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capítulo 1 - parte 1

— Edgar! — meu chefe me grita, de cima da escada.

— Oi! — respondo prontamente.

— Vou precisar de você amanhã a noite, pago o seu extra no dia mesmo, se preferir. — ele me informa, na tentativa de me convencer a ficar depois do meu horário. E conseguiu, mas não confirmarei imediatamente, deixarei ele pensar que cancelei um compromisso importante para estar ali trabalhando, assim ele terá mais confiança em mim e valorizará ainda mais o meu serviço.

Digo que vou ver se cancelo o compromisso imaginário ou não, se consigo remarcar, claro que é tudo mentira, não quero que ele pense que estarei sempre disponível, ou que vivo pra trabalhar.

— Edgar, as meninas da mesa 16 querem ser atendidas por você. — Leo me informa, me olhando de cima a baixo com cara de desdém e revira os olhos.

Parece que ele não gostou muito da ideia de um funcionário novo ser o queridinho dos clientes, se bem que ele, assim como todos, deveriam me agradecer pelos meus serviços. O restaurante estava prestes a fechar, o movimento estava fraco, os funcionários desmotivados, a comida horrível e o ambiente nenhum pouco atrativo ou confortável, fiquei surpreso da vigilância sanitária não ter fechado ainda.

— Obrigado Leo, por me avisar. — agradeço, e me dirijo a elas com um sorriso no rosto, bloco de notas e caneta em mãos.

— Boa noite, belas damas. Estou no Olimpo? Vejo verdadeiras deusas. — as cortejo, elas me retribuem com sorrisos tímidos, e bochechas vermelhas.

— Edgar... hoje eu vou deixar que você escolha o meu jantar, o que você sugere que eu leve a boca? — Elena pergunta, das três amigas, ela é a mais descarada, totalmente sem filtro e bastante exigente.

— Hummm... será que conseguirei indicar algo bom o suficiente para agradar o seu refinado paladar? — pergunto, enquanto que discretamente e rapidamente aponto pra baixo, rumo a minha cintura, ou melhor dizendo, abaixo do umbigo.

Ela morde o canto dos lábios enquanto fica brincando com uma mecha de cabelo sua, a enrolando no seu dedo indicador sem parar.

— E você Sophia? O que quer comer? — pergunto, esta é a mais tímida, só de eu ter feito essa pergunta ela ficou tão vermelha que parecia um tomate.

— Ham ... É... Eu... Não sei ainda...— ela responde pausadamente, totalmente sem graça, não gosta muito de fazer contato visual, e não sabe lidar muito bem com elogios.

— Acho que ela prefere ser comida do que comer. — Elena brinca, imediatamente Sophia a empurra e cobre seu rosto com as mãos, tentando se esconder.

— Você não cansa de ser idiota?Precisa ser em tempo integral? — Diana a repreende, essa aqui é a mais racional, orgulhosa, sempre vê o trabalho em primeiro lugar na sua lista de prioridades.

No dia em que nos conhecemos ela havia sido demitida, suas amigas tentaram anima-la a convidando para comer aqui, e aí tudo começou.

O tempo nesse dia estava bastante chuvoso, o clima mudou rapidamente. Elas chegaram encharcadas, suas roupas coladas em seus corpos faziam aquele desenho perfeito das suas silhuetas. Foi o dia em que comecei a trabalhar aqui, pra falar a verdade o Ernesto (meu chefe) não queria me contratar, como já havia dito, tudo estava indo de mau a pior, então não tinha motivos para contratar mais alguém, já que nem cliente tinha.

Só que prometi a ele que arrumaria novas clientes, que viria o mês todo, e que caso ele não conseguisse o valor do meu salário, não precisaria me pagar. Uma oferta bastante tentadora, ele não saia perdendo em nada, além de ter uma mão de obra teoricamente de graça, ele prontamente aceitou com um sorriso no rosto, enquanto que os outros funcionários me acharam um louco.

Assim que ele deu o ok, entrei no banheiro para me trocar, eu estava totalmente molhado, precisava de roupas secas para vestir, por sorte o senhor Ernesto, assim que o chamam, pediu para que Hector me entregasse o uniforme.

— Novato? Seu Ernesto pediu pra te entregar isso. - Hector diz, entrando no banheiro com o uniforme em mãos. A primeira vista ele me pareceu um cara do bem, apenas preguiçoso e um pouco desastrado.

— Oi, tô aqui. — informo, eu estava em uma das cabines, havia acabado de tirar a camisa, e a estendido na divisão entre elas.

Hector vem até mim, e bate na porta da cabine. — Ou, toma aqui. — ele diz, passando o uniforme por cima da cabine, para que eu pegue, já estava pronto para tirar a calça quando tive uma ideia, abro a porta rapidamente e o vejo.

— Acho que vou precisar mais do que uma camisa, não acha? — mostro a ele como a minha calça, tênis e a camisa estendida estão.

— Bom, aqui só tem camisa, foi o que ele me mandou te entregar, é o que a gente ganha aqui, tá ligado que tu fez um mau negócio, né? — ele informa. É... não foi muito vantajoso pra mim não, pelo menos não no momento.

Estendo a mão para pegar o uniforme, assim que eu o toco, olho nos olhos de Hector e pergunto.

— Não quer me ajudar a trocar de roupa? O Jeans está todo encharcado, ficou pesado, parece que está grudado na minha pele. — invento, mas não é totalmente mentira, entretanto esse não foi o real motivo da pergunta.

— Iiiih, qual foi? Curto essas paradas não. Sai fora! — Ele recusou. Após dizer disso, dei mais um passo a frente, o toquei no rosto e perguntei. — Tem certeza de que não quer me ajudar com isso? — pergunto, intercalando o meu olhar entre os seus olhos e os seus lábios, próximo o bastante para eu conseguir me ver refletido neles.

Ele para, pensa, olha pra porta do banheiro ... coça a cabeça e quando volta o olhar para mim, eu o surpreendo com um beijo na boca, ele fica totalmente surpreso mas retribui, deixando cair o uniforme no chão, me abraçando forte e beijando intensamente.

E olha que eu nem precisei usar muito das minhas habilidades, aproveitei que estávamos bem próximos... e transmiti um pouco da minha energia a ele, e fiz alguns pedidos.

Sou um incubo, demônio do sexo, através do toque eu posso persuadir, seduzir e manipular outros seres, aumentando a libido, seus desejos sexuais e prazer. Embora eu induza, eu não obrigo, então pode acontecer de alguém se recusar a me dar um beijo e até mesmo ir pra cama comigo, embora isso nunca tenha acontecido comigo ou com outros iguais a mim, pelo menos que eu saiba...

Enquanto estamos nos beijando eu dou algumas paradas, viro o rosto pro lado e faço algumas perguntas.

— Hector... — sussurro em seu ouvido. Posso sentir a excitação dele, seu pau fica sarrando na minha cintura, tão duro que parece estar engessado, continuo. — Está aqui a muito tempo? — pergunto, me referindo ao restaurante, fiz esta pergunta pois não sabia se seria fácil atrair tanta gente em tão pouco tempo, principalmente quando o local não ajuda muito.

— Uns 3 anos. - respondeu com a boca entreaberta, beijando o meu pescoço e me puxando para mais perto de seu corpo, fazendo com que fiquemos o mais colado possível.

Ele é bem forte, sua musculatura me diz que ele pratica alguma atividade física, academia, ou até mesmo luta, já que seu abraço está além de ser só um carinho, está quase me partindo ao meio.

— Calma lá amigão, me mata de prazer, não dividido ao meio. — brinco, o empurrando um pouco para trás.

Ele solta um sorriso meio sem graça mas ao mesmo tempo com um ar de malícia, se afastando mais um pouco e apaupando o seu pau por cima da roupa enquanto dizia: Você quer conhecer ele?

— perguntou com aquele sorrisinho no rosto, e após isso, piscou pra mim.

Será que mexi muito na sua libido? — Pensei, ele estava completamente irracional, tomado pelo desejo. A qualquer momento poderia entrar alguém ali e nos pegar naquela situação embaraçosa, e não era essa impressão que eu queria deixar no primeiro dia.

— Talvez outro dia, temos que voltar pro salão e nos preparar para recepcionar os clientes. — digo, me abaixando para pegar o uniforme que ele havia deixado cair no chão quando nos beijamos.