webnovel

Coroa de Brandon - [PT-BR]

Esperando ansiosamente, Brandon pensava em seu amado que havia partido para a guerra. Três longos anos foi o período que não o via. Eles se comunicavam às vezes por cartas, mas não era o mesmo que tê-lo ao lado em seu dia a dia. No entanto, o momento esperado havia chegado. O fim da guerra foi anunciado e era naquele dia que ele chegaria. Toda a mansão estava se arrumando para a chegada dos jovens mestres, e o casal Miller e o jovem James estava em frente a porta, pois foram informados que seu grupo havia chego às terras. Brandon não demonstrava o que realmente estava sentido em seu rosto, porém seu interior estava em um estado de euforia. E como se seus pensamentos felizes e animados fossem poeira ao vento, o que ele teve que ouvir foi chocante e perturbador para ele. O homem que ele amava estava noivo. * Desacreditado no que tinha ouvido da própria boca daquele que um dia amou lindamente, ele não conseguiu pensar além daquelas palavras. Como ele pensava que aceitaria aquilo? Era isso a extensão de sua consideração por ele? No fim, Brandon decidiu-se. Não havia como pensar, esquecer e até superar estando em tal lugar. Ele tinha que mudar. Um lamento cresceu em seu peito ao pensar nas pessoas com quem viveu por longos anos, mas era necessário para si e seu coração. O rapaz só não pensaria que ao se mudar, um lobo de olhos vermelhos eventualmente tomaria seu coração para si. {Boys Love | Fantasia Romântica}

MundosdeL · LGBT+
分數不夠
39 Chs

4.1 - Celebração da Vitória

Mãos esbeltas moviam-se de um lado para o outro enquanto a mulher ponderava quais jóias usar em sua caixa. Ela estava entusiasmada por esse dia e tinha que estar em perfeita e nas melhores condições, porque hoje, o dia inteiro, era uma data importante. Era o dia da Celebração da Vitória, um evento que ocorria algumas vezes em um reinado de um imperador para marcar um acontecimento relevante na história do império. E também o dia que seu filho seria premiado por seus feitos.

Com certeza, tinha que estar muito bem e com muito orgulho.

Os olhos castanhos pararam em um colar lindo de ametista que combinaria com seus cabelos púrpuros e brincos vermelhos para fazer par com seu vestido para a ocasião. Ela não iria para o banquete, não, isso aconteceria mais tarde, no palácio, o que ela iria era a premiação presidida pelo próprio imperador, onde reuniria nobres e seus convidados, além de pessoas importantes, todas no salão principal do templo.

Na frente do espelho, ela olhava de cima para baixo, admirando suas vestimentas para ver se estava impecável. A mulher não era muito disso, se produzir para estar no auge da beleza, muito embora adorasse se vestir bem e usar roupas boas. Sua saia era longa indo até os pés, mas não tocando o chão, e era envolto em renda formando lindas figuras que chamavam a atenção de todos. Era algo bonito que caía bem junto ao seu rosto gentil, tornando-a mais jovem do que realmente era.

Isso a fazia lembrar-se de sua juventude. E um sorriso se desdobrou em seu rosto.

De repente, mãos grandes e firmes tocaram sua cintura e apertaram, com uma presença que juntou o peito em suas costas e um queixo tocando sua orelha. A imagem do homem era vista no espelho e, por isso, não se assustou. O amado com quem se casou olhava para ela com os mesmos olhos adoráveis de quando eles se apaixonaram, fazendo-a sentir-se um pouco constrangida, mesmo que não fosse mais uma jovem menina. Somente ele conseguia trazer esse seu lado.

"Você está muito bonita." Ele elogiou-a, dando um beijo nos cabelos e abraçando mais um pouco, vendo-a pelo espelho.

"Hoje é um dia especial." Respondeu, ajustando um pouco as mangas e colocando uma mão por cima da do homem. "É a premiação do nosso filho. Preciso estar bem vestida."

"Você sempre está linda." Retrucou.

Os olhos castanhos da mulher encontraram-se com os olhos negros do homem e ela não pôde de deixar de fitá-lo um pouco.

"E você também está sempre lindo. Afinal, é o homem com quem me casei." Comentou um pouco arrogante e com um sorriso no rosto, arrancando um riso do homem.

"É claro, como posso não me casar com a mulher mais deslumbrante que vi? Assim que a vi, sabia que era você." Disse romântico, ganhando um olhar da mulher.

"Hoje você tá mais galanteador do que o normal." Semicerrou os olhos um pouco, com um ar desconfiado, antes de se soltar do homem e encarar suas roupas, tocando partes da roupa para arrumá-la.

"Como você disse, é um dia especial." Ele deu de ombros. Toda a forma que agia era muito diferente da sua imagem habitual. "E só quero lhe dizer que te amo."

O homem aproximou o rosto dela e juntou seus lábios. Um beijo rápido que demonstrava as emoções. E, assim que se soltou, um sorriso apareceu no rosto normalmente sério.

"Você vai manchar meu batom, Ivan." E estalou a língua.

"Antes de arrumá-lo, que tal uns beijos a mais, Clarie?"

Um suspiro saiu da boca da mulher de cabelos roxos e logo olhou para seu marido. O homem era dois anos mais velho que ela e parecia ter trinta e poucos anos ainda de tão bem conservado. Ele era tão carinhoso, assim como prometera no mesmo lugar que confessou a ela e a pediu em casamento. Um sentimento de alegria e nostalgia surgia ao pensar que mesmo após todos esses anos juntos, tal parte dele não mudou, a mesma parte que só mostrava para ela e agora que inclui seus filhos.

Ela tinha muita sorte de ter descoberto este homem e de ter fisgado e conquistado como seu, em comparação às outras moças de sua época.

"Tudo bem, só alguns." Riu, beijando-o mais algumas vezes.

A mão esbelta, branca e delicada foi para o peito e, depois de um tempo, deu dois tapinhas, indicando que era hora de parar. Eles ainda teriam que sair da casa para ir ao templo para o evento. Embora o lugar seja próximo, ela não quer se atrasar.

"Os garotos, já se arrumaram?" Perguntou para o homem, enquanto retocava o batom novamente.

"Ferion foi mais cedo, ele tinha que ir antes. E Phillip deve estar se arrumando com Johannes." Respondeu ele, também se arrumando.

"E James?" Seu terceiro filho era uma preocupação, afinal, era seu mais novo e nunca esteve em um evento desses, sentia que poderia ter algum problema.

"Está com Brandon, então sem preocupações." Ivan disse, sem pensar muito.

De fato, Brandon era alguém confiável para ambos e tinha um relacionamento muito bom com o pequeno James. Balançando a cabeça, a mulher murmurou um 'hum' e terminou de se arrumar, saindo do quarto logo em seguida, com um conde a reboque. Ela segurou os braços de seu marido e foi direto para o salão, onde iria encontrar seus filhos, Brandon e Irvin para ir ao templo.

No salão, o mordomo esperava na mesma postura de sempre, ereto e elegante, com uma roupa um pouco diferente do habitual, mas ainda formal, com luvas pretas em seus dedos. Não somente ele, James também estava ali, meio fechado, com seus dedos indo direto para a gola da camisa, tocando a gravata que ele odiou usar. Isso era muito diferente dos acessórios que usava, deixando muito frouxo, e não lhe parecia muito bom, passando a ter uma sensação de aprisionamento, por mais que pudesse respirar muito bem.

"James, pare, você vai acabar desarrumando ela." Avisou Brandon, passando a mão novamente na gravata e deixando-a na posição perfeita, ganhando um par de olhos inconformados para si.

"Mas isso irrita." Disse, com um beicinho nos lábios.

"Lembre-se que você fez um acordo com a senhora. Ou é uma gravata na premiação ou é no banquete, e você escolheu a premiação."

"É claro que vou escolher a premiação. O banquete demora horas." Exclamou, ainda indignado, por ter que usar uma gravata.

James não queria ter que usar aquilo, havia tantas roupas sem a necessidade de pôr uma gravata ou um acessório para pôr no lugar, mas ele tinha que usar a tira que mais parecia uma corda em volta do pescoço. Ele só tinha ideia de que era a vingança de sua mãe por pregá-la uma peça, e, por isso, ele tinha que seguir o que a etiqueta exigia. Com certeza, ele seria uma das crianças usando isso junto aos adultos, por mais que preferisse estar com a área do pescoço solto. Contudo, isso não o impediu de fazer um acordo com sua mãe. Era melhor do que usar o dia todo.

"Bom, então não reclame." Terminou de avisar.

O conde e a condessa desceram e viram a interação de ambos os dois ao lado de Irvin. Eles atraíram a atenção dos três. O Conde Miller usando um terno de boa costura de um estilista habilidoso com uma boa fama e a condessa o vestido vermelho que a deixava, na visão do conde, como uma deusa. Eles dois eram um casal lindo e pareciam bem juntos.

Assim que tocaram o último degrau e se aproximaram, Irvin curvou-se um pouco e em tom educado, elogiou a ambos.

"O senhor está ótimo. E a senhora está deslumbrante."

"Obrigado, Irvin. Digo o mesmo." Claire sorriu para ele e foi direto para seu filho mais novo. O jovem a olhou, temeroso que ela dissesse para ele usar no banquete também. "Ficou ótimo. Bem fofo. Bom trabalho, Brandon."

"Obrigado, senhora."

O garoto não respondeu quando ela acariciou sua cabeça, apenas fitou seu pai em busca de ajuda e disse um baixo 'Pai…' para ele.

"Não olhe para mim. Eu soube o que você fez. É o castigo de sua mãe, então, fale com ela." O conde disse, destruindo as esperanças de seu filho.

"Humpf." Bufou ele de braços cruzados.

"Brandon, você também está bem hoje." Ela disse para o ruivo.

Brandon estava vestindo uma das melhores roupas que ele comprou durante uma de suas saídas com Nott pela capital. Ambos combinaram de sair algumas vezes e, durante um dia de folga ou quando eram liberados mais cedo, decidiram se divertir, indo a lojas e restaurantes. Em meio a isso, Nott comprou uma espada nova para seu pai em uma loja de armas bem renomada e ele comprou alguns livros e peças de roupas, já que ele também será levado para a premiação no templo.

Os olhos verdes brilharam ao ser elogiado e novamente uma agradecimento saiu de sua boca, não menos educado e gentil quanto o de Irvin, o mordomo com anos de experiência. Sua aparência linda, causando a simpatia do sexo oposto, e por Claire tê-lo visto crescer, parecia bem fofo em sua visão.

Passos foram ouvidos em meio a conversa no topo da escada e o casal de noivos da família Miller apareceu.

Johannes foi a primeira a chamar a atenção de todos os cinco, com seu vestido azul que lhe caía tão bem e tornava os fios loiros de seu cabelo em puro ouro. As curvas da cintura e os peitos levantados eram ressaltados e toda a beleza que era vista era muito admirável e com certeza arrancará suspiros de alguns homem quando a vissem. Até seus olhos verdes eram bonitos.

Ela não estava vestindo o vestido branco que foi comprado na boutique por estar reservado para o banquete. O evento no templo é importante, pois estará em presença de diversas figuras proeminentes, mas o banquete é onde aqueles que têm poderes e status realmente criam conexões, já que a premiação é mais para aqueles que foram trazidos com eles.

Phillip não perdia para sua noiva em termos de boa aparência ou em vestimenta, pois toda sua figura passava uma imagem arrogante enquanto havia harmonia com o terno preto que usava e seu cabelo preto, vindos de seu pai. Sua postura de cavaleiro dava mais um pouco de charme e era óbvio que os músculos bem proporcionados pela roupa marcavam algumas partes. Era uma visão masculina de um nobre cavaleiro em roupas formais.

Os dois foram elogiados pelo conde e a condessa antes de todos irem para as carruagens e irem para o templo.

Brandon não disse nada quando viu os dois descendo juntos e permaneceu com a habitual faixa de indiferença em seu rosto e profissionalismo, muito diferente de quando interagia sozinho com James ou estava em frente à senhora e ao senhor, enquanto assistia eles.

A última vez que viu Phillip foi há alguns dias quando o mesmo foi lhe visitar no seu quarto por um motivo tão ridículo quanto ciúmes, quando era ele mesmo que trouxe uma mulher e estava noivo. Sinceramente, ele estava indignado por isso e, depois que se acalmou, sentiu vontade de rir de tão absurdo que isso parecia. Definitivamente, não tinha ideia de como seu relacionamento, que sempre pensou que fosse forte, ainda mais antes da guerra, chegou a esse estado.

E ele tinha que se sentir irritado, pois toda vez que o via, o mesmo continuava lindo para si, como se não tivesse sido afetado por ter se separado dele. Parecia que era só ele a parte doída pela separação.

Por isso, Nott foi uma boa distração. Ele o levou a diversos lugares na capital que o divertiu, e quando não estava com ele, estava com seu trabalho, dedicando-se de coração, para que a mente estivesse ocupada e não pensasse, novamente, no que aconteceu em seu quarto. A mente parecia que queria voltar e voltar para aquele momento, relembrando de tudo o que aconteceu na conversa, principalmente como Phillip estava aparentando.

Ele sentia como se gostasse de sofrer, porque mesmo sofrendo, ele não parava.

Sendo assim, como antes, ele o evitou ou procurou não se encontrar com ele. Se antes era apenas porque olhar para ele causava-lhe dor, lembrando-o da sensação de traição ao saber que estava noivo, ao sentimento e relacionamento que ambos tinham, e ao seu coração ferido; dessa vez era pela indignação pelas ações do outro enquanto estava com um compromisso formal com Johannes, indo atrás dele em busca de satisfação.

Ele não queria vê-lo, porque causaria raiva para si. E também, porque mesmo afastado esses tempos dele, por mais que seu contato tivesse sido bastante reduzido, ele ainda gostava do bastardo que ousou trair seu amor. Além de reconhecer que estava sendo afetado toda vez que via aquela aparência.

Um amor de anos não muda rapidamente, ou ao menos seu amor era assim.

Brandon só estava vendo-o e estando no mesmo lugar que ele pela ocasião. O conde Ivan o avisou que ele iria para a premiação com eles e, por isso, não podia recusar. O aviso do conde era o mesmo que seu apreço pelo seu bom trabalho e anos de serviço, tanto que ele iria junto com Irvin para o templo.

Era um mal necessário aguentar a presença de Phillip próxima a si. O que tinha que fazer era o mesmo que fazia desde o dia que o segundo filho da casa Miller voltou da guerra, conter suas emoções e não deixar transparecer nada em seu rosto, para que o mesmo não saiba que ainda tem efeito sobre si.

O orgulho o fazia se comportar assim.

E, com esses pensamentos, ele sentou-se no banco da carruagem, em frente à Irvin, rumo ao templo de Lucan.