obsessão não desaparece em apenas alguns dias, leva anos de prática para alguém deixar ir.

"Pai está muito zangado que você vendeu a empresa, ele quer te ver." Disse Nari. Ela podia se lembrar de ter dito a ele para pensar sobre isso, mas ele não ouviu. Mack estava com muita pressa para vender a empresa.