A voz da Sanae me chamava…
"Acorde..."
Emilia: Qual o seu nome?
(Desconhecido): Uh… Parece que você foi direta ao ponto. Só que, eu não sei se devo contar isso agora. Mas eu prometo que em nosso próximo encontro eu contarei com prazer.
Emília: Promete?
(Desconhecida): É uma promessa.
Nós nos encontrávamos ainda em cima daquela canoa, frente a frente uma para a outra, sobre aquele rio escuro, ainda chovia, a.chuva era fraca, porém, chovia em tudo, chovia até mesmo onde os olhos não podiam ver a olho nu, só não chovia em cima da gente. Acima de nossas cabeças havia um buraco no céu, que clareava nós e a canoa, e impedia que nos molhássemos.
Emília: O que você quis dizer com o "nosso próximo encontro"? O que você tem em mente quanto a essa sua frase? Eu vou voltar aqui? E como você sabe disso? O que você tem em mente contra mim?
(Desconhecida): Ei, ei… Uma pergunta de cada vez, por favor! Eh… Respondendo a sua pergunta, eu tenho certeza de que você ainda vai necessitar da minha ajuda, sendo cedo ou mais tarde.
Emilia: Certo… Erm- me sinto meio desconfortável em fazer essa pergunta, mas… Você é...?
(Desconhecido): Eu não tenho um sexo. Mas, pela minha voz, posso dizer que sou uma espécie de mulher, ou que, pelo menos algum dia eu fui.
Emilia: Eh… Ela leu minha mente?- eu pensei - então… Onde exatamente nós estamos?
(Desconhecido): Hum… Eu diria que estamos dentro de você, todo esse plano que estamos em volta, é todo o seu subconsciente.
A sua voz insistia em me chamar.
"Volte..."
…Mas eu não conseguia escutar sua voz.
Emilia: Hum! E o que você quer comigo...?
(Desconhecida): Minha missão é protegê-la.
Emilia: Quem lhe deu essa missão?
(Desconhecida): Alguém que não deseja ser identificado, pelo menos, não no presente momento.
"Por favor... Por favor, por favor!"
Emilia: O que você é...?
("Desconhecida); Eu? Hum… Eu sou um anjo.
Emilia - Um anjo? Hum… Ok. Eu... Morri?
(Desconhecida): Você ofereceu a mim o seu corpo em troca de poder, você não morreu, você está simplesmente inconsciente em uma cama de hospital naquela vila que você e suas amigas tiveram que proteger. Eu fiz de tudo para que meu poder não a explodisse, se acontecesse, eu estaria em perigo.
Emília: O quê? Como assim eu iria explodir?!
(Desconhecida): A culpa não é sua. Como você bem sabe, seu corpo é extremamente frágil, e por mais que você o tenha fortificado, ainda não é o suficiente. Se seu corpo, no estado em que está, receber uma enorme quantidade de poder, seu corpo não vai suportar, e vai explodir.
Emília: E quando de poder você me forneceu naquela ocasião?
(Desconhecida): Quem sabe… Hi, hi, hi!
Emília: Ei, você sabe sim, não minta!
(Desconhecida): O importante é que você está bem, sã e salva, tudo graças a mim.
Emília: E eu agradeço.
Por algum motivo, aquele lugar espantava todos os meus pesares, fazia de mim alguém despreocupada e calma, por mais que eu tenha passado por eventos traumáticos logo no meu primeiro dia como caçadora, mesmo tendo passado por tudo isso, aquele lugar e aquela boneca me acalmaram, só a presença daquele "objeto" era o suficiente para me fazer esquecer de tudo o que aconteceu.
Emília: Err… Eu acho... Que quero voltar.
(Desconhecida): Eh? Mas ainda é cedo. Fique mais um pouco. Eu me sinto tão solitária aqui…
Emília: É que… Eu sinto que minhas amigas precisam de mim.
(Desconhecida): Ah… Se você insiste, por mim tudo bem.
A boneca olhou para o lado e uma porta de madeira emergiu do raso rio, eu saio da canoa e percebo que o nível da água já havia passado do meu calcanhar. Assim que sai, aquele raio de luz no céu que iluminava a canoa, a qual eu estava, deixou de seguir a canoa e passou a seguir os meus passos, deixando a escuridão e a chuva tomar conta da canoa.
Caminho até a porta, boto a mão na maçaneta e olho para trás.
Emília: Quando poderei voltar?
(Desconhecido): Não faço ideia. Isso vai depender de você. Agora vá, suas amigas estão esperando por você.
Assim que giro a maçaneta para abrir a porta, um forte som de raio pôde ser ouvido ao longe. Eu abro a porta e uma luz branca preenche tudo o que há dentro, assim que atravesso a porta a luz me consumiu inteira.
Quando abro os olhos, me vejo deitada em uma cama de hospital, Sanae estava bem ao meu lado, dormindo num banco ao lado da cama enquanto usava os braços pra se confortar. E, um pouco mais distante, estava Rika, a mesma estava sentada numa cadeira ao lado da porta do quarto.
Rika: Eh- Emília?!
Ela rapidamente notou apenas usando sua audição apurada para perceber que eu havia acordado.
Sanae: Hein..? Hum!
Emilia: Oi… Gente...
Rapidamente Sanae se levantou e me abraçou, passou a passar a mão pelo meu cabelo enquanto ela ia aos prantos.
Sanae: Não faça mais isso, Emilia! Se você tivesse morrido, eu... Eu não sei o que eu… Por favor, não morra...!
Rika: Irmã, vá comer um pouco, você passou a noite toda sem comer. Por favor…
Sanae: Tudo bem... Eu já volto, Emi.
Desde quando ela passou a me chamar de "Emi"?
Assim que Sanae sai do quarto, Rika se sentou no banco ao lado da minha cama.
Rika: Sabe... Eu acho que preciso te contar o que aconteceu ontem a noite. Minha irmã considera você uma segunda irmã para ela. Quando fomos teleportadas, acabamos parando bem longe da floresta, pra completar, aqueles demônios menores vieram conosco. Sanae ficou furiosa por não ter ficado para proteger você, então ela sozinha retalhou aqueles demônios e, quando ela tentou correr pra de volta a floresta, eu a impedi.
Emília: O quê? Porquê?
Rika: Vou ser sincera com você. Eu tentei impedir Sanae para que ela não se machucasse ainda mais, e para fazer isso, nós precisávamos te abandonar lá pra morrer.
Emília: Como você…
Rika: Eu sei que você deve estar chateada ou até mesmo me odiando agora, mas entenda, por favor! Eu fiz isso para proteger a minha irmã, ela é tudo o que me resta, se eu a perder, nada me restará.
Emília: Então como eu vim parar aqui?
Rika: Ah… Assim que eu contei meus motivos para ela, a Sanae me bateu, me deu uma lição de moral, dizendo que eu era uma covarde, que eu era fraca. Então ela me deixou no chão enquanto corria ao seu resgate.
Eu estava extremamente chateada com a Rika, apesar dela não estar errada em querer priorizar a segurança de sua irmã mais nova.
Rika: Depois de um tempo, largada no chão, eu me levantei e caminhei de volta pra floresta. Quando te encontrei, você estava inconsciente, sendo carregada nas costas da Sanae, que aparentava estar usando suas últimas forças para te levar a um local seguro.
Ela começou a encarar a paisagem da floresta através da janela do quarto.
Rika: Quando tentei ajudar ela a te carregar, ela me pediu para ficar longe de você, e me chamou de monstro.
Emília: Sinto muito… Tenho certeza de que ela não quis dizer isso.
Rika: Ou talvez tenha.
Rika então ficou em silêncio por um momento, ela segurou minha mão e começou a falar sobre a história dela com a irmã.
Sanae não teve muitos amigos durante sua infância por preconceito e discriminação pelo simples fato do avô delas ser conhecido como uma das pessoa que abriu as portas para as criaturas no Japão.
Mal sabia ele que as criaturas planejavam um ataque de revolta em massa. Após os humanos vencerem essa batalha, vieram outras e mais outras guerras, quando tudo começou a andar nos eixos, a discriminação começou.
Os feitos do avô delas amaldiçoaram os Ichida por muitos anos, a sociedade piorava a visão deles a cada ano que se passava espalhando boatos falsos sobre eles. Por exemplo: que os Ichida colaboram até hoje com as criaturas mágicas a invadir bases e muralhas. Não apenas a sociedade em si, mas políticos sempre tiveram um ódio deles, aumentando na surdina os boatos falsos sobre os mesmos, os fazendo parecerem monstros. Fazendo deles uma das, se não, a família mais odiada atualmente por todos.
Porém, isso sempre foi assunto entre adultos, as crianças da família não tinham culpa de nada, então eles (políticos e algumas pessoas que ainda defendiam os direitos humanos) deram a todas as gerações Ichida, incluindo as duas irmãs, duas opções de estudo: a primeira eram aulas particulares; A segunda era frequentar a escola. Rika escolheu ficar em casa, mas, Sanae tinha muitos amigos na escola naquela época, então ela escolheu voltar para a escola, um dia depois de todos descobrirem que ela era uma Ichida.
No primeiro dia de aula ela não usou seu sobrenome, pediu para que todos (incluindo seus professores) a chamassem por Sanae, por isso o caso dela demorou alguns dias desde o início das aulas para ser descoberto.
Aquilo foi a decisão que a Sanae poderia ter tomado. Mas ela não teve culpa, ela tinha apenas 13 anos na época.
Assim que o boato se espalhou, Sanae foi abandonada por todos aqueles que ela considerava "amigo". Sempre, no final do dia ela voltava pra casa toda surrada, mancando, com roupas sujas e olhos roxos.
Quando rika descobriu o que sua irmã estava passando, ela acabou recuando, ela tinha muito medo de ir lá para defendê-la.
Mas, teve um dia em que Rika enfim resolveu frequentar a escola local, a mesma que sua irmã frequentava. A mesma fez amigo, pois, Rika fingia ter outro nome e sobrenome, isso ajudou ela a ter amigos sem saberem que ela era uma Ichida.
Apesar dela ter conseguido voltar pra escola, já era muito tarde.
Às vezes, no final da aula, ela encontrava Sanae apanhando de alunos da classe dela num beco escuro da cidade. Nesse tipo de situação era para Rika agir e defender sua irmã mais nova, deixando sua covardia de lado e ter ido enfrentar seus medos. Mas ela não fez isso, ela simplesmente olhou e se afastou, ignorando completamente a sua irmã. Quando ela, Sanae, a viu se afastando, ela começou a chorar, enquanto gemia de dor bem baixinho o nome de sua irmã.
Ela clamou por socorro, mas ninguém que passou ajudou, simplesmente notou que ela era daquela família e ignoravam.
Depois de semanas de apenas disso, teve um dia, no final de aula numa terça escura em que tudo mudou, mas mudou pra pior. Rika estava voltando para casa com algumas garotas que ela considerava amigas, foi quando ela encontrou Sanae jogada no chão de um beco como qualquer outro.
A diferença dessa vez para a das outras, era que Sanae estava quase inconsciente, despida naquele chão sujo. Rika entrou em choque ao concluir que sua irmã mais nova havia sido estuprada violentamente naquele final de tarde.
Rika correu até Sanae e deu para ela vestir a sua jaqueta. Suas amigas a chamaram e avisaram para ficar longe, mas ela gritou bem alto para que as mesmas ouvissem: "Eu sou uma Ichida!" as garotas então correram pra longe. Rika então percebeu que sua irmã não conseguia se mexer e nem falar, apenas murmurar coisas s sentido, então ela ligou para seu pai ir buscar elas de carro.
Por meses, Sanae não foi pra aula, pois ela ficou extremamente traumatizada, nem sequer tinha forças pra falar. E, aos poucos, a pobre Sanae foi se tornando uma criança vegetal. Ficava de cama o dia todo, teve que ser alimentada na cama porque não conseguia se alimentar sozinha, nem sequer conseguia demonstrar reações.
Sanae quase sempre estava acordada, mas nunca parecia estar consciente das coisas que aconteciam ao seu redor.
Haviam dias em que Rika entrava no quarto, e lágrimas escorriam inconscientemente dos olhos de Sanae. Demonstrando que, no fundo, Sanae estava sofrendo com tudo aquilo.
Depois de um ano de cama e caminhadas matinais, ela finalmente voltou a si, mas ainda não conseguia falar, apenas transmitir sons estranhos e gemidos. Foi então que, a partir daquele dia, Rika juraria nunca mais ter medo. Ela começou a seguir Sanae em todos os lugares, ambas passaram viver ainda mais juntas, apesar de que às vezes Sanae demonstrava infelicidade sempre que vi-a sua irmã, levando a crer que ela ainda se lembrava daqueles momentos de pavor.
Mas, teve um dia que não foi tão bom assim para as irmãs.
Enquanto as duas voltavam de um passeio matinal pela cidade sozinhas, elas foram abordadas por quatro garotos, Sanae passou a gemer, a se mexer sem parar inconscientemente e a chorar, o que levou Rika a crer que aqueles eram os mesmos garotos que fizeram aquela atrocidade com sua irmã. Eles as seguiam e as encurralaram atrás da escola que elas estudavam antes de Rika passar a voltar a estudar em casa, então um deles empurrou Rika pro lado e se apoiou no ombro de Sanae.
Garoto: Olha só quem nós temos aqui! Voltou pra um segundo Round, meu bem?
Falou isso enquanto passou a mão sobre o cabelo dela.
Rika então puxou uma faca do seu bolso (passou a carregar consigo por precauções) e os ameaçou de morte caso não se afastassem da Sanae. Ela estava genuinamente determinada a mata-los para proteger sua querida irmã, mas, um deles veio por trás e bateu na sua cabeça dela com uma garrafa de vinho.
Quando Rika abriu seus olhos novamente, eles já estavam tirando suas roupas, Sanae estava chorando no chão enquanto gemia o nome de Rika - o nome dela foi a primeira palavra que ela disse pós trauma - a mesma não conseguia fazer nada, além de tentar chuta-los, mas não adiantava, eles conseguiam se defender.
Foi quando um outro garoto apareceu, o garoto estava com a respiração ofegante e todo suado, parecia até mesmo que havia acabado de correr uma maratona. Ele era um antigo amigo antigo de Sanae, ele nunca chegou a maltratar Sanae, Rika sempre achou que ele gostava de verdade dela, até ele sumir completamente da vida dela depois de descobrir que ela fazia parte da família Ichida. Ele não era um caçador e nem nada, ele era filho de um policial, e ele estava apontando uma arma de fogo para aqueles meninos que estavam querendo abusar da gente.
Eles tentaram acalma-lo, mas ele não parava de gritar com eles. Então um dos garotos sacou uma faca guardada no seu bolso, a faca de Rika - que ele tomou por precauções - e partiu pra cima do garoto armado, o amigo da Sanae chegou a atirar, mas o nervosismo o fez errar o tiro, e o outro garoto acertou uma facada na mão do menino. A arma do mesmo caiu e deslizou até Rika.
Enquanto o agressor insistia em querer enfiar a faca no peito do.garoto, Rika rapidamente se levantou, juntou a arma do chão e atirou pra cima intencionalmente.
Rika: Larguem ele agora, ou senão eu atiro!!
O Agressor se levantou, enquanto o amigo de Sanae parecia desacordado. O agressor disse que iria parar, caso ela largasse a arma. Ele falou isso enquanto se aproximava aos poucos dela.
Rika: Eu mandei largar a arma, porra!!!
Ela atirou, e a bala atravessou a orelha do agressor. Ele desaba de joelhos no chão e começa a chorar, enquanto chamava sua mãe.
Os outros dois agressores também avançaram, mas Rika não hesitou nem por um segundo e atirou a queima roupa contra os mesmos. Dando um tiro no olho de um, e o fazendo cair duro no chão, e um tiro na cintura do outro, o fazendo rolar e gritar de dor no chão.
O amigo da Sanae acordou com os gritos dos garotos, enquanto, assim que vou Sanae com a arma em mãos, ele também começou a chorar.
Assim que Rika percebeu o que tinha feito, ela jogou longe a arma e correu até sua irmã. O garoto, amigo de Sanae, se levantou e caminhou até elas, foi quando vários adultos surgiram no local e discutiram com eles.
Ao fim de tudo, o garoto foi expulso da escola, desde então elas nunca mais os virão. Há quem diga que ele se mudou para outra cidade protegida por muros, mas eram apenas boatos, nada verídico.
A situação delas na cidade piorou, nem os professores particulares queriam chegar perto delas, chamando elas de assassinas.
Enquanto isso, com elas isoladas de tudo, confinadas em sua casa de classe média, Sanae recuperou quase 100% os movimentos das pernas e mãos, e voltou a falar normalmente logo em seguida. Segundo os médicos, a recuperação rápida dela só pode ser capaz graças a ela ser uma garota extremamente forte.
Já que os professores não vinham mais, o pai delas se deslocou do trabalho o largando completamente para dar aula a suas duas filhas. E ele deu aula a elas do nível básico ao mais difícil durante 4 longos anos, enquanto dependia da renda baixa do dinheiro que a avó delas mandava todo mês. Foi isso durante 4 longos anos de confinamento em casa, até elas completarem 17 anos e um homem vestindo um casaco marrom e que, no lugar das pernas usava próteses, surgir na porta da casa das irmãs.
O tal homem se dizia ser o padrasto das irmãs. O pai delas disse que morar com ele seria a melhor escolha a ser feita pelo bem das irmãs, pois ele morava no campo e lá as notícias e fofocas da cidade grande quase nunca chegavam,.porque, segundo ele mesmo, as pessoas de lá são meio desligadas do mundo, era um lugar pacífico, sem criaturas para atormentar ou para você se preocupar.
Para elas e para o pai das mesmas, era uma otima ideia. Então, a partir daquele dia em diante, passaríamos a morar com nosso padrasto. Por semanas vivendo com ele era uma coisa normal, até que um dia nosso padrasto nos levou a um rio não.muito longe da casa dele e ele disse: "pegue essa espada e corte o rio com ela, e não volte para casa até o anoitecer ou até que cortem o rio." ele disse isso, enquanto embora fumando um cigarro.
Durante dias elas fizeram isso, sem nenhum descanso... Quer dizer, muitas.vezes elas ficavam brincando no rio por algumas horas, mas também elas faziam o que elas tínham que fazer.
Porém, depois de mais alguns dias, elas se cansaram dessa rotina diária, foi quando elas foram até o padrasto delas e reclamaram muito.daquele teste. Elas disseram: "isso é ridículo, por que você está nos fazendo fazer isso?!" - então ele respondeu: "para vocês ficarem mais fortes. Para libertarem pessoas que sofreram ou sofrem até hoje o mesmo que vocês sofriam. Vocês querem um mundo livre de discriminação, não é? Então esse é um atalho.".
Rika queria e ainda quer aquilo, depois disso elas tentaram novamente cortar o rio incansavelmente, dessa vez, sem interrupções.
Depois de 1 ano aquilo começou a ser divertido para as irmãs, e sim, elas conseguiram abrir o rio e depois uma cachoeira. Houveram outros dois testes, um foi o campeonato, no qual Rika teve que enfrentar sua irmã mais nova na final e quase perdeu. E o outro teste era vencer numa luta o padrasto delas. A luta delas duas contra o padrasto foi longa e dolorosa, e a batalha se prolongou por cerca de três dias até que elas pudessem unir forças para derrota-lo.
Quando a Rika terminou de contar sua história, eu estava aos prantos.
Emília: Eu... Eu... Guh! Sinto muito...! Ahn… Eu acho que nunca disse isso, mas... Por favor, sejam minhas amigas.
Rika; Ah, Emília...? Hum! Eu bem que queria, mas depois do que eu fiz com você, sinto como se não merecesse sua amizade.
Emília: Não, ta tudo bem. Eu não quero mais ter rancor de você.
Rika: Eu já disse que não… …!! Ah, desculpa… Eu não quis ser rude.
Emília: Ah, não! Esta tudo bem, é sério. Mas… Se você não quiser ser minha amiga, eu pelo menos posso contar com a sua participação no meu grupo?
Rika: Minha irmã gosta bastante de você, e eu não pretendo abandona-la nunca mais, portanto eu meio que… Sou forçada a ir acompanhar você e ela nas missões.
Emília: Obrigada! Ehehe!
Então, Sanae surge aos prantos na porta do quarto. Ela aparentava estar com a respiração falha e com o coração palpitando rápido demais.
Ela.havia escutado toda a conversa, do começo ao fim.
Ela entrou no quarto chorando bastante, mas com um sorriso no rosto, então correu pro abraço da irmã enquanto acariciava carinhosamente o cabelo da mesma. Ela abraçou sua irmã tão forte que até Rima chorou um pouco, mas era um choro de felicidade. Quanto a mim? Eu apenas sorria. Até Sanae me puxar pro abraço.
Estava tão quentinho… Acho que era disso de que todas nós precisávamos.
Continua...