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Capítulo 2- Noite estrelada

A noite estava em um clima frio e até se podia escutar o vento assobiando e as diversas plantas em volta se mexendo e balançando suavemente, Kirsk pegou alguns galhos grandes o suficiente e fez uma fogueira onde os três poderiam se manter aquecidos e descansar durante a noite.Eles aproveitaram os alimentos que tinham e repartiram igualmente entre eles da mesma forma fizeram com a água, então Kirsk enquanto via um mapa disse.

-Bom se estivermos na direção correta o que com certeza estamos, chegaremos nos limites do império carpinteiro em 12 dias isso se nós usarmos o máximo possível da luz do dia e descansarmos apenas quando tiver absolutamente escuro, se tivéssemos óculos de visão noturna para nós três poderíamos ir além mas…. Não temos.

-O que iremos fazer no império das Carpinteiras exatamente ? Vocês conhecem alguém lá que possa nos ajudar ?-disse Urban enquanto se alimentava de pétalas de flor.

-Vamos para uma cidade imperial chamada Nampton, mais especificamente no bairro Cherrow onde minha irmã mora, você vai morar com ela durante um tempo-disse Malam.

-Mas por que ? E quanto a vocês o que irão fazer ? Para onde irão ir ?-Urban falou perplexo .

-Iremos lhe deixar com sua tia e voltar ao front e retornaremos apenas quando a guerra estiver acabada- disse Kirsk enquanto dobrava o mapa.

-Mas por que ? Apenas para desperdiçarem a vida de vocês ? Para ter algum tipo de glória falsa ?- praguejou a criança.

-Chega, não estamos te dando opção, isso já foi decidido e não há nada que mude isso, enquanto falamos nossos irmãos e irmãs estão morrendo em batalhas, nossa casa provavelmente já foi destruída- Kirsk olhou para o céu e o observou com um olhar triste- eles já foram muito complacentes em deixar a gente te levar para Nampton e demos nossa palavra que retornaríamos, é isso e fim de papo.

-Bom Dust coma apenas mais algumas pétalas e só, temos que fazer a comida durar para não ficar procurando na floresta-Malam disse.

-E quanto a água ? Indagou Urban

-Pode beber, iremos cruzar com um pequeno riacho no nosso trajeto-Malam observou o céu e colocou a mão no ombro de Urban e apontando para um conjunto de estrelas perguntou- falando nisso qual são aquelas estrelas ?-na intenção de testar o filho.

-Cruzeiro do sul e a parte mais baixa da constelação, no caso Magalhães mostra o sul que é aonde queremos ir, então estamos indo na direção correta-disse o garoto.

-Muito bem- disse Malam claramente orgulhosa

-Lembre-se filho se você não sabe ler as estrelas você se torna inútil e viverá perdido na mata selvagem e caso aconteça algo com sua mãe e eu na nossa pequena jornada, ao menos saberemos que você sabe se orientar e como chegar no império, bom decidido tudo então, você e sua mãe durmam agora eu irei colocar as  câmeras e certificar que tá tudo certinho, boa noite amo vocês-disse Kirsk.

Enquanto mãe e filho arrumavam umas folhas e tecidos macios que trouxeram consigo para improvisar uma cama confortável, Kirsk tirava da mochila que carregava consigo 4 câmeras pretas que todas elas continham um tripé e as colocou e uma posição que elas poderiam monitorar toda a área em volta da família enquanto dormiam e manter a todos alertas e seguros, assim ligadas elas monitoram toda a área em volta com visão térmica e caso aparecesse algo no raio de visão da lente, a câmera começa a emitir um sinal que ia para o braço mecânico de Kirsk que começava a vibrar assim o acordando e o deixando em alerta, e caso se aproximasse muito da área limite ela começava a vibrar muito alto, alertando a todos.

Kirsk dormiu com o revólver na mão e engatilhado e com a lança ao seu lado, já Malam tirou de sua mochila duas pequenas pistolas e também as deixou engatilhadas e em sua cintura e enquanto Urban ficou com a machadinha de seu pai e um pequenino revolver.

A escuridão ajudou todos a dormirem mas Urban Dust estava pensativo demais para cair no sono, ao invés disso ele ficou de barriga para cima observando a vastidão de estrelas no céu e também ficou se perguntando o que seria da sua vida dali em diante.

Ele viu a sua tia Jéssica apenas 4 vezes na vida e por mais que ela fosse legal nessas vezes ele ficava se perguntando como seria sua rotina, se sua tia era uma boa inseta, se perguntava se ela era mais rígida e menos compreensível que sua mãe, se ele seria um estorvo ou não a ela e também como ele iria se adaptar a uma nova cidade ?.

Ele e seus pais viviam na República dos gafanhotos Clan então ele sabia como viver em sociedades de insetos mas pelos relatos dos seus pais a República Clan não chegava nem perto do nível de agitação e número de habitantes e diversidade que o império carpinteiro possuía, Dust já tinha problemas para se enturmar em seu antigo bairro com os gafanhotos de lá e se perguntava como eram as formigas.E principalmente se perguntava se iria ver seu pai e sua mãe novamente depois disso tudo, praticamente rezando para que a chamada "revolta da cidade industrial" acabasse antes deles chegarem ao império, e sentia uma profunda melancolia ao imaginar nunca mais ver os seus pais e também sentia uma imensa saudade de sua casa e amigos.

Mas ao menos naquele momento a visão estupenda das estrelas o acalmavam e afastaram um pouco daqueles pensamentos e o fizeram ter devaneios sobre a beleza que existia no céu noturno e pouco a pouco o sono acabou vindo e assim pôde descansar.

Na manhã seguinte acordaram cedo, junto ao sol praticamente e logo arrumaram as camas e desarmaram as câmeras e viram nos registros que nada se aproximou deles na noite passada, após uma brevíssima refeição matinal a direito a pedaços de maçã eles logo retomaram a caminhada.

Passou ao menos 3 horas após eles acordarem e Dust perguntou.

-Vocês acham que tem chance de tipo….nossa casa ainda estar inteira ? Com pelos menos todas as paredes e teto inteiros ?.

Acho difícil pois as resistência vai querer levar o conflito para um lugar que conhecem bem principalmente lugares urbanos, logo o nosso bairro seria perfeito pela estratégia que ele apresenta, mas nunca se sabe né, vai que voltamos e ela pode estar do mesmo jeito que deixamos ou ao menos a maior parte-Disse Kirsk sorrindo para Malam e seu filho 

E mesmo se não estiver vamos reconstruí-la juntos, afinal ainda teremos muitos momentos felizes nela não importa se é uma versão feita do zero, afinal é o nosso lar-Malam falou com grande otimismo.

-É isso aí, é o nosso lar e ainda será por muitos e muitos anos e se destruírem bom, reformas são sempre bem vindas mas uma coisa é certa, nós não iremos perdê-lo de jeito nenhum-Kirsk brandou.

Isso aí pai-disse Urban animado.

O clima melhorou entre a família e por mais que o momento atual fosse incerto de como iria se concluir eles o olhavam com otimismo e esperança, até que Malam proferiu as palavras em forma de sussurro.

-Kirsk o que é aquilo ali na frente ?- apontando para uma grande fumaça aparecendo mais a frente atrás da vegetação fechada.

-Eu irei ver, você e Urban ficam aqui, se for perigoso eu volto e a gente muda o trajeto, se não continuamos em frente- disse Kirsk tirando a mochila das costas e deixando a lança com Malam.

Ele conferiu as balas no revólver e viu se a machadinha estava afiada e a guardou no seu cinto, e se aproximando agachado e sorrateiramente para saber o que era a origem da fumaça.Percebendo que a sua direita a uns metros a frente tinha uma grande elevação de terra e como a mata ficava de cara com essa subida, ele poderia observar o que era sem ser visto.

Subindo na elevação sutilmente e se aproximando silenciosamente a esperança afasta algumas folhas de grama alta para os lados e pode ver com clareza o que era o motivo do cheiro de fumaça e pólvora no ar, e assustado falou.

-Grande mãe!!