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A Névoa.

—Eu não acredito que além de termos concordado de vir para essa montanha estúpida com aquele idiota, estamos indo embora sem o mapa! — Risa diz, surpreendentemente, enquanto tentava se acalmar.

—Eu achava que essa montanha tinha um caminho só... — Kenyu diz, parecia que ele iria dizer mais alguma coisa, mas Kaido o dá um tapão na nuca, fazendo ele parar de falar para o encarar com ódio.

—Está chamando a bela Risa de burra só porque ela não percebeu que é obvio que só tem um caminho? — Kaido pergunta com indignação, sem perceber que estava irritando ambos Risa e Kenyu com suas falas. —Pode levar seu tempo para encontrar o caminho linda, por você eu aguento tudo, até avalanche.

—Avalanche...? — Risa parecia confusa até finalmente notar a tal avalanche, que estava chegando a toda velocidade na direção deles.

Risa queria fazer um feitiço de teletransporte, mas ao mesmo tempo que ela não conseguia achar os componentes que precisava em sua bolsa, as palavras do Spellsword a relembrando sobre como magia artificial é inútil ecoavam em sua cabeça. Vendo que todos estavam perdidos, Kaido gasta um pouco de sua mana para utilizar sua habilidade especial, encontrando um caminho secreto para dentro da montanha.

Já dentro da montanha, os três heróis se depararam com um grande lago congelado, mas a água que estava congelada era tão cristalina que eles conseguiam ver tudo que estava abaixo de seus pés: Uma cidade inteira. A cidade era estranha, tinham vários itens que eles nunca tinham visto ao redor do mundo... Também parecia estar em boas condições, dando a entender que a cidade foi congelada repentinamente. Mas a parte mais estranha... É que não haviam pessoas nesta cidade. Se a cidade estava em boas condições antes de ser congelada e não haviam pessoas lá, era provável que todos fugiram antes do congelamento.

—Como uma cidade tão grande ficou escondida aqui por tanto tempo? — Kenyu se pergunta, andando devagar para não escorregar no gelo. —Isto é tão grande quanto Xishan... Se não maior.

—Eu nunca ouvi falar de uma cidade perdida. — Kaido diz.

—Eu também não... O Spellsword seria útil aqui, a enciclopédia enfeitiçada dele pega arquivos direto do Castelo Dokapon.

—Será que dá pra parar de falar nele? Somos tão importantes quanto ele pra missão. — Risa finalmente diz algo, parecia que queria comprar briga.

—... Eu nunca disse que ele era mais importante que nós. Longe disso, ele provavelmente atrapalha mais do que ajuda. — Kenyu suspira. —Só estou dizendo que ele tem algo que nos ajudaria agora.

—Ah, então você também acha que minha magia é inútil só porque é artificial? — Risa responde, visivelmente perturbada.

—... O que? — Kenyu parecia genuinamente confuso.

—Eu não tenho como ajudar também só porque eu sou um mago? Eu sei que eu não achei os componentes a tempo, mas isso não me deixa inútil! — Os olhos de Risa estavam vermelhos a esse ponto, como se ela estivesse ao ponto de ter um surto.

—Calma princesa, você tá pensando demais na opinião de um anti-mago... — Kaido tenta acalmar ela. —Você é uma mulher forte, independente e é claramente melhor do que ele, por que só não ignora aquele feio e fica comigo, hein?

—Cala a boca Kaido! Não tô com paciência pra você hoje. — Ela diz, começando a andar em círculos pra se acalmar.

—Sim senhora, continue falando por favor. — Kaido se senta no chão de gelo, imediatamente se calando.

—Risa, eu sei que você está irritada faz tempo com ele, e o que aconteceu agora a pouco não ajuda também... — Kenyu se aproxima e coloca uma mão no ombro dela, tentando a acalmar. —Mas todos nós passamos por momentos assim. Você sabe o quão inútil eu me senti no dia em que invadimos a prefeitura e fomos pegos? Eu sempre fui ótimo em convencer pessoas

, mas naquele momento eu fiquei tão em choque com a quantidade de vezes que falhamos em um dia só, que minha mente simplesmente entrou em branco e eu tive que deixar nas mãos de vocês.

—Ah, então agora você— —Risa é interrompida.

—Cala a boca e escuta! — Kenyu suspira. —O que eu estou querendo dizer é... Mesmo que todo mundo se odeie, ainda somos um time. O Rei nos juntou porque nossa missão não é algo que podemos fazer sozinhos. Não tem problema dependermos um dos outros, só porque você está dependendo mais de nós, não quer dizer que você seja inútil. Ninguém aqui te vê como alguém sem valor, tudo bem?

A resposta de Risa foi apenas acenar com a cabeça e começar a chorar, aquelas palavras provavelmente eram algo que ela estava esperando escutar faz tempo.

—U-Uh... Gente, sem querer interromper o papo entre amigos de vocês. — Kaido chama a atenção deles, apreensivo.

—O que foi agora? — Risa pergunta.

Antes que Kaido pudesse explicar, o gelo embaixo dele se quebra e ele é consumido por uma névoa verde, que escondia uma figura deaconhecida que rapidamente o puxou para dentro da água, o levando para a cidade desconhecida. Não demorou muito para Risa e Kenyu também serem consumidos por esta névoa, o que fez eles perceberem que por algum motivo, todos conseguiam respirar debaixo da água naquele local específico.

Em poucos segundos, os três estavam no centro da cidade, que como eles já haviam deduzido antes, realmente estava deserta.

—Por que você não avisou sobre a névoa antes, seu imbecil?! Como vamos sair agora? — Risa pergunta para Kaido.

—Eu me distraí com a sua beleza, peço perdão...

—Grr! Eu sinceramente não sei se eu odeio mais você ou aquele anti-mago estúpido! — Com puro ódio nos olhos, Risa começa a andar em uma direção aleatória. —Não me sigam!

Após isso, Kenyu e Kaido se olharam por alguns segundos antes de Kaido reclamar.

—Arg! Todas as mulheres foram embora e agora só estou com um homem, o que eu fiz pra receber esse castigo?

—... Estou ponderando agora se eu deveria ter ficado na montanha. — Kenyu suspira. —Se não vamos seguir ela, vamos explorar pelo menos.

A cidade era gigante como eles haviam imaginado, e as coisas que eles nunca tinham visto antes eram tecnologias simples, mas que facilitariam muito a vida das pessoas.

—Me pergunto como ninguém pensou nisso antes. — Kaido diz, saindo do elevador do prédio principal da cidade com Kenyu ao seu lado.

—Eu não entendo como nada disso funciona... — Kenyu admite, claramente confuso com tudo que estava vendo.

—Nem eu, mas com certeza deve valer uma boa grana. — E com esse comentário, Kenyu finalmente nota que Kaido tinha roubado várias peças dos objetos desconhecidos que eles encontraram pelo caminho.

—Ei! Você nem sabe pra que essas coisas servem! — Kenyu tenta pegar o saco nas mãos de Kaido, mas ele desvia.

—E quando eu descobrir vamos ter muito dinheiro para usar durante a missão!

—Vocês. — A voz de uma mulher desconhecida ecoa no ambiente. Eles não a viam, apenas a escutavam, enquanto a névoa tocava suavemente seus pés, os atraindo para entrar mais fundo nela.

Ao entrarem na névoa, ambos começaram a ter visões... Visões de derrotas e momentos de seu passado que os incomodavam profundamente.

—Eu... Eu não estou gostando disso, Kenyu. — Kaido sussurra. —A Risa já estava perturbada antes, não vai acontecer algo bom se ela entrar nesta névoa.

E antes mesmo que Kenyu pudesse responder, eles conseguiram ver Risa em pânico com a névoa a circulando rapidamente, como um tornado. Ambos correram até ela, mas a névoa os impedia de chegar perto dela.

—Risa! Está ouvindo? — Kaido pergunta.

—N-Não... Mãe, eu vou proteger minha irmã, eu não preciso da sua ajuda... — Risa diz.

—Você nunca conseguiu fazer nada sozinha, por que conseguiria agora? — A névoa responde para ela.

—Risa! Preste atenção em nós, aqui!! — Kenyu fala em um tom mais alto, mas a voz dele não parece alcançá-la de jeito nenhum.

—Eu... Eu sou a melhor maga de Llano, eu consigo... Eu juro que eu consigo! — Risa dizia em um tom de puro desespero.

—E conseguiu, Risa? — A névoa diz antes de mostrar uma imagem perturbadora de Risa com uma criança sem vida em seu colo, enquanto ela chora no meio do campo de batalha. Ao ver esta cena, os olhos de Risa que estavam cheio de lágrimas, pareciam mortos. A névoa tinha conseguido fazer Risa perder sua vontade de viver, então quando finalmente chegou o momento em que Risa não teria forças para revidar, a névoa começou a consumir seu corpo, enquanto seus companheiros desesperados tentavam de tudo para conseguir passar pelo tornado que a consumia.