webnovel

07. O que foi?

Beatrice estava em um evento, nada muito importante ou grande, de moda. Ela havia feito fotos com alguns artistas famosos e se encontrado com alguns conhecidos. Iris apesar de ser praticamente outra 'manager' de Beatrice, estava trabalhando e não pode ir ao evento. Eventualmente a manager oficial, Brenda, foi se perdendo no local e acabou deixando sua cliente numa enrascada.

Foi o 'gay panic' do ano, Beatrice pensou que não pudesse fazer pior do que fazia com Gabriela quando estavam perto ou quando ela entregou o prêmio para Rebecca Rojas no 'Women In Music' da 'Billboard'. Mas ela se superou e conseguiu de novo, até tinha saído de perto de Rebecca Rojas após repetir o feito nesse evento.

— Beatrice, o seu 'gay panic' foi épico, pena que esse ninguém gravou. — Uma amiga da adolescência de Beatrice que agora é modelo, se aproxima dela no bar e diz em um tom claramente de atrevimento e cinismo.

Beatrice não nega e se vira para olhar sua velha amiga e abraçá-la.

— Veronica!

— Eu fiquei com vergonha por você! — Veronica Torres insiste implicando, ela ama provocar Beatrice e às vezes é tão fácil que nem precisa se esforçar.

— Você já viu todo o poder que aquela mulher exala, além da beleza? — Beatrice questiona com um sorriso presunçoso para Veronica como se dissesse: "Você acha mesmo que seria capaz de não ficar nervosa perto dela?"

— Você já se olhou no espelho? — Veronica sempre bem humorada brinca, ela apoia as mãos na cintura da amiga e finge avaliar Beatrice de corpo inteiro. — Você está fantástica!

— Não adianta, Vero, foi só um beijo... — Veronica tira as mãos da cintura de Beatrice e cruza os braços contra ao peito e força uma cara de brava, o que não combina em nada com o sorriso fácil que ela tem. — Nunca mais vai acontecer.

— Você sabe que foi uma decisão em conjunto, sua prepotente! — Torres força a voz tentando soar brava o que faz apenas Beatrice rir e logo ela acompanhar.

— Sim, certo... Se você diz. — Beatrice faz uma careta para insinuar que Veronica está mentindo e logo depois muda de assunto, enquanto Veronica assume uma pose relaxada e senta ao lado de Beatrice. — Mas por que raios você veio para LA e não me disse nada? Poderia ter ido para o meu apartamento.

— Estou morando com a minha namorada, desde o fim do meu curso decidi morar em LA e então estou por aqui.

— Você está namorando a Carol ainda?

— Carol Morgan? — Veronica questiona em dúvida.

— Eu não conheço outra Carol.

— Eu conheço várias Carols. — O toma malicioso de Veronica faz Beatrice instantaneamente revirar os olhos. — Não namoro ela mais, porém ainda somos amigas... Morei com ela até a minha namorada me chamar para morar junto.

— Você morou com a Carol até depois de terminar? — Beatrice pergunta, achando engraçado. Ela não tinha conseguido entender com clareza o que Veronica disse.

— Sim, mas eu sou legal... Você sabe. — Veronica brinca e então ri. — Você quer correr agora?

— O quê? Por quê?

— Mamacita Rebecca Rojas! — Veronica Torres brinca e então observa Beatrice só para ver o 'gay panic' da amiga. — Acho que vou ter que gravar isso...

— Vero...

*****

— Junny, você sabia que Rebecca Rojas é pansexual? — Junny nem deixa de comer seu mamão para olhar Gabriela. — Aliás, bom dia!

— Sério que essa vai ser a curiosidade de hoje? — Gabriela revira os olhos assim que percebe que Junny ignora seu 'bom dia'. — Você já falou de coisas mais interessantes que artistas, acho que a convivência com Beatrice está te afetando.

— Mal converso com a Beatrice, ela só me dá carona então não estou sofrendo influência. — Gabriela faz pouco-caso, mostrando que o assunto não era o foco no momento. — E não é sobre a Rebecca Rojas, mas ela é uma cantora, compositora e produtora musical, é espanhola e tem 26 anos, se quer saber!

— Aham, legal. — Junny até se esforça em dar um sorriso para a amiga, torcendo para que Carlos volte logo para que não precise aguentar aquilo sozinha.

— A pansexualidade é caracterizada pela atração sexual ou amorosa entre pessoas, independentemente do sexo ou identidade de gênero. — Gabriela começa seu monologo de forma animada, mesmo que Junny esteja agora olhando propositalmente algo em seu celular. — A palavra pansexual deriva do prefixo grego 'pan', que significa 'tudo' ou 'todos'. Este 'todos' incluem gêneros binários e não-binários. Pessoas pansexuais podem sentir atração sexual por indivíduos que se identificam como homem ou mulher...

— Você viu a foto da Beatrice com a Rebecca Rojas? — Junny interrompe toda a empolgação de Gabriela em sua falação habitual da manhã. — Perfeitas, eu deitava para...

— Eu vi ontem à noite quando a Beatrice pub... — Gabriela para de falar e então pega o de sempre na cesta de frutas, algumas bananas. — Ah, eu tenho que ir! Depois eu continuo!

— Tome cuidado, criancinha.

— Tudo bem, ma'! — Gabriela brinca, ela fecha a porta de casa e logo volta abrindo-a. — Hoje vou trocar de quarto, ok? Consegui alguns caras para ajudar.

— Caras? — Junny questiona com preocupação.

— São gays fortões e bombados, não se preocupe. — Gabriela rapidamente responde de forma humorada.

— Ok, menos mau. — Junny força um alívio maior do que realmente sente, sendo dramática. — Vou limpar a casa amanhã pela manhã porque não tenho aula e hoje tenho estágio, além da aula.

— Certo. Então, eu já v... — Gabriela faz menção de fechar a porta, sendo rapidamente impedida.

— Ei, ei... Você não desistiu de aceitar a proposta de estágio depois da conversa de ontem á noite, não é?

— Não, fique tranquila! — Gabriela responde rapidamente e Junny sorri animada para sua amiga. — Eu vou aceitar e ver no que vai dar.

— Isso aí! — Junny levanta da cadeira animada. — Se arrisque, bebê gafanhoto!

— Espero não ser comida por um pássaro... — Gabriela brinca antes de fechar a porta.

— Você sabe como estragar tudo, vai logo estudar! — Junny grita para a porta que já está fechada, Gabriela dá um grito em resposta, mas o que ela fala é um mistério. Ambas sabiam que em algum momento seriam expulsas do prédio, ainda mais que não eram donas do apartamento, apenas alugavam.

*****

Gabriela chama Beatrice para a academia, a Álvarez acaba até oferecendo o carro de Junny que fica parado na garagem, antes de saber que a Rivera não poderia ir.

Só Carlos dirige por mais que Junny e Gabriela tenham habilitação, elas são um perigo no volante e as famílias preferem mantê-las vivas. Junny ganhou o carro, em ótimo estado por sinal, do tio falecido. Ele foi a pessoa que apoiou Junny quando quis tirar sua habilitação e deixou o carro de herança para a surpresa dos outros familiares de Junny.

Gabriela foi na academia de qualquer jeito, ela precisava ir para poder recrutar alguns homens, fora o que já tinha: Charlie, para ajudar com a mudança. Ela falou para Junny que já havia conseguido os caras para ajudar, mas ela mal conhecia as pessoas da academia, afinal não tinha muito tempo que começou a malhar no local. Demorou, mas com seguiu recrutar mais dois.

— Beatrice Rivera mora no seu prédio? — Colton pergunta um tanto animado, mas sem querer demonstrar. Charlie e Heather por serem bocas grande tinha soltado algo sobre Beatrice.

— Sim. — Gabriela responde de forma rápida, mas sem estender, afinal queria por fim no assunto.

— Ela é legal? — Joshua pergunta, ele é o homem 'meio lerdo' que Junny saiu e que Gabriela sente seu 'gaydar' apitando.

— Qual andar ela mora? — Colton ajeita o cabelo, olhando no espelho do elevador e fala em um tom bem humorado. Ele é o homem gay mais hétero que Gabriela já viu, nunca imaginaria que ele fosse gay e ainda gentil com toda aquela cara de irritado. — Quem sabe não posso passar pelo corredor dela e por engano sair tocando em todas as portas até ela atender.

Charlie e Heather acham graça, Joshua ri de forma contida. Gabriela acha que aquela doçura e ingenuidade, mesmo sendo um homem bonito e com cara de afoito e pegador, ele não passa de um cachorrinho sem dono que não sabe nada da vida.

— Eu não faço a mínima ideia de onde ela mora. — Gabriela responde e olha para Heather e Charlie para que os dois não abram mais a boca do que já haviam feito.

— Ela tem um buldogue francês muito fofo! — Joshua fala como uma criança, ele é fofo e ingênuo demais, Gabriela sente um pouco de dó dele.

— A Afrodite...

— Sim!

— Eu não sei porque gente rica tem sempre pugs ou buldogues... — Gabriela fala e logo percebe que tem dois burgueses que não estão acostumados a conviver com ela, até porque Heather e Charlie são burgueses, mas sempre falam mal de burgueses com ela.

— Verdade, é meio louco isso... Cachorro privilegiado. — Colton concorda bem humorado. — Eu tenho três cachorros e todos foram adotados e tirados da rua.

— Chegamos! — Gabriela anuncia assim que elevador para em seu andar, todos vão atrás dela. — Vocês estão preparados para pegar pesado?

— Eu não ligo, já estou acostumado a pegar na barra. — Joshua fala normalmente e os outros levam para o lado malicioso e começam a rir. — O que foi?

— Nada, Josh, nada!