Capítulo 3

Com um corte limpo, a corda que prendia a última mulher, fora rompida. Por fim, todas as vítimas foram soltas. 

Naomi saltou para fora da jaula vazia. 

As vítimas, agora livres, curtiam a liberdade recém-adquirida, mas mantinham uma distância dos corpos esparramados. Algumas crianças olhavam para os cadáveres, cheias de medo. 

— Vai ficar tudo bem agora! – disse Naomi ao grupo, que mantinha os olhos fixos nela. 

Naomi escutou o som de disparo havia pouco tempo, então sabia que Gabriel estava bem e logo chegaria. Contava com isso, pois nunca fora muito boa com o público. 

— Moça! – chamou um garoto com pouco mais de sete anos. – Quando podemos ir para casa? 

— Já, já. Só estamos esperando meu companheiro voltar. 

— Será que ele está bem? – perguntou um jovem no meio das mulheres, que ao perceber o olhar da Naomi sobre si, encolheu-se. 

Antes que a assassina conseguisse responder, o som de alguém saindo da vegetação a fez se virar. Era Gabriel completamente molhado. 

— Tenham um pouco de fé em mim! – respondeu o rapaz, sorrindo. 

O espanto era nítido na multidão, afinal, todos achavam que Gabriel havia se sacrificado por eles. Com um urso daqueles, Naomi não podia discordar da incredulidade das pessoas. 

— Quem são vocês? – indagou o garoto, com olhos arregalados 

— Achei que fosse óbvio! – disse Gabriel, olhando para Naomi. – Somos Corvos.