─ Soraia, concentre-se no círculo! ─ Alan preocupado ao ver a criatura ficar de costas para eles, ela olha para ele por cima dos ombros com uma cara de safada.
─ Alan, precisamos expulsá-lo deste mundo, se ele é quem diz ser, ele é poderoso demais para permanecer aqui! ─ Amanda sabe que a entidade pode estar falando a verdade.
─ Não sabemos o ritual, não temos como exorcizá-lo sem um livro de magia apropriado! ─ Soraia.
─ Só o meu pai é um evocador dentro desta ordem, e os anciões, claro. Ele saberia o que fazer.
─ EU TE AMARRO ENTIDADE MALIGNA, EM NOME DO CRIADOR! ─ agora a entidade zomba dando uma sonora gargalhada. ─ VAMOS, AJOELHE-SE DIANTE DO FILHO DO CRIADOR! ─ ele fala com fé em suas palavras, mas ele também não sabe o exorcismo de cor, mesmo assim parece que está dando certo a sua oratória.
O demônio se curva contra a própria vontade, e cai prostrada de joelhos, de frente para ele.
─ É isso aí, continue Alan, faça com que ele diga o seu nome. ─ Amanda excitadíssima, pois mal consegue imaginar o poder que terão nas mãos se conjurarem e dominarem um demônio tão poderoso.
─ Chega de brincadeiras! ─ o demônio se concentra por cinco segundos e aponta suas duas mãos para a direção dos jovens.
Neste exato momento, várias correntes de ferro aparecem próximo ao corpo do demônio flutuando no ar, uma de suas extremidades parecem sair do infinito de forma que não dá para ver sua outra ponta é como se estivessem atravessando um portal em volta do corpo da criatura. As correntes voam até os jovens e os tingem em cheio, os jogando para longe do círculo mágico.
─ Droga, viu o que você fez?! Ele te usou para enfraquecer o círculo mágico e você caiu feito uma patinha! ─ Amanda ajudando-a a levantar-se.
─ Onde ele está? ─ Alan vira-se para o triângulo e não vê mais a entidade.
─ Eu não consegui me controlar, foi só isso. Temos que voltar ao círculo! ─ Soraia corre para dentro do círculo e tenta energizá-lo, mas a entidade controla alguns livros e apaga com suas páginas viradas para baixo o desenho feito no chão. ─ Eu posso desenhar outro. AI! ─ ela se abaixa para desenhar outro círculo e é arremessada contra a parede, desmaiando em seguida.
─ Vocês vão morrer! ─ o demônio pega Alan e Amanda com as suas correntes e começa a apertá-los. Ele está caminhando tranquilamente com a forma nua da Patrícia, enquanto as suas correntes suspendem os dois até a altura do teto e os esmaga.
─ Alan, faça algo. Ahhh! ─ Amanda começa a desmaiar de tanta dor, mas, de repente as correntes desaparecem e a entidade também, os dois caem no chão.
─ Se vierem atrás, serão os primeiros a morrer nas mãos de Premonar quando ele chegar! Ah, ah, ah, ah!
─ Você está bem? ─ pergunta Alan, enquanto vai ver a Soraia que está desacordada ainda.
─ Sim, eu estou bem e ela?
─ Está desmaiada, precisamos levá-la a um médico. Ela pode ter quebrado algo quando bateu na parede. ─ ele a pega no colo e leva para a sala, depois liga para um táxi.
─ Eu estou bem! Só preciso de um tempo… aí! ─ tentando sentar, mas sente dores nas costas e permanece deitada no sofá.
─ Soraia você já ouviu falar na entidade chamada Premonar? ─ Amanda.
─ Nunca ouvi e nem li nada sobre ele, será que ele é mesmo pior do que Lúcifer, como aquele demônio disse?! ─ ela tem dúvidas sobre a existência desta entidade.
─ Vou dar uma pesquisada no Google para ver se acho algo. ─ Amanda sai da sala e vai em direção ao seu quarto.
─ Vou pedir ao mordomo para acompanhar você até o hospital, ok?! ─ Alan vai atrás do mordomo.
─ Ding Dong. ─ a campainha toca na mansão de Dimitri.
─ Será que ela vai me receber? ─ Felipe pensa após tocar a campainha, se arrumando no seu espelho de bolso, enquanto espera.
─ Pode deixar senhor, eu vou com ela. Agora deixe eu ver quem é. ─ o mordomo caminha até a porta, enquanto Alan vai ver Soraia que já está sentada no sofá.
─ Como está? ─ ele pergunta.
─ Bem melhor! Eu não preciso ir ao médico não, foi só um susto.
─ Nada disso eu vi do jeito que você se chocou contra a parede, temos de ter certeza que nada está quebrado. É para o seu próprio bem. ─ ele põe a mão em seu ombro, enquanto senta ao seu lado.
─ Alan, um tal de Felipe está lá fora querendo falar com a Amanda. ─ o mordomo mostra a imagem da câmera do interfone, pelo seu celular.
─ É só o que me faltava! Este rapaz é muito chato! ─ Alan passa as mãos na cabeça, mas ele fica mais calmo quando vê que a Patrícia está com ele.
─ Você está bem, minha querida? ─ o mordomo senta ao lado da Soraia e segura sua mão.
─ Sim, estou bem agora.
─ E então, deixo eles entrarem? ─ levanta-se e caminha em direção a porta.
─ Deixar quem entrar? ─ Amanda, que estava vindo de outro cômodo com um notebook.
─ Felipe está aí, querendo falar com você. Patrícia está com ele. ─ Alan.
─ Putz! Não estou com paciência para ele no momento, mas quem sabe eles não possam nos ajudar, até porque não achei nada sobre este Premonar na internet. Talvez a humanidade não o tenha conhecido ou ele não exista! ─ ela põe o notebook na mesa da sala e cruza os braços.
─ Deixe-os entrar, talvez eles conheçam alguém que possa nos ajudar. ─ Alan diz ao mordomo.
─ Ok.
─ O táxi já deve estar chegando. ─ Alan olhando as horas em seu celular
─ Boa tarde. ─ Felipe entrando na sala.
─ Boa tarde. Vem cá, vocês já ouviram falar em uma entidade chamada de Premonar? ─ Amanda pergunta aos dois.
─ Ligar a TV. ─ Alan termina de falar e a televisão que mais parece um cinema liga automaticamente, depois ele pega um controle de videogame preto sem fio embaixo da mesa da sala.
─ Senta aí. ─ Soraia que está deitada em um dos sofás, diz a Felipe e Patrícia apontando ao outro.
─ Premonar? Não, porque a pergunta? ─ Felipe sentando.
─ Também não, nunca ouvi falar! ─ Patrícia responde após se sentar, ela ficou curiosa.
─ Hei, você vai jogar agora? ─ Soraia levanta-se, vai até o seu amigo e pergunta para ele, que acaba de ligar o videogame e colocar um jogo para rodar.
─ Só enquanto ele está aqui, se não ele vai começar a contar mentiras… nem os amigos dele aguentam, imagina eu que não estou com paciência! ─ diz em voz baixa próximo a ela, enquanto joga um jogo de guerra muito realista. ─ Pega o outro controle e vamos jogar online, vamos dar uma surra nestes caras. ─ ela senta no sofá ao seu lado e eles começam a jogar.
─ Vou explicar tudo o que aconteceu, desde quando encontramos o Mestre das Sombras e o resto… ─ Amanda começa a falar sobre os últimos acontecimentos a Felipe e Patrícia, que prestam muita atenção para não perderem nada dos fatos.
Alguns minutos depois…
─ E foi assim que tudo aconteceu.
─ Fiz um suco para vocês. ─ o mordomo deixa na mesa da sala, uma bandeja cheia de copos.
─ Muito obrigada! ─ Patrícia pega um copo e bebe.
─ Liga para o Joshua, ele deve saber algo. ─ Felipe pegando o seu copo. ─ Valeu cara, estava mesmo cheio de sede! ─ ele bebe o seu suco de uma só vez.
─ Joshua? ─ Patrícia no seu smartphone, em uma chamada de vídeo.
─ Fala maninha, estou com saudades.
─ Precisamos descobrir algo sobre uma entidade chamada Premonar, você conhece?
─ Nunca ouvi falar. Estamos em uma grande correria por aqui eu, César, Cláudio, Kelly, Samantha e Juninho vamos usar uma poção que Camus, um demônio muito poderoso nos deu para abrir um portal que leva ao Inferno. Só assim poderemos salvar o nosso mestre. ─ Joshua arrumando a sua mochila, enquanto fala.
─ Espera aí! Quer dizer que vocês vão para o Inferno?! ─ ela levanta-se e põe a mão esquerda na cintura.
─ A princípio todos vamos, mas César disse que pelo ao menos um de nós deverá ficar para organizar o pessoal que a Kelly reuniu pela internet. Eles vão tomar conta do portal até voltarmos.
─ Aqui o negócio também não está muito bom não! Eu, Felipe, Alan, Amanda estamos indo levar a Soraia ao médico, pois ela se machucou quando eles enfrentavam um demônio que se dizia filho de Lúcifer. Depois vamos achar o local onde o Mestre das Sombras pretende abrir um portal, para trazer uma entidade para o nosso mundo hoje, esse tal de Premonar! ─ Patrícia senta-se, enquanto passa a mão pelos seus cabelos loiros e lisos.