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A Biblioteca

Chrys:

Nós tínhamos acabado de nos conhecer, mas incrivelmente, depois de toda aquela confusão no bar, parecia que já éramos amigos de longa data, principalmente com o sentimento que havia se criado em meio a necessidade e ao perigo eminente que nos rodeava. E não só isso, como também acredito que toda essa situação, vai acabar por nos aproximar cada vez mais durante essa longa jornada que estávamos iniciando. Obviamente que ainda estávamos um tanto desconfiados com o que poderia ocorrer nesse caminho que estávamos trilhando, mas o sentimento e a adrenalina de estar vivenciando coisas novas, e até mesmo de estar conhecendo pessoas novas, era minimamente interessante e interessante. Após a fuga para dentro da floresta, caminhamos por algumas horas na esperança de nos afastar cada vez mais daqueles que estavam caçando Zack. Até cheguei a pensar que nos perderíamos em meio a floresta, mas Jonathan e Sabre eram ótimos caçadores e guias florestais, e assim acabamos por encontrar uma trilha. Eles eram realmente bem espertos, suas habilidades animalescas eram bem aguçadas, Jonathan até se dizia muito experiente em andar por todas as regiões ali em volta do reino de Lafília. Durante o caminho até ali, ele contou várias histórias de suas caças pessoais, e de como havia mapeado mentalmente toda aquela região, o que eu pessoalmente falando, achei incrível.

— Ótimo, parece que esse caminho leva direto ao encontro dos reinos — Sabre comentou ao lado de Jonathan que balançava sua cauda feliz – Já temos um norte para onde podemos ir!

— Encontro dos reinos? — Ao ficar em dúvida, olhei para Sabre esperando uma resposta explicativa – O que seria esse Encontro dos Reinos? Perdão minha ignorância, eu quase não saí do Reino Celestial, e a minha vida toda foi estudar para aprender a movimentação política de meu Reino, para ser o sucessor digno ao trono de meu pai.

— Ah sim! Eu entendo... Não se preocupe com isso, eu vou explicar! De forma resumida, O Encontro dos Reinos, é um conjunto de trilhas que dão em uma cidade! – Sabre colocou as mãos sobre sua cintura de forma confiante enquanto explicava – Cada uma das trilhas leva à um reino distinto do Mundo Mítico. De forma mais resumida ainda! Se trata do centro do mundo mítico! Já passei por lá algumas vezes... Efim! Ele é o nosso ponto principal de direção, por assim dizer.

—  Acho que... Devo ter entendido... — Olho de relance para Zack. Ele ainda estava confuso e estava com uma expressão exausta. Realmente aquele não eram os melhores dias para eles. Lanço-lhe um sorriso e decido chama-lo — Zack!

— Ah! Certo! Encontro dos Reinos né? Vamos então — Sua atenção volta a funcionar, seu passo desanimado foi acelerado, mas claramente estava vagando em seus pensamentos tristes ainda.

– Daqui até lá vão ser uns 3 dias de caminhada... Estão prontos para um pequena viagem? – Sabre cruzou os braços olhando nós.

– Zack já iniciou... Então acho que não temos muita escolha – Comentou Rafa ao erguer os braços com um sorriso canto.

Redy permanecia um pouco atrás de todos, ele quem estava escoltando a a nossa retaguarda, e era notável o quão atento estava em seu olhar. Em minhas mãos estava o misterioso livro negro, eu estava o lendo com veemência e curiosidade, afinal, tudo parecia estar interligado como uma teia de aranha, que começa em vários ângulos diferentes, e termina no centro de tudo. De acordo com as páginas iniciais do livro, tudo pareceu começar com a grande guerra do passado, os heróis, os cristais, as câmaras, as armaduras, os símbolos e, por fim, a grande profecia.

"Somente o herói negro poderá derrotar aquela que um dia o amou profundamente, mas se deixou levar pelo ódio. Para que o mundo não caia em caos, os cristais devem ser encontrados, para que assim os escolhidos estejam em seu ápice verdadeiro. Para que a guerra não retorne ao mundo, as sombras roxas devem ser paradas. Para que a lenda desperte, ela deve enfrentar as mazelas. Cabe aos seis escolhidos a missão de proteger o mundo mítico do apocalíptico, tão próximo e desumano, cheio de trevas".

"Somente os escolhidos poderão adentrar a câmara e, então, derrotar o guardião com a armadura predestinada".

Eu queria saber mais sobre toda essa profecia, porém, a página que aparentemente continuava suas estrofes estava rasgada, mas com isso, está bem claro para mim, que a profecia se estende um pouco mais do que apenas isso. O que são esses cristais afinal? Aparentemente são fontes de poder, pelo menos é o que parecem ser na profecia, e se fossem bem utilizados poderiam servir como fonte de paz. Continuei a folhear e ler as páginas, até que cheguei em uma página onde explicava e focava especificamente nesses misteriosos cristais. Havia ilustrações deles em cada uma dessas páginas, e ao que parecia ser, cada um deles continha uma representação de propriedade, juntamente a um poder diferente. Pelo que pude perceber, não eram seis cristais, mas sete, assim como estava sendo escrito nas páginas, mas a pergunta final era... Por que sete, se são seis heróis?

"Somente os escolhidos poderão adentrar a câmara e, então, derrotar o guardião com a armadura predestinada".

As armaduras sagradas citadas nesse trecho, tive a impressão de que deveriam ser conquistadas, e interpretação que tive, eram guardadas em câmaras, por guardiões, ou algo do tipo. Na página seguinte, a imagem dos heróis novamente me chamou atenção, afinal de contas, quem seria a menina com orelhas de coelho e um arco em mãos? Ela não estava no nosso grupo atual, e muito menos era de conhecimento pessoal de qualquer um aqui.

— Chrys...? Ah... Chrys? Está ouvindo...? — A voz de Zack estava distante de minha própria percepção. Era como se minha existência ali fosse apenas uma mera miragem. Mas então, meus sentidos voltaram ao plano real, pois Zack havia exclamado para mim, ao perceber o quão longe em pensamentos estava – Ei! Chrystopher!

Colocando sua mão sobre meu ombro, Zack me acordou do transe ao qual estava. Olhei para ele e em resposta, rapidamente me coloquei a sua disposição.

— Ah! Perdão! Eu estava... Um pouco perdido em meus pensamento — De forma gentil, do a ele a brecha que ele precisava para dizer a mim alguma coisa – Está precisando de alguma coisa?

– Você está realmente bem? Depois que abri esse livro, e você o pegou em mãos... Tudo parece bem distante para você ultimamente... – Zack lançou-me um olhar genuinamente preocupado – Não acha que pode estar exagerando um pouco?

– Não se preocupe! – Após uma gargalhada, decido lhe explicar – Eu geralmente fico desse forma quando estou concentrado em alguma coisa... Vai me ver assim com frequência na verdade.

– Sei... – Me respondeu o desconfiado Zack, que abriu um sorriso tímido lateral.

– Do que você precisava mesmo? – O lembro de seu pedido anterior.

— Ah sim! Eu gostaria de saber um pouco mais sobre mim... — Timidamente, Zack me pede algo que poderia ser benéfico para ele, pois, conhecer a sua própria história não é só um direito seu, como também irá liga-lo as raízes, as quais Zack não tem bem fixadas ainda em sua mente — Por que você acha que posso ser a lenda desses dois clãs, o angelical e o demoníaco? E qual é o sentido de isso tudo estar acontecendo? Sempre quis saber sobre minhas reais origins...

— Essa história é bem longa... — Suspiro profundamente, canalizando todo o conhecimento que havia adquirido em meus anos de treinamento e dedicação para se tornar o próximo monarca. Nunca imaginei que usaria esses contos para contar para o próprio dono dessas histórias — Muito bem! Vamos lá então... Tudo começou com a guerra... A Terceira Grande Guerra Celesmoníaca na verdade. De um lado, estavam os anjos, enquanto que do outro... Estavam os demônios. Escondidos de todos e de seus seus reinos... Dois ferreiros, cada um de um de um respectivo lado da guerra, decidiram juntar os metais mais usados por cada um de seus reinos. O metal Guírios do lado demoníaco, e o metal Ureal do lado angelical. A fusão deles resultou num metal negro, chamado de Guireal. Os aprendizes desses ferreiros começaram a espalhar que uma nova raça de anjos com penas negras iria dominar sobre os reinos ascendentes, para que assim, um dia unificassem os mesmos. Dessa forma começou a lenda do anjo negro... Mas alguns vários anos se passaram, e então na Quinta Grande Guerra, um casal proibido surgiu, e eles consumaram o que até então era apenas uma lenda. Você é filho desses dois, pelo menos é o que tudo indica... Sua idade, as marcas no corpo, os olhos, as penas negras... Tudo indica ser você.

— Entendo... — Zack adotou uma postura pensativa enquanto seguia caminhando ao meu lado — E quanto ao metal? O que fizeram com ele?

— Ninguém sabe ao certo... Mas dizem que uma espada foi forjada por esses mesmos ferreiros e seus aprendizes! – Exclamei a ele um pouco mais animado do que de costume – Também dizem que eles trabalhavam para os deuses que criaram a profecia, e certamente, essa espada deve pertencer a você. Pelo menos... É o que eu penso.

— A mim? Eu não sei nem brandir nem meus punhos direito.... Quem dirá uma espada! — O anjo de asas negras rio de canto ao dar de ombros, por mais que estivesse levando na esportiva, claramente ele estava preocupado — Se isso for realmente verdade, vou precisar de um professor que me ensine a lidar com espadas...

— É mesmo! – Concordo com ele, abrindo um momento longo de risada entre nós dois.

[...]

Nunca havia viajado com amigos, colegas ou até mesmo com outras pessoas de tal forma. Na verdade tudo para mim estava sendo uma nova experiência interessante para mim, e foi juntos, que conseguirmos misturar nossos conhecimentos e sobreviver os 3 dias de caminhada. Nós acampamos, caçamos, dividimos o que precisamos para sobreviver, e nos ajudamos a todo momento, para que assim ninguém ficasse para trás. Passamos por várias paisagens, desde a pradarias, florestas intensamente cheias de árvores, e até mesmo uma ponte gigante que cortava o maior rio do Mundo Mítico, O Rio Oblivion. Eu nunca o havia visto pessoalmente, era de fato lindo e estonteante de de observar, ainda mais com a presença do por do sol sob suas águas. A Ponte tinha pelo menos uns cinco ou seis quilômetros de extensão para que pudéssemos atravessar o imenso rio. Era feita inteiramente de blocos de pedra, e havia ornamentos para que não ficasse escura na falta de luz, com chamas ardentes em cantinhos específicos, e protegidos para chuva não as apagassem. Querendo ou não, estávamos todos cansados, e não víamos a hora de descansar em lugar confortável, estávamos juntos nisso, e precisamos ficar bem para que possamos continuar essa jornada que foi iniciada.

— Pessoal, vejam! — Sabre chamou nossa atenção, apontando para uma pequena cidade que se aproximava ao horizonte daquele por do sol — Bem vindos ao encontro dos reinos! Finalmente chegamos!

Rafa caiu ao chão em cima de suas pernas, claramente estava cansada, e parecia já não aguentar mais andar. Era entendível que agora ela estivesse finalmente podendo deixar o peso de seu corpo de lado um pouco.

– Acho que ainda temos um curto caminho até uma pousada descente, vamos seguir fortes... E então descansar um pouco – Zack se aproximou dela estendendo a mão a raposa, que assentiu em resposta, pegando em sua mão, levantando calmamente mais uma vez.

Uma luz roxa e intensa, começou a brilhar de minhas mãos para meu rosto, e de imediato, minha atenção voltou-se ao livro. O cristal roxo que estava em sua capa, pulsava fortemente emitindo aquela luz. Todos se aproximaram de mim, curiosos para saber o que estava acontecendo, e então decidido a fazer o que todos estavam esperando, eu abri aquele misterioso livro negro. Automaticamente as páginas do livro folhearam como se o vento as estivesse empurrando para o lado, a página escolhida mostrava a localização de uma das câmaras antigas, citadas na parte das armaduras sagradas. Diacordo com as informações que estavam sendo passadas, parecia que uma delas estava localizada em uma biblioteca, nessa mesma cidade que tínhamos acabado de chegar. Todos nós nos entre olhamos, entendendo a nós mesmos que realmente agora já não havia volta, e que o nosso mundo havia nos planejado um futuro bem agitado. Seguimos em direção a cidade, onde primeiramente procurarmos por uma pousada. Todos estavamos cansados, caminhamos por três dias seguidos, colocando a prova toda nossa capacidade de resistência. Pegamos quartos únicos e diferentes para todos, e obviamente que eu paguei as despesas.

Assim que entrei em meu quarto, joguei minha bolsa, arco e aljava em um canto da cama que se apresentava a minha frente. Não era igual a minha do reino celestial, e tão pouco confortável, mas com toda da a certeza, ainda era uma experiência única e prazerosa de aventura. E mesmo sendo simples, ainda era aconchegante, pelo menos, bem melhor que o chão ao qual dormi por três noites. Indo até a janela, fico contemplando os últimos momentos do por do sol, enquanto a Luar da noite, toma a conta dos raios laranja avermelhados do sol. Algum tempo depois, todos pareciam já ter entrado no sua própria décima quinta dimensão do sonho. Rapidamente desço as escadarias para falar com a recepcionista. Ela me mostrou onde pude comer um pouco, logo após isso, também me levou ao local onde poderia tomar meu banho, e rapidamente, eu assim fiz tudo o que me foi oferecido. Dfinitivamente precisava dormir, meu corpo já pedia o descanso, e então, subo meio cambaleante de cansaço, me jogando na cama assim que fechei a porta em minhas costas.

[...]

Quando voltei a abrir meus olhos, nem mesmo acreditei no quão profundamente eu havia dormido, já que não dormia assim desde que fugi do Reino Celestial. O sol estava nascendo, e eu estava ouvindo ruídos lá fora, como se alguém estivesse se alongando. Me aproximo curiosamente da janela, para ver quem ou o que, estava lá fora, e para minha surpresa, era Zack se preparando para começar o dia. Peguei minhas coisas e desci rapidamente, até porquê era muito inteligente por parte daquele anjo negro, aproveitar os ares matinais da manhã. Assim que cheguei ao térreo da pousada, lembrei que não havia comido nada ainda, então, passei na cozinha do estabelecimento, pegando dois pães para mim e outro para Zack comer. O Anjo de Asas Negras estava no quintal da frente da pousada, de braços cruzados enquanto observava a imensidão daquele céu azul. Ele deve estar acostumado a acordar bem cedo, será que ele realmente dormiu bem?

— Bom dia, Zack — O cumprimento com um sorriso – Muito inteligente da sua parte! Diria até mesmo curioso... O grande Anjo Negro, gostar dos ares matinais...

— Bom dia, Chrys... E... Do que é que você está falando? — Ele retribui o sorriso com uma expressão um tanto quando confusa. E ali eu já havia entendido que era só eu pensando de mais outra vez.

Após nos entre olharmos por alguns segundos, enfiei o pão que havia pego para ele em sua boca, afim de dispersar aquele clima idiota que eu havia criado sem querer.

– Apenas esqueça o que eu disse... Come aí! Eu imaginei que você tenha vindo pra cá sem comer nada – E assim comecei a comer meu pão enquanto ele apenas tentava não se engasgar com o pão que estava na sua boca – E aí? O que te fez acordar tão cedo?

Olhei para o horizonte evitando um contato visual, já que eu estava mais vermelho que um pimentão vindo das terras do leste. Zack fez apenas grunhidos tentando mastigar o pão.

– Vou considerar isso como um sim... – Abro um sorriso pegando o livro da minha bolsa de couro. Estando com ele em minhas mãos, eu estava ansioso para falar sobre o que havia descoberto ontem enquanto procurávamos a pousada.

— Zack... Da uma olhadinha aqui... — Chamei a atenção de Zack que finalmente conseguiu engolir o pão sem se engasgar — A Câmara presente nesse lugar... Pode ser a armadura de qualquer um de nós, o que acha de deixarmos todos descansando, e ir investigar nós dois?

— Hm...Tudo bem, mas... Por onde começamos? — Ele parece bem confiante enquanto mastigava aquele resto de pão – Já que eu entrei nessa contra minha própria vontade... E a vida do meu pai está em risco, qualquer coisa que nos deixe mais próximo do que esse livro quer de nós... Já é alguma coisa.

Confesso que, isso me deixou muito mais animado, ele finalmente parecia ter conseguido reunir forças para continuar. Forças até mesmo para sustentar a grande responsabilidade que estava prestes a carregar consigo. Só espero que no final de tudo, ele não desista e não caia perante as dificuldades que com toda a certeza, sei que iremos encontrar. Zack ainda vai ter que passar por um longo caminho adiante, e terá de aprender muitas coisas, antes de se tornar o herói que ele nasceu pra ser nesse mundo.

— Devemos ir até o centro da cidade! Tenho motivos pra acreditar que lá, iremos encontrar o que procuramos – Termino de comer meu pão guardando o livro novamente em minha bolsa.

— Sendo assim... Muito bem! Estou logo atrás de você! — Zack colocou suas mãos na cintura, abrindo um sorriso confiante, assentindo com a cabeça em seguida.

– Vamos voar então! Vai ser mais rápido se sobrevoarmos a área! – Me virei de costas para Zack, preparando minhas asas e alongando minhas pernas – Você já está alongado certo? Vai nos poupar tempo!

– Ah Chrys... Cara... – Ele tentou se aproximar de mim esticando seu braço em direção ao meu ombro – Eu...

– Está precisando de um tempo para voar rápido? Sem problemas! Na verdade eu precisava de um tempo voando devagar também... – Continuei alongando meus braços enquanto Zack começou a expressar certa preocupação em seu rosto.

– Não cara, é que eu.... – Novamente eu interrompo Zack que deixou transparecer uma cara honesta de puro tédio.

– Relaxa... Eu não sou o melhor voador do mundo também... E aiai!! – Sou surpreendido com um soco bem dado no ombro.

– Seu idiota falastrão! Eu não sei voar! – Zack finalmente abriu o jogo.

— Espera... Zack, você... Realmente não sabe voar? — coloco minha mão sobre o ombro que ficou dolorido com o soco do mesmo, e de imediato, percebi sua expressão ficar um pouco séria, e depois triste.

— Então, sobre isso... Eu não convivi com meus pais biológicos, e até onde eu sei, meu pai adotivo não tinha asas para me ensinar a voar — Ele coloca a mão na nuca meio constrangido — É... Eu realmente não sei voar...

— Nesse caso... Acho que não vejo motivos para não te ensinar... Eu te ensino — Ele me olha um pouco espantado, mas levemente ele abre um sorriso, enquanto retribuo com um sorriso dando de ombros – Acho que posso fazer isso sem problemas.

— É sério...? Você está realmente falando sério? – Seu sorriso era tímido, mas claramente animado, assenti com a cabeça de forma gentil – Muito obrigado Chrys! Não vou me esquecer disso...

— Claro claro... Mas antes! Vamos achar essa tal biblioteca! — Digo retribuindo o soco no ombro dele, e para minha própria surpresa, quem saiu machucado fui de novo... O cara parece ser feito de pedra.

[...]

Uma vez que botamos os pés no centro daquela cidade, começamos a entender o porquê daquele lugar ter o nome que lhe foi atribuído. As ruas estavam repletas de cidadãos e pessoas dos mais variados tipos de nações do Mundo Mítico. Era tanto, que chegamos até mesmo encontrar um pequeno pelotão de guardas demoníacos rondando o local. Decidimos que seria mais seguro andar pelas vielas do que no centro aberto, e logo iniciamos nossas buscas, começando a perguntar para os moradores sobre a biblioteca que possivelmente existia naquele lugar. Felizmente um dos moradores nos disse tudo que precisávamos saber, dando um norte ao nosso caminho. É belíssima, e eu não poderia negar, a grande casa se destaca, com pilares que sustentam uma sacada da qual, provavelmente, a cidade toda faz-se visível, a porta era enorme e especialmente trabalhada em marfim, e janelas pareciam não faltar por ali.

— O que diz sobre a biblioteca no livro? — Zack pergunta boquiaberto tanto quanto eu.

— Bem... Aqui diz que... Deveríamos encontrar na biblioteca um símbolo familiar — Digo, folheando rapidamente em busca do símbolo ao qual os textos falavam — Onde será que está?

– Ah... Chrys... – Zack me dá algumas batidinhas no meu ombro.

— Calma, Zack. Estou tentando decifrar isso aqui...— Ele volta a bater em meu ombro levemente. — O que foi?! Mas meu cacet...

Olho para ele, está apontando na direção da sacada, e seguindo a direção de seu dedo com meus olhos, logo avistei o que ele estava tentando me alertar. O símbolo da biblioteca estava anunciado em um grande escudo de madeira pendurado ali em cima. Nele, eram visíveis duas asas douradas, a inscrição diz "Biblioteca Asas de Ouro". Olho por mais alguns segundos ainda sem acreditar.

— Será que? — Olho para Zack, e ele sorri para mim quase como se já soubesse o que eu estava pensando.

— Vamos entrar e descobrir, certo? — Ele começa a andar na minha frente, sem qualquer receio do que poderia acontecer.

E assim, logo estavamos dentro da grande Biblioteca Asas de Ouro.