Vitória.
_Oi, bom dia pai, mãe e irmãs lindas do meu coração.
Falo assim que chego na cozinha e vejo toda a minha família, às vezes é raro isso acontecer por causa da Lara que não para em casa, mas eu e a Bia sempre estamos aqui.
_ Bom dia filha
Dizem meu pai e minha mãe ao mesmo tempo.
_ Bom dia Vick.
Responde Bia.
Mas Lara só faz me olhar e não fala nada, e volta a tomar seu café.
Talvez ela não esteja tendo um bom dia hoje.
_ Então hoje à noite nós vamos na casa do seu noivo.
Antes de perguntar, minha mãe continua.
_ Ele quis fazer uma reunião conosco, também disse que você não precisa ir.
Ela diz.
Olho para o lado e vejo que Lara está prestando bastante atenção no que nossos pais estão falando.
_ Tudo bem! Não é como se eu quisesse ir, eu nunca o vi mesmo.
_ Talvez ele queira adiantar o casamento.
Diz mamãe.
_ Ou desistir desse droga de contrato.
Diz Lara.
_ Olha a boca Lara.
Repreende papai.
_ Eu vou torcer para que seja isso, assim a Vick pode escolher com quem casar.
Diz Bia.
_ Obrigada Bia, eu também vou torcer para que isso aconteça.
_ À noite vamos saber o que é. Bom dia filhas, até mais tarde.
Diz mamãe.
_ Bom dia filhas, amo vocês.
Diz papai, dando um beijo em cada uma, assim como a mãe fez.
_ Tchau também, amamos vocês.
Eu e a Bia dizemos.
Já a outra lá não falou nada.
Eu estou noiva de um cara que nunca vi antes na minha vida. Meu pai pediu dinheiro emprestado para ele e ia devolver assim que conseguisse se estabilizar. Mas o cara disse que não queria dinheiro, e sim uma esposa. E como ele sabia que meu pai tinha três filhas, ele escolheu a mais velha, nesse caso, eu. Meu pai não podia mais voltar atrás, já que tinha assinado o contrato, que dizia que o dono do dinheiro podia escolher entre pegar o dinheiro ou se casar com uma das filhas do devedor.
Então ele escolheu a segunda opção, nesse caso, eu, e como sou uma boa filha, aceitei.
_ Vamos Vick, para a biblioteca.
_ Ah, Bia, hoje não estou afim.
Resmungo.
_ Eu também não, mas como hoje é sábado e não tenho aula, quero sair com você, ir até a biblioteca. E além disso, não é tão longe daqui.
_ Se você não está afim, por que está me convidando?
Pergunto sem entender. Ela, por sua vez, dá de ombros. Affs, vai entender essa garota.
_ Vamos então.
Digo pegando na mão dela e indo em direção à porta.
_ Para Vick, a gente não vai de pijama para rua.
Só agora percebo como estamos vestidas.
_ Essa daí parece que é doída, não bate certo da cabeça.
Diz Lara, que ainda está sentada na mesa.
_ A única doida que tem aqui é você, com essa sua rebeldia.
Diz minha irmã caçula com raiva.
_ Olha aqui sua....
_ Chega, podem parar as duas, vocês sabem que a mamãe não gosta quando a gente briga.
_ Tudo bem, Vick. Vamos nos arrumar para o nosso compromisso.
Diz e sai andando.
Eu também já estava começando a seguir a Bia, quando Lara me para.
_ Você sempre consegue o que quer com esse seu rostinho de anjo.
Diz e se levanta, indo embora.
O que ela quis dizer com isso?
Depois de me arrumar com a roupa mais simples que achei, vou para a sala esperar a Bia ir para a biblioteca.
_ Vamos, já estou pronta.
Diz assim que aparece na sala.
_ Vamos, eu também.
Digo me levantando.
_ O que foi?
Pergunto para ela, que está me olhando.
_ Eu não te entendo, Vick, você é tão bonita, mas se veste com roupas duas vezes do seu tamanho.
Diz.
_ Você sabe, eu não gosto de chamar atenção.
Digo com um suspiro.
_ Vamos, mas você é bonita do mesmo jeito.
_ Obrigada.
Assim nós saímos em direção ao nosso destino. Foi bom conseguir ler uns livros que gostei muito, e acabamos levando alguns para casa para devolver na próxima semana. Para quem não queria sair de casa, até que foi legal.
Quando estávamos voltando para casa, Bia parou bem no meio da rua, e eu acabei batendo em suas costas.
_ O que foi, Bia? Por que parou no meio do caminho?
Pergunto.
_ Vick, aquela ali não é a Lara entrando no carro daquele homem.
Aponta para o outro lado da rua. Quando me viro para olhar, o carro já estava indo embora, e não deu para ver o rosto do homem. Mas deu para ver outro homem olhando para nós do outro lado. Me bateu um medo logo em seguida.
_ Eu não os vi.
Digo num sussurro para ela.
_ Por que você está sussurrando?
Pergunta ela.
_ Porque tem um homem olhando para cá.
Sussurro de volta.
_ Eu já tinha percebido.
Diz normal agora.
_ Ah!!!!
Só o que sai da minha boca.
_ Ah! Vitória, você não é tão ingênua ao ponto de não perceber o olhar de um homem para você.
Diz ela me olhando agora.
_ Ou sou.
Eu não sei o que responder.
_ É melhor irmos para casa, ok?
Diz por fim.
_ Ok.
E a única coisa que digo.
Será que sou tão ingênua ao ponto de não perceber o olhar de interesse de algum homem?
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