Capítulo 30.6 - Vestígios de Honra e Sacrifício

Elyra respirou fundo na Casa de Peixes, seu olhar fixo em Marinus, o último emissário antes do temido Serpentário. Ele a encarava com uma expressão fria e impassível, seu corpo envolto em uma armadura brilhante que parecia pulsar como se tivesse vida própria. Em suas mãos, agulhas começaram a se formar, emergindo da própria armadura como se fossem uma extensão natural de sua essência.

- Marinus: "Você realmente acredita que passará por mim, garotinha?" - Marinus perguntou, com um sorriso frio. Ele esticou as mãos, e as agulhas tomaram forma completa, cintilando ameaçadoramente. - "Esta é sua última chance de recuar."

Elyra, sem hesitar, empunhou sua Rapier, uma lâmina fina e ágil que refletia sua confiança inabalável. - "Não tenho intenção de voltar atrás." - Respondeu ela. - "Eu vim até aqui para lutar, e não será você que me deterá."

Com um movimento fluido, Marinus lançou as Agulhas de Peixes em sua direção. Elas eram rápidas e traiçoeiras, voando como flechas, uma chuva de prata mortal. Elyra reagiu instintivamente, invocando sua habilidade Lança Remanescente. Com um brilho determinado, ela imbuía a Rapier com a perk que Midoki concedeu a sua arma, Seishin, uma versão mais simples do Shinrei (que é basicamente Seishin condensado a níveis cósmicos). A lâmina se envolveu em uma aura etérea e sólida ao mesmo tempo, transformando-se em um verdadeiro escudo espiritual.

Mas, conforme bloqueava, Elyra começou a perceber algo estranho. Algumas agulhas simplesmente desapareciam ao tocar sua lâmina, enquanto outras, muito reais, faziam pequenos cortes em sua pele. Ela apertou os olhos, analisando os movimentos de Marinus.

- Elyra: "Ilusionismo???" - Murmurou, sentindo o jogo de Marinus. Ele estava misturando agulhas falsas e reais, criando uma teia de truques para confundi-la.

- Marinus: "Você é esperta, esta é a minha habilidade." - Marinus comentou, com uma voz ácida. - "Mas será rápida o suficiente para discernir a realidade da ilusão?"

Com uma respiração focada, Elyra girou a Rapier e avançou, atacando com uma precisão refinada.

- Elyra: "Eu não preciso ver todas as agulhas." - Respondeu. - "Apenas preciso confiar em minha visão." - Disse ativando o Seishin - Kanchi, para imbuir sua visão para prever as agulhas verdadeiras.

Ela mergulhou para frente, avançando em direção a Marinus com ataques rápidos e ferozes, sua Rapier emitindo um brilho azulado enquanto ela intensificava o Seishin - Yoroi, tornando sua lâmina ainda mais sólida e poderosa.

Enquanto isso, Throk e Midoki avançavam pela Casa de Sagitário. Midoki estava visivelmente desgastado, seus passos pesados, mas sua determinação intacta. Ao chegarem, eles encontraram Elliot, em processo de regeneração, seu corpo coberto pela imponente Armadura de Sagitário, que emanava uma aura dourada e radiante.

Midoki lançou um olhar curioso a Elliot.

- Midoki: "Então, foi uma batalha dura?"

Elliot ergueu o olhar, seu rosto marcado por cansaço, mas com um brilho de triunfo nos olhos.

- Elliot: "Sim... mas valeu a pena." - Ele pausou, como se revivesse o momento em sua mente. - "As últimas palavras do meu mestre foram: 'É isso, Elliot... Finalmente, você me superou.'"

Midoki assentiu, compreendendo o peso daquelas palavras.

- Midoki: "Parabéns, Elliot. Seu mestre finalmente pode descansar em paz, sabendo que seu legado está em boas mãos."

Throk já estava começando a entrar em sua forma solar e sorriu, dando um tapinha nas costas de Elliot.

- Throk: "Está pronto para seguir em frente, Sagitário?"

- Elliot: "Sim." - Respondeu Elliot, com um sorriso determinado. Com isso, o trio deixou a Casa de Sagitário.

Mais tarde, na Casa de Capricórnio, encontraram Spink deitada, lágrimas de alegria e tristeza escorrendo por seu rosto. Ela havia superado uma oponente poderosa, mas o esforço lhe custara caro. Ao vê-los, ela sorriu, os olhos brilhando de emoção e orgulho.

- Spink: "Eu... consegui, mas... me custou muito." - Sussurrou Spink, a voz embargada.

Elliot sorriu, colocando uma mão gentil em seu ombro.

- Elliot: "Nós sabíamos que você conseguiria, Spink."

Midoki observava, uma mistura de surpresa e satisfação refletida em sua expressão.

- Midoki: "Sua força nos surpreende cada vez mais, Spink."

Porém, o sorriso dela se desfez ligeiramente quando olhou para suas pernas feridas, sentindo a limitação de seus movimentos.

- Spink: "A alma de minhas pernas foi selada... não posso continuar com vocês." - Ela olhou para o grupo, tentando esconder seu desapontamento. - "Mas estou feliz. Eu fiz a minha parte."

Midoki se ajoelhou ao lado dela, colocando a mão em seu ombro.

- Midoki: "Você fez mais do que o suficiente, Spink. Descanse. Nós terminaremos essa jornada e após tudo isso, encontrarei uma forma de curar você!"

Enquanto isso, Raiga, Arion e Gyuuma atravessavam as 13 Casas do Zodíaco no Monte Olimpo com uma velocidade impressionante. Estavam atualmente na Casa de Câncer, avançando com um objetivo claro em mente: alcançar a Casa de Serpentário para a batalha final.

Próximo ao topo do Monte Olimpo, Lúcifer voava determinado, carregando o corpo inerte de Zéfir em seus braços. Ele já havia derrotado Lilya, e agora nada parecia ser capaz de interromper sua ascensão. Conforme subia, finalmente alcançou a Casa de Libra, pousando no salão aberto.

Ali, o corpo de Equinox estava partido ao meio, uma visão que o fez franzir a testa.

- Lúcifer: "Como isso é possível?" - Murmurou Lúcifer, caminhando até o corpo. Ele sabia que o escudo de Equinox era indestrutível quando ativava seu Escudo de Dupla Camada de Libra. Analisando a cena, seus olhos pousaram no escudo caído perto do corpo. Ele percebeu a verdade.

- Lúcifer: "Equinox..." - Sussurrou Lúcifer, uma expressão de respeito misturada com compreensão. - "Você se deixou ser derrotado."

- Narrador: "Desde o começo, Equinox sentia que estava lutando pelo lado errado, mas temia profundamente o que Orfeu, poderia fazer com aqueles que amava. Por isso, naquela oportunidade, em respeito ao seu melhor amiga, Raiga de Leão, o Emissário de Libra permitiu-se ser atingido pelo golpe final, morrendo em uma batalha lendária, da maneira que sempre desejou: com honra e sem arrependimentos."

Com um gesto silencioso, Lúcifer reuniu os corpos de Equinox e Zéfir.

- Lúcifer: "Vocês não merecem permanecer aqui." - Disse ele, respeitosamente.

Logo, fez um movimento com as mãos, invocando o Selo das Sombras, que envolveu os corpos com uma escuridão densa e mística. Com uma última reverência, ele desapareceu com os corpos, teleportando-os para um local seguro.

O silêncio reinou na Casa de Libra enquanto Lúcifer continuava a subir, e aquela casa permanecia como um testemunho dos sacrifícios feitos naquela batalha épica.