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Não existem começos é tudo um ciclo

Abrir os olhos, suspendendo lentamente as pálpebras. Começar mais um dia, apesar de que só preguei meus olhos à algumas horas atrás nesta madrugada, o sono está quase me dominando.

Em um novo quarto pequeno cheirando a mofo, penso se eu também ficarei nesse estado. O quarto, vazio, tanto que há uma sensação de que meus pensamentos ecoam pelo ambiente além de minha mente. Aqui, apenas uma cama com colchão velho, embaixo da cama, poeira, os monstros que antes ali habitavam, transmutaram-se e vieram morar em minha cabeça.

Barulho, sons altos retinem, propagando-se pelo cômodo, vindos do celular em cima de minha cômoda antiga de madeira, para me despertar, nessa manhã pouco iluminada, onde as frestas de luz invadem pela janela entre aberta, batendo em meu rosto, indo de contra a minha imaginação que antes preenchia o local.

Acorda! Meu cérebro manda o comando para meu corpo levantar, mas lentamente o corpo responde ao comando. Tem o que fazer! não está mais na infância, já está na hora de crescer, prestes a ser uma pessoa adulta! Dizem à mim. E eu, repito, reafirmando isso. Mas passou tão rápido os momentos mais longos, talvez os melhores, minha infância. Por que tudo tornou-se tão mórbido e eu tão apática? Será que é uma fase ou é o amadurecimento? Adultos podem ser felizes ou apenas têm raros momentos de alegria na vida? Para piorar minha fase deprimida e esses desvaneios matinais, estou nesse lugar. Um novo lugar, mas eu, infelizmente continuo sendo a mesma. No entanto, não adianta ficar me perguntando, enquanto penso o tempo vai passando.

*****

Reflete a jovem, questionando isso à si mesma, enquanto está deitada. Quando decide levantar-se, percebe que um de seus pés está enrolado nos lençóis, no mesmo momento tropeça e quase caindo, exclama mentalmente:

"Um sinal que o dia vai ser maravilhoso".

Logo em seguida lembra:

"Está na hora de enfrentar essa nova escola. Preciso adiantar para não chegar atrasada no primeiro dia!"

Trocasse e, saindo sem alimentar-se pega um lanche qualquer; recolhe alguns documentos, com pressa, que seu pai deixou separado sobre a mesa, pois serão necessários para apresentar na escola, sai da casa, tranca a porta, dá 5 passos, retorna para conferir se realmente fechou a porta, e vai pedalando, observando as casas e a paisagem suburbana, com seu fone que pega apenas em um dos lados, ouvindo músicas goodvibes imaginando que é uma personagem principal de alguma história dramática com final feliz, até aquela nova escola relativamente distante.

*****

Ofegante, transpirando e cansada, com as mãos nos joelhos, tentando controlar a respiração.

"Cheguei, tenho que me apressar, já está próximo ao início da aula e eu ainda preciso concluir minha matrícula na sala do coordenador, para completar não faço a mínima idéia de onde fica, preciso tomar coragem e perguntar para alguém. Só de pensar em tudo isso um dos meus "monstros" de estimação atacam, o coração palpita aceleradamente e as pernas, bambas, parecem perder a habilidade de andar. Mas antes de pirar, preciso encontrar um local para guardar minha bicicleta."

Indo em direção mais adentro da escola, um guarda, vigiando a entrada, chama a jovem.

- Ei, Moça! A mesma com seus fones e absorta, não percebeu.

- MOOÇA!- repete gritando.

Desta vez percebendo, leva um susto, e atrapalha-se removendo os fones e desequilibrando-se da bicicleta. Olhando para ele, vê que aquele senhor aparentava ser bastante ríspido, o seu bigode cobria seus lábios, e sua sobrancelha era naturalmente inclinada, o que lhe fazia parecer mais bravo.

- Sim?! O senhor me chamou?- a jovem responde espantada.

- Você não me ouviu?! Precisa ser mais atenta!- Diz, repreendendo a mesma e continua- Você é nova aqui? É aluna daqui? Como se chama?

- Não, não ouvi.. E sim, me mudei faz poucos dias para cá.- responde incomodada pela curiosidade do desconhecido, mas não deixa transparecer.

- Como você se chama?!

- sou Lucycreide.

- Certo, pode continuar. E preste mais atenção quando alguém falar com você! Não devia sair andando por aí com isso tapando os ouvidos! Isso devia ser proibido aqui. Também tome cuidado com essa bicicleta, não quero acidentes de uma novata derrubando isso nos outros! Já basta o trabalho que tenho.

Lucycreide até pensou em tirar suas dúvidas sobre a escola com aquele senhor, já que ele estava a fazer tantas perguntas, mas com desenrolar da conversa prefere acelerar seus passos e prosseguir. Após uma observação rápida encontra um paraciclo amarelo, sua cor preferida, esse ficava em uma parte da escola pouco movimentada, com apenas duas bicicletas nele, prende a sua junto a elas. Percebe também que há banheiros nessa área.

" É sempre bom ter uma informação dessas em mãos " imagina, achando isso uma coisa engraçada.

"Agora voltando a minha odisseia em busca da finalização da matrícula". Dirige-se de volta a entrada da escola e começa..

- Licença, onde.. é a sala do coordenador?- Pergunta em um tom de voz baixo e inseguro, a um grupo de pessoas que passava por ela, mas ninguém responde.- Oi, pode me dizer onde fica a sala do coordenador? Pode me dizer?!- Tenta perguntar novamente. Desta vez, aumentando o volume de sua voz, com semblante levemente desesperado, enquanto chama a atenção de um aluno aleatório que passava por ali, segurando-o pelos braços.

- sobe aquela escada ali, procura naquele corredor!- respondeu.

Antes de seguir em frente, ela direciona sua visão para a escada, encarando a mesma de cima à baixo. "Tenho a sensação de que irei escalar o Grand Canyon". Enquanto sobe, apoiando-se nos corrimões, em meio a multidão de alunos que desciam e subiam aquela escadaria, fica pensando: "Como vou me adaptar a esse lugar?! E essa mochila! Parece que está pesando cada vez mais, a cada degrau que subo".

Ao chegar próximo dos últimos degraus, distraída discutindo com seus pensamentos, um garoto com um físico esportivo passa apressadamente, fazendo com que desequilibrasse, à derrubando. A mesma sai rolando degraus abaixo como um pneu, batendo a cabeça no corrimão.

Gargalhadas histéricas começam. As pessoas que antes passavam por lá à ignorando, focaram a atenção nela, rindo do desastre. "Hilário", "Caramba! "Foram algumas das palavras que falavam enquanto riam descontroladamente. Sentindo-se desnorteada e quase desacordada por alguns segundos; o sentimento de insegurança bloqueou sua fala..

- Ô cão, presta atenção por onde anda! - Gritou uma menina enfurecida que indignou-se com o ocorrido.

- foi mal, sai do caminho se não quiser tombar, estranha.-Respondeu o aluno que à fez cair, enquanto ia embora com sorriso irônico estampado no rosto.

- Eii! Fica pianinho se não quiser uma focinheira seu animal, projeto inacabado do Frankstein.. Isso mesmo, vazaa!- Retrucou ela com os olhos arregalados gritando enquanto ele saía.

Antes que pudesse agradecê-la pela defesa, aquela garota ousada sumiu em meio ao mar de gente que se aglomerava para presenciar o caos. Então, recolhendo suas coisas, sai rapidamente daquele local em direção ao banheiro que tinha visto pouco antes. Chegando lá, analisando-se no espelho daquele banheiro deserto, paralisa por alguns segundos olhando para seu reflexo, seus olhos quase transbordavam de lágrimas, quando ela também percebe que cresceu um galo na testa.

- Mas que merda! Não seja ridícula no que chorar vai adiantar.. Não tem ninguém para controlar essa escola?! Cadê aquele cara que falou tanto sobre manter a ordem - Murmura ela. "Porque eu não falei nada?! Fiquei só olhando com cara de paisagem.", "Como vou explicar isso para meu pai?", "será que o coordenador vai perguntar alguma coisa?". Uma névoa de dúvidas surgiu em sua cabeça, começou a enlouquecer, então resolve respirar fundo e acalmar-se.

"Não adianta de nada ficar assim, vou passar de uma estranha machucada para uma estranha surtada e sequelada. "Tudo bem, foi só mais um dos vários desastres que ocorreram e ocorrerão. Até que entendo a risada daquelas pessoas, eu sou tão.. nem sei. Queria sair daqui logo, mas não posso voltar pra casa, meu pai não precisa de mais um problema na vida dele, ainda mais de uma besteira como essa. Eu posso ficar aqui pensando, preciso logo fazer essa matrícula, faltam apenas 15 minutos para a aula começar". Quando estava saindo do banheiro, uma senhora, provavelmente zeladora pela vestimenta e materiais de limpeza que carregava consigo, estava entrando.

-Quem é você? O que está fazendo aqui?- perguntou ela.

- Oi, é.. me desculpe, estava apenas usando o banheiro.-

- Mas aqui não é para os estudantes. Apenas para os empregados. Você não viu a placa?!-

-Sou novata aqui, não sabia, me desculpe.- responde Lucycreide e sai. Nesse meio tempo a menina vê um vulto, algo saindo próximo da porta. "Devo estar perdendo o resto de sanidade que ainda me sobra".

Lá de dentro a zeladora pensava consigo: " E o que isso tem a ver? Ser novata torna essa guria cega? É cada uma que me aparece nesse hospício".

Então Lucycreide seguiu novamente para o local do seus novos pesadelos. Toma coragem e volta à subir a escada do inferno. Dessa vez com os pés mais firmes e mais concentrada, sobe rapidamente. Nessa segunda tentativa parecia que tinha diminuído a altura desse empilhamento de degraus. Foi em direção ao tal corredor que teria sido "guiada", se é que pode-se descrever assim. Enquanto procurava, pela bendita sala, olhando pelos pequenos vidros que haviam nas portas e placas, com olhares perdidos mirando em várias portas, saltando entre o lado esquerdo e direito, olha para frente, e se depara com uma garota andando com passos largos, com olhares tão perdidos quanto os seus estavam, quando batem de frente.Exclama mentalmente "Meu Deus, isso é algum tipo de versão de carrinho bate-bate, com humanos? Será que estou com algum tipo de atração gravitacional, minha bolsa deve estar pesada mesmo hein? "Desta vez não fui eu quem caí, mas sim os livros dela. Ao olhar melhor para ela percebo que é a mesma que me defendeu do moleque a pouco tempo. A mesma era alta, com cabelos ruivos oscilando entre cacheados e ondulados.

-Me desculpe! Você veio na minha direção e quando percebi já era tarde demais. Ela então respondeu, enquanto posicionava seus óculos:

- Tranquilo, também peço desculpas. Você pode me ajudar a recolh.. Espera aí! Foi você quem caiu agora pouco ali das escadas? Você tá bem? Aquela queda foi.. fod..fogo-

- Sim, acho que foi você quem me ajudou. Muito obrigada mesmo, não consegui te encontrar para agradecer. Sério, eu precisava daquela ajuda. Como é seu nome? Você pode me chamar de Lucy.- Sou Júlia. Não foi nada, Kleber é muito idiota!- exclama revirando os olhos ao mesmo tempo que balança a cabeça negativamente.

- E esse galo na sua cabeça foi por conta da queda?- questiona.

-Ah então esse é o nome dele.- Lucy responde - Sim, bati a cabeça nos corrimões e fiquei com esse hematoma. Estou um pouco receosa pelo que o diretor vai pensar. Meu primeiro dia aqui, não quero causar mais tumulto do que causei.-

- Nossa, a culpa não foi sua. A vontade agora que tenho é ao invés de ter gritado, ter arregaçado aquele moleque na porrada.- suspira Júlia -Olha, mas já sei como dar um jeito nessa ferida. - Ela começa a vasculhar em sua bolsa de alça transversal preta, cheia de botons geeks. Logo ela tira de lá uma touca, amarela com um símbolo de radiação. Entregando para Lucy.-Pega, coloca, que vai cobrir seu ferimento. Não tenho maquiagem para fazer como nos filmes e esconder as feridas. Além disso, essa toca é bem mais irada- enquanto dizia isso sorria contagiosamente.

-Que legal, valeu. Vai ajudar bastante. Até que combina comigo, eu acho - exclama Lucy, com um sorriso, achando a ideia genial.-Júlia, vamos recolher suas coisas. Eu sei que você já me ajudou bastante. Mas posso lhe pedir mais uma última ajuda?

-Sim. Fica tranquila, me dei com você Lucy. Ao recolher o quê foi derrubado. Lucy pede para que ela mostre onde fica a sala do coordenador. Ela concorda e as duas seguem juntas. Caminhando pelos corredores. Conversando, Lucy à pergunta:

-Porquê estava andando assim tão rápido no momento em que esbarramos? Júlia responde - Então, sabe o João?-

-Não. Como eu sou novata aqui, não conheço ninguém além de você e o tal Kléber. Que João é esse?

- Esses são as mesmas pessoas. -responde rindo. - Ele se chama João Kleber. E meio que tem uma relação com Jacinta. Essa Jacinta soube que eu gritei com o chuchu dela, daí agora ela quer ter uma palavrinha comigo. Então eu tô meio que evitando me encontrar com ela, tá entendendo? Por que eu não respondo por mim se aquela desajustada vier com gracinha para o meu lado. Tô nem brincando. Não gosto de maltratar os livros, mas posso abrir uma exceção se tiver que usar eles para outros propósitos não convencionais - Lucycreide por sua vez pensa meio assustada com a situação" Foram tantas informações que eu já nem sei como responder" então solta um simples": -aaah tô entendendo. Logo depois, andando mais um pouco, pararam ao chegar em frente a uma porta, onde, há uma placa escrita "Direção-geral" .

-É aqui. Vou chamar ele para você.- Fala Júlia entusiasmada. Ela bate na porta e logo em seguida já vai abrindo..-Senhor? - a mesma dizia com a porta entre aberta, puxando Lucy pelos braços. Quando entram em sua sala fria, por causa do ar-condicionado em temperatura baixa, veem que o mesmo está sentado em uma cadeira larga, por conta do seu peso, seus cabelos grisalhos apontam sua idade avançada. Estava assinando vários papéis sobre sua escrivaninha cinza, com um estilo modernizado.

- Pois não? Algum problema? - diz ele, olhando para a própria. Com sua grave voz, e rouca.

-Sou aluna nova aqui, vim concluir minha matrícula.

- Você deve ser Lucycreide, estou certo?

- Sim, sou.- responde balançando a cabeça em movimento de confirmação. Olhando para Júlia ao lado, sem dizer uma se quer palavra, faz com que saísse. Seu olhar novamente foi direcionado para onde estava. Essa situação toda deixou a atmosfera desagradável.

- Então você é uma dos alunos que ganharam a bolsa no novo projeto de inclusão da escola? Lucy apenas concorda com a cabeça.- Me diga sua idade. Qual série você está matriculada?

- Estou com 14 anos, e sou do 9° ano.

- Bom. Você já pode me entregar seus histórico escolar, Ficha de cadastro e Identidade.

- Só um instante.- responde Lucy enquanto procura os documentos solicitados.Os olhares daquele senhor permanecem fixos. Com as mãos pouco firmes e tremulas, entrega a ele o histórico escolar e identidade.

- O que mais falta?- pergunta, já havia esquecido tudo o que ele tinha pedido.

- Ficha de cadastro.- ele responde com uma expressão que ao ver de Lucy deduz ser de impaciência.

"Onde será que eu deixei aquele papel. Minha memória é equivalente a daquelas tias que ninguém sabe ao certo a idade que vivem se esquecendo de tudo.. Nossa até nessa situação eu faço piada boba, ainda bem que só eu ouço meus pensamentos. Vou procurar nessa papelada.."

Após alguns minutos de procura..

"Não.. não? Não!! Não acredito que eu esqueci esse papel, Droga! Devo ter deixado naquela casa, saí tão apressadamente que devo ter o deixado para trás. Como isso é possível?!".

- Algum problema? Pode me entregar por favor?- pergunta, a pressionando.

- É.. um.. tem um problema. Eu não trouxe ele, eu acho que, não sei, acho que esqueci.. e-estou procurando mas não encontro na minha mochila.- Tenta explicar, gaguejando.

Eles então ficam em silêncio por algum tempo, que ela não saberia quantificar, parecia que o tempo ali tinha parado e os segundos tornavam-se horas. Quando enfim fala:- Certo. Os documentos mais importantes já estão em minhas mãos. Você tem até amanhã para resolver este assunto. O mesmo entrega um fichário, onde nele, continham informações sobre o horário das aulas, cronograma do semestre, e outras informações do mesmo âmbito.- Pode retirar-se. Boas aulas.-

Ao sair de lá Lucy percebe o quanto estava tensa." Urfa, achei que não iria mais sair dali." Procura por Júlia, mas ela já não estava mais ali. Agora, verifica na pasta que recebeu, o horário, e a sala que irá ficar. Quando encontra, confirma o esperado:" Saco. Perdi a primeira aula. Belo dia. Vou andar rápido, talvez consiga chegar lá antes que a próxima professora entre. Seria bom que aquela menina fosse da mesma sala. Mas ela parece ser mais nova". Logo encontra a sala, era naquele mesmo andar de cima. A porta da mesma não existia, estava quebrada. Quando dá o primeiro passo para entrar, Lucy se depara com a professora já lá dentro. Então imediatamente volta os passos, e decide passar direto, para entrar na próxima aula. Porém, a professora percebe a presença da garota e diz:

- Olá mocinha, você é desta turma?- Lucy parada e indecisa, pensa alguns segundos e vira de volta para a professora e responde:

- Eu acho que confundi a sala e..- Antes que Lucy terminasse de falar a professora a interrompe.

- Ah, você deve ser a novata. Por que já não estava aqui? Onde você estava?!

- É que eu.. eu estava fazendo minha matrícula.

- Então entre logo, vou começa a aula ainda. Não vamos ter tempo de fazer apresentações. Então sente-se, sou Flávia, professora de geografia .

Lucycreide se desculpa e entra. Toda a classe olhava para elas, o que para Lucy era uma coisa constrangedora. Sem perca de tempo, senta na primeira cadeira vazia que encontra, no canto da parede. " Boa garota.. agiu que nem uma retardada". Exclama mentalmente. Não conseguia se concentrar na aula, apenas se recordando da escola anterior. Costumava sentar nessa mesma parte da sala. Lembra também, que nunca foi de ter muitas amizades depois que passou da tão estimada infância, agora então.. Todos tão preocupados em aparecer, desenvolvendo seus interesses, seus relacionamentos, suas personalidades. Tudo ficou mais complicado e complexo.

No decorrer da aula, um pedaço amassado de papel é colocado em sua mesa por uma garota que passa por ela. Lucy, não cogita nem pegar pra abrir, já imagina que coisa boa não é, então finge que nem o viu, e o papel voa de lá. Logo depois a mesma garota volta e senta próximo a ela.

- Oi! Você não viu o papel?

- Hã? que papel? - Lucy responde a menina, seguindo seu plano de se fazer de desentendida.

-Nossa garota, você tá em que mundo? Aproveita que nós tá na aula de geografia e se manca do teu lugar.- se levanta e vai se sentar no fundo da sala.

". . . Mas que diabos foi isso que aconteceu?, ela vem até aqui mandar eu me mancar, mas ela quem veio até mim?!"

A professora percebe o movimento no ambiente, mas está tão inerte, transcrevendo os assuntos do livro para o quadro, que apenas dá uma advertência: - Rute, sente-se, turma silêncio..-