Alguém repousa sob uma cama de pedra em meio a uma caverna que se localiza na floresta negra, ele parece inquieto, geme e faz barulhos como se sentisse uma dor profunda, no teto da caverna uma estalactite pinga sobe seu rosto o suco formado de guano e água que desce pelas paredes e teto daquela depressão rochosa em meio a forte chuva que cai naquele dia.
Hytori: -... – em meio a chuva perto de sua antiga escola.
-... – olhando para Hytori enquanto segura algo.
Hytori: -você... – levanta a cabeça para ver aquela pessoas. -Y...
Hytori: -aaa! – hiperventilando.
Acordando do sonho que estava tendo com rosto molhado pelos pingos que cai do teto da caverna onde está.
Hytori: -foi um sonho? – suspira.
A caverna era escura, apenas uma pequena fogueira matinha um ponto de luz no fundo dela.
Hytori: -... – olhando em vota, avista o velho que o ajudou sentado perto da entrada da caverna.
O velho sentando envolto de um coberto velho e sujo, olhava a chuva cair no lado de fora da caverna, era temporada de chuvas em Liogres e logo aquele lugar ficaria inundado como todos os anos.
Hytori: -você está ai... – aproximando-se com um pouco de dificuldade para andar.
-vejo que acordou, finalmente. – falando sem olhar para trás.
Hytori: -por quanto tempo eu dormir? – sentando ao lado dele.
-3 dias... – ainda olhando para a chuva.
Hytori: -3 dias... – respira fundo. -e ainda não me recuperei por inteiro. – mexendo na perna que teve um galho atravessando-a.
-você sofreu muitos golpes, já é um milagre está vivo. – olha para o rapaz. -seu descontrole pode ter o salvado.
Hytori: -descontrole?
-sim... – olhando para a chuva. -veja, a chuva que cai sob essas terras...
Hytori: -o que tem? – sem entender.
-em anos como esse, elas inundam todo o local onde estamos, em outros anos a falta dele deixa essa terra seca e árida, assim transformando esse lugar em uma floresta morta, pois o íncontrole climático desse lugar o faz ser assim, ser chamada de floresta negra por conta da forma como os intempéries do tempo deixa essa floresta uma morta viva.
Hytori: -... – olhando para o velho. -então minha falta de controle pode me matar mas ao mesmo tempo me salvar?
-exato, você até que pegou rápido. – deixando um cachimbo de lado.
Hytori: -alguém mais apareceu? – abaixando a cabeça.
-não, somente aquela mulher que você chama de irmã foi encontrada, eles estiveram por aqui até ontem vasculhando os locais onde tiveram batalhas, mas não encontraram nada.
Hytori: -... – fechando os olhos.
-no entanto fizeram um funeral para você e para seus amigos na capital, enquanto Yamoto era enterrado.
Hytori: -você acha que eles estão mortos assim como o rei? – olhando para o velho.
-não...Growmel pode ser tudo menos idiota, eles viram você comigo e agora tem em mãos um trunfo contra você e possivelmente contra mim. – pegando uma caneca de latão toda amassada. -eles tem as 4 santas, e somente 7 dos 9 mistérios.
Hytori: -Sarina... – olhando para a chuva. -ela está morta?
-os mistérios não poderão fazer nada por enquanto, eles precisam das condições perfeitas para o ritual, e uma delas é as santas vivas na forma santificada. – bebendo algo.
Hytori: -condições perfeitas?
-em 5 meses acontece o eclipse solar, nesse dia o sol perdera força então as trevas se levantaram durante o dia, é nesse dia que o sacrifício acontecera, para o dragão dos caos retornar.
Hytori: -caramba, isso foi macabro... – olhando para o velho. -como sabe tanto sobre os mistérios?
-assim como você eu nasci com a ligação, sou o Eda da natureza, o mistério número 02.
Hytori: -"7 de 9" então...
-sim, eu já fui um clérigo. – olhando para fora no momento em que um raio cai em uma árvore.
Hytori: -você já esteve do lado deles... – fechando o punho.
-a muito tempo... – bebendo seu chá. -mas para saber como tudo começou irei começar do princípio.
(flashback)
-a 1000 anos existiam 3 grandes bestas divinas que controlavam as 3 formas do mundo como a conhecemos, a centopeia do subsolo: Aknanis, o leão de duas cabeças da terra: Leofos e o dragão do céu: Caos.
-os três eram venerados por aqueles que viviam na terra, Leofos comandava as forças do fogo e ensinou os homens a arte da forja e do cozimento.
-Aknanis comandava a terra e seus derivados, e ensinou aos homens como plantar e cuidar da terra.
-já Caos detinha o poder do voo, ele não tinha pernas para andar e nem fogo para jorrar, mas os humanos não podiam voar, e isso o deixou irado, ver os outros serem aclamados por aquele povo e ele deixado de lado, então aquilo o consumiu em fúria e desejou que raças diferentes dos humanos existissem para que como ele pudessem voar.
Caos: -surjam, minhas filhas!
-do seu pedido nasceu os meio humanos, criaturas com formas ou faces humanoides mas que advinham de animais ou de seres místicos e como ele aprenderam a voar, mas em vez de venera-lo eles se aliaram aos humanos e isso o deixou mais furioso até que um dia, ele matou a centopeia Aknanis para roubar seu poderes e habilidades, assim criando pernas para poder andar sobre a terra.
Caos: -finalmente posso andar!
-ele imaginou que assim os humanos iriam venera-lo mas as pessoas do clã de Aknanis se revoltaram contra ele e o mesmo dizimou todos que faziam parte daquela ordem, os aderentes ao clã de Leofos com medo do que podia acontecer a eles e ao leão fugirão para longe mas em vão.
-O dragão tomado por inveja os caçou até que encontrou seu paradeiro, o Leão sentindo o perigo eminente deixou com o líder do clã um fragmento de seu poder e assim foi lutar contra o Caos.
Leofos: -sua ganancia está com os dias contados Caos. – rugindo fogo de suas cabeças.
Caos: -não me subestime Leofos! – criando bolas de energia negra.
-depois de 10 dias de luta, o leão foi derrotado e assim a era do caos teve início, um mundo sombrio estava começando.
Caos: -o mundo agora é meu! – soltando uma bola de fogo envolta de trevas.
-morte e destruição, ano após ano até que 4 heróis junto de 10 santas entraram em confronto contra aquele ser em uma última investida, as santas uma a uma iam sendo mortas por ele, até que restou somente 4 delas, visto que o dragão não podia ser morto elas criarão um selo místico para aprisionar o espirito daquela besta, sacrificando suas vidas para fazer aquilo cabia as 4 heróis terminar o serviço.
-depois de uma incessante batalha os 4 heróis derrotaram o dragão e o aprisionaram no círculo de pedra terminando assim a era do caos na terra...pelo menos foi o que eles pensaram...
Caos: -eu irei retornar e esse mundo acabar, vocês heróis não poderão morrer antes que possa nascer. – sendo selado.
-pouco antes do dragão ser selado ele dividiu seu poder em 9 fragmentos e os espalhou pelo mundo, um deles criou vida própria e veio a se chamar Growmel, aquele que seria responsável por fazer valer a vontade do caos de reviver e assim ter sua vingança contra os heróis.
Growmel criança: -papai... – olhando de longe os heróis levarem a pedra para o fim do mundo.
-não podermos deixar que ele consiga reviver.
-iremos nos aliar.
-e esse mundo proteger.
-para o Caos nunca nascer.
-dali em diante os 4 heróis juraram proteger o mundo de um novo retorno da besta e assim criaram os reinos que existem hoje, mas sem perceber Growmel foi crescendo e ganhando força e começou a pôr em pratica o desejo de seu pai, mas tudo aquilo foi em vão, até ele teve uma ponta de sanidade em meio a um acontecimento, ele teria que reunir os 9 mistérios para poder conseguir trazer seu pai de volta.
Growmel: -Basto, me deu a luz que eu precisava. – dentro da casa de Basto após matar a mulher que estava gravida.
-e assim foi, um a um ele foi reunindo os mistérios, primeiro foi Erithres, o ramo dos sonhos, depois eu, depois Cosmo, o ramo do controle e Dakrus, o ramo da criação, em seguida Zeni, o ramo da ação e Ivana, o ramo dos sentimentos ambos ainda criança e órfãos de guerra e por último Pandora, o ramo da formação e assim 7 dos 9 estavam reunidos a Growmel, o ramo da vitalidade.
Growmel: -nossa vitória começa agora!
-ele tinha juntado 8 dos 9 e começou a planejar como faria para pegar as santas, a primeira a santa das armas em Crysedis, depois a santa da água em Saturato, e por último a santa dos raios das pirâmides de Fyji.
Growmel: -estamos a um passo de você pai.
-assim só faltaria uma e depois de muito tempo procurando ele encontrou, Saruka Aimada, a santa dos ventos, e assim planejou o grande dia mas naquele dia algo aconteceu comigo, ver aquela mulher sofrendo para salvar a todos e para isso precisaria se sacrificar, mudou algo em mim, me fez ver a realidade e como último ato, a ajudei e desde então me voltei contra os mistérios.
Growmel: -você é um de nós! – olhando para o velho. -você é a vontade do pai.
-eu não pertenço mais a vocês. – causando tremores.
Growmel: -acabem com ele!
-Os 7 mistérios me desafiarão, foi uma luta muito dura mas eu conseguir escapar quase sem vida e me isolei aqui desde então.
(presente)
-eu devia ter os impedido enquanto podia. – suspirando.
Hytori: -pelo menos você fez o certo.
-a chuva está parando. – vendo um raio de sol cruzar as árvores.
Hytori: -an? – olhando para fora.
-temos que ir.
Hytori: -ir onde?
-a um lugar onde começaremos seu treinamento. – se levanta e pega algumas coisas jogadas ali.
Hytori: -e onde seria isso? – se levantando.
-o santuário. – vendo uma pássaro pousar em um galho.
Naquela floresta não crescia nada, era estéril, animais não viviam ali, aquele pássaro só podia significar uma coisa...alguém estava observando eles do lugar pôs vida.