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Capítulo 66 de 25 – Por brincar com meus sentimentos, vou te matar!

A noite estava deslumbrante, com as estrelas cintilando intensamente e a Lua brilhava com todo o seu esplendor nesta primavera. Do topo da muralha da linhagem secundária, ocultei-me com meu arco e flecha, concentrando minha aura nos olhos enquanto observava meu alvo na muralha que separavam os povos.

Ela permanecia inalterada, sem mudanças aparentes, mas sabia que este seria o fim de sua história. Poderia ter prolongado seu sofrimento, mas o tempo era escasso; não tinha certeza se retornaria viva dessa caçada aos demônios.

Concentrei minha aura no arco e nas flechas, estiquei bem a corda e mirei no meu alvo. Com um olhar frio e determinado, declarei:

Flecha de fogo oculta.

Ela voou silenciosamente ao longo do lado lateral da muralha esquerda, aproximando-se sorrateiramente. Sendo externa à muralha, apenas o povo branco teria alguma chance de perceber sua presença. Seu fim estava cada vez mais próximo, e no momento certo, ativei o fogo em minha flecha. O alvo percebeu o perigo iminente, mas era tarde demais. A flecha perfurou completamente seu corpo, dando início ao inverno em minha vida.

Nos últimos anos, estive disposto a perdoá-la, mas suas tentativas de assassinato continuaram, até mesmo contra sua própria espécie, apesar de meu aviso. Seu pecado tornou-se imperdoável. Aqueles que ameaçarem minha família, não encontrarão perdão em meu coração.

Chegara o dia da minha partida, e enquanto me despedia dos membros da linhagem, um soldado aguardava do lado de fora para me acompanhar. No entanto, o som distante de vozes em euforia capturou minha atenção. Ao indagar o soldado, descobri que ocorria um torneio para determinar os próximos combatentes contra os demônios, como eram chamados aqui fora.

Insisti em assistir, especialmente porque meu alvo participava. Esperava assim obter uma ideia de suas habilidades. No entanto, fiquei desapontada ao constatar que ele era decepcionante. O que realmente me surpreendeu foi a presença de um homem chamado Izumi, com quem eu estava familiarizada.

Anos atrás, ele havia causado grande terror em nosso clã, tornando-se uma figura temida por todos. Durante algum tempo, ele aparecia ocasionalmente, causava intriga e incerteza sobre seus verdadeiros objetivos. Mesmo os membros mais arrogantes da linhagem principal evitavam cruzar seu caminho.

Carmine foi derrotada com facilidade, revelando-se verdadeiramente um monstro em combate. Enquanto ela estava à beira da morte, aproximei-me e tentei curá-la, mas meus esforços foram em vão; o máximo que consegui foi estancar seu sangramento. Pouco depois, um grupo de soldados apareceu e a levou.

O soldado que me acompanhava me conduziu ao auditório, onde conheci o líder. Ele irradiava confiança, mas não conseguia tirar os olhos de meus seios. Pensei se seu filho também seria assim e, se fosse o caso, seria mais fácil lidar com ele.

Quando Max apareceu, percebi que era extremamente bonito, mas eu não ficava atrás e sabia que ele nunca havia interagido com uma mulher como eu. Decidi bajulá-lo, mas parecia que minha tentativa não teve sucesso.

Eu pensei que matar Max não seria difícil, mas com a entrada de Izumi na equação, as coisas se complicaram. No início da viagem, quase sucumbi, e por um momento, temi que eu fosse a única destinada à morte. No entanto, com o tempo, recuperei minhas forças e percebi que eliminar Max seria uma tarefa quase impossível. O monstro nunca dormia e parecia nunca se cansar.

Quando chegamos a uma nova vila, executei meu plano para incriminar Izumi como um demônio, o que resultou em sua expulsão. Agora, eu teria a chance de eliminar Max. No entanto, percebi que ele estava desconfiado de mim.

Max me convidou para tomar banho com ele, presumi que ele preferiria uma garota mais tímida e que eventualmente baixaria a guarda, mas tudo saiu errado. Meu plano seguinte era matá-lo enquanto dormia, mas não aconteceu. E para piorar, a maldita de Ui teve a audácia de me repreender para ajudá-lo contra o demônio.

Saímos da vila e, para minha surpresa, Izumi voltou. As coisas já estavam complicadas e agora essa garota, Ui, havia se intrometido. Mas vi isso como uma oportunidade; como ela andava com Izumi, pensei que poderia distraí-lo um pouco.

À medida que o tempo passava, ficava chocada comigo mesmo. Beijei-o por impulso, enquanto ele me carregava, tão lindo quanto nunca. 

Não, Idalme, você precisa matá-lo!

Encontrei Max desmaiado no chão; essa era minha chance. Izumi estava mais à frente e Ui era fácil de descartar. Mas, não sei por quê, eu não queria matá-lo. Foi nesse momento que percebi algo: comecei a gostar dele.

Conseguimos eliminar o destemido e voltamos para a vila. De maneira surpreendente, minha primeira vez foi com a pessoa que jurei matar. Não queria mais isso.

Me desculpem, anciões, mas amo esse homem!

Voltamos à cidade e retornei ao meu clã, encontrei mudanças significativas; minha chefe Kata tornou-se a líder do clã, o que me deixou feliz. Minha missão já não parecia necessária. No entanto, os anciões me convocaram mais tarde, e eu recusei.

Esse foi meu erro. Eles tinham um plano. Enquanto caminhava pelos corredores, de repente caí em um subterrâneo, possivelmente resultado da mesma habilidade anteriormente usada contra mim. Eu poderia tentar fugir, mas sabia que precisava cortar o mal pela raiz.

Segui pelo subterrâneo em busca do local onde os anciões estavam. Após alguns minutos, encontrei o local e deparei-me que dois olhavam para mim. Rapidamente, eles se aproximaram e me jogaram no lago, mantendo-me submersa por alguns minutos.

— Me diga, transou com ele? — perguntou o ancião.

— Qual o problema de transar com a pessoa que amo?! — inquiri, buscando clareza.

Os dois suspiraram em decepção. O que eles estavam tentando me dizer?

— E agora, ainda o ama?

— Claro!

Sua pergunta era realmente tola. Como poderia eu conceber um mundo onde Max não existisse? Ele era a essência da minha existência, mais vital do que o ar que respiro, mais essencial do que meu próprio coração batendo no peito. Ele ultrapassava até mesmo os laços de sangue que compartilhava com meu irmãozão. Meu amor por ele transcendia qualquer explicação racional; era uma conexão visceral, enraizada nas profundezas da minha alma. Mas…

Amar? Eu amo ele? Como assim?

— Por que eu… o amo?

— Agora entendes?

— Hum?

— Estavas sendo controlada. Aposto que engoliste o esperma dele — disse a anciã.

— Sim… eu engoli. Por que não sinto apaixonada por ele? — eu me encontrava imersa em incertezas, buscava compreender o que ocorria comigo.

— Esse é o efeito do poder deles. Provavelmente ele sabia que você ia matá-lo e te usou. Agora aprendeu? Aquela família é maligna.

A incredulidade me tomava, mas o sentimento que pulsava dentro de mim parecia sussurrar a verdade. Eu me julgava dona de minha própria vontade, mas agora percebia que era eu quem estava sendo manipulada. 

Max, maldito seja! Como ousa brincar com meus sentimentos? Não haverá perdão para você. Eu vou te matar!

Desde que coloquei minhas motivações acima dos meus problemas pessoais, nunca me permiti sentir ódio por ninguém. Mas o que farei com ele será extremamente pessoal. Prepare-se, Max. A pessoa que você achava que manipulava será aquela que selará seu destino.

— Agora Idalme, vais continuar com a missão?

— Sim. Será um prazer!

— Boa menina.

— Hum! O que é isso? Não consigo me mexer — exalei as palavras em um tom de pânico.

— Marido, nem eu!

— O que está acontecendo?

A paralisia dos anciões era um enigma que me deixava perplexa. Como poderiam ser afetados por algo tão insólito, eles, tão imponentes e poderosos? Era algo que desafiava até mesmo minha compreensão mais profunda.

— Não, não, ainda é cedo demais. Como ele conseguiu? — O ancião proferiu as palavras com um tremor perceptível em sua voz, denunciando o medo que o dominava.

A sensação de intimidação era avassaladora, penetrava cada fibra do meu ser como uma sombra gélida. Embora minha mente lutasse para resistir, meu corpo estava enrijecido pelo medo, como se uma força invisível me prendesse em suas garras. A intimidação afetava meu corpo mais do que minha mente, algo que não era comum para mim.

— Marido, o que vamos fazer, ainda não estamos prontos!

— Calma, precisamos saber o que está acontecendo primeiro.

— O que vamos fazer! Assim ele descobrirá tudo!! — A anciã gritou com desespero, uma expressão que eu nunca havia visto nela antes, revelando o quão alarmante era a situação.

— Calma! Estou pensando!! — O ancião, que normalmente mantinha sua compostura, gritou em desespero, revelando a gravidade da situação.

— Calma você!

Os anciões, que costumavam ser tão serenos, agora estavam em completo desespero. Era evidente que aquele monstro os havia abalado profundamente. Talvez ele fosse mais poderoso do que eu imaginava. Após um período de imobilidade, finalmente pudemos nos mover novamente. Os anciões recobraram a compostura e foram conversar em um canto. Após concluírem sua conversa, o ancião se aproximou de mim e disse:

— Idalme, tenho uma missão. Quero que vá até a casa do líder e me diga o que está acontecendo com aquela aberração.

— Sim.

— Isso é tudo, pode ir.

— Sim.

Com o consentimento dos anciões, tomei a decisão de partir. Enquanto eles debatiam o destino de Izumi, minha mente não se desviava de Max. Sua traição e manipulação não serão esquecidas nem perdoadas. Não importava o desenrolar dos eventos, ele terá que enfrentar as consequências de suas ações. O destino dele estava selado.

— Por brincar com meus sentimentos, vou te matar!

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Bem pessoal, esse é o fim do volume. Durou mais do que imaginei, como sempre rsrsrsrs. O próximo volume será sobre os destemidos e será contado em terceira pessoa. Espero que gostem.

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