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Estou cansado.

Adeline estava confusa. Ela encarou as palavras absurdas de Elias. O que ele queria dizer com aquilo? "No fim da sala, em um dos cantos, há uma porta dupla. Eu vi a minha Tia passar por lá..."

"Eu conheço este castelo de dentro para fora. Há apenas uma saída e uma entrada para o salão de baile."

Nada disso fazia sentido para Adeline. As coisas estavam ficando mais confusas a cada minuto. Primeiro, foi a Tia Eleanor negando a existência do baile, e agora, havia a teoria das portas que desaparecem. Havia alguma coisa normal neste castelo?

"Eu posso te mostrar onde é," disse Adeline ansiosamente. Ela se afastou dele. Pela primeira vez, foi com facilidade, pois ele não a segurava com tanta força.

Adeline apontou para o lugar de onde eles vieram. "Eu não sou uma mentirosa, Elias."

Elias levantou uma sobrancelha. Ela queria guiá-lo? Ninguém se atrevia a andar à frente dele. Era perigoso ter suas costas expostas para alguém como ele.

"Eu nunca disse que você era, querida."

"Você insinuou isso por não acreditar em mim como a Tia Eleanor quando eu disse que estava dançando com você e—"

"É por causa da névoa."

Adeline pausou. "Névoa? Que névoa?"

Elias sorriu. "Eu posso distorcer perspectivas. Apenas os meus viram nossa dança."

"O seu tipo...?" repetiu Adeline, sentindo como se tivesse esquecido de dizer algo mais.

"Sim, Vampiros," Elias explicou. Ele estava divertido com a confusão dela. Ele não precisava que humanos se intrometessem em seus assuntos com ela, especialmente quando um deles representava uma ameaça de tirá-la dele. Ele precisava mostrar aos seus iguais exatamente a quem ela pertencia.

"Oh..." Adeline emudeceu, sem saber o que dizer. "Então, aquele corredor... O que devo pensar dele?"

Elias teria que investigar. Se havia um problema com portas desaparecendo perto do salão de baile, seria perigoso. Havia apenas uma pessoa em todo o castelo que possuía essa habilidade. Embora, já fazia um tempo desde que ela havia deixado a sua torre de mago e causado estragos na terra.

Ele teria que ir sozinho.

Adeline era frágil demais. Seu coração era tímido, e ela não era adequada para uma subida tão longa até a torre. Sua resistência não era a melhor, mas ele resolveria isso em breve... com seus próprios pequenos métodos.

"Vou verificar o salão de baile mais tarde," Elias declarou. Ele agarrou ambos os pulsos dela e a atraiu para mais perto de si.

"Agora, venha, minha querida Adeline," ele convidou. "Você se sentirá muito melhor comigo."

- - - - -

Adeline não sabia porque tinha confiado nele. Quando ele pegou suas mãos e andou diretamente ao lado dela, ela havia colocado sua fé nele ingenuamente. Como ela poderia não fazer? Seu comportamento para com ela, frio e quente, a fazia desejar pelo calor. Não era um hábito saudável, mas ela sempre quis agradar as pessoas. Porém, com o passar dos anos, ela causou mais decepção do que satisfação.

"Para onde você está me levando?" Adeline murmurou.

Eles viraram uma esquina, revelando um corredor mais escuro do que o normal. Ela olhou por cima do ombro, percebendo que havia mais lustres e luminárias atrás dela. Havia alguma razão específica para este corredor também estar escuro?

Havia iluminação aqui também, mas não tanto. Sentia-se como uma ladra se esgueirando pelo corredor, especialmente com o quão leves eram seus passos, apesar do quão grande Elias era.

"Para o meu quarto."

Adeline congelou. Mesmo quando ele puxou sua mão, levando-a para frente, ela se recusou a andar. Ela fincou seus calcanhares no chão e tentou retrair a mão. Ela nunca poderia escapar dele. Ele a dominava em todos os sentidos. Sua presença dominadora não era apenas para aparecer.

"E-Eu não quero vender meu corpo por liberdade," ela disse trêmula. "Elias, aquela noite foi um erro. Eu estava s-sozinha e e-eu deixei você ter uma provada, foi minha culpa. Por favor—"

"De onde você aprendeu a ter pensamentos tão travessos?" ele disse em um tom lento e preguiçoso.

Adeline se recusou a corar. Ela se manteve firme, mesmo quando ele virou seus ombros largos em direção a ela. Elias caminhou em sua direção, como um predador faria com sua presa. Inconscientemente, ela começou a andar para trás, esperando criar uma distância entre eles.

Eventualmente, suas costas bateram na parede. Ele colocou uma mão ao lado de sua cabeça, inclinando-se em sua direção. Ela se retraiu na parede fria. Seu olhar era ardente.

"E-Elias—"

"É dos livros de romance que você esconde na prateleira de baixo?"

Ela engoliu em seco.

Ele ergueu um dedo, seus olhos prometendo coisas que ela jamais poderia imaginar. "Ah, eu sei!"

Seu fôlego ficou preso na garganta, seu coração acelerado de medo.

"Devem ser os eróticos sujos na prateleira mais baixa, e os que estão embaixo da sua cama."

Adeline ficou sem palavras. Ele curvou o dedo por baixo do queixo dela, inclinando-o levemente para cima. Ela não tinha para onde olhar, a não ser cair fundo em seus olhos vermelhos aveludados. Uma onda de calor inundou a parte mais baixa de sua barriga. Ele a observava com um grande apetite que só poderia ser satisfeito com seus toques fervorosos.

Seu hálito suavemente acariciou a ponta de seus lábios. Ele cheirava a menta e a doce vinho que ela se atreveu a não tomar.

"Que menina travessa, travessa você é, minha querida..."

Seus lábios se torceram em um sorriso conivente. Ele a tinha exatamente onde queria. Ele só estava tocando o queixo dela, e ela já estava uma bagunça trêmula abaixo dele. Tudo isso era familiar àquela noite, quando a chuva caía, mas não abafava seus doces apelos e gemidos gananciosos.

"O que devo fazer com você?"

Adeline olhou para longe trêmula. Como... como ele sabia tanto sobre ela? Sua visão era tão boa que ele conseguia ler os títulos na estante de livros dela? Mas isso era impossível. Ela sempre virava o livro de cabeça para baixo, de modo que as páginas ficassem à mostra, em vez da lombada com o título.

"E-Eu só—"

"—sonha com um homem fazendo a mesma coisa com você?"

Adeline balançou a cabeça rapidamente. "Eu vim pelo enredo!"

"Tem certeza de que não veio por outra coisa?"

Os lábios de Adeline se entreabriram. "N-Não seja tão promíscuo."

O sorriso de Elias se aprofundou. "Eu não sou o único que esconde coisas safadas no meu quarto."

O estômago de Adeline palpilou. Ela sentiu um pulso estranho abaixo do abdômen. Seus cílios baixaram para o chão, incapazes de encontrar seus olhos quentes e fervorosos. Ele estava tão perto dela agora. Ela podia cheirar os pinhões do seu sabonete corporal e praticamente saborear qual vinho ele havia consumido.

"Elas não estão exatamente escondidas se estão à vista de todos," Adeline conseguiu dizer.

Elias soltou uma risada imponente que arrepiou sua espinha. Ela tremeu, sua reação testando a paciência dele. Ele só havia tocado o queixo dela, e ela já era massa de modelar em suas mãos.

"Então, por que algumas estão debaixo da sua cama e outras na prateleira mais baixa, com a lombada escondida?"

Adeline estava sem palavras. "Você não pode me poupar um pouco de misericórdia por esta noite com as suas provocações," ela sussurrou. "Estou cansada."

"Querida, a noite é jovem demais para você dizer que está cansada. Ainda temos muito o que fazer..."

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