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34. E o quão bem conhece ela?

— Vocês se conhecem de onde? — Hailee logo perguntou vendo Bosha e Scarlet abraçadas.

— Ela era estagiária dos meus pais.

— Estagiária? — A elladiana olhou para Bosha e riu. Aquela mulher de cabelos azuis era uma cientista?

— Quase em outra vida. — A mulher de cabelos coloridos respondeu afastando-se de Scarlet. — E vocês como se conhecem?

— Somos namoradas barra ex-esposas. — Postigo que respondeu indo para perto de Hailee.

— Eu não acredito! — Bosha quase gritou. — Que mundo pequeno.

— Nem me fala.

*****

Bosha ficou no apartamento de Hailee e Scarlet por mais algum tempo. Beatriz, Lucia e Josie como moravam no mesmo apartamento foram embora juntas mesmo. Scarlet e Hailee só não contavam com mais uma visita naquele dia. Quando a cada das duas virou aquela bagunça de gente que elas não se lembravam.

Postigo abriu a porta, a elladiana estava no banho pois se não estivesse teria espiado antes para antecipar a revelação de quem quer fosse na porta.

— Olivia?

— Oi, Scarlet. — A negra mordeu o lábio inferior sentindo-se nervosa e ansiosa. Uma ladra de alto nível nervosa?! — A Jill está?

— Er... Sim, mas não quer tiver. — Scarlet jogou logo a verdade, sem se importar muito. Sensibilidade não era uma das suas virtudes. — Porém acho que deveria fazê-la voltar para você e sumir daqui de casa.

— Wow... Que controverso. — Olivia murmurou. — De qualquer forma poderia chama-la?

— Claro, entra aí! — Postigo apontou para dentro de casa e deixou Olivia sozinha na porta enquanto ia buscar Jill. — Tem uma entrega para você na porta, vai logo.

— Por que não pegou para mim? — Jill questionou levantando da cama.

— Não sou empregada de ninguém! — Scarlet respondeu saindo do quarto antes da polinésia.

— Mula! — Hansen gritou para a latina que tinha entrado no próprio quarto.

Jill viu a porta fechada e estranho que a latina não tinha deixado aberta, porque Scarlet abria a porta e deixava sem se importar que fosse um assassino ou coisa do tipo, pois tinha a própria garantia que sabia se virar se fosse o caso.

Jill abriu a porta e seu queixo foi quase ao chão.

Primeiro por ver Olivia e depois por ver seus pais ali, eles deveriam estar na Califórnia.

Olhando mais um pouco, Jill viu a pequena menina segurando uma das mãos de Olivia, Amandla, com um filhote sem muito jeito no braço esquerdo.

— O que...?

— Eu vim te pedir desculpas. — Olivia iniciou envergonhada. — Eu nunca deveria ter escondido quem eu era, mas eu sabia que você não apoiaria o que eu estava fazendo...

— Está certa.

— Deixa ela falar, Jill. — Lara mandou fazendo a filha se encolher, mesmo com o passar dos anos ainda eram as mesmas.

— Por acaso a senhora sabe o que ela fez?

— Sim, ela nos contou. — A Hansen mais velha falou.

— Você deveria perdoá-la, ela nos buscou na Califórnia apenas para lhe pedir perdão. — Gordon se intrometeu também.

— Tem eu também, mamãe vai me levar para morar junto com ela e com você, se aceitar ir com a gente...

— Filha, entrega para ela o cachorro.

— É seu. — Amandla se aproximou da polinésia que se abaixou. — Ele pode ir morar com a gente se você for.

Olivia estava jogando baixo ali, Jill estava ciente disso.

— Você sempre quis um cachorro. — Hamilton falou nervosa. — Agora pode tê-lo.

— Um cachorro ou uma criança, esses eram meus pedidos. — Jill comentou com o filhote no colo. — Eu não sei se devo te perdoar assim tão...

— Tem um cachorro na minha casa? Eu não quero um cachorro! — Hailee falou olhando da sala. — Já basta o gato da Scarlet!

— O Gandhi é um gato muito responsável! — Scarlet apareceu do corredor para discutir.

Jill ergueu uma das sobrancelhas irritada, se ergueu com o filhote no colo e fechou a porta atrás de si.

— Eu não vou dizer que te perdoei totalmente, mas te amo e posso tentar. — Jill falou e escutou a comemoração vinda dos pais e da pequena Hamilton.

Olivia apenas sorriu.

— Eu posso ao menos te abraçar? — Jill assentiu e as duas se abraçaram com a polinésia segurando o filhote mesmo. — Senti tanta falta de ter você por perto.

— Eu também senti, odeio ficar nesse apartamento com as duas.

Olivia riu baixinho da voz irritada de Jill.

— Eu escutei! — Hailee gritou de dentro de casa.

— Para de bisbilhotar! — A polinésia repreendeu, mas acabou rindo.

— Ela vai com a gente?

— Sim, filha!

— Vai ser tão legal! — Amandla fez Olivia rir ao vê-la animada. Jill sorriu e puxou a garotinha para lhe abraçar.

*****

Scarlet entrou no bar onde Bosha e Hailee tinham marcado, ela nunca estivera ali. Não ficou assustada, mas se surpreendeu com a quantidade de brutamontes tatuados naquele lugar. Quando chegaram Bosha estava cantando com sua voz poderosa, e agradando até ouvidos exigentes dos frequentadores. Scarlet não parava de olhar para os lados no começo, com receio de precisar bater em alguém caso mexessem com ela ou Hailee. Ela adorava mostrar que não tinha medo de ninguém, e internamente adorava uma briga.

Depois de algum tempo ela percebeu que apesar do tamanho dos homens e a aparência deles, não eram más pessoas. Eram educados e até simpáticos, as poucas mulheres eram da mesma forma. Hailee conhecia boa parte das pessoas ali, pois era frequentadora assídua quando Scarlet e ela estavam separadas. Hailee chegou com as bebidas, sentando na cadeira ao lado da latina. Scarlet mexia em seu anel de Lua insistentemente, Hailee também estava usando o seu com o Sol.

— Quase fiz Caity buscar uma garrafinha de água para você no mercado da esquina. — Hailee brincou abrindo a garrafa de água para servir em um copo para Scarlet. — Ela achou uma última garrafa por sorte.

— Aqui não é um lugar em que as pessoas vêm para beber água. — Postigo falou o óbvio, em tom risonho.

Olhou para o palco onde Bosha continuava o seu show, com uma música mais melancólica.

— Exato. — A elladiana concordou antes de virar o copo com um líquido verde.

— Isso tem cor de elladita.

— Nem brinca, Scar! — Hailee falou alarmada, respirando aliviada em seguida: — Uh! Ainda bem que conheço Caity bem.

— É?! E o quão bem conhece ela?

Scarlet olhou para a elladiana com atenção, esperando que confirmasse que elas tiveram alguma interação a mais que pura conversa.

— Não tanto assim...

— Melhor mesmo. — Hailee riu e beijou o rosto da latina, seguindo para o pescoço da mesma. — Hmm... Para com isso. — Scarlet suspirou sentindo os beijos em sua pele. — Não quero começar algo que não vamos terminar.

— Não estraga...

— Oi. — Hailee se afastou de Scarlet e a latina olhou para a loira de camisa branca com heroínas como estampa.

— Ei, Caity. — A elladiana falou risonha. — Essa é Scarlet...

— Prazer. — Caity acenou educadamente e apareceu ansiosa em seguida. — Hailee, disse que você é boa com facas, está afim de mostrar para uns machões como se faz?

Scarlet virou-se na direção que a mulher olhava, um aglomerado de homens jogando o que devia ser dardos, mas eram facas, bem eles não pareciam mais tão inofensivos novamente.

Postigo olhou para Hailee, questionando se deveria ou não ir.

— Vai lá e mostra para eles, Scar!

— Eu vou! — Scarlet levantou determinada. Caity sorriu arrancando uma faca da bota, Hailee não estranhou pois já conhecia a mulher, a latina ficou desconfiada, mas não podia julgá-la pois fazia o mesmo.

Hailee ficou olhando de longe as duas colocando os homens para correr pelo quão eram boas com facas.

— Hey, Hailee! — Bosha chamou do pequeno palco. — Vem cantar também! O pessoal está sentindo falta da sua voz!

Hailee levantou e foi, Scarlet até esqueceu das facas, assim permitindo Caity de ganhar a pequena aposta que fizeram.

— Bosha tem o melhor bar, não acha? — Caity parou ao lado da latina que olhava para Hailee cantando com Bosha no palco.

— Eu não fazia ideia que era dela. — Scarlet falou confusa. Bosha tinha passado de prodígio da ciência para dona de um bar?! — Mas ela tem sim.