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Uma Amizade Inesperada

Jonathan:

Eu estava bem assustado com o que havia presenciado na tarde anterior, foi uma quantidade exorbitante de acontecimentos que deixaram minha cabeça muito mais confusa do que deveria, afinal, eu teoricamente deveria conhecer todos os seres dessa flora. As bizarrices começaram quando avistei um pássaro uribá vermelho, um pássaro uribá amarelo que caiu do céu sem mais nem menos, um pássaro uribá preto que pareceu atormentado com algo, e pra completar, uma fêmea com características próximas as minhas. Tenho de admitir, meu dia estava uma loucura, e nem de longe eu tinha qualquer idéia do que estava acontecendo de fato aqui. E acredito não ser surpresa para ninguém, que a pergunta que mais martelava em minha mente era, "o que tudo isso tem haver afinal?", "O que houve com aquele pássaro uribá preto depois?", "E espera... Aquele pássaro uribá preto, não é o mesmo que achei depois de espantar aquele dragão?". Eu não tenho certeza de nada, mas eu tenho certeza de uma coisa, eu estou com muita fome... Muita fome! Muita fome mesmo!

Desço da árvore em que estou com um único pulo, e assim começo a andar pela floresta em busca de algo para comer. Andando por alguns minutos, logo avisto um coelho até que bem grande para os padrões. Então me camuflo entre as folhas, me preparando para um ataque surpresa bem executado, mas quando pulo, ele rapidamente me percebe, e foge sem deixar nem mesmo chance para insistir na caça. Fico encarando o nada por alguns segundos frustrado, com fome, e chateado por ter perdido uma caça tão boa. Essas perguntas realmente estão mexendo comigo, afetou até mesmo minha noção de sobrevivência, e minha percepção de caçador. Ainda chateado com tudo isso, sentei ao chão cruzando as pernas, e comecei a observar o pequeno riacho que passava à minha frente. Acompanhando a leve correnteza, percebo que não estou sozinho naquele lugar, pois do outro lado do riacho, o pássaro uribá de asas vermelhas que eu tinha visto anteriormente, estava boquiaberto com seu olhar fixo em mim, enquanto parecia estar lavando alguns de seus equipamentos. Ele me olhava como se tivesse descoberto algo novo, como se nunca tivesse visto um lobo na sua vida. Me assusto com aquilo, e rapidamente me levanto ao lembrar de que ele carregava um arco consigo. Decido manter distância do sujeito, enquanto mantenho minha atenção em suas mãos com a guarda alta.

— O-oi — Tentando um primeiro contato entre nós dois, acabei falhando miseravelmente. Ele apenas me olhou apontando seu arco quase que de imediato, sem dizer uma única palavra.

— Ei, Ei! Calma! Eu não vou te atacar! — Grito em leve desespero mexendo as mãos sem parar, tentando gesticular ser o menor dos problemas dele — Abaixa isso, por favor!

— Quem é você? O que é você? — Ele me pergunta olhando seriamente para mim, ainda mantendo sua guarda alta e atenta.

— Certo... Vou me apresentar, mas quero que baixe seu arco primeiro! – Ele abaixa seu arco sem retirar a flecha de seu empuxo, e como prometido começo a me apresentar – Meu nome é Jonathan! Eu sou um residente lupino dessa floresta, e você? Quem é? E o que é afinal?

Ele suspira profundamente, deixando sua guarda abrir, enquanto relaxava um pouco seu corpo, acredito ter percebido que eu não era problema para ele. Me aproximo dele devagar, mas meus instintos caninos falam mais alto, começando a cheira-lo em todo seu redor. Ele tinha um cheiro diferente, parecia um pássaro que havia acabado de ser queimado, usando lenha como combustível para o fogo.

— Eu sou Redy, um anjo vermelho e… Quer parar de me cheirar!? — Se incomodando comigo, ele rapidamente segura meu pelo em volta do pescoço, me deixando frente a frente com ele.

— Para mim, você é um pássaro — Lambo meus lábios calmamente, enquanto continuava a observa-lo sentado ao chão — Um delicioso pássaro gigante...

Ele cruzou os braços arqueando sua sombrancelha, como quem gostaria de dizer: "Sério mesmo?"

— Eu estou brincando! — lanço-lhe um sorriso, esperançoso de que aquilo quebrasse o clima tenso que se formava novamente — Mas... Eu nunca ouvi falar desses tais anjos... Então pra mim você continua sendo só um pássaro gigante...

— No final de tudo não importa o que eu sou.... Bem, que seja! Eu preciso voltar para a vila e levar isso para eles – Gesticulou ele ao erguer um balde de água para que eu pudesse ver – Sinceramente, seria muito mais fácil se eles construíssem uma canalização do rio até o vilarejo... Mas pelo jeito, ninguém é muito inteligente por aqui.

Percebendo sua expressão tediosa, percebo que ele tem vontade de ajudar o "povo" que ele tanto diz dessa tal "vila". E isso me faz simpatizar com o mesmo de certa forma, ele não parecia ser alguém ruim, só muito marrento mesmo. Com esse pensamento em mente, decidi que eu, o ajudaria com seus problemas corriqueiros.

– Redy! Podemos construir essa coisa aí que está dizendo então! O que me diz? Eu só preciso usar as mãos e... Espera o que eu tenho que fazer mesmo? – Lanço-lhe um sorriso sem graça, porém animado. Eu realmente não sabia o que deveria fazer, pois nunca fiz nada do tipo, e nem tinha conhecimento sobre essas coisas, mas acho que se bem orientado, poderia fazer o meu melhor.

Ele me olhou desconfiado e até mesmo um tanto relutante, mas depois de um tempo, ele decidiu aceitar minha ajuda, e assim logo começamos a botar a mão na massa. Discutimos como iríamos fazer aquilo, ele explicou como funcionava a vila e toda a necessidade que ela vinha passando por não haver um poço de água ao qual poderiam usar. Obviamente que como não sou um morador desses tipos de lugares, demorei a entender como era necessário todas essas contruções e mecanismos para facilitar o acesso das coisas. Acredito que isso, se deva ao fato de ter habilidades naturais, que facilitam a caça e a busca daquilo que preciso, fora a percepção aguçada para me movimentar livremente na floresta. No fim, chegamos a conclusão que o melhor a se fazer, seria construir e elaborar algo simples apenas pra incentivar os cidadãos a construírem uma coisa melhor depois. Fomos até sua vila onde ele me mostrou todo o local, me mostrando onde teríamos que terminar o projeto. Após isso, fomos até a uma pequena loja onde havia materiais para que pudéssemos iniciar o que havíamos imaginado. Não só compramos os materiais, como também conseguimos mais ajuda vinda de dois construtores da região, que acharam nobre nossa causa, e decidiram nos ajudar. Após tirarmos todas as medidas, começamos a construir uma espécie de aqueduto do rio até o vilarejo. O aqueduto foi inteiramente construído com blocos de pedra, fazendo com que a água canalizada, fosse de encontro com o poço da vila, e assim, o anjo vermelho foi ao vilarejo avisar os cidadãos do que estaria por vir. Ficamos a tarde toda construindo e aprimorando aquilo para que fica-se útil e bem feito, e com a ajuda dos outros dois construtores, conseguimos até mesmo criar um mecanismo para fechar o aqueduto com uma comporta, que ficou localizada em sua entrada de origem. Dessa maneira, o poço não transbordaria caso ficasse cheio, e a água canalizada não seria desperdiçada. Assim que terminamos, ficamos contentes com o resultado e já sabíamos que estava tudo pronto para inaugurarmos aquele novo aqueduto que abasteceria a vila, e consequentemente, já resolveria o problema de água de seus cidadãos. Redy voou em direção a vila, e assim que voltou, fez sinal para que a comporta fosse aberta, e deixasse que a água corresse pelo aqueduto.

— Já temos a liberação? Podemos ativar?! – Com as mãos na alavanca, esperei apenas a confirmação de Redy que batia suas asas no céu.

— Bem, lá na vila está tudo certo! O Povo está ansioso e reunido em volta do poço! Então eu acho que sim! – Ele lançou-me um sorriso juntamente a um polegar, indicando que eu poderia puxar o mecanismo – Pode puxar!

Partimos para a parte final, e usando toda a força que tinha, puxei a alavanca para trás, erguendo a comporta do aqueduto, e liberando passagem para que água escorresse em direção ao poço.

— Você fez tudo muito bem John!, me ajudou muito, obrigado! — Ele pousou ao meu lado com um sorriso de canto no rosto, enquanto cruzava os braços.

— Quando se vive na floresta por tanto tempo sozinho... A gente entende... Que tem que aprender a fazer e... Como fazer, as coisas mais rápido ainda ao longo dos tempo – coloco as mãos na cintura com a cauda balançando em minhas costas, orgulhoso de meu trabalho – Não tenho amigos, e é sempre um prazer poder ajudar e tentas fazer alguns amigos pelo caminho..

Sua atenção se volta a mim, percebi que ele iria estender a mão numa espécie de comprimento, mas ele ficou relutante, e ligeiramente tomou outra atitude, o anjo escarlate vem até mim e colocou sua mão direita em minha cabeça, fazendo um carinho entre minhas orelhas, como forma de agradecimento. Malditos sejam os meus impulsos caninos, pois eu literalmente estou sentado no chão com a língua de fora.

— Já que não tem amigos... Que tal ser o meu amigo? Quer vir comigo? — Entre gargalhadas pela situação cômica, ele me ofereceu a sua amizade.

— Sério mesmo? Você é o primeiro ser que não me afastou depois de eu ter ajudado — Tenho quase certeza de que meus olhos estão brilhando agora. — Eu ficaria honrado...

Me levantei calmamente, e então apertamos as mãos firmemente, contente um com o outro pela escolha que tomamos, e por termos nos encontrado daquela forma. Seguimos juntos para a vila, e como esperado, de imediato a pessoas estavam me olhando estranho, e eu até estava estava me sentindo um tanto desconfortável. Mas para minha surpresa, Redy era bem respeitado ali, e logo se colocou a frente para me ajudar, pois provavelmente, já havia percebido aqueles olhares para mim também.

— Pessoal! Vejam! Esse demi-humano teve a brilhante ideia do canal de água! Agradeçam a ele pela água na vila! Foi tudo idéia dele! — Ele declara para todos os presentes, piscando para mim em seguida. Sei que ele estava tentando elevar minha moral por ali, dando todos os créditos do nosso trabalho duro para mim.

Alguns me lançaram olhares de aprovação e outros continuavam me olhando estranho, porém, hoje conheci Redy, o anjo vermelho que agora era meu amigo, e parecia estar sendo sincero comigo. Eu estava feliz com isso, e agora eu sentia como se estivesse em uma alcatéia.

"Ele é meu primeiro amigo de verdade em anos... Acho que vou sorrir o dia todo".

[...]

Algum tempo depois descobri mais sobre o seu passado, entendi a forma como ele vive, e como ele tentar se sustentar nessa aldeia. E na minha opinião não era uma maneira complicada, basicamente, só tínhamos que atender os pedidos das pessoas, e proteger ela caso necessário. Mas ainda não consigo entender como uns discos pequenos de ouro e prata, podem ser tão importantes, é apenas pedaços de metal. Descobri que Redy é um órfão assim como eu, e dessa forma, conseguimos nos dar muito bem devido as similaridades, e experiência pelas quais compartilhamos. Espero que os próximos dias junto a ele sejam bastante divertidos, caçar e proteger outras pessoas, isso parece muito com meu estilo de vida.

Redy:

Eu não sei muito bem o porquê, mas eu sinto como se tivesse um cachorro em casa, ele é leal, companheiro e muito divertido quando não está focado em nossos deveres. Talvez eu até o considere um amigo para vida toda, pois eu nunca havia tido uma relação tão amistosa com alguém dessa forma antes. Desde que Jonathan esteve comigo semana passada, tudo começou a mudar, parece que minha vida ganhou um pouco mais de cor, e se eu posso ser sincero, eu digo que eu estava realmente me sentindo muito sozinho. A evolução foi tanta que não senti vontade ou necessidade de beber em nenhum momento, ja que Jonathan sempre fazia minha mente se distrair com algo. Hoje o carteiro bateu na porta de nossa casa, quando eu a abri fiquei um tanto ansioso com o que li. Eu havia recebido um convite referente a um torneio de arco e flecha em Lafilía, o grande reino central. Aquilo ficou martelando na minha cabeça, até que lembrei ter me inscrevido por muita insistência do líder da Vila, já que ele havia recebido uma proposta para que sua vila fosse representada no torneio também. Eu fiquei um pouco indeciso em participar, mas Jonathan me apoiou desde o começo, disse que se eu fazia algo bem o bastante para superar os demais, então eu deveria ir mostrar minhas habilidades. E enquanto escrevo essas palavras de agora, estamos neste exato momento, partindo da vila em direção ao Reino de Lafilía. Todos os moradores nos desejaram boa sorte e acenaram durante nossa saída. Estamos entrando na floresta, Jonathan disse que pode nos levar rapidamente até lá, já que conhece todas as regiões aqui em volta. Desde a cidades, vilas, estradas... Diacordo com ele, se seguirmos a rota que ele indica, poderemos chegar lá em menos tempo que o esperado. John também conhece alguns moradores, ele os chama de uribás, deve ser a forma dele se referir a as pessoas humanas que vivem nas grandes cidades. Pelos meus cálculos, devemos estar caminhando a umas cinco horas, então sugiro que paremos um pouco para descansar.

— Nossa... Pelos deuses Jonathan... — Cansado e sem fôlego, eu estava incrédulo com tamanha estamina que aquele lobo carregava com sigo — Você não cansa não? Estamos nessa a um tempão e não te vi suar nem um pouquinho!

— Não... Estou acostumado! Já é normal para mim — Após se comentário, suas orelhas levantaram para cima, e então lentamente ele se virou para mim, lançando-me um olhar questionável — Você por um acaso... Aguentaria um garoto lobo com a força que tem...?

— Claro que sim! Eu sou um anjo orgulhoso! E... — Olho para minhas asas entendendo a situação em que eu havia me metido. Novamente olho para ele com expressão tediosa – Ah... Agora eu entendi.

Aquele lobo esperto... Pensou em diminuir o tempo da viagem voando pelo céus, e com aquele momento infeliz onde eu iria virar um anjo transporte de carga viva, ele apenas riu da minha cara, pois sabia que não poderia recusar se quisessemos chegar mais cedo em Lafilía. Descansamos por mais alguns minutos, e então o peguei desajeitadamente por seus braços, alçando voo por cima das árvores e da floresta.

[...]

Algumas horas depois começamos a ver os primeiros indícios das muralhas de Lafilía. Havia grandes colunas na frente de seus portões, e uma estrada que conduzia para dentro do reino. Lafília é realmente enorme, e com toda certeza, é um dos centros comerciais mais importantes do Mundo Mítico.

— Vamos... Pousar...? Seu Lobo pesado...! – Perguntei com dificuldade ao estar aguentando o pesado homem lobo – Já pensou em... Fazer regime?

— Acho que já voamos o suficiente! vamos pousar! — Aproveitando aquele momento e o ar que batia no rosto, Jonathan uivou, colocando sua língua para fora.

Pousei em frente a entrada de Lafília, onde somos recebidos por um guarda real, ele pegou algumas informações essenciais nossas antes de entrar nos deixar entrar cidade adentro, e logo após isso liberou nossa passagem.

— Estou ficando com sede... Essa viagem toda me deixou bem cansado — Jonathan olhava ao redor com curiosidade. Muito provavelmente nunca tinha visto um lugar tão movimentado em sua vida antes.

— Eu que carrego você no ar e você que está cansado?!?! – Indignado, lhe dei um tapa por trás da cabeça, e logo após isso, o olhei com curiosidade, perguntando com um sorriso criminoso – Já bebeu vinho alguma vez meu caro?

— O que seria isso? — Disse John, olhando confuso para mim, esperando uma resposta plausível para sua pergunta.

— É... Então você ainda não viveu! Vem! Vou te mostrar — Gargalhando, me viro em direção ao centro comercial da cidade.

Andando por aquela região, foi possível ver muitos edifícios dos mais variados tipos que existiam em Lafilía. Estou maravilhado com tamanha beleza, e diversidade de coisas que era possível encontrar aqui. Tudo nesse lugar faz jus ao seu título como reino, pois havia casas, comércios ao ar livre, fontes e inúmeros caminhos. O que mais chama atenção é o grande palácio, acima de todas as outras construções e no centro da cidade. A arquitetura era côncava, cheia de cúpulas no topo de seus edifícios, sem falar que existiam até mesmo certa simetria em seus quatro cantos. Os portões, janelas e estruturas eram todas ornamentadas, com detalhes até mesmo em ouro, e iluminuras de cor quente, que contavam a história do local. Algumas plantas caíam por sobre as estruturas do Reino, isso deixa tudo ainda mais bonito, como se fosse algum tipo de jardim suspenso, aonde a natureza estava em equilíbrio com o urbano.

— Redy... – John andava ao meu lado um tanto quanto perdido e pasmo com tudo o que estava observando.

— Sim? – Continuava observando, e admirando a cidade enquanto estávamos andando.

— Você já teve uma sensação estranha? Como se algo em nossas vidas fosse mudar para sempre? – Senti sua voz vacilar um pouco, alguma coisa, o estava incomodando naquele lugar – Parece um tanto sem sentido mas...

— Você está com esse sentindo isso agora? — Perguntei intrigado com o que havia dito.

— Sim, mas não estou com medo sabe? Estou ansioso — Jonathan sorriu de forma positiva, como se na verdade não houvesse insegurança, mas sim coragem para enfrentar o desconhecido. Infelizmente, eu tenho plena convicção do que havia em seu coração, até porquê minha experiência com tudo o que os anos me fizeram passar, era bem maior do que Jonathan poderia imaginar, mesmo com muitas similaridades entre nós.

Eu não havia falado nada ao Jonny, mas eu estava com uma sensação de estar sendo seguido, ou até mesmo observado, desde que havíamos chegando a uma região mais central da cidade.

— Vai dar tudo certo meu amigo peludo, eu estou aqui com você... Confie um pouco nesse seu amigo de penas vermelhas — Sorrindo a ele, levantei um polegar ao mesmo para que ficasse mais tranquilo. — Ali, vamos tomar um bom vinho!

Apontando para um bar que tinha por nome Elmo Bêbado, olhei para Jonathan mais uma vez que ainda não estava entendendo do que eu estava falando.

— Certo Eu acho...! – Gritou ele tentando se animar novamente – Espera! você ainda não me disse o que é vinho! Ei Espera!!!

[...]

Estando sentado esperando o nosso pedido, eu e Jonathan observava o local onde estávamos com atenção. O Local era barulhento e movimentado com marmanjos, que estavam jogando carteado, ou simplesmente falando de suas vidas de forma bêbada e sem limites. Assim que olhei novamente para a porta de entrada do estabelecimento, cavaleiros entrarem no bar, mas curiosamente, não eram guardas do exército de Lafilía. Seus brasões de armas eram diferentes, pareciam chifres num rosto de cor roxa.

— Por que há cavaleiros demoníacos nesse lugar...? O que estão fazendo aqui...? – Fiquei tenso ao vê-los, por ser um anjo, aquilo naturalmente poderia significar uma grande encrenca.

— Não sei... Espera! O que são Cavaleiros demoníacos? – Jonathan que estava a minha frente, olhou para mim confuso querendo mais uma resposta plausível.

— Bem, eles não podem fazer nada fora do reino deles... — Minha atenção foi diretamente a eles, alguns minutos atrás, eu havia tido uma sensação de estar sendo seguido e observado, algo não me cheira muito bem.

– Os seus pedidos senhores! – A jovem garçonete nos trouxe duas canecas cheias de vinho tinto suave.