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**Destino**

Um novo dia despontava, e o rei Sabastian, acompanhado de sua caravana, adentrava a densa e sombria Floresta Negra. A vegetação densa e o ambiente escuro exigiam cautela e vigilância constante, enquanto o rei, sempre cuidadoso, examinava minuciosamente qualquer vestígio do príncipe.

Mais tarde, naquele mesmo dia, um grupo de rastreadores que estava próximo encontrou-se com o rei. Com expressões sérias, relataram ter descoberto novos indícios em cavernas próximas. Os restos encontrados indicavam claramente que o príncipe não estava sozinho.

Sabastian ponderou profundamente sobre quem poderia estar acompanhando seu filho, mas nenhuma possibilidade concreta lhe veio à mente. A inquietação crescia em seu peito, mas ele sabia que não podia se deixar abater pela incerteza.

Enquanto a caravana avançava lentamente pela floresta, Sabastian continuava trocando correspondências com Sir Willian Fairtower. O conselheiro fiel enviava relatórios detalhados e palavras de encorajamento, insistindo para que o rei se apressasse. O tempo era crucial, e cada momento perdido poderia significar mais perigo para o príncipe.

Decidido a acelerar a busca, o rei ordenou que a caravana aumentasse o ritmo, mesmo que isso significasse maiores riscos. A floresta, com seus segredos e perigos ocultos, parecia conspirar contra eles, mas Sabastian se manteve firme. Ele sabia que precisava encontrar o príncipe Killian antes que fosse tarde demais.

Enquanto isso, no território de Bluestorm, a princesa Ameerah recebeu notícias inquietantes. Uma mensagem urgente havia chegado de Ashrose, ordenando seu retorno imediato. A princesa leu e releu a carta, tentando entender a urgência e a súbita preocupação de seu pai, o rei. Durante todo o tempo que passou em Bluestorm, ele nunca havia demonstrado inquietação com sua distância. Portanto, o tom severo e a ordem expressa na carta a deixaram profundamente apreensiva.

Conhecida por sua coragem e sagacidade, Ameerah não conseguia afastar o pressentimento de que algo grave estava acontecendo. Sua mente fervilhava com perguntas sem resposta. Por que agora? O que teria mudado em Ashrose para que seu pai a chamasse de volta tão urgentemente?

Com a carta firmemente segura em suas mãos, a princesa começou a organizar sua partida. Instruções foram dadas a seus servos e guardas, que preparavam seus pertences com eficiência. Enquanto isso, Ameerah procurava manter a calma, mas seu coração batia acelerado. Havia algo na forma abrupta da convocação que indicava problemas maiores do que simples preocupações paternas.

Muito distante dali, fora do continente de Hartia, Killian, agora conhecido como Ian, encontrava-se em meio a um treinamento extenuante em magia com o mestre Thane. O cenário era uma clareira isolada, rodeada por árvores antigas que pareciam sussurrar segredos ancestrais. A luz do sol filtrava-se através das folhas, criando um ambiente ao mesmo tempo sereno e desafiador.

Thane, um mago de grande poder e pouca paciência, não era compassivo em seus ensinamentos. Seus métodos eram rigorosos e sem margem para erros. "O mundo não terá piedade de você, Ian," lembrava ele constantemente, sua voz ressoando com a autoridade de alguém que conhecia bem as durezas da vida. "E não esperará que você fique de pé."

Com essas palavras ecoando em sua mente, Ian treinava arduamente, bloqueando e devolvendo feitiços, sua energia e determinação sendo postas à prova. O jovem príncipe sabia que cada feitiço lançado por Thane tinha um propósito: prepará-lo para os desafios implacáveis daquele mundo e para tudo que enfrentaria em seu destino.

Enquanto isso, Ruby, companheira fiel de Ian, observava tudo deitada próxima aos pertences deles. Seu olhar atento acompanhava cada movimento, pronta para intervir se necessário, mas confiante nas habilidades em desenvolvimento de Ian.

Os feitiços de Thane eram implacáveis, e ao final do dia, Ian estava coberto de ferimentos e exausto. O cansaço era palpável, mas também era um testemunho de sua perseverança e progresso. Thane, apesar de severo, reconhecia a dedicação de seu aprendiz e, ao final de cada sessão, usava suas habilidades de cura para tratar as feridas de Ian, preparando-o para o próximo dia de desafios.

Com os ferimentos curados, Ruby apressava os dois para o jantar, já começando a dizer algumas palavras com sua voz desajeitada, mas insistente, quebrando a tensão acumulada: "C-Comida! Co-comer!"

Reunidos ao redor de uma fogueira, Ian, Thane e Ruby compartilhavam uma refeição simples, mas nutritiva. As chamas dançavam, lançando sombras longas e tremulantes, enquanto Ian refletia sobre o dia. Ele sabia que cada desafio o tornava mais forte, mais preparado para o que viria.

Enquanto a noite caía e o cansaço finalmente o dominava, Ian sentiu um fio de esperança. Com Thane como mentor e Ruby ao seu lado, ele acreditava que poderia enfrentar qualquer adversidade e, eventualmente, encontrar seu próprio caminho, mais forte e mais sábio do que nunca.

A caravana do rei Sabastian teve de montar mais um acampamento, apesar da urgência em deixar a Floresta Negra. Enquanto o acampamento era estabelecido, o rei, tomado por um sentimento de ansiedade e determinação, decidiu aventurar-se sozinho mais adentro da floresta. Ele seguiu um caminho sinuoso de cavernas e um labirinto de pedras, sem a certeza de que conseguiria retornar. Mas sua resolução o impulsionava a seguir em frente.

Após o que pareceu ser uma eternidade, Sabastian se deparou com algo esplêndido que o deixou sem palavras. Diante de seus olhos, uma cachoeira dourada deslumbrava o cenário, como se o próprio lugar tivesse sido esculpido de pedras preciosas e ouro. No entanto, não foi a riqueza que o cativou, mas sim a descoberta e a visão dos pequenos seres alados que voavam graciosamente ao redor: fadas.

Ele se aproximou cautelosamente, tentando não causar alvoroço, mas sua presença foi logo notada. As fadas voaram apressadamente em diversas direções, desaparecendo de sua vista, o que deixou o rei triste. Sabastian compreendia que não havia muito que pudesse fazer para tranquilizá-las. Então, aproximou-se do lago dourado formado pela cachoeira, abaixou-se, pegou um pouco da água dourada nas mãos e lavou o rosto. No mesmo instante, sentiu sua pele aquecer como se estivesse exposta ao sol, uma sensação de calor aconchegante. Abriu os olhos, sentindo uma paz rara.

Confortado, Sabastian tirou os sapatos e mergulhou os pés na água dourada. Aquele líquido brilhante parecia aquecer seu coração e envolvê-lo com uma presença acolhedora. Foi então que uma voz suave o despertou de seu devaneio:

"Quem é você, humano?"

Ele se virou em direção à voz e viu uma fada maior do que as demais, com asas brilhantes que irradiavam uma luz serena.

Sabastian demorou um momento para assimilar a situação, maravilhado com a visão à sua frente. Finalmente, respondeu com respeito e calma:

"Não vos quero mal, só estou de passagem! Acabei sendo atraído por esse lugar, mas sua riqueza não me atrai, não se preocupe! Tenho muitas minas no meu território! Sou o rei de Ashrose, é um prazer conhecer-te."

A fada estudou-o por um momento, seus olhos brilhantes avaliando cada palavra e gesto de Sabastian. Então, com um movimento grácil, ela se aproximou um pouco mais, ainda mantendo uma distância segura.

"Rei de Ashrose, você encontrou um lugar sagrado," disse ela, sua voz melodiosa. "Poucos humanos têm o privilégio de ver o que viu. Este lugar é guardado pelas fadas há milênios."

Sabastian assentiu, respeitoso e humilde. "Entendo. A beleza e a serenidade deste lugar são inigualáveis. Não tinha intenção de perturbar sua paz."

A fada sorriu levemente, sua expressão suavizando. "Vejo que seu coração é puro. Talvez seja o destino que o trouxe até aqui. Diga-me, rei Sabastian, o que procura nesta floresta escura?"

Sabastian sentiu um peso em seu peito ao lembrar da sua missão. "Procuro meu filho, o príncipe Killian. Ele está desaparecido e temo por sua segurança. Qualquer ajuda seria inestimável."

No momento em que ele mencionou que procurava seu filho, as demais fadas pareceram inquietas, trocando olhares significativos entre si. Finalmente, uma delas, timidamente, se aproximou e perguntou:

"Seu filho é um rapaz de olhos azuis e cabelos escuros?"

Ao ouvir aquela descrição, o coração de Sabastian acelerou, parecendo que iria pular de seu peito. Tentando conter a ansiedade, ele respondeu:

"Sim, meu filho, o príncipe Killian. Vocês por acaso o viram nesta floresta?" perguntou o rei, a esperança evidente em sua voz.

As fadas se entreolharam, e então uma delas respondeu:

"Bem, essa criança também acabou vindo até aqui! Mas ele e sua amiga estavam apressados para partir," disse uma delas, e então outra falou: "As águas lhe deram um presente, mas ele não ficou tempo suficiente para que nós analisássemos…"

Sabastian, que estava guardando suas múltiplas perguntas por um tempo, acabou não conseguindo se conter e estourou:

"Mas ele estava bem? Saudável? Não estava ferido? Que amiga era essa? Como ela se parecia? Que presente é esse que vocês falaram?"

Em meio às suas muitas perguntas, a rainha das fadas se aproximou, sua presença irradiando calma e autoridade.

"O destino do jovem príncipe já foi traçado. Vocês estão ligados, então não se preocupe, vão se reencontrar! Mas não temos respostas para todas as suas perguntas. Pelo que me foi dito, ele era um rapaz comum e foi abençoado pelas águas. Mas as águas daqui normalmente são mortais para seres comuns, o que significa que ele é… bem… como você," disse ela, apontando para os pés do rei dentro da água. "Não são pessoas normais!"

Sabastian olhou para a água dourada envolvendo seus pés, sentindo o calor aconchegante que emanava dela. As palavras da rainha das fadas começaram a fazer sentido. Ele se sentia revigorado, como se a água estivesse imbuída de uma magia poderosa e benéfica.

"Então, meu filho… ele é especial?" perguntou o rei, ainda tentando compreender a magnitude do que estava ouvindo.

A rainha das fadas assentiu suavemente. "Sim, ele tem um destino grandioso. As águas reconheceram isso e o abençoaram. Quanto à amiga dele, não temos muitos detalhes, apenas que ela era leal e corajosa. Eles partiram juntos, seguindo um caminho que os levaria adiante."

Sabastian sentiu um misto de alívio e preocupação. Seu filho estava vivo e abençoado, mas ainda estava em perigo. "Tenho que encontrá-lo," disse ele com determinação renovada. "Preciso saber mais sobre esse presente que as águas lhe deram. Pode me ajudar a entender?"

A rainha das fadas fez um gesto gracioso, convocando uma pequena esfera de luz que flutuava ao redor de Sabastian. "Esta luz guiará você pelo caminho correto na floresta de volta aos seus. Siga-a e também encontrará pistas que o levarão a informações sobre o paradeiro de seu filho. Quanto ao presente, ele é uma bênção e uma proteção. O jovem príncipe descobrirá seu poder no momento certo."

Com uma reverência agradecida, Sabastian se preparou para partir. A pequena esfera de luz começou a se mover, flutuando suavemente à sua frente, iluminando o caminho através da floresta sombria.

"Obrigado," disse ele, olhando uma última vez para a rainha das fadas. "Agradeço de coração pela ajuda."

Ela sorriu serenamente. "Boa sorte, rei de Ashrose. Que a magia das águas o guie e proteja em sua jornada."

Com isso, Sabastian seguiu a luz, determinado a encontrar seu filho e entender o poder que agora os conectava. A floresta parecia menos intimidante com a luz brilhando à sua frente, e ele sentia que cada passo o levava mais perto de reencontrar Killian.

Quando Sabastian retornou ao acampamento, percebeu imediatamente o estado de desespero de seus guardas, que o procuravam freneticamente. Um deles, visivelmente aliviado ao avistá-lo, correu em sua direção, recuperando o fôlego.

"Majestade! Graças aos céus, está são e salvo!"

Sabastian caminhou em meio aos olhares incrédulos e aliviados de seus homens até sua tenda. Ele sabia que precisava informar Sir Willian Fairtower sobre o que acontecera, mas decidiu omitir o fato de que a cachoeira estava repleta de riquezas. Afinal, não sabia quem poderia interceptar aquela mensagem.

Com mãos firmes, ele escreveu sobre seu encontro com as fadas e a revelação sobre Killian, omitindo detalhes sobre as riquezas da cachoeira. Pouco depois, prendeu a mensagem na perna de um falcão e o enviou em direção a Ashrose.

Naquela noite, Sabastian conseguiu dormir um pouco mais relaxado. A certeza de que Killian estava vivo e abençoado pelas águas das fadas lhe dava algum conforto. Ao amanhecer, ele seguiu a luz que apenas ele podia ver, guiando sua caravana para fora da floresta.

Chegando aos limites da Floresta Negra, Sabastian viu sinais claros de que Killian havia saído com segurança da floresta. No entanto, uma pergunta inquietante surgia em sua mente: em que direção seu filho havia decidido seguir? Ele acreditava que a esfera de luz o mostraria, mas, no exato ponto em que a floresta terminava, a luz desapareceu, como se fosse engolida por um buraco.

Sabastian entendeu que aquele era o limite do poder da rainha das fadas. Sentiu-se abatido por não ter mais informações sobre o paradeiro de Killian, mas sabia que sua missão agora era vital. Ele precisava alcançar o Império Old Hartia.

Reunindo seus homens, Sabastian falou com voz firme e decidida: "Homens, avançamos agora para o Império Old Hartia. Não podemos nos desviar de nossa rota. Cada passo que damos nos aproxima de nosso objetivo."

A caravana, sentindo a determinação renovada do rei, se preparou para a próxima etapa da jornada. Sabastian, embora preocupado com seu filho, sabia que sua responsabilidade como rei e líder de seu povo era crucial. Ele prometeu a si mesmo que, uma vez cumprida a missão em Old Hartia, retomaria a busca por Killian.

Enquanto marchavam para o império, Sabastian refletia sobre os acontecimentos recentes. A bênção das águas, as palavras da rainha das fadas, tudo parecia indicar que Killian estava destinado a algo grandioso. E, no fundo, ele sabia que, apesar da distância, o vínculo entre pai e filho os guiaria de volta um ao outro.

Assim, com coragem e determinação, o rei Sabastian e sua caravana seguiram em frente, cada passo marcado pela esperança e pelo compromisso de cumprir seu dever para com o reino de Ashrose e, eventualmente, reencontrar o príncipe Killian.

O Rei e sua caravana dirigiram-se para o porto mais próximo da saída da floresta, onde fretaram embarcações com destino a Old Hartia. A jornada marítima poderia significar várias coisas: uma armadilha, uma nova aliança… as possibilidades eram inúmeras e cada uma carregava seus próprios perigos e promessas. No entanto, a missão era clara e o compromisso do rei para com seu reino não permitia hesitação.

Enquanto a embarcação deslizava pelas águas escuras e profundas, Sabastian recebeu uma carta urgente da princesa Ameerah. A carta, escrita com traços apressados e angustiados, informava que, quando estava a ponto de deixar o continente Bluestorm, fora impedida. Ela não sabia o que estava acontecendo, pois a levaram para um castelo afastado.

Sabastian suspirou, sentindo o peso da preocupação e da incerteza se acumulando sobre seus ombros. Mal havia conseguido um fio de esperança em relação a seu filho e agora havia algo errado relacionado à sua primogênita.

Segurando a carta de Ameerah com força, ele olhou para o horizonte, onde o mar encontrava o céu, seu coração apertado pela preocupação. Pensou nos perigos que sua filha poderia estar enfrentando e na incerteza que cercava seu paradeiro. A responsabilidade de um rei parecia esmagadora naquele momento, mas Sabastian sabia que precisava manter a calma e a clareza para tomar decisões acertadas.

Entretanto, a missão em Old Hartia não pode ser adiada. Precisava de uma solução que permitiria a busca por Ameerah sem comprometer sua jornada.

Trocou mensagens com Sir Fairtower, que sempre pragmático, sugeriu enviar um grupo de elite em uma missão paralela para resgatar a princesa. "Majestade, se permitirmos que um pequeno grupo de nossos melhores homens parta imediatamente em direção a Bluestorm, poderão investigar e, com sorte, resgatar a princesa Ameerah afinal somos próximos dos líderes de Bluestorm, apesar do fato de que eu não estou conseguindo fazer contato com eles. Mas assim que investigarem saberemos algo!"

Sabastian concordou com a estratégia, embora o coração apertado por separar seus recursos. "Que assim seja. Escolha os melhores e mais leais homens para essa missão. Que partam ao amanhecer."

A carta de Ameerah, agora amassada em sua mão, era um lembrete constante das ameaças que sua família enfrentava. Ele se permitiu um momento de reflexão, buscando forças nas profundezas de seu ser.