{Notas do Autor}
Mesmo eu fazendo a parte 2, boa parte das ideias ainda são da minha prima (@Russian_Blue_14, no Wattpad).
E só para lembrar: só porque é um especial, não significa que não teremos informações importantes por aqui...
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[31/10/2016] - [18:39:13]
[Belo Horizonte - MG - Brasil]
[Ana POV]
Estava sentada em frente a uma penteadeira de madeira antiga. Ela pertenceu a Bisavó Joventina. Não era nenhum artefato mágico. Apenas uma relíquia da família. Quando terminei meu penteado e iria colocar a maquiagem, ouvi leves batidas na porta do meu quarto.
San Lang: "*falando do outro lado da porta, um pouco impaciente* Ana, minha princesa, ainda vai demorar muito?"
Ana: "S-só mais cinco minutos!"
San Lang: "*um pouco desanimado* Ok... Nesse caso, eu irei receber os convidados."
Ouvi os passos de San Lang se afastando. Logo após ele sair de perto do meu quarto, Ondini começou a reclamar. Ondini era um Polvo Azul Onírico. Diferentemente dos polvos normais, Ondini tinha grandes olhos gelatinosos muito fofos que ficavam lado a lado. Ele também tinha uma pequena listra esbranquiçada abaixo dos olhos, que parecia um sorriso. Lúcio o comprou como meu presente de aniversário de 15 anos.
Ondini e eu tínhamos um forte laço. Afinal, ele era meu familiar e eu, a sua mestra. Ele até se dava bem com o Lúcio e respeitava os outros, mas o meu polvinho de 0,5 m de altura não se dava bem com o San Lang.
Os dois viviam brigando, sem perder qualquer oportunidade de provocar o rival. Tudo isso por puro ciúmes. Aaah... Onde já se viu? O San Lang ser um pouco ciumento, tudo bem. Mas meu polvinho azul ser tão ciumento a ponto de ser grudento, aí já era demais!
Polvo grudento... Putz... Será que todo polvo é grudento e ciumento?
Ondini: "*pousando em cima da penteadeira, indignado* Humpf... Esse cara deveria ter mais respeito com a mestra Ana! Como ele pode ser tão insolente ao tratar a mestra dessa forma!
Ana: "*repreendendo-o* Ora Ondini, não pense isso! San Lang é um homem ~hmp~ inexperiente com esse assunto, então ele não entende a trabalheira e o tempo que demora para uma mulher se arrumar!"
Ondini: "Mas se ele ama a mestra., não deveria se importar com isso."
Ana: "*enquanto faz a maquiagem* Não se preocupe com isso. O San Lang me ama. Claro que temos diferenças, mas é só isso. Ele entende meus problemas e eu os dele. *ficando um pouco deprimida* E hoje ele terá ainda mais problemas-"
Ondini: "Porque ele terá que receber os convidados no lugar da mestra, pois a mestra ainda não terminou a maquiagem!"
Ana: "*torcendo as sobrancelhas* I-isso. É exatamente por isso! E já que você acha que eu também estou demorando, me ajude aqui!"
Ondini: "Ugh. Sim, mestra."
Mesmo existindo um mundo inteiro de magias e artefatos, eu ainda prefiro fazer por mim mesma a minha maquiagem. Claro que existem ninfas, fadas e dríades maquiadoras, mas essas boazudas de nariz em pé custam o olho da cara! Às vezes, até um rim ou um pulmão também...
Ondini já tinha uma certa experiência com isso, e com oito tentáculos, eu já estava pronta.
Me fantasiei de pixie. Ou seja, eu parecia uma fada gótica de 1,7 m altura. Usava sapatilhas negras com meias de seda preta que cobriam até metade as minhas coxas, cuja barra lembrava pétalas retorcidas. Coloquei também shorts negros e um vestido curto rubro escuro. Pintei meu cabelo de branco e o deixei solto, com um prendedor de borboleta infernal. Peguei uma foice. Não era uma foice de batalha. Era um simples cajado com uma lâmina curva embutida na ponta.
Abri a porta do meu quarto e saí. Quando cheguei na nossa espaçosa cobertura de vista para o centro de Belo Horizonte, vulgo sala de estar, encontrei três pessoas fantasiadas.
O primeiro era San Lang. Usava um lindo shenyi prateado. Tão prateado que parecia ser feito a partir dos fios de Prata Lunar. Sem falar no conjunto de jóias finas e adornos extravagantes de prata. Talvez pudessem confundi-lo com alguém deus da prata.
San Lang: "ATCHOOOOO!!! Urrr... Alguém está falando mal de mim..."
Ele também estava mais pálido que o normal (maquiaaaaaaaaagem!) e usava um crânio de fera mágica Abissal como chapéu (esse sim era original. Só foi preciso cortar umas partes e colocar um forro preto). O brilho da prata, porém, foi ofuscado pelas manchas de sangue (também conhecido como tinta lavável vermelha) que cobriam boa parte do seu corpo. Somada a tudo isso, uma espada longa chinesa presa à sua cintura transformaram meu homem num guerreiro zumbi banhado em sangue. Para falar a verdade, tirando a roupa e a espada, era o meu San Lang amado en natura.
A próxima era Selene. Ela estava fantasiada como uma nobre Rainha Abissal, com roupas de gala muito luxuosas (em teoria): Um longo vestido de seda escarlate coberto por rendas parecidas com videiras espinhosas e outras coisas macabras, garras (falsas) de Abissal sobre as mãos e um manto de plumas negras. Para completar, pequenas asas demoníacas (nem preciso falar que eram de mentira, né?), um par de chifres pretos e uma coroa negra pontuda. Seus cabelos negros foram entrelaçados em um única trança, que começava na nuca e seguia pela coluna. Contava apenas com uma franja partida ao meio para esconder a testa. Ela estava sem os óculos. Provavelmente usava lentes.
Por último, mas não menos importante, Lúcio. Ele estava fantasiado de... De... De...
MAS QUE PORRA ERA AQUELA?!!?
Lúcio usava uma camisa branca de mangas largas presas por abotoaduras de ouro, com um colete escarlate. A gravata parecia um simples lenço que alcançava a altura do peito, que era preso por uma espécie de medalha. Só isso já seria o bastante caso ele quisesse se fantasiar como aristocrata de um história de fantasia. Mas ele usava uma manopla dourada ligeiramente maior que a própria mão, com várias ranhuras brilhantes onde ficavam circuitos mágicos. No lugar de sapatos tradicionais, sapatos finos metálicos acoplados a caneleiras douradas, também cobertos pelas mesmas ranhuras. Uma braçadeira dourada e um monóculo no lado esquerdo e um extravagante relógio de bolso no lado direito. Ele até arrumou aqueles penteados dos galãs audaciosos de drama romântico.
Felizmente ele percebeu minha confusão e resolveu introduzir o personagem. E é claro que ele fez uma encenação. Pôs a mão direita sobre o peito, a esquerda nas costas e se curvou. Ele ainda falou com aquela voz de aristocrata galanteador e misterioso (estas eram as palavras de Selene)
Lúcio: "Saudações, Vossa Majestade Pixie. Sou o Primeiro-ministro Fusionista de Sua Majestade Imperial, Guilherme Auram Vermillion Dhe Harurquemia XXV. Meu nome é Yugoldrich Alkahest Staraurora."
...
...
Eu não ouvi o que eu ouvi, ouvi?
Não pode ser... Ele estava realmente encarnando o personagem, dando o seu melhor...
E aparentemente, aquilo também deixou Selene desconfortável...
Selene: "*virando o rosto* Bo-bom, deixa isso pra lá! Os outros convidados já devem estar chegando..."
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{Notas do Autor}
Como eu imaginei: precisei dividir o capítulo novamente...
Mas espero que a próxima parte seja a última...
Até mais, galera!