Ch 15

Algumas das características distintas entre as Ruínas Mágicas e as dungoens quê Ashton conhece, são o formato interno.

Enquanto as dungoens tinham o conceito de diferentes pisos, as Ruínas Mágicas parecia um ambiente único. A que ele estava atualmente, por exemplo, parecia um território que havia sido devastado. Dizem que seu tamanho deveria ser tão grande quanto o Território Zeninf, então levaria horas apenas para explorar todo o local.

Outra diferença era o método de sair do local. Para as dungeons, era preciso retornar aos pisos superiores e sair pela entrada, mas as Ruínas, enquanto tinham um portão de entrada, os portões de saída não estavam exatamente no mesmo local em quê entrou.

Os portões de saída estavam espalhados pelas Ruínas, todos conectados ao mesmo portão de entrada. Na Ruína Mágica do território Zeninf, foi dito ter um total de três portões para saída. Um no centro da ruína, onde deveria ter os inimigos mais fortes.

Os outros dois estavam espalhados em direções opostas. Mas como essa era um Ruína Mágica já mapeada, os locais dos portões eram conhecidos. Esses eram os locais onde havia sido construídos os abrigos para os aventureiros e os cavaleiros que se aventuravam lá dentro.

Dizem que existem ruínas que possuem um único portão de saída, ou quais teria que cumprir certos requisitos para liberar os portões de saída.

Por isso era recomendado, que em caso de descoberta de uma Ruína Mágica não identificada, deveria primeiramente relatar tal descobrimento para a Guilda dos Aventureiros ou para o Senhor do território.

A menos que tenha confiança em limpar completamente uma Ruína Mágica, era essencial seguir essas recomendações.

Claro, pouco disso importava para Ashton. Nos tempos atuais, é praticamente impossível surgir novas Ruínas, e as conhecidas já foram todas devidamente mapeadas.

É uma situação clichê que o Herói acabaria encontrando com essas situações impossíveis de existir, mas como ele não era o herói, Ashton não pensou muito nisso.

O abrigo que Ashton alcançou deveria caber facilmente quase uma centena de pessoas. Havia alguns cavaleiros patrulhando. O local estava fortemente iluminado, como se quisesse afastar a escuridão sempre presente nessa Ruína.

Como os abrigos foram construídos pelos Senhores do território, é óbvio que eles queriam manter os locais seguros.

Graças ao local iluminado, Ashton podia ver facilmente alguns aventureiros. Alguns estavam feridos, outros pareciam comemorar seus ganhos. Um pouco mais difícil de perceber era o portão de saída, que estava fechado.

Assim como Ashton os viu, eles também o perceberam. Ashton podia facilmente identificar seus pensamentos com base em suas expressões.

Quem é esse cara? Ele está sozinho?

Sua festa teve um acidente? Não parece que ele sofreu muito.

Se ele entrou sozinho, deve ser bem forte. Mas não lembro de ter ouvido falar dele.

Assim como o cavaleiro de antes tinha ficado surpreso que um Rank F escolheu entrar na ruína mágica sozinho, esses aventureiros tinham pensamentos contrários.

Por quê eles conheciam esse ambiente tão bem, eles sabiam que uma tarefa fácil não deveria sobreviver adequadamente sozinho.

Em seus olhos, Ashton deveria ser alguém forte que eles ainda não conheciam.

Como Ashton desconfiava, essa não era uma vila de novatos. Mesmo que fossem aventureiros, eles tinham uma boa cabeça sobre os ombros. Se não tivessem, não teriam sobrevivido tanto tempo nesse trabalho.

"Qual a taxa de acomodação?" Se aproximando de um dos cavaleiros, Ashton perguntou.

"15 moedas de prata, com alimentação incluso."

Os abrigos eram os pontos de saída e descanso para os aventureiros. Como o lugar era guardado pelos cavaleiros, eles poderiam descansar adequadamente sem se preocupar. Claro, isso custaria dinheiro.

"Aceitam núcleos mágicos?" Como Ashton estava zerado, os poucos núcleos mágicos que ganhou era sua renda atual.

"Existe uma loja de câmbio nessa direção."

Todos valorizavam os núcleos mágicos, inclusive os nobres. Era normal que tivessem esse tipo de serviço, para evitar que a maior quantidade de núcleos mágicos se concentrasse na Guilda de Aventureiros.

Os núcleos mágicos tinham o mesmo tamanho, mas suas qualidades alteravam de acordo com o Poder Mágico que residia no núcleo.

Geralmente, os núcleos mágicos coincidiam com o nível de existência das feras mágicas.

Uma Fera Mágica de [Nível 10] possuía um núcleo que coincidiria com esse nível, categorizado como Rank F.

[Nível 20] era Rank E, [Nível 30] era Rank D e assim por diante. Era o mesmo para o ranking dos aventureiros, onde sua posição geralmente coincidia com seu [Nível].

Teresa, uma aventureira de Rank B, por exemplo, deveria estar no [Nível 50] ou um pouco maior.

Qualquer coisa acima do [Nível 70] era Rank S.

A taxa de câmbio, que era definida por oferta e demanda, tinha um preço semelhante aos valores definidos pela Guilda de Aventureiros. Era preciso que fosse assim para fazer os aventureiros que ganharam esses núcleos mágicos com sangue e suor se desfazer deles.

Ashton, que vendeu um núcleo mágico que foi avaliado como Rank D, ganhou 40 moedas de prata.

Pagando a acomodação para a noite, ele comeu adequadamente enquanto via os aventureiros passando pelo Portão.

Segundo o quê os cavaleiros o disseram, os Portões abriam duas vezes ao dia em horários fixos. Ao amanhecer e ao anoitecer. Se você quisesse sair da Ruína, era preciso esperar a abertura do Portão em um desses horários.

Os aventureiros que estavam saindo agora eram aqueles que tinham membros de sua festa feridos e também aqueles que estavam comemorando.

Havia um outro grupo, que permaneceu no abrigo, se preparando adequadamente para o próximo dia. Ashton fazia parte desse grupo.

Ashton era um novato completo em ser um aventureiro, mas como alguém que tinha o costume de analisar todos os tipos de coisas, ele podia facilmente notar os sentimentos inabaláveis dos aventureiros.

Gratos por viver um outro dia, mas se preparando para arriscar sua vida no dia seguinte.

Essas pessoas que cresceram por meio de muito sangue e suor.

Ashton, um ex-colegial do ensino médio, que estava vivendo no Modo Fácil, sentia respeito por essas pessoas.

– –

A masmorra é um local sem lei. Além dos monstros, se deve ter cuidado com os humanos.

Havia esse tipo de ditado que era repassado em todos os romances de fantasia. Ashton, é claro, não ignorou esses sábios conselhos. Mesmo que estivesse dormindo adequadamente, [Percepção de Perigo] e [Detecção Mágica] estavam em pleno funcionamento. Caso algo acontecesse, ele poderia reagir instantaneamente.

Mas parece que o fato desse abrigo ser cuidadosamente guardado pelos cavaleiros do território impediu aqueles com possíveis intenções maliciosas de agir.

'O pessoal foi trocado?' Ashton, que levantou depois do amanhecer, notou que as presenças que ele recebia dos cavaleiros por [Detecção Mágica (Lv.5)] era diferente do dia anterior. Como estavam vestindo armaduras completas, era difícil dizer quem era quem, mas suas presenças mágicas claramente eram diferentes uns dos outros.

Era normal que isso acontecesse. À menos que os cavaleiros morassem nas Ruínas e trabalhassem o dia completo, ter troca de pessoal era um dado óbvio.

Sem pensar muito nisso, Ashton aproveitou a conveniência do abrigo para comprar mais alguns mantimentos e comer, antes de resolver sair do abrigo e voltar a explorar.

Ele podia sentir alguns olhares especialmente travados nele, mas como pareciam mais curiosos do quê qualquer outra coisa, ele não se importou muito.

Gravando em sua mente a localização do abrigo, Ashton escolheu uma direção e seguiu.

É dito que quanto maior a densidade mágica do local, feras mágicas mais poderosas surgiriam. Essa era a regra tanto para as Ruínas quanto para o lado de fora.

Mesmo que Ashton não entendesse completamente o conceito de densidade mágica, ele podia notar as diferenças dos locais graças as reações que recebia de [Detecção Mágica]. Assim, ele foi para um local que considerou adequado pra ele.

'Que tipos de habilidades eu vou ganhar hoje?' Enquanto seguia em frente procurando o próximo suicida, Ashton tinha esse tipo estranho de pensamento.