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Capítulo 1.1

Dentro da loja havia uma espécie não identificável.

Era semelhante a uma pessoa, possuía braços, pernas e uma cabeça, mas a 'coisa' não tinha olhos ou nariz, no seu rosto apenas uma fileira de dentes afiados.

A pele do ser era um cinza translúcido, se você olhasse atentamente perceberia os vasos sanguíneos azuis pulsando debaixo dela.

O que mais chamou a atenção de Zan foi o fato de que a 'coisa' vestia o uniforme do atendente da loja de conveniência, ou pelo menos o resto do uniforme, a blusa listrada estava em farrapos, as mangas e metade da parte do tronco haviam desaparecido.

Zan observou a 'coisa' de dois metros se mexer ficando cara a cara com ele.

Parado em frente a porta automática, Zan acabou em um jogo estranho de encarar com um bicho sem olhos.

"..."

Mesmo depois de dez minutos nenhum dos dois se moveu, a porta com sensor de movimento fechou e abriu em torno de vinte vezes, impaciente Zan decidiu arriscar, se o alien quisesse mata-lo já teria feito a algum tempo.

"Sho, sho."

Ele moveu as mãos como se espantasse um cachorro.

A 'coisa' o fitou por um tempo, depois se virou e andou até o fundo da loja...

"..."

Grrr...

Esqueça o resto, comida primeiro.

Normalmente ele se focaria nesses detalhes, mas a fome estava insuportável, seu estômago parecia se retorcer a cada segundo implorando por comida.

Ele andou até uma prateleira e pegou três sacos de macarrão instantâneo, todos de baixa qualidade não custando mais que três racs cada.

Com apenas um rac sobrando ele pegou um pacote pequeno de bolacha na promoção.

Satisfeito, Zan deixou sua única nota no caixa e pegou uma sacolinha de plástico para embalar suas compras.

Antes de sair ele não se esqueceu de acenar para a câmera como um cidadão de bem, ser acusado de roubo era a última coisa que ele precisava.

...

Ao chegar no seu pequeno apartamento Zan colocou todo o macarrão no fogo e foi checar seus e-mails.

O apartamento de Zan era um dos mais baratos que se podia encontrar, ele tinha um cômodo que poderia ser usado como quarto e sala, uma mini cozinha e um banheiro. Seria satisfatório para alguém que vive sozinho se não fosse pela localização ruim, os vizinhos criminosos e as paredes finas como papel.

Ao ver que não tinha nenhum e-mail novo Zan suspirou aliviado, suas costas relaxando visivelmente na cadeira.

Seu chefe não iria incomodá-lo com um trabalho repentino esta semana.

Ele trabalhava como escritor em um jornal de terceira categoria, o único emprego legal que seu eu órfão de dezoito anos conseguiu encontrar. Agora com vinte dois ele ainda recebe o salário de um estudante de meio período.

Vendo que cinco minutos já se passaram Zan se arrastou até o pequeno fogão e deligou o fogo.

Ele despejou um quarto da massa em um copo descartável e assoprou. Quando a temperatura estava satisfatória ele virou o copo de uma vez , mastigando e engolindo o macarrão sem sequer sentir o sabor de conservante barato.

Quando estava pronto para encher o copo novamente Zan notou que algo estava errado. Desde quando comida industrializada tinha gosto de merda?

Ele sentiu o macarrão subir de volta pelo caminho que havia descido e correu até o banheiro despejando tudo para fora.

Ele não sabia se era porque mudaram o conservante ou a receita, mas o gosto era intragável, sua garganta queimava como se ele tivesse ingerido ácido, Zan não comeria macarrão de novo tão cedo.