A Rei Demônio Zannith Apenas Quer Se Aliar!

"Você é mesmo a rei demônio Zannith?"

Aros pergunta olhando profundamente em seus olhos. Ele estende sua mão para o lado, e ativa o feitiço "Espada de Luz". Assim na palma de sua mão, uma grande espada do forte brilho branco aparece. Aros percebeu que a moça a sua frente era espadachim, mesmo que tenha o atacado de surpresa, ele decidiu ter um pingo de respeito pela luta e fazer disso um duelo de espadas.

"Kufufufu... És assim como me chamam atualmente? Zannith, sou eu mesma."

Após a confirmação, Lola começou a tremer ainda mais. Seus olhos arregalavam, não sabia se isso realmente estava acontecendo, ela estava a frente de um dos cinco reis demônios que uma vez dominaram o continente violentamente. Mas por algum motivo, ela se sentia segura, com certeza era por conta de Aros estar ali, a protegendo.

A rei demônio Zannith, pousou na estrada a frente deles e pegou a espada que disparou contra eles. Ela fez lindas manobras com a espada, mostrando que já era experiente com tal tipo de arte marcial.

"Qual dos reinos te mandaram desta vez?"

"Kufufufu... Não fora um reino, o líder que me mandou para matá-lo é o Grande Rei, deveria saberes disso, não?"

"Hã? E quem é esse?"

Mesmo estando um clima sério, Aros conseguiu destruir isso rapidamente. Ambas, Lola e Zannith fizeram uma cara confusa, a rei demônio que estava posicionando sua espada para o combate, relaxou, e deixou seus braços para baixo, ainda não acreditando no que ouvira.

"Como assim humano? Não sabes quem é o Grande Rei."

"Não."

Até a voz de Zannith tinha mudado, ela não deu nenhuma risada apenas ficou confusa.

"Espera, Aros-sama, é sério?" Desta vez foi Lola.

"É-É Alguém que eu deveria conhecer?"

Aros gaguejou, o clima que antes estava tenso, estava em um clima vergonhoso para ele. O nosso lorde apenas não sabia quem era o Grande Rei, pois acabou de reencarnar, seu conhecimento sobre aquele mundo ainda era muito menor comparado as duas a sua frente.

"Aros-sama... O Grande Rei é o governante do continente, como você não sabe quem ele é?"

"Eu não sabia não, eu acabei de reencarnar."

Naquele momento eles estavam sussurrando, para Zannith não ouvir. Embora não fosse muito efetivo, já que nem a própria rei demônio acreditava na situação que estava presenciando. A demônio atraente, apenas estava boquiaberta. Mesmo ainda não sabendo sobre esse tal "Grande Rei", Aros olhava firmemente para a demônio, isso porque ela emanava uma aura fortíssima, que mostrava perigo.

"Então esse Grande Rei é alguém importante?"

"É..." Lola colocou a mão em seu rosto.

Zannith se recuperou de tal surpresa, ajeitou sua postura corretamente e fixou seus olhos em Aros.

"Kufufufu... Você me surpreendeu humano..."

Aros deixou Lola ao chão e olhou fixamente para Zannith. Estava um grande conflito de olhares e auras, podia-se sentir uma grande elevação de mana pelo local, tornando aquele lugar sufocante. Aros estava com a espada de luz na sua mão esquerda, enquanto Zannith, estava com sua espada na mão direita.

Ela tentou emanar sua aura assustadora ao máximo, mas, a de Aros dominava predominantemente, era como se Zannith não fosse nada perto dele.

"Kufufufu... Entendo, então é por isso..."

"Hm?"

"Kufufufu... Você é forte, talvez possa me ajudar sim."

"HM?"

Zannith embainhou sua espada e começou a andar em direção ao Aros. Lola estava com os olhos arregalados, e começou a engatinhar para trás. Mesmo, assim, Aros não deu nenhum passos sequer, ele ainda estreitava seus olhos, deixando sua aura ainda mais forte. A rei demônio, mesmo sendo forte à beça, começou a sentir falta de ar e andou um pouco mais lento.

"Kufufufu... Calma humano, apenas quero conversar..."

Aros também percebeu que ela não estava muito bem, então decidiu relaxar. Sua espada feita por sua magia, começou a desaparecer em sua mão, mostrando que havia entendido a bandeira branca de Zannith.

"Como assim conversar?" Pergunta Aros.

"Kufufufu... Apressado, não é? Entretanto... Quero sugerir um acordo."

"Acordo... como funcionaria?"

Lola parou de tentar se afastar, e estava prestando atenção na conversa. Ela reparou que os dois eram quase do mesmo tamanho, nenhum olhava para baixo ou para cima, isso talvez dava uma ar de igualdade.

"Kufufufu... Irá funcionar desse jeito: Se você conseguir matar meus irmãos, você pode me matar também, assim você será reconhecido como um dos magos que exterminou os reis demônios. Sem contar que também irei te ajudar, como atraí-los ou até mesmo fazer outra tarefa."

"Espera... Você quer matar seus irmãos?"

"Sim... Eles são um problema para o mundo, eles tem sensos de justiça muito distorcidos, querem acabar com a raça humana novamente. Não posso deixar isso acontecer."

Tanto Aros quanto Lola ficaram sérios desta vez, isso porque as expressões e a sua fala sem a risada, mostrava que ela estava dizendo a verdade. Mesmo eles desconfiando dela, puderam relaxar no quesito defensivo, já que a rei demônio não mostrava nenhuma intenção assassina aos dois — tirando o fato de Zannith ter arremessado a espada na direção de Lola.

"Seus irmãos são os outros quatro rei demônios, certo?"

"Kufufufu... Isso mesmo."

"Não sei se posso derrotá-los, mas sinto verdade em sua fala, por isso irei aceitar isso."

Aros estendeu sua mão para Zannith. Ela ficou olhando por um momento, não por hesitar, mas sim por perceber que este tipo de firmação de contrato ainda existia naquela época. Depois de analisar, ela apertou a mão de Aros e assim, finalmente, o contrato estava firmado entre os dois.

"Acredito que possa derrotá-los, Aros Silverstein, o último humano que nos derrotou, portava o mesmo elemento que você. Por isso confio esta tarefa a você."

"Tudo bem... vou dar meu melhor. Você disse que me ajudaria nesse meio tempo, não é?"

"Sim."

Zannith curvou seu corpo para frente em confirmação.

"Tem algo na qual quero uma ajuda... Uma carroça saiu de meu reino, o reino de Lálario, suspeito que uma pessoa esteja nela, por isso, gostaria que escoltasse até seu destino... Acha que consegue fazer?"

"É uma tarefa simples, eu irei cumpri-la... Mas como sabia da carroça?"

"Hm? Você também sabia?"

"S-Sim... Foi dita pelo Grande Rei."

"Eu tenho contato com meu mordomo e minha secretária... Mas se vocês sabem sobre isso, é um problema, por favor proteja de qualquer jeito essa carroça."

"Claro, irei fazer o possível... Mas o que vocês irão fazer?"

"Preciso ter uma conversa com o lorde de Borogh, e é isso que eu vou fazer."

"Certo, te relatarei sobre qualquer coisa anormal."

"Tudo bem."

Aros fez o mesmo movimento curvado para frente, ajudou Lola a se levantar e saiu andando. A rei demônio seguiu na direção oposta a ele, porém Aros parou seu andar, para dizer algo a ela.

"Zannith, não é?"

"Sim."

"Continue rindo quando for falar, achei legal, é tipo seu jeito seduzente."

Foi este simples comentário, que dada a situação, era um dos comentários mais sem sentido saindo da boca de Aros. Mas Zannith olhou para trás e viu o sorriso de Aros que poucos minutos atrás estava completamente tomado por raiva, ela não conseguiu evitar de ficar corada e exibir o mesmo sorriso.

...

"Tem certeza mesmo?"

"Tenho..."

Uma carroça balançava muito na estrada de terra esburacada. Havia comerciantes que deram a ideia de planificar as estradas, para que tanto a carroça, quanto o cavalo que puxava, pudessem sair em boas condições. Poucos governos realmente adotaram tal medida, porém era o que mais precisaria naquelas condições.

Dentro desta carroça havia cinco cavaleiros e uma pessoa com uma túnica preta. Tirando o cocheiro, todos estavam armados com espadas, escudos, dentre outras armas.

"Com certeza você já sabe, mas... Alguns reinos declararam guerra a Lálario, por isso estamos correndo um risco te levando desse jeito, ainda mais para um lugar perigoso."

"Eu sei..."

"Se sabes, acho mais sensato voltar."

Um dos cavaleiros, estava à frente da pessoa da túnica preta. Ele discutia o caminho todo, tentando colocar juízo nesta pessoa, para poder voltar.

"O que você acha... Dos atos cometidos por Aros-sama?"

"Hã? Por que este assunto agora?"

"Só diga o que pensas."

"Hm... Mesmo sendo atos que provavelmente são crimes, não acho que esteja totalmente errado. Quer dizer, matar pessoas assim de grande escala, foi um baita choque para a gente, mas nós sabemos que ele está fazendo isso pela gente, cidadãos de Lálario."

"Entendo. É por isso que só eu posso pará-lo agora, preciso que ele pare de cometer estes crimes, e volte para ser pacífico como era."

"Eu não sei o que você é de Aros-sama, mas se consegues fazer isto... Bom, estará em suas mãos de qualquer forma."

"Claro."

A carroça se mexia cada vez mais brusca, fazendo os cavaleiros e a pessoa de túnica preta balançarem muito. Mas depois de muita "turbulência" no caminho, eles chegaram ao primeiro destino, ou melhor, uma passagem que deveria ser feita.

Eles estavam no meio da floresta que ficava poucos quilômetros do reino de Lálario. Os cinco cavaleiros escoltavam a pessoa de túnica preta, ela andava em direção ao local que fora falado. Ao chegar neste tal local, ficou chocada ao máximo, tampou sua boca com suas mãos, para evitar que sua ânsia de vomito fosse para fora.

A cena não era bela realmente, havia sangue para todo lado, que por passar alguns dias, já estava seco. Os corpos ainda estavam lá, jogados e totalmente massacrados.

"Asura-dono... Não acho que esta cena seja adequada de se ver..." Disse um dos cavaleiros.

"Foi isso que Aros-sama fez?"

"S-Sim..."

"É um pouco difícil de acreditar... Quando ele foi ao meu restaurante, eu o vi apenas como um garoto comum da minha idade, mesmo sendo o lorde de Lálario... Eu ainda não posso acreditar que ele fez isso."

Ambos ficaram em silêncio.

Se Asura viu Aros como um garoto comum, realmente deve ter sido um grande choque a ela. Era como se ela pensasse que conheceu outra pessoa, o que também duvidava se era esse homem mesmo que ela queria salvar. Aros, o garoto comum, porém lorde, que massacrou 30.000 soldados, destruiu um reino e matou três aventureiros. Vendo por essa perspectiva, era difícil inocentar alguém como ele.

Porém ela sabia que ele não era assim, Aros Silverstein não era um garoto que faria isso por prazer nem nada do tipo. Por isso, estava decidida salvar o garoto na qual conheceu em seu restaurante.

"Mas é por isso... que vou trazer aquele garoto de volta."

"Não sei se você será mesmo capaz... Como disse, vocês se viram apenas uma vez na vida, se fosse alguém mais próximo..."

"Eu sei... Mas tenho certeza que irei conseguir."

Ela cerrou os punhos e mostrava um sorriso de confiança.

Mas no fundo, o que dominava, era o medo. Afinal, eles estavam bastante expostos, seguindo os rastros de lutas brutais que nenhum outro humano teria a coragem de fazer, muito menos Asura, que era uma simples cozinheira. Este medo que sentia no fundo de seu coração, era o que a mais incomodava, era como se ela pressentisse que iria acontecer algo de ruim por ali.

"Vamos voltar e seguir o resto do caminho, por favor."

"C-Claro."

O cavaleiro se curvou e foi em direção a carroça.

Asura se sentiu um pouco incomodada com este gesto, já que era uma simples viajante. Porém, todos os cavaleiro mostravam respeito a ela, já que dizia ser próxima de Aros, e também, por serem mandados pela própria Cássiria, para que fosse levada. A elfa secretária virou o assunto do momento depois do ataque em Lálario, todos no reinos ficaram encantados com sua beleza e também a respeitaram logo nas primeiras seis horas, já que quando Aros estava fora, ela quem mandava.

Asura antes de voltar para carroça, decidiu dar uma olhada pela última vez.

Ainda era inacreditável, que um garoto que ela conheceu, tenha feito todo esse massacre. "Eu com certeza vou te trazer de volta, você agora não é o mesmo garoto que eu conhecia..." Foi o que pensou.

Voltando para carroça, ela subiu e se sentou exatamente no mesmo lugar de antes. Os cavaleiros também se preparam como antes, depois de alguns belos minutos de descanso. Uns ajeitavam as espadas, outros preparavam os cavalos para sair puxando. Eles deram sorte, por nenhum inimigo ter os atacado.

Foi o que pensaram.

"Vejo que estão bem calminhos, para uma raça tão medíocre."

Esta voz, um pouco destorcida, foi o que deu o ponta pé inicial... Para uma guerra que afetaria inúmeras raças.