webnovel

Aukhemya - Gods and Alchemy

God(s). Angels. Demons. Monsters. They can be more real than you’d like… And more humane too… Maybe way too much… ... … In a world with supernatural races secretly living among humans, this is the story of Lúcio Arabrantes, a lad from Minas Gerais, Brazil. If you expected an unlucky, jobless protagonist… NOT HERE, FOLKS! Owner of a jewelry shop in one of the best shopping centers of Belo Horizonte, he certainly is a successful lad! Regarding his luck… WEEEEEELL… To start, our lad has a weird syndrome and a frail body (oh dear, someone could mistake his condition as a curse…), without mentioning the disappearance of his parents after an accident. Yeah, very original and nothing strange… But this isn't everything. The shop is nothing more than a facade for Lúcio's real business: the store Buriti de Ouro, specialized in artifacts, magical scrolls and talismans, seals, magic forge, formations, matrices and other magical miscellaneous; located in the Brazil Street, Latin America Zone, Heavenly Commercial District. Yes, our jeweler works in Heaven. Literally. But what is Lúcio’s cheat power? Is he the descendant of some god, dragon, spirit or devil? No, he is just a normal human with a… Not that normal job… Skills above everyone else? Despite being a magical inscriptionist and artificer, to surpass the gods and other races is complicated… Could it be the learnings of a past life? Well, Lúcio studied a lot, he works hard, but he never had an ancient great Grandmaster of a supreme sect or a primordial creation god to teach him secret techniques. For now… However, for the ruin of his peaceful lifestyle (if that's even possible in such a world) and rejoice of our readers, his “normal” life changes when a random box appears on his doorstep. Inside the box lies the first and last help left by his parents (spoiler: it won't be the last one). An artifact, the Aurum Nucleus, that could supposedly cure his weird body condition. But the artifact has a special bonus: it hosts the spirit of a… Certain woman… … … You already know that a lot of shit is gonna happen, right? Mercenaries and mobsters appearing to screw the party? Yes. Two dudes on a motorcycle trying to rob him? We are in Brazil, what did you expected? Old bully from school trying to make a fuss in the shop? Check. Aztec sect kidnap and try to offer him to a fallen Aztec god? Yep- Uhhh... The girlfriend is also kidnapped, but by a group of giants with colorful hairs and eyes living on a lost island in the Atlantic Ocean? Certainly- Hold up… Trouble with the island’s church from which the first angels (aka Celestials) and demons (Abyssals btw) come from? Of course- Wait, wait… The lost past of forgotten primordial gods, involving secrets about the origin of everything, schemes and plans of ancient entities, prophecies about the Apocalypse, wars between pantheons, clans and even different dimensions, machinations that could change the world order… Uhhhh… I think you folks got the idea… Fortunately, Lúcio has family and friends to support him in these troubles. From the cheese broas teached by his grandmother, the cheats, tricks and quirks of his family, a little help from adventurer friends, the love of his yander- cahem- protective girlfriend, and the strength of… Golden allies… This is an ordinary and chaotic story, unique and common, boring and funny, unexpected and predictable, pleasant and *censored*, and many other adjectives. So expect lots of jokes and memes (good or not, idc, my humor sense is wild), lovely or bland moments, references and mysteries, obvious or not. And as the novel’s name says, this is a story about gods and alchemy, with a certain island in the middle of the chaos… Discord server link: https://discord.gg/EjG4cBjrkJ

WillSM268 · Fantasy
Not enough ratings
110 Chs

Especial de Natal - Parte 2: Natal Prateado

{Notas do Autor}

Demorou um pouco, mas agora sim teremos a cena de Natal.

Se teremos picuinhas? É ÓBVIO!

___________________________________________________

[23/12/2017] - [15:07:28]

[Centro - Belo Horizonte - MG - Brasil]

[San Lang POV]

San Lang: "*falando no telefone* Estarei aí em breve."

Ana: "*do outro lado da ligação* Ótimo! Ah, contei para vovó Luci sobre o quadro do seus avós e ela perguntou se podia ver o quadro. Você poderia trazê-lo?"

San Lang: "Hmmm... Ok, sem problemas."

Ana: "Então tá combinado. Até mais!"

San Lang: "Até mais."

*fim da ligação*

San Lang: "Pelo menos serei poupado do trabalho de embrulhar esse quadro. Já que a doce avó da minha Jiejie pediu, posso usar isso como desculpa..."

Dona Luci é uma boa senhora. Apesar de tudo, ela sempre me tratou muito bem, com calma e gentileza.

A Jiejie reclama que sua avó é pior que um demônio quando está com raiva, mas nunca tive problemas. Bem, se for para comparar a dona Luci com aquela velha, dona Luci é uma santa, um Buda, a personificação da Bondade e Virtude.

Talvez a Jiejie pense isso porque é neta dela, e está mais acostumada a conviver com sua avó. Mesmo assim sinto um pouco de inveja das duas, afinal, ter sido criado por aquela velha diaba não foi fácil.

Claro, a vida com minha nainai tinha seus momentos felizes, como as rosas. Devo admitir, foram muitos e até bem divertidos. O problema é que às vezes havia espinhos demais...

San Lang: "Meh, tudo isso é passado."

Saí da sala de estar e fui para um cômodo que eu usava como ateliê. Lá dentro estava o quadro, já concluído. Levei quase dois dias para fazê-lo. Normalmente eu faria uma obra dessas em poucas horas, mas já que era um presente para a nainai, resolvi caprichar.

Cuidadosamente peguei o quadro e ponderei se valia a pena ir de carro ou simplesmente teleportar para lá. Mas correr o risco de encontrar um transeunte desavisado enquanto faço meus truques... É, melhor não...

San Lang: "*aborrecido* Agora vem a pior parte: o trânsito até Lagoa Santa."

Lagoa Santa é uma cidade vizinha à Belo Horizonte, até agradável, com uma grande lagoa no centro (ava, não me diga, quem iria pensar que havia uma lagoa em Lagoa Santa...). Seria uma viagem rápida, não fosse esse mal que afeta as cidades.

E-ming: Miau!

San Lang: "Oh, você quer ir também? Está com saudades da sua amiguinha Flor Marie?"

E-ming: Miiiaaau!

...

...

...

Chegamos à casa de Dona Luci. Não era nenhum palácio divino, mas certamente era um ótimo e belo casarão.

Toquei a campainha do portão. Logo depois fui recebido por Akemi, a mãe de Ana.

Akemi: "Oi San Lang, pode entrar!"

San Lang: "*com um leve sorriso* Obrigado. Trouxe mais cerveja. Acho que o Kioshi já deve ter bebido tudo."

Akemi: "Haha, ainda não, mas tá quase!"

Enquanto ia entrando, reparei que E-ming já tinha ido brincar com Flor Marie, a gata da dona Luci. A casa estava como esperado: decorada com tema natalino. O lado bom é que não havia exageros. E por exageros, falo dos legendários batalhões de papais noéis de Akemi.

Saindo da sala de estar, cheguei na cozinha. Lá estavam dona Luci, Kaori, a tia de Ana, Sofia e minha Jiejie.

Luci: "Oh San Lang, tudo bem?"

Dona Luci, como esperado, comandava a preparação do jantar. Não apenas ordenando, mas diretamente manejando as ferventes panelas com talento e experiência.

Sua imediata era Kaori, que também vistoriava as demais encarregadas.

Ah, sobre ela... Um conselho de sobrevivente.

Não. A. Irrite.

Jamais pensei que poderia existir uma humana com capacidade de apavorar até Abissais dos Pesadelos ou generais Celestiais. Diabos, acho que só minha avó conseguiria rivalizar o... Rigor de Kaori.

Na pia estava Sofia. Acho que a colocaram de castigo...

E por fim, mas não menos importante, Ana, minha estupenda, magnífica, genial, estonteante, radiante-

Kaori: "San Lang, não fique aí parado, leve esses pratos para a mesa."

...

...

Eu devia ter esperado por isso...

Saindo da cozinha, cheguei à varanda, onde estavam Kioshi, trabalhando na churrasqueira e bebendo cerveja, Joji, marido de Kaori, Kenzo e Mayumi, dois diabretes de 7 e 6 anos, também conhecidos como filhos de Kaori, e senhor Mituo, marido de dona Luci e avô de Ana.

Sendo filho de imigrantes japoneses, senhor Mituo é aquele com mais traços asiáticos na família. Mas por ter se casado com uma filha de sertanejos, o resultado dessa mistura é o típico brasileiro.

E olha, nunca pensei que essa mistura poderia dar frutos tão-

Kaori: "SAN LANG, CORRE AQUI! VEM BUSCAR AS ROSCAS!"

...

Quer saber? Eu devia tomar umas também. Ou então não vou sobreviver...

...

...

Narradora: "Passados alguns minutos, a família estava lanchando, servidos de panetones, roscas, churrasco, frutas, goiabada, bananada, doce de leite, café e leite. Depois disso Kaori, Ana e Luci foram ver o quadro de San Lang, que ele deixou em um dos quartos no segundo andar."

Kioshi: "A gente ficou pescando lá na beira. Aí o Márcio deixou a vara e foi para a moita. Só que o Fábio tava escondido ali perto. Aí o Fábio, pra gozar o Márcio, imitou uma onça. O Márcio saiu berrando de medo e quase caiu na água."

Joji: "*segurando o riso* Oh coitado..."

Kioshi: "Depois disso, o Márcio não quis saber mais de pescar e agora só fica na lanchonete."

Mituo: "Foi uma pena. Ele fazia ensopados muito bons."

Kenzo: "Melhores que o seu, vovô?"

Mituo: *balançando a cabeça negativamente*

Kioshi: "Naaaão, pai cozinha muito melhor. Mas a comida do Márcio dá para o gasto. E oh, aprenda isso com o dinho: comida de graça e feita pelos outros é melhor."

Já eram quase 18:00, e Kioshi já estava bêbado. É incompreensível como os brasileiros ficam embriagados com uma bebida tão fraca como cerveja. Sem falar do tanto que ele comeu, mas já que Kioshi é um bolinha, sei bem para onde estão indo todas as calorias.

Senhor Mituo ainda não estava tão ruim, mas parecia sonolento. Hmm, pode ser coisa de velho, talvez ele precisasse dormir. Pensando bem, aquela velha devia aprender com as pessoas normais e dormir mais, ao invés de trepar madrugada à fora.

Os dois pirralhos ouviam as histórias empolgados. Eu previ que os pestinhas iriam tagarelar até o fim, então acenei para minha sagaz cunhada Sofia. Captada a mensagem, ela tratou de manter essas criaturas ocupadas com comida-

Kenzo: "Pai, por que a mãe tá demorando?"

Crianças...

Joji: "Ela foi lá pra cima com sua avó e a Ana pra fazer o embrulho do quadro do San Lang, daqui a pouco elas vêm."

Mayumi: "Mas ela tá lá a muito tempo!"

Akemi: "Uai é só vocês irem atrás dela!"

Oh, ótima ideia Akemi, dessa forma eu ficarei livre dos fedelhos-

Não espera...

Se eles forem para lá, vão ver o quadro...

Oh droga...

Kioshi: "Naum, não vão não porque a mãe docêis tá ocupada. Aí cês cabeçudo vão lá encher a paciência dela e ela vai brigar cocêis."

Oh glória! Parece que os bêbados realmente podem ser úte-

Luci: "*descendo as escadas, gritando* Oooohhh Kioshi, pega o rolo de fita no guarda-roupa aqui pra mim!"

Pronto, vai começar a gritaria...

Kioshi: "*gritando de volta* Daqui a pouco, tô ocupado!"

Luci: "*gritando* Deixa de preguiça filho da puta e vem logo!"

Por que diabos tive esperanças nesse sujeito?

Mituo: *bebendo tranquilamente*

Joji: "*gritando* Pode deixar, eu tô indo!"

As crianças tentaram acompanhar o pai, mas novamente Kioshi as impediu.

Kioshi: "Vocês dois parem de teimar, ou então sua mãe vai virar o bicho papão e aí vocês não vão poder comer mais doces!"

Infelizmente ele não percebeu que o predador estava por perto, e que havia escutado...

Kaori: "*irritada* Que bonito seu Kioshi! Mamãe tá lá precisando da sua ajuda e você fica aí com essa bunda gorda colada na cadeira e falando besteira dos outros."

Kioshi: "Nem vem! Você falou que ia ajudar ela mas não fez nada!"

Kaori: "*irritada* Não fui eu que fiquei bebendo com o traseiro grudado na cadeira!"

Opa, começou mais um show de stand-up da dupla Kaka e Kiki. Eu devia pegar um saco de pipoca...

Mas antes que pudesse me deleitar, a campainha tocou.

Ninguém se propôs à ir atender, e sinceramente eu estava pouco me fudendo pra quem quer estivesse lá fora. Mas... Tive uma sensação estranha. Desconfortável até. Quem diabos poderia ser?

Decidi ir até lá. Por medo? Sim, não por minha segurança, mas pela segurança da Jiejie e sua família. Nem mesmo as Calamidades me causariam tanto desconforto, muito menos os deuses...

San Lang: 'Só me faltava ser um Primordial...'

A campainha tocou novamente.

Ana: "*descendo as escadas* Quem é, San Lang?"

San Lang: "*preocupado* Não sei, mas fique aí Jiejie."

O desconforto estava piorando. Se isso fosse um daqueles desenhos animados da Tv, acho que haveria um San Langzinho voando ao meu redor me falando para fugir.

Não. Infelizmente não posso te ouvir San Langzinho, eu preciso saber o que diabos estava tocando a campainha.

A campainha tocou de novo.

Finalmente cheguei ao portão. Do outro lado estava a fonte do mal.

San Lang: 'Calma, fique calmo San Lang, use sua cabeça. Se eu usar um artefato de detecção, posso descobrir-'

Ana: "San Lang, por que está demorando tanto? Deixa, eu abro."

...

...

ಠ⁠_⁠ಠ

E ela abriu.

San Lang: 'Agora vejamos o que-'

"AH NÃO, TUDO MENOS ISSO!"

???: "Como é, moleque? Não vai nos receber?"

Nem deus, Calamidade ou Primordial.

Não, nada disso, era algo muito pior.

...

...

Era minha avó.

...

...

...

Ah, o vovô Bode Velho também.

...

Os dois foram entrando e muito bem recebidos. Ambos trouxeram tortas e espumante. Sim, eles vieram preparados para a ceia...

Avó: "San Lang, tá esperando o que? Vai tirar as coisas do carro!"

*inspira*

*expira*

*INSPIRA*

*EX-PI-RA*

...

...

*mentalmente amaldiçoando todos os deuses do karma e da fortuna por orquestrarem esse encontro-

...

*olhando para Ana, específicamente seu rosto cuja expressão "NÃO" é suspeita*

...

*percebendo que tudo foi um plano de Ana para reuni-los e para que San Lang pudesse entregar o quadro durante a ceia.*

*sentido-se orgulhoso por ter uma esposa tão astuta-

Ana: "*rindo* Não fui eu, foi ideia da vovó."

...

...

*completamente aterrorizado por perceber o quanto a dona Luci foi capaz de manipular a situação e arquitetar tal catástrofe*

Kenzo: "Mãe, quem são eles?"

Kaori: "Eu acho que eles são primos do San Lang..."

Avó: "Na verdade somos os avós do San Lang."

Kaori: ...

Joji: ...

Akemi: ...

Sofia: ...

Mituo: ...

Kioshi: ...

"Eita porra... O que cirurgia plástica não resolve hein?"

Avó: "Ah, é porque tanto eu quanto meus filhos tivemos filhos muito cedo."

-insira um "Ah!" coletivo aqui.-

San Lang: "*voltando, trazendo tortas e espumante* Não se preocupem, essa velha só não foi para a zona porque o bode velho dá conta do recado."

Avó: "*com um olhar desafiador* E quem foi que te ensinou a fazer o mesmo?"

San Lang: "*colocando as coisas na mesa da cozinha* Eu. Só precisei melhorar suas técnicas primitivas."

Avó: "O que há de primitivo numa relação de amor de verdade? Já se esqueceu que sexo sem amor é apenas luxúria?"

Avô: "*pigarreando* Que tal mudar de assunto, afinal temos crianças aqui."

Avó: "Oh."

San Lang: "Tanto faz."

Kaori: *fazendo uma cara de 'por que diabos você trouxe essas pessoas pra cá?' para Luci*

Luci: *fazendo uma cara que pode significar 'está tudo certo, fique calma e confie', ou 'aceita que dói menos', ou 'porque sim e ponto final' ou até mesmo 'fique calada ou a chinela vai cantar'*

Mayumi: "Como é que você se chama?"

Avó: "*sorrindo* Eu me chamo Diana, menina bonita. E meu marido se chama Edimar."

Rapidamente os dois já estavam sentados à mesa, interagindo com todos e conversando como se fosse a coisa mais normal do mundo. Eu realmente não queria, mas já que aconteceu, o jeito é enfrentar de frente.

...

...

Kaori: "E depois, dona Daiana?"

Diana: "Ora, aí Endimar teve que sair correndo! Meus irmãos não sabiam que nós estávamos namorando, então imagina qual seria a reação deles se nos pegassem no flagra!"

San Lang: '*bebendo, revirando os olhos* Mentirosa, se descobrissem você estaria pouco se fudendo para eles. É mais provável que você daria uma coça em todos até entenderem.'

Kaori: "Vocês ainda se falam?"

Diana: "Não. Depois do acidente com minha irmã mais velha, nós nos distanciamos. E agora que eles estão no exterior, ficou ainda pior."

Kenzo: "O que aconteceu com sua irmã mais velha?"

Diana: "Ah, sobre isso..."

Edimar: "*com um leve sorriso* Bem, essa não é uma história agradável, ainda mais para se contar numa ceia de Natal."

Kioshi: "...Aceitam mais um copo?"

Diana: "*animada* Quero sim!"

Edimar: "Não obrigado. Alguém precisa estar sóbrio para poder levar esta madame para casa *abraçando e beijando a bochecha de Diana*"

Diana: "Awn. *beijando de volta* Você sempre me leva aos melhores lugares, querido. Eu que devia te levar para passear."

Edimar: "*sorrindo* Te levar para qualquer é minha função, minha lua."

Ugh... Os dois ligaram o modo romance meloso... Desse jeito vou vomitar borboletas...

Kioshi: "Será que essa história deles, de moça rica se apaixonando pelo chofer, é verdade?"

Mituo: *dando de ombros*

Kaori: "Deixa de inveja, você só tá reclamando porque está solteiro."

Kioshi: "Uai, melhor ficar solteiro do que acabar como o Joji!"

Kaori: "Oi oi, cê me respeite viu!"

Kioshi: "Única doida que eu respeito é a doida da sua mãe que te pariu."

Luci: "Ooohhh filho da puta, eu também sou sua mãe!"

Mituo: *comendo em silêncio, pensando o que fez de errado para ter que sofrer tanto*

Akemi: "Mas agora a gente sabe quem o San Lang puxou."

San Lang: "*engasgando com a comida* Minha cara sogrinha... Com todo respeito... Mas você enlouqueceu de vez?"

Diana: "Ah Akemizinha, quem me dera se esse malandrinho tivesse puxado mais das minhas qualidades..."

San Lang: "Ha, só se for talento para ser garoto de programa."

Diana: "*encarando San Lang* Pra isso você serve, gigolô de cassino."

San Lang: "*encarando Diana* Discordo, porque a Jiejie teria me largado se eu fosse um gigolô."

Diana: "Ótimo ponto! Até hoje não entendo como esse garota ainda não largou um cara tão denso como você!"

Mituo: "Luci, cê não vai falar nada?"

Luci: "Eu não! Deixa os dois, está tudo bem."

Edimar: "Vocês poderiam maneirar um pouco? Esse linguajar não é muito adequado para as crianças."

San Lang: "Hmpf"

Diana: "Desculpa Kenzo, Mayumi, eu não devia ser tão rude."

Kenzo: "Não parem, tava divertido!"

Edimar: "Eh?"

Mayumi: "A mamãe e a vovó xingam mais quando estão brigando."

Diana: "Eh?!"

Kaori: "Como é?! Agora vão os dois lá pra cima, estão de castigo!"

Kenzo: "Naaaão!"

Mayumi: "Mas e a torta de chocolate?"

Kaori: "*levantando-se da mesa e puxando Kenzo e Mayumi* Nada de sobremesa, os dois já comeram doces demais, agora vão dormir! Joji, vem aqui me ajudar!"

Exatamente como uma onça pintada carregando os filhotes pelas boca, Kaori arrastou os dois para o segundo andar, enquanto o infeliz de nome Joji seguia o chamado da onça. Adeus pirralhada, eu não sentirei suas faltas nem um pouco. E Joji, desejo boa sorte para você, pobre guerreiro.

Diana: "Bem, agora que as crianças saíram..."

A aura dela mudou. A fachada de moça gentil desmoronou, deixando apenas a minha nainai.

Diana: "Que bonito hein, seu moleque ingrato. Ia passar o feriado na casa da esposa e nem sequer mandou um alô para nós."

Ah, aí está, a cara de matriarca da máfia russa que só ela consegue fazer.

San Lang: "E desde quando você se importa com isso?"

Diana: "Qual é o problema se uma avó quer ver o neto?"

San Lang: "Nenhum, a não ser que a dita avó tenha talento para infernizar a vida do neto."

Diana: "E agora amor de avó virou coisa do inferno?"

San Lang: "Não, mas parece ser o seu caso. Já se esqueceu dos meus dias na sua 'escolinha' dos demônios?"

Diana: "Bem, talvez eu tenha sido um pouco rígida naquela época...

...

Ok, tá bom, eu admito, eu fui bem dura..."

San Lang: "Dura é eufemismo, mas entendi suas intenções. E sinceramente, seus desejos sexuais são demais até para mim."

Diana: *fazendo uma cara de 'sujo repreendido pelo mal lavado'*

San Lang: "Uhhhhh... Tá, acho que não tenho direito de falar sobre isso. Mas pelo menos eu não falo de sexo em uma conversa de família!"

Diana: "Admito, eu devia me controlar sobre isso."

San Lang: "É bom mesmo... E... E...

...

Tem também...

...

Erm..."

Diana: "Hmm... Garoto, que tal ir direto ao ponto: você só está de saco cheio porque estou sendo muito grudenta para seu gosto né?"

...

...

San Lang: "*com um sorriso amarelo* Seu sétimo sentido ainda está afiado."

Diana: "Heh, é dom de família, dom que você também herdou."

San Lang: "Touché."

Diana: "Sobre isso..."

A expressão da nainai piorou. Não era mais da mocinha gentil, nem da matriarca da máfia.

Era a cara que ela fazia quando estava amargurada porque lembrou do seu passado.

Diana: ...

...

"*tentando parecer mais animada* Aproveitando, que tal ir pegar o meu presente?"

E lá vai ela mudando de assunto... Melhor fazer o mesmo.

San Lang: "Huh, tá falando do que? Nem se eu estivesse louco eu te daria-

...

...

Ok, ok, vou lá pegar..."

Esse é o único problema de ter uma nainai maga: não dá pra fazer surpresas para ela.

Narradora: "San Lang foi para o segundo andar, e as conversas a seguir ocorrem após uma certa aposta envolvendo a família de Ana, cada um prevendo um final diferente para a conversa de Diana e San Lang (sim, todo mundo ouviu a conversa dos dois. E sim, a família de San Lang é bem... Excêntrica...)"

Akemi: "*rindo* Gente... Essa história vai render no Réveillon... *animada* Agora me paga, seu safado! perdeu a aposta, tem que pagar!"

Edimar: "Oh..."

Kioshi: "Uai, eu não tô lembrado de apostar nada contigo."

Akemi: "Deixa de frescura e me paga logo esses 500 reais!"

Kioshi: "Nem ferrando! *bebendo uma long neck* Cê é rica, não precisa disso."

Akemi: "Cê faz ideia do tanto que é difícil cuidar de uma família, vagabundo?"

Kioshi: "*Hehehehehe... Sei não sô, pergunta aí pra dona Luci que ela deve saber."

Luci: "*aborrecida* Para de beber Kioshi, cê vira um mala quando tá bêbado."

Kioshi: "Eu não! Cê devia me defender dessa ladra querendo extorquir seu filho! Oh pai, cê vai aceitar uma dessas?"

Mituo: "No. Cê tem que se virar meu filho."

Kaori: "*rindo* Pai tá é com medo de ter que pagar a parte dele também!"

Mituo: "Traidora, foi pra isso que eu criei vocês?"

Luci: "Quem criou esses pestes fui eu! Você só ficava viajando e pescando!"

Edimar: "*murmurando* Interessante..."

Sofia: "Ana, como é que tá o Lúcio?"

Ana: "Tá bem, tá lá com a Selene."

Diana: "*saindo de sua divagação mental* Hmm?!"

Sofia: "E o que eles falaram?"

Ana: "*rindo* Sei lá, ela desligou na minha cara depois de soltar um grunhido."

Diana: "Uhh..."

Sofia: "Ué, e como diabos você sabe que- Oh... OOOOOHHHHH..."

Akemi: "Será que o Lúcio vai pedir a Selene em namoro?"

Kioshi: "*balançando a cabeça negativamente* Nom, nosso primo é um caso perdido. Pelo menos eu ainda arranjei umas namoradas."

Kaori: "Bah tchê, cê nunca teve alguém como a Selene!"

Kioshi: "Tá queimado em nome do Senhor! Só o Lúcio pra aguentar a Selene! Eu não aguentaria uma fera sedenta por sangue igual ela!"

Diana: "Uhhh... Endimiar, me ajude..."

Edimar: "Céus...

AHEM!

Desculpa interromper a conversa, mas quem é essa Selene?"

Sofia: "Ah, é uma amiga nossa. Tá quase atando namoro com o Lúcio, mas ele é um pastel, então ainda não fez o pedido. Por que a pergunta?"

Edimar: "*com um leve sorriso* Por nada, é só que faz muito tempo desde que ouvi alguém com esse nome."

*sorrindo de volta para Diana*

Diana: *sorrindo, levemente acenando*

Narrador: "Para infortúnio do casal de jovens avós, a desconfiada dona da casa viu tudo."

...

...

Ah, finalmente consegui achar e trazer esse quadro. Kaori, você ainda me paga por deixar os pirralhos dormindo tão cedo e dificultar essa simples tarefa...

Se bem que o coitado do Joji já sofreu o bastante por hoje só por causa das crianças. Ter que dormir cedo só para vigiar dois diabretes é castigo demais para um pobre indigente como ele.

Meh, tanto faz.

Agora é só entregar isso e pronto, problema resolvido. Haha, ainda não consigo acreditar que tive essa conversa com minha nainai, parece tão surreal...

Quem sabe, talvez ela até goste realmente do presente.

Quando voltei, eles ainda estavam ao redor da mesa, conversando.

Kioshi, o tio do pavê gorducho e bebum...

Kaori, a diaba nipônica morena- Melhor eu parar por aqui...

Akemi, minha sogrinha querida...

Senhor Mituo, o pescador com cara de japonês e alma de brasileiro...

Dona Luci, a sertaneja de Morada Nova de Minas conquistada pelo pescador de *inserir cidade de nascimento*...

Sofia, a melhor cunhada que eu poderia arrumar...

A Jiejie...

O yeye Bode Velho...

E...

San Lang: "*com um leve sorriso* Meu presente. Feliz Natal, Nainai."

Diana: "Hmm... Obrigada."

Ela pegou o quadro e abriu o embrulho, com uma delicadeza e elegância que me faziam questionar se ela era a mesma pessoa que me criou. Bem, graças à esse jeito desleixado, encrenqueiro, um tanto perverso e safado, é fácil esquecer que ela é uma divindade.

O mesmo vale para o yeye Bode Velho. Na verdade ele é mais como um carneiro manso, sempre quieto e relaxado. Até esqueço que ele é o arquimago mais poderoso dos últimos milênios.

...

...

Voltando ao quadro, a nainai olhou a pintura por um tempo, enquanto seus dedos corriam a moldura de madeira prateada com safiras. Já fazia um bom tempo desde que usei alquimia de Prata-Azul para fazer algo.

Mas então a nainai se virou para mim e disse, com a cara que ela usava quando ia me repreender por ter feito algo errado.

Diana: "*séria* Sabe... Uma caixa de camisinha seria um presente muito mais útil."

...

...

...

Haha...

Por que será que eu ainda tive esperanças?

E eu achei que ela iria gostar...

Eu não devia esperar gratidão dela...

No final, todos eles são iguais-

Diana: "*acertando a testa de San Lang com uma bengala prateada* EI MOLEQUE, TÔ FALANDO COM VOCÊ! TÁ ME OUVINDO AGORA PESTE?"

San Lang: "*se contorcendo por causa do impacto, espantado* HUH?!"

Diana: "*suspira* Que porra moleque, eu só fiz uma brincadeira com você e aí você viaja na maionese?"

San Lang: "*confuso* O que?"

Diana: "Você ficou...

...

Oh, entendi... Que porra... Olha garoto, era para ser uma brincadeira, mas parece que você entendeu errado e isso te fez lembrar daquela puta e você ficou desse jeito."

San Lang: "*ainda mais confuso* O que diabos você está falando?"

Diana: "De quando nós nos conhecemos. Você tinha essas crises e ficava no mundo da lua toda vez que lembrava daquela cachorra."

San Lang: "*confuso* Espera, espera, de quem você tá falando?"

Diana: *bufando, revoltada, revirando os olhos*

"Aquela vagabunda que te pôs no mundo e que não merece ser chamada de mãe."

...

...

...

...

Ah...

Então foi isso...

Ha, quem diria que um fantasma do meu passado tão distante iria me assombrar novamente.

Tenho tão poucas memórias da minha mãe. E ainda assim são as piores possíveis. Pelo visto eu me lembrei desse momentos quando fui entregar o quadro e algum trauma engatilhou...

Por que?

Diana: "Poxa San Lang, aí você me magoa. Eu não sou aquela vagabunda. Já se esqueceu que nós seríamos uma família de verdade? Uma família de aberrações?"

San Lang: "*nostálgico* É verdade... Então... Você gostou?"

Diana: "O que?! Claro que gostei! Eu sei que eu te encho o saco por causa de coisa mal feita, mas é porque você é um rapaz talentoso, e é um pecado desperdiçar esse talento.

E sobre a história das camisinhas, elas realmente são mais úteis que um quadro, mas não quer dizer que são melhores, muito menos que eu trocaria um presente feito com dedicação por você por umas bosticas produzidas em massa e vendidas em qualquer farmaciazinha."

O yeye também concordou. É, ele não fala muito, mas sempre deixa sua opinião.

Diana: "Então que tal dar um abraço na sua Vovó Aberração?"

San Lang: "*sério* Não."

Diana: *fazendo cara de cachorro pidão*

...

...

...

San Lang: "*suspira* Tá bom, um só."

Diana: "Yay."

...

É... Até que não é tão ruim...

Sofia: "Ehrmmmm... Não tem problema a gente ter presenciado algo tão íntimo?"

Edimar: "Hmm... Nah. Coisa de família fica em família, não?"

Acho que ouvi a dona Luci engasgar, mas esse abraço tava agradável demais para eu me distrair.

...

...

Luci: "Cês têm certeza que precisam ir? Vocês podem passar a noite por aqui, tem muitos quartos."

Edimar: "*com um leve sorriso* Agradecemos o convite, mas realmente precisamos voltar. Talvez na próxima."

Diana: "*abraçando Ana* Se cuida querida, tente colocar um pouco de juízo no moleque por mim, tá bom?"

Ana: "*abraçando de volta* Pode deixar!"

San Lang: "*sorrindo* Não sei do que as duas estão falando."

Diana: "*desconfiada* Quem não te conhece que te compra, moleque."

Luci: "Então vão com Deus, que Deus proteja vocês nessa viagem."

Edimar: "Amém!"

Diana: "*com um leve sorriso* Amém, fique com Deus também dona Luci."

Luci: ...

Diana: ...

"Ana, me ajuda a pegar mais cobertores no guarda-roupa."

Ana: "Ahn? Tá bom..."

Logo as duas saíram, só restando a nainai, o yeye e eu.

A nainai então estalou os dedos, conjurando uma barreira ao nosso redor. Ela queria conversar em particular.

Diana: "Dona Luci ficou desconfiada. Bem, eu também ficaria se ouvisse uma deusa pedir bençãos ao Deus cristão."

San Lang: "Pelo visto estamos falando novamente daquela história sobre sua verdadeira identidade."

Diana: "*com um sorriso amarelo* Que até hoje você não acredita."

San Lang: "Eu tento mas, considerando sua situação, é difícil."

Diana: "Tem razão.

...

...

Quer saber, tive uma ideia!"

Edimar: "Oh ow..."

San Lang: "Isso não é bom..."

Diana: "Daqui a quatro meses, seu avô vai te levar para lá!"

San Lang: "É O QUE?!"

Edimar: "Oh, achei que ia ser outra ideia perigosa."

Diana: "Ótimo, tá combinado!"

Então eles simplesmente entraram no carro.

Oh não, vocês não vão sair desse jeito depois de soltar uma bomba dessas!

San Lang: "Esperem aí!"

Diana: "Ah, claro, se quiser pode levar a Ana-"

San Lang: "*irritado* Não é disso que eu tô falando!"

Diana: ...

Edimar: ...

San Lang: ...

*suspira*

"Por que você está tão diferente?"

Diana: "Não entendi a pergunta."

San Lang: "Não venha com essa. Você está muito... Emotiva... E nem me venha com a desculpa de que é Natal."

Diana: ...

San Lang: "Ah, esquece. Finja que eu-"

Edimar: "Querida, acho que você devia contar."

San Lang: "Hmm?"

Diana: ...

"Tá bom...

...

6.000 anos.

Ano que vem completa 6.000 desde a morte da minha irmã."

___________________________________________________

{Notas do Autor}

É claro que um capítulo filler como esse deveria terminar dessa forma!

Agora aguardem que o primeiro capítulo do Volume 2 já tá saindo!

Até mais, galera!