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Capítulo 15: Saia comigo.

"Necessito de ajuda." fala Quon Jin, ele aproveita que o professor foi na diretoria resolver um assunto pessoal.

"Depende." Ma Hui Ying escreve os últimos detalhes da explicação no quadro. 

"Presta atenção sua bicha má!"usa a mão para bloquear que seu amigo continue a escrever.

Ma Hui Ying revira os olhos sugando o máximo de oxigênio para a bomba que Quon Jin iria pedir. 

"Uma certa pessoa me convidou para sair na hora do almoço." 

"E...? "

"Quero dizer não, mas não sei como, por isso que preciso da sua ajuda." nervoso coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha.

"Você quer que seja seu bode expiatório para ter um motivo para dizer o seu "não" né?"

"Por favor!?"

"Quem?"

"Hosokawa Koji."

"Nem pensar, tenho amor a minha vida." ele pega a caneta de Quon Jin, mas rapidamente seu caderno e confiscado. 

"Ma Hui Ying, sou seu amigo há anos! Não pode negar isso!" em súplica chorosa.

"Posso sim! Tenho um assunto particular para resolver." Era mentira, ele só queria se ver livre dessa situação. 

Quon Jin observa a fileira do meio mirando em Koji que lia um livro qualquer de ficção científica, não sabe como caiu nessa situação.

Ele acordou hoje de manhã, secou o cabelo e passou sua maquiagem básica, na cama estava seus livros e um caderno que não pertencia. Na semana passada, teve gastroenterite e ficou uma semana em casa, tirando o domingo que era aniversário de seu amigo. Depois daquela confusão das anotações de matemática ele depositou sua segurança no Koji, todas anotações em sala de aula eram desse cara. Apesar da falta de interesse do garoto, seus resumos eram perfeitamente muito bem explicados, legível (não queria admitir que a caligrafia do outro é muito bonita) onde uma pessoa com pouco conhecimento consegue entender e até tirar uma boa nota nas provas. Mas não sabia que essa dependência custaria um preço.

Sua mãe já estava no restaurante, ela acorda cedo para abrir o estabelecimento, deixando dentro do micro-ondas o café da manhã de seu filho. Quon Jin coloca seus pertences dentro da mochila e saí, da sua casa até o colégio é uma caminhada de 40 minutos, porém, com seus passos lentos mexendo no celular é acrescentando mais dez minutos. 

Logo atrás uma BMW espreita na rua, o dia estava coberto com nevoeiro, o sol não estava em pleno vapor, mas com a camada de gás poluentes o ambiente é um pouco desconfortável, seco e quente. 

Dentro do veículo o ar condicionado no máximo, o clima quente incomoda Koji, deixando-o estressado. Além do clima, a pressão sobre as cargas roubadas o mantém algumas noites mal dormidas, e hoje não foi diferente, ele teve que ficar no escritório central onde seria seu lar  temporário, algumas mudas de roupas foram transportados para o local, dia e noite ele negocia e procura mais informações sobre as drogas, e até agora Yue Xi Leng  mantém sua rotina, nada fora do comum e as cargas não foram mexida continuando no mesmo lugar. Alguns dos subordinados arquitetam um plano de invasão para resgatar os itens, mas o jovem sabe que a cafetina é uma raposa esperta é claro que era uma armadilha ele não podia arriscar manchar mais o nome da organização, mas o que a Yue Xi Leng não sabe sobre o quão astuto  o líder é apesar da pouca idade.

"Senhor, continua seguindo? " pergunta o motorista, não tirando atenção do alvo. 

"Pare o carro do lado dele." ordena, espera ver qual será a reação de Quon Jin.

Quon Jin sente que algo espreita, ele para e olha para trás, e nota um luxuoso carro preto vindo em sua direção e de alguma forma é familiar, porém, o medo impede de tirar suas conclusões e agiliza seus passos, ligeiro com passos longos seus braços balança simultaneamente imitando marcha de um soldado. 

"Droga, deveria evitar sair tão cedo de casa!" grita consigo em pensamento, o veículo estava mais próximo e a perna de Quon Jin ganha um turbilhão de adrenalina e começa a correr, mas, o jovem não é destaque na aulas de educação física devido ao seu péssima condição motora não nota o relevo na calçada que o faz tropeçar, a rua estava vazia, não havendo uma alma viva o que era demasiado concidência. 

"Se fosse distribuição de grana haveria fila dia e noite, mas quando é pra salvar um belo jovem de ser molestado e assassinato não tem ninguém." Lástima, Quon Jin vê o carro parar ao seu lado e um filme de sua vida passa por sua mente, lembranças antigas no qual mal recorda passou em um frame, caído no chão, os seus pertences jogados mais para a frente se rendendo o corpo congela no chão esperando seu fim.

"O que está fazendo?"  Koji tenta ao máximo manter sua voz imparcial, mas a situação foi tão engraçada que um micro sorriso surgiu em seus lábios.

Quon Jin olha para cima e vê a porta do veículo aberta dentro dele o cidadão tranquilo distribuindo imparcialidade inerente à sua culpa.

"Ousa perguntar?" sua voz sobe um tom. Ele engatinha até a sua mochila e celular sem perceber que estava servindo de show particular para outro jovem.

Ver Quon Jin de quatro agindo daquele modo não é diferente de uma puta que provoca antes de ser fodida e aquilo excitava muito Koji, principalmente com nádegas belas e perfeitas do jovem. Faz um tempo que não encontra alguém com esse atributo, ultimamente vem saciando com a Akame – cujo seios são maiores que tudo, até a arrogância. – e já estava sem paciência, querendo algo novo e ia dar isso ao menino a sua frente.

Quon Jin levanta sacudindo a poeira de sua roupa enquanto reclama baixo.

"Pensei que ia ficar nesse chão pra sempre."

"..!"

"Entra no carro, vou lhe dar uma carona até o colégio."  era mais uma ordem do que um convite. 

Quon Jin fica atônito com a situação, eles mal se conhecem e Hosokawa não é conhecido por sua gentileza, imóvel aguardando acreditar nas palavras desse cara. 

"Não tenho o dia inteiro."  intimida. Quon Jin cai no real e arrasta seu corpo para dentro, seria perda de tempo fugir ou dizer não aquele cara, seria obrigado  a aceitar o convite.

"Obrigado." as palavras ficaram mais presa do que soltas na garganta. Dentro, o ambiente é muito confortável, o ar frio quase congelante faz o jovem tremer e esquecer que ainda é verão, ele mira o outro que tranquilamente mexe em seu celular, lendo algum e-mail ou artigo pela seriedade é algo urgente.

" Enorme." Passa a mão no acento de couro macio, depois o teto, até um mini frigobar, espantando o quanto esse cara esbanja grana sem ao menos se importar. Koji nota o comportamento do garoto, resolveu responder o e-mail mais tarde, guardando assim, o celular em seu bolso. 

"Quer beber alguma coisa?" a pergunta, Quon Jin estava tão inerente observando as coisas que se assustou.

"Bem, eu não sei." ele mesmo fica chocado com sua resposta, cheio de autoconfiança faz anos que perde a fala. 

Koji não queria perder tempo, então abriu o frigobar.

"Têm água, chá gelado, refrigerante, sucos, champanhe, vodca, gelo…" 

"Clima interno é congelante, como consegue beber algo gelado nessas condições?"

"Não suporto calor." ele pega garrafa de água 

Quon Jin mira na crosta fina de gelo na garrafa de vidro e seu corpo treme mais ainda. 

"Cara estranho!!" pensa.

"Não tem sorvete?"  pergunta irônico.

"Não sou chegado a doce." 

"Uma pena, sua vida seria mais agradável." disse em sussurro, mas Koji pode ouvir perfeitamente e fingindo não escutar. 

Quon Jin tenta ignorar o máximo o colega ao lado até chegar no colégio, mas é impossível, as pernas esticadas, longa e torneadas ativa uma excitação nele. Quon Jin sempre teve queda por homens altos, a maioria de seus ídolos é de estatura grande com belas pernas. O jeito que Koji leva a garrafa de água até a sua boca é a fábrica perfeita para um comercial, na verdade, tudo nele grita por modelo. 

 "Se não fosse por essas olheiras..." suspira, imaginando a beleza sendo mil vezes realçadas, mas, também nota que sem essa marca Koji somente seria mais um rosto bonito na multidão, e essa característica também o deixa atraente – de maneira selvagem -. Com suas ideias, concluiu que se fosse um príncipe, seria líder bárbaro, um cara rude devorador e conquistador impiedoso. 

"Perdeu alguma coisa?" Koji pergunta fazendo o outro sair de seus devaneios.

"Nada."  

"droga! Marquei bobeira! Que vergonha fiquei encarando, e tirando conclusões irreais." Se auto corrige. 

O carro sinalizando que chegou ao local, foi apenas dez minutos, porém para Quon Jin o tempo se perdurou quase estagnou. 

"Obrigado pela carona." 

Mas antes, lembra que em sua mochila há anotações de Koji, e essa é a sua oportunidade de encerrar o assunto por hoje. Ele procura e acha o caderno e entrega ao destinatário, Koji segura com indiferença como se não fosse dele e logo guarda dentro da mochila. Quando Quon Jin finalmente saía sentiu uma pressão e nota que foi agarrado.

"O que esse estranho quer novamente?" Ele tenta sair do aperto, mas o outro é forte e se mantivesse deixaria uma marca e Quon Jin tem horror a qualquer sinal em sua pele branca perfeita.

" O que é?!" pergunta invocando o máximo de autoridade, mas, seus pés congelam ao observa a reação dos guardas de Koji que lança um olhar de advertência pronto para puni-lo. Porém o predador no topo da cadeia é o jovem que agarra seu pulso, ele lança um sinal alertando seus guardas de qualquer imprudência que virá para frente.

"Mais tarde, no intervalo me espere aqui na entrada." não era um pedido e sim uma ordem, solta o pulso do outro, Quon Jin sai atônito surpreso pelo convite não recusável. Quando houve a chance de contrariar, o carro desapareceu. 

E foi assim que, pela primeira vez, conseguiu despertar o interesse de alguém.