- Tudo bem, mas essa pista não nos ajuda em nada – disse Liz – Ela pode estar se referindo a qualquer lugar da floresta.
- Então vamos apenas entrar no meio da floresta – respondi a ela – Se a pista pode estar em qualquer lugar, nada melhor do que começar por uma área aberta.
- Faz sentido. Existe uma probabilidade maior de estar em um local aberto, para ser mais difícil de ser encontrado – Felipe concluiu a analogia.
Nos dirigimos em direção ao centro da floresta. Enquanto caminhávamos pelas trilhas sombreadas, os sons da natureza envolviam nossos ouvidos, criando uma atmosfera mágica.
Me preocupava o fato da pista se referir a um lugar onde havia sol. O céu diurno permanecia nublado, com ele inteiramente coberto pelas nuvens cinzentas. Porém não comentei nada com o grupo, apenas prossegui com eles. Matias não podia ter colocado uma pista sem sentido para nós.
À medida que avançávamos entre as árvores altas, encontramos um ponto onde uma luz filtrava-se através dos galhos, criando um jogo de sombras no chão. Era o local perfeito para seguir a pista e continuar nossa busca.
Não era bem a luz que esperávamos. Era uma luz muito fraca, que só era visível pela floresta cobrir uma parte da iluminação – que já era quase nula – do dia. Como se aquilo só fosse considerado uma iluminação por conta de o que estivera ao redor ser ainda menos iluminado.
Nos aproximamos cautelosamente do ponto onde a luz e a sombra se encontravam. E ali, sob um raio de luz que atravessava as folhas, encontramos um pequeno pedaço de papel. Nossos olhos brilharam de emoção.
- Encontramos a primeira pista! – exclamei, segurando o papel com cuidado.
- Nossa, isso foi bem mais rápido do que eu esperava – Liz murmurou.
- Leia a pista para nós
- Siga o som melodioso da água e a trilha estreita à sua frente – li novamente em voz alta – É o que diz aqui.
- Talvez perto de um lago? – Felipe questionou
Pela pista se referir ao som melodioso da água, era quase certo de que se referia a um lago.
- Vamos em direção ao lago mais próximo então.
Liz, cheia de familiaridade com a floresta, seguiu adiante em uma direção determinada. Ficou evidente para nós para onde ela estava indo. Ter alguém na equipe que conhecia a floresta como a palma da mão era realmente algo de extrema ajuda. Eu e Felipe provavelmente já estaríamos nos perdendo no meio dessa infinidade de árvores se não fosse por ela.
Com Liz liderando o caminho, nos dirigimos rumo ao lago com entusiasmo renovado. Seguindo por trilhas estreitas e sinuosas, deixávamos para trás as sombras densas das árvores.
Enquanto avançávamos, podíamos ouvir o suave murmúrio da água, cada vez mais nítido à medida que nos aproximávamos do nosso destino. A ansiedade e a curiosidade nos impulsionavam, alimentando nossa determinação em desvendar os segredos da próxima pista.
Finalmente, após uma caminhada repleta de antecipação, os contornos reluzentes do lago surgiram à nossa frente. Era uma visão deslumbrante, com águas cristalinas e envolvendo a paisagem em tranquilidade.
- Parece que encontramos o nosso ponto de referência! – exclamou Liz, com um sorriso de satisfação estampado no rosto.
- É um cenário incrível! – murmurei, maravilhado com a serenidade do lugar.
- Vamos dar uma olhada mais de perto e ver se encontramos a próxima pista – sugeriu Felipe, ansioso para prosseguir com a emocionante busca.
Seguimos em direção à margem do lago, nossos olhos atentos a cada detalhe que poderia esconder a próxima pista. Vasculhamos a área ao redor, observando cuidadosamente as pedras, a vegetação e os recantos mais sutis do ambiente. Cada som, cada movimento, poderia revelar o próximo passo em nossa jornada.
À medida em que procurávamos, a brisa fresca do lago acariciava nossos rostos, trazendo uma sensação revigorante de liberdade. O tempo parecia suspenso enquanto nos dedicávamos à busca, completamente imersos no mistério e na excitação do momento.
- Encontraram algo por aí? – gritou Liz, do outro lado do lago.
- Não achei nada! – Felipe também gritou.
- Vamos procurar mais um pouco, deve estar por aqui em algum lugar!
Liz, Felipe e eu trocávamos olhares preocupados, mas não deixávamos a frustração nos abalar. Sabíamos que uma caça ao tesouro exigia perseverança e raciocínio, e essa era apenas uma pequena adversidade no caminho. Respiramos fundo, reafirmando nossa determinação de continuar a busca.
Decidimos ampliar nossa área de procura, explorando além da margem do lago, seguindo trilhas que se entrelaçavam pela floresta. Cada passo nos levava a lugares encantadores e, ao mesmo tempo, desafiadores.
A cada momento em que nos deparávamos com uma curva do destino, a esperança de encontrar uma nova pista era reacendida. Entretanto, apesar de nossos esforços, o próximo passo do mistério continuava oculto, deixando-nos intrigados e um tanto perplexos.
Depois de alguns minutos a procura dessa pista, decidi nos reunir para discutirmos melhor sobre a pista anterior.
- Pessoal, será que nós estamos no lugar certo? – questionei o grupo.
- Pode estar em outro lago, só estamos procurando no errado – Felipe disse, com suas palavras cobertas de razão.
- Pode ser – Liz começou. – Porém eu não acho que Matias colocaria uma pista dessas. Com o local podendo ser em qualquer lago.
Todos nós parecíamos muito confusos, porém precisávamos analisar a pista novamente.
- Mas a pista anterior poderia ser em qualquer lugar da floresta – afirmei.
- De certa forma não, havia uma parte na pista que dizia sobre um local onde o sol encontra a sombra – ela continuou sua analogia – Era uma parte que fazia aquele local se distinguir de qualquer lugar da floresta.
- Mas nessa pista não tem nada assim...
- Ou estamos entendendo alguma coisa errada – afirmei, enquanto pegava o papel que havia enfiado em meu bolso. E resolvi lê-lo novamente.
- Som melodioso da água – Liz repetiu o que eu havia acabado de reler. – Ele destaca o som, junto a uma trilha que fica em sua frente...
- Talvez uma cachoeira? – perguntei a eles, achando que poderia ter encontrado a resposta.
Pude ver brevemente os sorrisos em seus rostos retornando logo após a minha descoberta.
Liz logo começou a correr, e eu e Felipe fomos logo atras dela. Ela provavelmente sabia onde havia uma cachoeira próxima e estava nos levando até lá agora mesmo.
Em meio à nossa corrida, sentíamos a adrenalina correndo em nossas veias, ansiosos para descobrir o que nos aguardava na cachoeira. O som do vento soprando em nossos ouvidos e a sensação de nossos pés batendo nas folhas secas criavam uma atmosfera de aventura em cada passo dado.
Após um percurso empolgante, finalmente chegamos ao destino. Diante de nós, revelou-se uma maravilhosa cachoeira, com suas águas cristalinas caindo em um espetáculo de beleza natural. O som ensurdecedor da água ecoava pela paisagem, preenchendo o ar com energia e vitalidade.
Parando por um momento para apreciar a grandiosidade da cachoeira, nossa atenção logo se voltou para a busca da próxima pista. Liz, demonstrando sua experiência na floresta, examinou meticulosamente os arredores em busca de qualquer sinal que pudesse nos conduzir adiante.
Enquanto isso, Felipe e eu nos juntamos à busca, explorando as margens da cachoeira e os recantos próximos. Procurávamos por qualquer indício de algo fora do comum, como uma pedra marcada ou um objeto peculiar que pudesse esconder a próxima pista.
O vapor d'água envolvia nossos rostos enquanto continuávamos a investigação, nossos olhos escrutinando cada detalhe do ambiente. Cada pedra, cada tronco caído, poderia ser o esconderijo da pista que tanto procurávamos.
- Encontrei! – exclamou Liz, com entusiasmo contagiante, segurando a pista com cuidado para não deixá-la escapar.
Entrei em entusiasmo simultaneamente a Liz quando pude ver ela com a pista em mãos. Era como se a cachoeira, com toda sua grandiosidade, tivesse nos recompensado por nossa perseverança e determinação.
Juntos, nos aproximamos de Liz para examinar a pista. Ela estava escrita em tinta preta – assim como as duas anteriores – um contraste marcante com o papel úmido. Cada palavra parecia pulsar com energia, convidando-nos a seguir em frente.
Com a água da cachoeira borrifando nossos rostos e o som poderoso ao fundo, começamos a decifrar a pista, nossos olhares se entrelaçando enquanto nossas mentes buscavam soluções.
- Encontre uma clareira encantadora, que está iluminando uma árvore solitária – Liz leu em voz alta o que estava na pista.
E logo, sem muito tempo para comemorarmos a achada da pista, iniciamos nossa busca por essa clareira misteriosa. Exploramos a floresta, examinando atentamente cada recanto, procurando por indícios de uma abertura em meio à densa floresta.
Avançamos com passos cuidadosos pela densa vegetação da floresta, nossos olhos atentos a cada detalhe do ambiente ao nosso redor. O aroma fresco e terroso das árvores envolvia nossos sentidos, criando uma atmosfera de tranquilidade e mistério.
As folhas secas e galhos quebrados sob nossos pés sussurravam nossa presença. A trilha estreita à nossa frente serpenteava entre os troncos robustos, convidando-nos a continuar nossa jornada.
Liz liderava o caminho com confiança, seus passos leves e seguros revelando sua familiaridade com aquele cenário. Seus olhos se moviam de um lado para o outro, absorvendo cada detalhe e procurando por qualquer sinal que pudesse nos levar adiante.
Eu e Felipe seguíamos de perto, compartilhando olhares de entusiasmo e determinação. Nossos passos sincronizados criavam uma melodia silenciosa enquanto avançávamos pela floresta, como se estivéssemos em sintonia com o ambiente ao nosso redor.
À medida que adentrávamos cada vez mais na mata, os sons da natureza envolviam nossos ouvidos. O canto suave dos pássaros ecoava entre as árvores, misturando-se ao murmúrio distante de um riacho próximo. O vento sussurrava em meio às folhas, criando uma sinfonia natural que nos acompanhava em nossa jornada.
Seguíamos os contornos da trilha, desviando de raízes expostas e pedras irregulares, nos mantendo alerta a cada passo. A floresta se revelava em sua plenitude, revelando a diversidade de sua flora e fauna. Arbustos exuberantes se entrelaçavam, criando pequenos labirintos naturais, enquanto líquens coloridos adornavam os troncos das árvores, adicionando um toque de magia à paisagem.
Após algum tempo de busca, nossos olhares se encontraram com a alegria da descoberta. Diante de nós, encontrava-se uma clareira serena, ainda que não iluminada diretamente pelos raios do sol. A árvore solitária estava lá, majestosa, parecendo esperar por nossa chegada.
Eles estavam em um pequeno campo aberto em forma circular. Não havia nada dentro desse local além dessa antiga árvore e a clareira apagada, cercados por grama.
Nos aproximamos cautelosamente, sentindo a energia especial que permeava o ambiente. Nossos passos ecoaram suavemente na grama enquanto nos aproximávamos da árvore solitária.
Meu olhar brevemente se voltou a clareira, e pude ver que ela estava coberta de cinzas. Mas junto a essas cinzas havia mais um pequeno pedaço de papel. Estendi minha mão em sua direção, agarrando-o. Logo o peguei e, quando fui ler, tive um salto de confusão e surpresa. Um cartão de visitas com um logotipo de um computador e um nome abaixo, RamersTech.