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CAPÍTULO 17 - CONTRA TEMPO

Próximo a entrada do prédio de pesquisas, Luna corria em busca de ajudar Mizu a completar sua missão.

Ao chegar na porta do prédio, Luna escondeu sua presença e entrou sem ser vista por ninguém.

Em alta velocidade, ela procurava sentir o cheiro de Mizu, porém não tinha total controle de seus sentidos por conta de seus machucados e sua fraqueza.

Por mais de sair vitoriosa sem grandes problemas em sua luta, ela tinha exagerado no uso de seu poder e por isso tinha passado mal logo ao sair daquele lugar. Com sorte, ela chegou ainda inteira ao prédio onde Mizu fazia sua missão. Se não fosse por ele, ela já teria parado.

"Onde você está, Mizu?!" – Luna pensou enquanto subia as escadas para o segundo andar do prédio.

Chegando ao andar, caminhou lentamente pelo confuso corredor, enquanto buscava encontrar Mizu por algum daqueles lugares.

– "Aqui?" – Luna disse em voz levemente alta logo que sentiu o cheiro de Mizu.

– "Na sala fria que está aberta. É de lá que o cheiro dele está vindo" – Uma voz surgiu de trás de Luna, porém de uma distância relativamente grande.

Se virando para trás, Luna deixou novamente que sua presença fosse vista, ação que foi aplaudida por Alon, que era o dono da voz que tinha provocado a garota.

– "Você parece ser um dos bem convencidos desse país, eu sinceramente não gosto disso." – Luna provocou o homem, porém ele não demonstrou incômodo algum.

– "Não é sobre isso, te garanto que sou diferente deles." – O homem provocou de volta, porém também não teve um bom resultado.

Os dois estavam retos um para o outro no corredor cheio de curvas e deformações. De um lado, Luna estava sem armas, do outro, Alon carregava em sua mão direita o escudo da defesa que foi gerado do cristal.

Alon já tinha sentido a presença de Luna, por isso já estava pronto esperando ela subir para aquele andar.

– "Você me falou sobre o cheiro dele, então provavelmente você sabe onde o Mizu está." – Luna retomou a fala principal, colocando o velho homem contra a parede.

– "É verdade, cometi um vacilo e nem teria percebido se você não me falasse. Estou velho, porém ainda aprendo muito com vocês, por mais que eu não acredite que alguém da sua raça possa me ensinar algo bom." – Usando de um tom fortemente irônico, Alon mudou a narrativa para que pudesse ofender Luna.

Pouco mudada em sua expressão, Luna apenas respirou fundo antes de abrir a boca para que pudesse responder ao homem.

– "Não há o que ensinarmos de ruim para a própria escória." – Luna riu ao terminar de dizer, sendo interrompida por um avanço do homem em direção de seu rosto.

Alon tinha se lançado na direção do rosto de Luna, buscando atacá-la com um grande soco direto de direita.

– "Hunf, você não respondeu minha pergunta." – Luna foi mais rápida e atingiu um forte soco no homem ainda no ar.

O soco de Luna havia sido extremamente poderoso, emanando de sua mão uma forte fumaça negra que representava aquele ataque poderoso que ela tinha usado.

O soco carregou poder o suficiente para que lançasse Alon para as escadas. Ele só não havia morrido naquele momento por seu escudo, que o protegeu do impacto do chão após ser lançado longe.

– "Onde está o Mizu." – Luna retornou a perguntar de forma séria.

Com dificuldades e dores, Alon se levantou do chão e, com sua expressão emanando sua forte dor, se colocou novamente em posição de ataque.

Correndo em direção de Luna, o velho homem tentou acertá-la com um soco direto em seu rosto, porém apenas a viu desviar sem dificuldades.

Tornando a atacar de forma rápida, Alon trocou seu ataque. Agora ele havia tentado um chute na mandíbula da garota, que defendeu de forma simples, rebatendo o chute do homem com seu braço.

Tendo pouca distância para o homem, Luna o atacou com um soco, o qual foi defendido pelo escudo.

O poder havia sido tão grande que os dois foram repelidos. Tanto Alon quanto Luna voaram para longe, cada um para um lado diferente.

Luna, mesmo ao ser lançada para o final do corredor, se manteve de pé, enquanto que deu adversário nem mesmo pôde se manter de pé com tamanho impacto do ataque.

– "Não estou em condições disso agora, me diga logo onde ele está." – Luna disse enquanto pôs sua mão sobre a barriga, sinalizando o auge de sua fraqueza corporal.

– "Eu sinceramente não entendo." – Se levantando lentamente do chão, ele completou sua fala – "O que ele viu em uma aberração do seu nível." – Ao terminar finalmente de se levantar, o homem usou de sua voz falha para lançar duras palavras para a garota.

Tendo mantido sua expressão séria desde o início da luta, Luna finalmente esboçou uma nova reação, diferente de tudo que ela normalmente demonstrava em seu rosto.

Naquele momento ela se viu totalmente perdida em uma grande vermelhidão que mudou drasticamente a cor de sua testa e bochechas.

– "Ele não me escolheu, eu o escolhi." – Era difícil saber sobre ao que exatamente ela estava se referindo. Seu tom ainda era o mesmo de todos os momentos, não deixando evidente nenhuma paixão ou ironia em sua fala.

– "Você acha mesmo que ele ficará junto de você por tanto tempo quanto você planeja?" – O homem manteve a ira em sua voz.

– "Eu sinceramente acho difícil que ele abandone todo seu orgulho a tempo de me amar, porém sei bem que por conta desse mesmo orgulho ele não me deixaria ir embora." – Luna sorriu pela última vez antes de voltar a estar séria.

Flexionando os joelhos no chão, Luna abriu suas unhas para aumentá-las de tamanho e logo partiu para atacar o velho homem.

Atacando com tentativas de cortes usando sua grande unha, Luna teve todos seus ataques defendidos por Alon, que por mais que tentasse contra atacar, não tinha velocidade o suficiente para vencer os ataques rápidos da garota.

Usando do escudo da Defesa, Alon bloqueava e repelia todos os ataques da garota, que logo ao se aproximar dele, era afastada novamente.

– "Você é insistente." – Luna comentou.

Mudando sua ação de ataque, ela deixou de projetar o corpo em direção de Alon, apenas ameaçando o atacar sem ir, o que o fez usar seu escudo para se defender de um ataque inexistente.

Com o escudo apontado para a frente de seu corpo, Alon não recebeu sua chance de reagir antes de ser novamente atacado pela garota.

Estendendo as mãos de forma reta a seu corpo, Luna entoou seu ataque: – "Lança da Fúria das Trevas".

Naquele mesmo instante, algo cobriu o escudo da branco, não se pôde ver ao certo o que era aquilo, porém era evidentemente um forte poder da escuridão que surgiu das mãos da garota.

Aquele cristal que estava sendo usado como um escudo foi totalmente destruído em diversos pedaços, voltando a fazer parte do cristal principal que estava em algum lugar do país dos grandes muros.

Ao se juntar ao cristal principal, era como se aquele fragmento de cristal perdesse sua forma em várias partículas de algo similar a neve, logo sumindo de uma vez da sala.

– "Maldita besta!" – Alon gritou.

– "Não me julgue por seus próprios conceitos. Se você sabe que sou mais forte que você, porque não me responde diretamente aquilo que perguntei?"

Mesmo de longe, Luna fazia com que Alon recuasse mais e mais em direção a escada.

– "Você me ignora sempre que quer, porém eu não vou te ignorar." – Luna disse, lançando um forte vento negro em direção do homem, que correu para que se desviasse do ataque.

Indo em direção da escada, ele logo foi impedido por outro vento negro que tinha como foco o impedir de fugir por aquela direção. Naquele momento, ele não tinha por onde fugir e não tinha com o que lutar contra a forte garota.

– "Você voltou a ser apenas um velho senhor. Esse é o destino de todos nós, iremos para o mesmo lugar independente de nossas raças." – Luna teve novamente seu olho tomado por um forte tom vermelho durante sua fala, porém isso não durou, tornando ao seu tom branco logo após o final de sua fala.

– "Não, eu nunca irei para o mesmo lugar que você."

Luna e Alon voltaram a ficar frente a frente para aquela que seria a luta final, porém…

– "Luna!" – Um grito ecoou por todo o prédio, fazendo com que Luna o reconhecesse no mesmo momento.

– "Ele vale mais a pena, porém você não vai sair vivo."

Luna lançou sobre a estrutura do andar um forte vento que tomou todos os lados. O vento negro tinha sido tão forte, que logo ao atingir a estrutura do prédio, a abalou totalmente, fazendo o prédio começar a cair.

Sem perder tempo, Luna lançou um forte vento negro em direção de Alon, que foi atingido em seu braço esquerdo, o qual foi arrancado de seu corpo pelo corte extremamente profundo.

Caindo no chão, ele manchou aquele andar com uma poça de sangue que jorrava de seu braço.

– "Você não merece a vitalidade que tem." – Luna sorriu de forma cruel antes de se retirar daquele local

Partindo em direção ao andar no qual ela tinha ouvido a voz de Mizu, Luna se apressou para encontrá-lo.

Por conta de sua audição forte, ela sabia exatamente onde ele estava naquele momento. Aqueles eram instintos dignos dos mais perigosos animais viventes.

Subindo as escadas em grande velocidade, Luna chegou ao quinto andar do prédio.

Indo pelo corredor até a última sala, a abriu e viu Mizu e Uzur, que tentavam escapar de suas cordas.

– "Vamos Uzur." – Mizu disse enquanto segurava com sua perna a corda que prendia Uzur.

Uzur por sua vez se manteve em silêncio enquanto tentava forçar sua corda para que junto ao peso de Mizu, sua força o ajudasse a sair dali.

Os dois não tinham percebido a presença de uma nova pessoa na sala até ouvirem sua voz preencher todo o ambiente frio.

– "O que vocês estão fazendo?"

– "Luna?" – Mizu disse empolgado após ouvir uma voz conhecida.

– "Eu vim Mizu, assim como prometi." – Luna deixou todo o ódio que carregava de lado, tornando a sorrir de forma leve, porém com tons de ironia

Mizu soltou sua perna da corda que prendia seu amigo e voltou a estar normalmente preso de forma reta.

Sem perder tempo, Luna cortou a corda de Mizu e Uzur, os libertando daquele lugar.

Os dois caíram diretamente no chão, sendo cobertos pelo forte cheiro de corpos mortos.

– "Quem é você?" – Luna lançou a pergunta para o homem que estava acompanhando Mizu.

Se levantando lentamente, o velho homem se pôs de pé mesmo com uma visível dificuldade em manter seu próprio corpo.

– "Meu nome é Uzur."

– "Tudo bem, isso não é importante agora."

Mizu se levantou rapidamente e interrompeu a conversa que se iniciava entre Luna e Uzur.

– "O prédio está caindo, não temos esse tempo para conversar." – Mizu se pôs em frente a Luna e Uzur, que apenas o olharam normalmente.

– "Tudo bem, você está certo. Provavelmente se demorarmos muito aquele velho pode retornar para nos impedir de pegar o cristal."

– "Você pegou a planta?"

– "Sim, ela está comigo."

– "Esperem." – Uzur chamou a atenção dos dois garotos que tinham começado a sair dali juntos. – "Você disse que ele ainda está vivo?"

– "Sim, porém ele nã-"

– "Não importa. Vão buscar aquilo que vocês vieram atrás, eu vou impedi-lo de atrapalhar vocês." – Uzur disse, cortando a fala de Luna.

– "Uzur, saia vivo daqui e nos encontre do lado de fora." – Mizu entrou na conversa ameaçando Uzur.

Respondendo com um forte sorriso, Uzur concordou com a cabeça, partindo em direção das escadas que desciam para os andares inferiores.

Diferente dele, Mizu e Luna seguiram com pressa para os andares superiores do prédio em busca do Cristal da Defesa que ainda estava por lá.

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