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Recomendação de Música: Let my home be my gallows - Hans Zimmer
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Depois que os garotos envolvidos na briga saíram, o refeitório voltou ao seu estado pacífico. Julie não perdeu a forma como Roman fez contato visual com ela, e quando ela desviou o olhar, notou que até Eleanor viu, porque no momento seguinte, ela a encarou. Algo lhe dizia que ela precisaria ser mais cuidadosa a partir de agora ao visitar banheiros ou ficar sozinha.
"O que você acha que desencadeou a briga?" perguntou Conner, olhando por cima do ombro para o lugar onde a briga havia acontecido.
"Quem sabe," respondeu Melanie, em um tom indiferente e voltando a terminar sua refeição. Julie percebeu que Melanie comia devagar. "Eles estão sempre entrando em brigas por Deus sabe que motivo. E uma vez que a briga acaba, uma pessoa vai para a enfermaria e a outra para a sala de detenção. É um processo sem fim."
"Talvez haja um motivo. Não há fumaça sem fogo," disse Julie, e Conner assentiu com a cabeça.
"Deveríamos ter pegado a mesa lá," disse Conner, como se sentisse falta de um fofoca importante.
"Qualquer lugar perto da briga só vai acabar com alguma coisa ou alguém quebrado," afirmou Melanie.
Julie se perguntava o que havia irritado Roman para acabar batendo em um cara hoje. Enquanto o garoto ferido estava sendo levado embora, ela notou seu rosto ensanguentado que lhe deu um calafrio na espinha.
Se algo assim acontecesse no último lugar onde ela estudou, eles teriam sido expulsos após um aviso. Mas então, este lugar era como uma universidade para delinquentes, exceto por alguns alunos.
Julie disse, "Eu vou para a biblioteca. Preciso fazer anotações para a aula de anatomia, já que o Sr. Jackman disse que ele tem um teste preparado para a próxima semana."
"Eu vou com você. Também preciso preparar as anotações, e talvez possamos trocar depois?" sugeriu Melanie, e Julie assentiu com a cabeça.
"Sim, isso seria ótimo. Vai nos economizar tempo," respondeu Julie.
Enquanto o trio saía, Eleanor e suas amigas olhavam fixamente para a nova aluna de onde estavam sentadas, marcando Julie como uma ameaça.
Chegando à biblioteca, Julie foi por conta própria encontrar o livro nas prateleiras. Tirando o livro, ela voltou para onde Melanie estava sentada. Duas horas se passaram enquanto Julie continuava a fazer anotações enquanto lia o livro didático.
Quando ela levantou a cabeça para perguntar algo a Melanie, percebeu que sua amiga não estava mais lá. Seus olhos procuraram ao redor, e ela percebeu que não havia mais uma alma ali. Os livros na mesa haviam desaparecido, e o som das páginas sendo viradas sumira.
"Melanie?" Julie chamou o nome da amiga, mas não recebeu resposta.
As luzes que estavam acesas na biblioteca começaram a piscar, fazendo-a se levantar da cadeira.
As prateleiras que estavam de cada lado desapareceram como se nem estivessem aqui, e quando ela chamou o nome da amiga de novo, sua voz apenas ecoou. De repente, ela ouviu as portas atrás dela se abrindo, e entraram alguns homens vestidos de túnicas pretas com os rostos cobertos e segurando tochas de fogo. Atrás deles, uma pessoa carregava alguém em seus braços, que parecia inconsciente.
O homem caminhou para frente e colocou a pessoa inconsciente no chão.
'Me dê a faca,' uma pessoa exigiu, e os olhos de Julie se arregalaram. Eles estavam planejando matar a pessoa no chão?! Logo ela começou a ouvir sussurros de encantamento-
"Julie? Acorda."
Os olhos de Julie se abriram ao ouvir a voz de Melanie, e ela acordou do seu sonho. Um pouco desorientada, ela se sentou ereta na cadeira. Olhando em volta, viu alguns estudantes ali sentados e estudando.
"Eu adormeci," disse Julie e arrumou o cabelo.
"Você dormiu. Você estava dormindo tão profundamente que eu não tive coragem de acordar você," disse Melanie franzindo o nariz. Julie não podia acreditar que havia adormecido e olhou para o seu relógio no pulso. Eram quase duas da tarde. Sua amiga informou, "Eu vou voltar para o dormitório."
"Eu terminarei isso e te encontro no dormitório," disse Julie, sem querer deixar sua amiga esperando. Melanie assentiu, pegando seus livros e deixando Julie para completar suas anotações.
O sonho que Julie havia sonhado alguns minutos atrás se dissipou enquanto ela tentava trabalhar no restante de suas anotações que precisaria. Uma hora se passou antes de ela terminar, e ela devolveu o livro. Era de tarde e o céu estava coberto de nuvens que tornaram o tempo sombrio e frio, como se fosse chover.
Ao passar pelo Bloco Azul, Julie avistou Roman, que estava sentado despreocupadamente nas escadas com uma mão segurando o cigarro e a outra descansada atrás de si. Como era domingo, o prédio estava vazio, sem alunos ou professores presentes.
"O que você acha que está fazendo, Roman? Dante nos pediu para limpar e eu estou fazendo todo o trabalho maldito sozinho," disse outro garoto que saía do prédio com um esfregão na mão.
"Estou fazendo uma pausa," respondeu Roman em uma voz calma. Ele soprou a fumaça no ar. Pelo número de vezes que Julie o pegou fumando, ela só poderia acreditar que ele morreria de insuficiência pulmonar.
Julie ainda estava caminhando, pois tinha que passar pelo Bloco Azul, ouvindo-os falar.
Griffin parecia desconcertado com as palavras de Roman, "Pausa? Você nem tocou no esfregão ainda. Parece que você prefere ficar no calabouço."
Ouvindo-os, Julie perguntou, calabouço?
"Vá em frente," disse Roman, um sorriso nos lábios. Julie percebeu que eles estavam sendo punidos por causar confusão no refeitório. Decidindo não se envolver, ela rapidamente se afastou dali. Atualmente, ela tinha o suficiente em seu prato e não queria estar onde problemas respiravam.
Os olhos de Roman e Griffin foram rápidos em cair na estudante que estava se afastando do lado de fora do prédio, e Roman sorriu, "Parece que será você e não eu passando seu tempo no calabouço se ela pegou o que você disse."
À noite, quando Julie estava em seu dormitório, alguém bateu em sua porta. Quando ela abriu, viu uma garota parada lá, que ela não conhecia.
"Isto é para você," disse a garota, entregando o envelope para ela.
"Espere!" Julie impediu a garota. "Quem te deu isto?"
"Eu não sei. Só me pediram para entregar a você," respondeu a garota, deixando a frente de seu quarto.
Ela deu uma espiada no corredor e viu algumas das garotas em seu próprio mundo, conversando e rindo. Fechando a porta com uma mão e na outra segurando a carta, Julie olhou para a janela deixada aberta por ela. Quão diferente do remetente de sua carta, dar a carta a alguém e então entregá-la a ela, ela pensou consigo mesma.
Ao abri-la, ela a leu para si mesma, "Se você não quer que seus segredos sobre as regras que você quebrou sejam conhecidos, venha à floresta onde a fogueira aconteceu ontem. Eu estarei esperando por você."
Eram dez da noite, e esta pessoa queria que ela saísse do dormitório? E na floresta?
Julie comprimiu os lábios com uma pequena carranca, se perguntando o que mais esta pessoa sabia sobre ela além de ter quebrado a regra ao enviar a carta para o seu tio. Ela não queria ir, mas este valentão misterioso havia decidido mostrar-se a ela. Se ela fosse, ela saberia quem é e poderia resolver este assunto de uma vez por todas.
Vestindo seu suéter e pegando a lanterna, ela saiu do dormitório. Tão fácil quanto tinha parecido quando ela havia caminhado com Melanie e Conner, Julie percebeu que o caminho na floresta era confuso, e levou algum tempo para chegar ao lugar onde o fogo havia sido aceso ontem.
Ela notou alguém de pé lá, uma garota. Quando a pessoa se virou, as sobrancelhas de Julie se levantaram.
"Eleanor?" questionou Julie, franzindo suas sobrancelhas.
"Surpresa em me ver?" perguntou Eleanor com um sorriso.
"Mais do que qualquer coisa. Foi você quem me enviou a carta?" perguntou Julie, com os olhos procurando ao redor para ver que não havia mais ninguém ali além delas.
"Claro que fui eu, quem mais você acha que seria? Roman? Porque você acha que compartilharam dois palitos de choco e agora vocês são uma coisa na sua cabeça?" Eleanor zombou da ideia. "Vocês garotas de cidade pequena gostam de sonhar alto. Você achou que eu te dei uma ameaça vazia hoje de manhã?"
"Devolva a carta para mim," exigiu Julie.
"De volta?" questionou Eleanor, "Já te entreguei a carta, por isso você está aqui, sua lerda. Como não temos telefone, cartas são a melhor forma de comunicar."
Enquanto Eleanor olhava para baixo para Julie, Julie tentava somar às palavras da garota se perguntando se isso era um erro. Era possível que Eleanor não fosse a pessoa que tinha a carta que ela havia escrito para o tio, e era alguém mais.
Julie suspirou. Ela tinha vindo aqui por nenhuma razão. Ela se virou, pronta para sair quando ouviu Eleanor falar,
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"Aonde você acha que está indo?" Ao mesmo tempo, três meninas surgiram detrás das árvores. "Eu não disse para você sair e ainda não terminamos de falar com você."
"Vocês podem falar comigo amanhã. Posso arranjar tempo para todas vocês dependendo da importância do assunto," disse Julie para as meninas. "Vocês não ouviram o que acontece quando se entra na floresta a esta hora da noite? Alguém é morto," falou ela, séria.
"Estamos aqui há mais tempo do que você, Julianne. Aprendemos a não ter medo de coisas tão estúpidas. Nem sequer estamos na zona de perigo," respondeu Eleanor e depois sorriu, "Se tem alguém que vai morrer, é você."
"Parece que todas vocês estão mirando em acabar na cadeia e não em se formar aqui," observou Julie, olhando para as três meninas que seguravam um taco de beisebol em suas mãos.
Eleanor riu das palavras de Julie, "Não se preocupe, eu não quis dizer literalmente, mas pode ter certeza que você vai se arrepender de se aproximar de Roman quando terminarmos com você aqui."
Julie não queria quebrar nenhum osso e ela deu um passo para trás das três meninas, perto de uma árvore. Ela segurou a lanterna em sua mão. Ela disse,
"Não tenho interesse nele. Você pode ficar com ele para você. O que aconteceu ontem foi apenas um jogo simples e nada mais do que isso. Você sabe como são os veteranos," ela tentou convencê-las.
"Quebrem as pernas dela para que ela não possa usá-las," ordenou Eleanor em voz calma. Logo uma das meninas balançou o taco na direção de Julie, mas a tempo Julie se desviou do lugar, e o taco acertou a árvore. Folhas secas caíram no chão.
Essas psicopatas!
Ouvindo o som do taco de metal atingindo a árvore com força, os olhos de Julie se arregalaram. Suas amigas não estavam brincando quando disseram que algumas das meninas eram loucas. Essas meninas precisavam de terapia! Apesar de ter percebido que as coisas neste lugar eram extremas, apanhar com um taco de beisebol era algo que ela nunca tinha considerado.
Eram quatro meninas com taco de metal em suas mãos, e ela estava sozinha apenas com uma lanterna na mão. Era isso mesmo, percebeu Julie. Quando uma das meninas se aproximou dela, pronta para balançar as mãos, Julie apertou o interruptor de sua lanterna, e a luz branca caiu bem nos rostos das meninas, cegando-as momentaneamente.
Rapidamente Julie começou a correr, e as meninas a perseguiram floresta adentro. Felizmente as outras meninas eram muito mais lentas do que ela, e isso facilitou para que ela desviasse do taco de beisebol sem quebrar ou danificar qualquer parte do seu corpo.
"Por que vocês estão correndo devagar! Não deixem ela escapar!" Eleanor ordenou às suas amigas de trás. A líder do bando estava muito mais lenta que as outras meninas, e Julie balançou a cabeça.
"Que tal se pararmos um momento e resolvermos isso. Duvido que vocês queiram acabar na prisão," gritou Julie, seus sapatos levantando as folhas secas por um segundo devido à velocidade com que ela corria antes que caíssem novamente sem vida no chão.
"Você quer dizer quem vai acabar no hospital? Quando terminarmos com você, você não vai mais estudar aqui," Eleanor gritou de volta enquanto perseguia o resto delas.
"Não quero nenhum mal-estar, então vamos acabar com isso!" gritou Julie. Enquanto continuava a correr, ela levantou a mão e tentou ver a hora em seu relógio. Eram dez e quarenta, e restavam apenas vinte minutos antes de ela quebrar uma das regras. Ela não queria quebrar mais regras do que já havia quebrado. "Vocês estavam apenas blefando! Vocês não sabem de nada!"
"Claro que sei," respondeu Eleanor e de repente uma das meninas alcançou Julie. Julie não tinha mais a mínima ideia de para onde estava correndo e fez uma rápida curva à esquerda. "Você acha que as pessoas são surdas que não ouviram o que você estava falando para o Roman?"
"Eu pensei que as pessoas tinham seus próprios assuntos," murmurou Julie para si mesma.
Qual o caminho para sair daqui?!
"Todos ouviram você desafiando Roma. Você ultrapassou seu limite ali," afirmou Eleanor.
Julie sentiu uma gota de água cair na sua testa e, nos próximos segundos, a chuva começou a cair do céu. Enquanto as meninas a perseguiam, nenhuma delas notou que haviam adentrado partes mais profundas da floresta, perdendo os sinais de perigo que estavam pregados nas árvores. A chuva embaçava todos os sons nas proximidades e ela não podia mais ouvir os passos das meninas a perseguindo. Será que as meninas foram embora?
Julie se sentia sem fôlego por causa da corrida, e agora que chovia e a água turvava metade da visão, ela parou por um momento para ver onde estava.
Quando ela se virou, bem a tempo, viu mais uma menina que não desistiu de perseguir sua presa. Julie cambaleou para trás, trazendo a lanterna na frente, mas isso só quebrou quando entrou em contato com o taco.
"Finalmente, você não tem para onde ir," veio a voz de Eleanor por trás dela.
"Você não acha que isso é jogo sujo? Quatro contra uma pessoa e sem falar na escolha da arma," disse Julie, ofegante por ar e observando a outra menina também ofegando.
"Você nunca ouviu dizer que em amor e guerra tudo é justo, Jules," disse Eleanor, cruzando os braços sobre o peito.
"Eu acho que você precisa de ajuda," Julie deixou seus pensamentos conhecidos. "Eu não vou contar nada para a diretora sobre isso, se vocês pararem com isso e voltarmos para o dormitório antes de violarmos o horário do toque de recolher."
Eleanor segurou um dos morcegos e aconselhou, "Feche seus olhos, doerá menos." Mas antes que algo pudesse acontecer, ouviram um grito na floresta, que chamou a atenção de todos. "O que foi isso?" Eleanor virou a cabeça, olhando para trás.
Outro grito arrepiante foi ouvido, e as meninas de repente ficaram preocupadas. Julie olhou em volta, contando o número de meninas ali. Eram quatro meninas e ela, todas estavam ali. Então, quem gritou?
Julie caminhou até uma árvore, olhando fixamente para ela, que tinha uma placa de aviso pregada na casca da árvore. "Acho que estamos na área restrita da floresta," disse ela, engolindo em seco quando um trovão soou no céu e os relâmpagos piscaram.
Tendo já ouvido dois gritos que possivelmente vieram de uma mulher, Julie e as outras meninas rapidamente começaram a correr sem direção exata, sem perceber que estavam entrando na parte mais profunda da floresta. Passava das onze da noite, e Julie havia quebrado com sucesso mais uma regra da lista, passou o pensamento lacônico.
"Você não disse que conhecia bem os caminhos na floresta," exigiu Julie quando alcançou a garota.
"Eu nunca andei tão longe. Você acha que gosto de passear por aqui?" Eleanor retrucou como se isso não fosse culpa dela.
Como esperado, Eleanor era toda palavras, exceto com os morcegos. Julie correu mais um pouco antes de parar. Ela olhou em volta, sem saber qual direção as levaria de volta ao dormitório.
Elas não sabiam de que direção o grito veio, pois a voz ecoou. Uma das meninas disse, "Devem ser os animais selvagens daqui. Deve ter atacado alguém!"
Essa era uma resposta possível, pensou Julie consigo mesma. Ela caminhou cegamente para a frente. Quanto mais andava, notava algo no chão. Pedras colocadas verticalmente. Era um antigo cemitério...
Esse cemitério pertencia àqueles senhores que outrora viveram nesta propriedade? De onde ela estava, as lápides pareciam antigas e cobertas de musgo esverdeado em algumas partes. Percebendo que este era o caminho errado, Julie se virou, andou até onde as outras meninas estavam.
Seu coração desceu rapidamente do peito ao ver o guarda da universidade, que estava ao lado do Sr. Borrell e de outro professor.
"O que você pensa que está fazendo aqui?" o Sr. Borrell lançou um olhar furioso para Eleanor, que olhava para o chão.
"N-nós nos perdemos, Sr. Borrell," respondeu uma das meninas. "Estávamos caminhando na floresta e depois não conseguimos voltar."
O Sr. Borrell parecia mais do que irritado com elas, e quando seus olhos pousaram em Julie, eles se estreitaram. "De volta a arranjar problemas. Todas vocês terão detenção amanhã. Por não seguir as regras e vagar durante a noite."
"E aquele grito? Ouvimos alguém gritar," perguntou Eleanor e o outro professor que estava com o Sr. Borrell disse.
"Foi provavelmente o grito de um animal," respondeu o homem de cabelos loiros com um sorriso nos lábios. "Nós não sabemos que criaturas estranhas vivem nestas matas." Isso não era verdade, pensou Julie consigo mesma. O que os dois professores estavam fazendo aqui? Ela sabia que mesmo que dissesse algo em sua defesa, só receberia mais uma detenção, e ela não queria a oferta compre uma e leve outra grátis.
"Mas Sr. Evans-" Eleanor começou a dizer algo, mas o Sr. Evans se aproximou e ficou na frente dela.
O homem colocou a mão no ombro dela e olhou diretamente nos olhos de Eleanor, e disse, "Você não viu nem ouviu nada aqui. Mas você quebrou as regras que colocamos e, por isso, certifique-se de ir à sala de detenção amanhã."
O Sr. Evans caminhou até as outras meninas, repetindo as mesmas coisas que ele havia dito a Eleanor. Depois, ele veio parar na frente de Julie. Ela sabia que as meninas eram burras, mas duvidava que fossem burras o suficiente para não entender da primeira vez que ele disse porque ele repetiu as mesmas coisas. Seus olhos castanhos-claros encaravam os dela, e ele disse,
"Esqueça tudo o que você viu ou ouviu aqui. Agora você irá para o seu quarto sem discutir uma palavra com ninguém e visitar a sala de detenção por ter ficado fora depois das onze da noite."
Julie não sabia porquê, mas sentiu um calafrio percorrer sua espinha quando ele olhou diretamente em seus olhos. Então, o Sr. Evans se afastou delas e ofereceu, "Por que não levo vocês, jovens senhoritas, de volta ao seu dormitório? Vamos então."
A chuva havia parado, e no caminho de volta, as meninas não falaram umas com as outras, conforme instruído pelo Sr. Evans. Agora, se ao menos as meninas tivessem ouvido ela como ouviram o Sr. Evans, não haveria problema. Ela não podia acreditar que havia ganho outra detenção.
Ao se afastarem das árvores mais densas, Julie finalmente conseguiu ver os prédios. Enquanto olhava para as árvores ao caminharem na noite silenciosa, seus olhos pousaram em alguém que estava sobre um galho da árvore.
Era Roman. Como pessoas como ele não recebiam detenção? Seus olhos se encontraram por um breve momento antes de ela olhar para a frente como se não o visse.
"Agora voltem para a cama e não quebrem mais nenhuma regra," sorriu o Sr. Evans quando chegaram na frente do dormitório, e as meninas entraram.
Julie entrou em seu dormitório, trancando a porta atrás de si e fechando as cortinas. Suas roupas estavam encharcadas de chuva, e ela trocou-se por roupas limpas. O Sr. Evans havia dito para esquecerem tudo. Ele queria dizer para não falar sobre isso com ninguém? E quem gritou?