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CAPÍTULO VIII: REVELAÇÕES

Enquanto seguíamos para minha residência, resolvi interrogar o detetive. Irônico não? Eu, um mero taxista interrogando um membro da polícia.

- Com licença, senhor Severino. Me diga quem é o senhor César ?

Ele refletiu por um momento, acho que procurava as palavras certas para descrever o indivíduo.

- Não temos muitas informações sobre ele. O que sabemos é que ele seleciona pessoas a olho nu e leva um bem precioso da pessoa em questão. - Disse ele suando frio.

Essa resposta me pareceu meio vaga, já que não existe um padrão de pessoas que ele busca ? O que ele rouba dessas pessoas ? Continuei a questionar.

- Mas no fim, o que ele rouba ?

Ele suou frio novamente.

- Bom, - começou a falar - ele rouba o que é mais precioso para o cidadão, levando sua dignidade e sua honra junto impedindo seu crescimento e ações.

- O que é mais precioso ? Dinheiro, família, bem preciosos são muito relativos de pessoa para pessoa. - Respondi sério.

- De fato...varia de pessoa para pessoa. - Ele me respondeu.

Depois de um tempo em silêncio, chegamos a minha rua. Nesse momento o detetive começou a tremer por inteiro... nunca vi alguém tão assustado com a mata ao redor.

Perguntei se ele estava bem, Severino respondeu que sim. Abri a porta da minha casa, estava escuro, pedi para ele entrar e se acomodar na casa enquanto acendia as luzes.

- Não, eu..eu espero aqui fora mesmo! - Disse ele tremendo por inteiro.

Segui friamente e acendi as luzes de casa. Depois chamei ele, mas não veio resposta nenhuma. Me dirigi até a porta para chama Lo, porém ele já não estava mais lá. Deduzi que talvez César o teria capturado, mas nesse momento Beto me chamou.

- Heitor meu nobre!

- Diga Beto!

- Tem um homem aqui te esperando.

Ao chegar lá, advinha quem era o homem, encontrei me com Severino.

- Oxe! Por que você está aqui ? - Indaguei surpreso.

- É... eu eu estava investigando esse homem sabe...para a investigação!

Beto me chamou a parte e me explicou que o detetive correu desesperadamente para sua casa procurando abrigo, de acordo com ele Severino estava pálido de medo apavorado com os arredores da nossa vizinhança. Nesse momento cheguei a conclusão de que algo estava errado, como pode um detetive, uma autoridade da polícia, um membro da justiça está com medo de um matagal de nada, e provavelmente do escuro ?

- Senhor Severino, - dirigi minha fala a ele - seja honesto comigo, o que está acontecendo ? O senhor está muito estranho para uma autoridade.

- Como assim ? Eu estou perfeitamente bem! - Disse o detetive suando mais frio ainda.

- O senhor claramente não está bem, seja honesto comigo, o que aconteceu ? César de fato está sendo procurado pela polícia?

Severino abaixou a cabeça, refletiu um pouco sobre minhas palavras e enfim contou a verdade.

- Na verdade, a polícia não faz ideia de quem seja César. Na verdade só eu sei quem ele é.- Respirou é continuou - Certo dia em uma patrulha qualquer eu andava pelos becos de Rômula, estava escuro e assustador. Derrepente vi um homem de sobretudo correndo em alta velocidade. Não parecia nada demais até eu ver a vítima jogada no chão gritando que aquele camarada de sobretudo havia lhe roubado, então agi como um oficial da polícia e segui atrás do meliante, foi uma longa corrida mas enfim cheguei e encurralei ele, disse que ele estava cercado, então ele me perguntou: "Você é muito corajoso ?", não entendi a pergunta. Derrepente vi luzes saindo de sua mão e ele pulou para cima de mim enfiando sua mão em meu peito arrancando um brasão de uma águia, nesse momento eu cai e fiquei tremendo de medo. Após isso ele foi embora. Demorei um tempo para entender o que havia acontecido. No começo não liguei pensei que ele só tinha apagado para fugir, só que no decorrer da semana ajudando meus companheiros, tremi de medo em quase todas as situações. Nesse momento cheguei a conclusão, aquele homem me havia roubado a minha coragem. Eu sei que parece algo absurdo, mas como pode um homem crescido ter medo do barulho de rato ? Após meus vários fracassos com meus companheiros, fui afastado do cargo e enviado para tratar com um psiquiatra. Quando relatei sobre o ocorrido com o meliante de sobretudo, fui motivo de mangasão e no fim, ninguém me levou a sério. - Disse ele melancólico, depois prosseguiu com o restante da história - Após meu afastamento fui investigar falando com a vítima do incidente daquela noite e descobri que ele teve seu dinheiro roubado e por alguma razão sentia uma alegria imensa, como se tivessem limpado seu coração de sentimentos com raiva, tristeza, entre outras emoções negativas. Investigando mais afundo descobri que seu nome e que ele sempre rouba algo de valor e algo abstrato de uma pessoa.

Nunca ouvi tanta baboseira. Foi o que pensei na época, e acho que Beto também, já que ele me olhou com um olhar que dizia: "Esse cara é louco!". Desculpa minha incredulidade da história de Severino, acontece que a coragem não é como um músculo que vem instalado no seu corpo e você vai treinando para fortalece Lo. Coragem é como um órgão que você adquiri com o tempo. O que eu quero dizer é que a coragem não é algo que se ganha mas algo que se conquista então parecia um absurdo afirmar a leva da coragem.

- Depos de investigar muito, - Continuou - Descobri que ele invadiu um banco as 17 e meia no dia de ontem e que havai alugado um carro às 18. Até que descobri você Heitor de Carrus, pensei que se te investigasse poderia chegar a alguma conclusão.

Não sabia se lhe contava minha história. Tendo como referência o que ele me relatou havia uma certa noção do que César havia me roubado, mas não tinha muita certeza.

Até porque, mas absurdo que a coragem ser roubada, são as emoções serem roubadas.