webnovel

Capítulo 55 – Weenny: Rajkumari a gaya hai!

Passo pela porta da aeronave com cautela, ergo o olhar apenas quando ouço todos gritarem ao mesmo tempo.

— Rajkumari a gaya hai! (A Princesa chegou!)

Então olho a minha volta, noto o tapete vermelho estendido, demonstrando respeito e satisfação pela nossa chegada, conforme vou descendo os degraus, reparo nos guardas Imperiais com suas fardas e armas, chego ao fim da escada onde um Brâmane já me aguarda, em silêncio eu me curvo e toco seus pés e aguardo que me abençoe, logo em seguida vem o Pandith e eu repito o mesmo o gesto, ambos tocam no alto da minha cabeça dando suas bençãos.

Ambos os sacerdotes sorriem.

— Langa Rajkumari Weenny Singh rahate hain! Maim brahmana hum aura mera naam Jai Kumara hai, main aap sabhee pujaariyaon kee or se svaagat karate hain. Main Kahana hai ki samraat Himanshu apane vishvast purushon bhejane ke lie ise praapt karane ke lie utsuk tha aur maharane Hameeda Baksi Begum mahilaon aur sevakon ko praapt karane aur seva karane ke lie bheja chaahate hain. (Vida longa à Princesa Weenny Singh! Sou um Brâmane e meu nome é Jai Kumar, lhe dou boas-vindas em nome de todos os sacerdotes. Quero lhe dizer que o Imperador Himanshu fez questão de enviar seus homens de confiança para recebê-la e a Imperatriz Hameeda Baksi Begum enviou as mulheres e servas para a receberem e a servirem.) - Brâmane diz.

— Chukri bizarre! (Muito obrigada!) – agradeço.

Levanto o olhar e vejo muitas pessoas, uma mulher que deve ser muçulmana, a reconheço pelas vestes, se aproxima com reverência e me saúda.

— Aaapka svaagat Rajkumari ho. Mera naam Salima, Maharane dvaara niyukt kiya gaya hai yah saath hai aur yah seva karane ke lie. Krpaya samraat ke darabaar praapt karate hain aur samman ke roop mein raj saahab ke hakadaar karate hain. (Seja bem-vinda, Princesa. Meu nome é Salima, fui designada para acompanhá-la e serví-la. Por favor, deixe que a corte do Imperador a receba e a honre como Vossa Alteza merece) – ela diz.

Eu viro para olhar para as pessoas para quem ela aponta, homens muito bem-vestidos e com muitas joias, mulheres muçulmanas e indianas que claramente parecem ser da corte, a julgar por suas vestes, todos fazem a saudação real, eu os cumprimento com o Namastê.

  — Lambe Jeevan Rajkumari Weenny Singh! (Vida longa à Princesa Weenny Singh!) – um dos homens grita, todos erguem a mão direita e repetem a frase deste homem, para me desejar vida longa, é mesmo uma grande honra.

— Yahee kaaran hain ki apane log hain, jo use shraddhanjali dene ke lie, Rajkumari aya hai. (Esse é o seu povo que veio lhe prestar homenagem, Princesa). - Salima então aponta para outros homens e mulheres e diz.

Faço menção de caminhar até eles e Salima gesticula rapidamente, vejo que algumas servas vêm em minha direção carregando uma tenda para me proteger do sol, também vem duas meninas com pequenos cestos cheios de pétalas de rosas nas mãos, as pequenas vão a minha frente lançando as pétalas no chão, na direção dos meus pés.

Assim que me aproximo um pouco mais do povo, faço questão de cumprimentá-los com o Namastê.

Meus amigos ainda estão atrás de mim, ao lado dos comissários e comandantes do voo. Vejo que um casal vem em minha direção, com certo temor e respeito e Salima se adianta, talvez na tentativa de me proteger. 

— Bom dia e bem-vinda, Princesa, acho que sabe quem somos, mas mesmo assim peço que permita que nos apresentemos à Vossa Alteza. - quando chegam a uma certa distância, o homem diz, em português.

Eu fico quieta e todos parecem esperar alguma reação, deve ser a permissão para que o homem continue a falar, movo a cabeça com concordância.

— Sou Amitabh e esta é Tia, a minha esposa, somos hindus e trabalhamos como tradutores, já recebemos todas as instruções para cuidar dos padrinhos durante o Shádi.

Ah, que bom que eles vieram.

— Bom dia. Então me resta dizer que, além de ser um prazer conhecê-los, vejo que meus padrinhos estarão em excelentes mãos. - sorrio para eles e respondo.

Tendo dito isso, o casal faz mais uma saudação e se posiciona um pouco mais distante.

— Rajkumari, vahaan apane vishayon, utsuk intajaar kar rahe hain apane aagaman ka jashn manaane ke lie chaahate hain. (Princesa veja, seus súditos estão ansiosos a sua espera, desejam comemorar a Vossa chegada.) – Salima avisa.

Fico encantada com o gesto do povo, uma banda está tocando para que o eles possam cantar e dançar, uma música típica indiana que demonstra a alegria que estão sentindo com a nossa chegada, eles são realmente acolhedores.

Caminho por uma estrutura semelhante a um túnel, sua cor é predominantemente vermelha e existem pilares para a sua sustentação, tudo muito bem decorado para a nossa passagem. Passo pelo corredor para que possam me ver, mesmo com o rosto coberto pelo pallu, ao meu lado estão as autoridades e um pouco mais atrás as servas, meus amigos e comissários vem logo atrás e após eles e ao redor todo o povo.

Acho linda a homenagem e me sinto um tanto tímida diante de tamanha atenção e honra. 

Vamos adentrando o aeroporto.

 

Os Amigos POV:

Weenny desce, o pallu cobre todo seu rosto, ouvem o povo gritando alguma coisa com certa emoção e desejam ardentemente saber o que é.

Dois homens caminham em sua direção e ela se curva pedindo as bênçãos a eles, exatamente igual ao que fora ensinado pelo Guru, ela deve esperar que eles toquem o alto de sua cabeça, o que fazem em seguida. 

Uma mulher que parece muçulmana se aproxima e diz algumas coisas e aponta para um grupo de homens sérios, que se adiantam e fazem uma saudação diferente da tradicional, dizem algo que certamente deve ser em seu próprio idioma... Quem estaria traduzindo isso tudo para Weenny? Todos eles sabem apenas algumas palavras em hindi, palavras importantes para o casamento, além de algumas canções decoradas após exaustivo treino, eles têm certeza de que Weenny e Eros sabem hindi tanto quanto eles.

Um casal vai até a Weenny e conversam rapidamente, mas infelizmente não conseguem ouvir o que é dito, a posição que estão não é privilegiada para isso. 

Muitas pessoas, homens e mulheres, estão nesta recepção, uns com roupas que aparentam ser caras e outros com vestes bem simples, fazendo-os notar que ricos e pobres estão aqui para recebê-los, mas são os mais pobres que festejam ao lado da Dulhana. 

Todo o povo faz uma saudação para a Dulhana e logo depois se reúnem e começam a cantar e dançar com músicos e muitos instrumentos, enquanto a Weenny vai caminhando pelo tapete vermelho até que chegam defronte à entrada do aeroporto.

Por que tanta gente está aqui para recebê-los? 

Por que Weenny está afastada do grupo?

Por que todos se reportam apenas a ela?

Por que ela está recebendo toda essa atenção?

São tantos os questionamentos que os rondam, pensam se tudo isso pode ser pela fama conquistada com os filmes.

Continuam caminhando pelo interior do aeroporto, percebem que os homens ricos ainda se mantém à direita da Dulhana, as mulheres à esquerda, os amigos apenas o seguem, enquanto os soldados continuam ao redor de todo o grupo, escoltando-os. 

As outras pessoas caminham atrás de todo o grupo. 

Os amigos andam quietos e curiosos, prestam atenção em tudo e não comentam nada, preferem estar a sós para isso, em breve devem chegar ao hotel.

A medida que andam pelo aeroporto, os indianos param e fazem uma saudação, levando a mão ao rosto uma vez e baixam os olhares, mas levantam seus rostos para olhar a Weenny assim que ela passa por eles, depois retornam aos seus afazeres. 

Os amigos ficam com dúvidas e olham uns para os outros buscando alguma explicação.

Admiram a maravilhosa decoração do aeroporto, veem esculturas em posições de meditação, elefantes e deuses hindus em bronze, realmente tudo lindo e luxuoso. 

Lhes causa estranheza não terem passado por nenhum tipo de barreira, entrevista, revista ou qualquer coisa para que possam entrar livremente na Índia, passam direto para porta de saída. 

Weenny Alves POV:

O aeroporto é simplesmente lindo e luxuoso, eu não estou sabendo lidar com tanta gente olhando para mim e me cumprimentando, é uma situação muito estranha, eu sorrio e faço o Namastê. 

Meu coração está ansioso.

Quando saímos, vejo que há um tumulto de pessoas.

  — Saba kuchh unakee vidaee, Rajkumari ke lie taiyar hai. Paalakee tainaat hai jab aap ham já sakate hain chaahata hoon. (Tudo está pronto para a sua saída, Princesa. O palanquim está posicionado, quando quiser podemos ir). – Salima diz.

— Haan, Salima. (sim, Salima) – digo.

Olho em volta, vejo o micro-ônibus que vai levar meus amigos e o movimento dos homens guardando as malas, faço sinal para que o casal de tradutores se aproxime, enquanto desvio a minha atenção para meu palanquim posicionado e os servos que me acompanharão, tudo realmente está pronto. 

— Estou indo para o local reservado para a preparação para o casamento, vocês devem ficar com os seus tradutores, Amitabh e Tia cuidarão de vocês e os levarão ao hotel, Eros estará lá também, logo nos veremos. – me aproximo dos meus amigos e digo.

Antes que eles possam pensar em responder alguma coisa, vou andando na direção do meu transporte. Salima me ajuda a entrar, fecho as cortinas e logo o palanquim é levantado e seguimos viagem.

 

Os Amigos POV: 

Mais uma vez há muita gente esperando, desta vez do lado de fora do aeroporto. 

Weenny apresenta um casal, que está próximo a ela, como tradutores contratados para os padrinhos e madrinhas, avisa que os amigos devem ir com eles para o hotel, enquanto ela seguirá para um outro local.

Querem lhe perguntar alguma coisa, mas não dá tempo porque ela vai caminhando na direção de um objeto que eles jamais tinham visto, não é um veículo porque não tem rodas, é como uma caixa de madeira, retangular e com alças na frente e atrás. 

Os amigos observam abismados a espontaneidade da Weenny ao entrar naquela caixa grande, como se já tivesse feito isso diversas vezes, fecha a cortina com tanta naturalidade que os deixa perplexos.

A mulher que a recebeu no aeroporto se posiciona ao lado da cortina recém-fechada, os soldados assumem suas posições ao redor, mas ligeiramente afastados da caixa, doze homens usando turbantes e vestidos com roupas típicas em tons de amarelo e vermelho, estão a postos e divididos entre as quatro alças longas e retas de madeira, eles levantam a grande caixa e partem.

Assistindo à partida da Dulhana, todos os padrinhos demonstram súbita ansiedade e preocupação, perguntando para onde vão levá-la.

— Para o palácio dela, não se preocupem. – Amitabh sorri e diz.

— O que é aquilo que a Weenny entrou? – Samara pergunta.

— Palanquim, um meio de transporte. – o tradutor responde.

As amigas se animam.

— As mulheres sempre são levadas em palanquins? – Marília pergunta e Amitabh sinaliza para Tia responder.

— Não! Apenas as pessoas importantes, a Dulhana é especial. 

  — Que ela é especial todos sabemos! - Eduardo diz.

— Você disse palácio? Weenny disse que será levada para um local de preparação. – Carol subitamente pergunta.

— A Dulhana aguardará o shádi em um palácio, não poderia ficar em uma tenda. – Tia responde, mas os amigos não atentam para o motivo que a fará ficar em um palácio.

As amigas só pensam em como será ficar em um palácio, pelo menos uma vez na vida, devem existir muitos palácios na Índia, quem sabe possam conhecer algum.

O motorista do micro-ônibus que vai transportar os padrinhos sinaliza e os tradutores trataram de embarcar um a um dos padrinhos, é aí que percebem que os amigos já estão sendo divididos em grupos, homens sentam nas últimas poltronas, ao lado de Amitabh e mulheres na frente, com Tia. 

O tradutor espera que todos estejam devidamente acostumados para fazer algumas explicações.

— Agora podemos nos apresentar adequadamente, meu nome é Amitabh e o de minha esposa é Tia, somos hindus e seremos seus tradutores por todo o tempo do shádi, fomos contratados especificamente para servir os padrinhos e madrinhas brasileiros, contem conosco.

Todos eles agradecem e os cumprimentam com o Namastê, sentindo-se mais seguros. 

— Ficaremos separados? – Claudio pergunta.

— Na verdade, na maior parte das cerimônias ficarão no mesmo ambiente, mas divididos como estão agora. Em algumas cerimônias ficarão separados, porque elas acontecerão em lugares distintos, mas vocês estarão hospedados no mesmo hotel. – Amitabh explica.

Enquanto conversam com os tradutores, os amigos olham tudo ao redor, alguns até mesmo fotografam tudo o que veem, uma das coisas que mais chama atenção de todos é o comércio de rua. 

Ficam maravilhados com as variedades de opções de compra nas ruas da Índia, mas logo se deparam com algo incrível e único neste país, o trânsito caótico, mas na visão dos indianos é organizado. Existem todo o tipo de veículos com rodas, sendo o mais comum o rickshaws que é uma espécie de bicicleta com uma cabine, que cabe duas pessoas, enquanto uma terceira pedala, mas os indianos podem dar um jeito de pôr até vinte pessoas e os amigos podem ver isso. Veem vacas e macacos na rua! Tiram muitas fotos para mostrar para os conhecidos.

Apesar do cansaço, é impossível para qualquer um deles recostar a cabeça e cochilar com tanto barulho de buzinas e freadas bruscas, mas nem tudo é ruim, também há muita cor e beleza para se olhar, claro que as mulheres não param de falar sobre isso, deixando alguns dos homens irritados, principalmente Guilherme e Filipe que reclamam todo o tempo tentando saber por que elas não se calam.

Enzo e Samara se provocam, ela o desafia a aguentar esse tempo longe dela, desde que começaram a namorar não conseguiram se desgrudar um só momento, agora serão obrigados, pelas regras de convivência indianas, a dormirem separados e serão impedidos de agarrar um ao outro o tempo todo, todos os amigos fazem chacotas deles, afinal os outros casais lidam com isso de uma forma mais natural.

Claudio e Carol não se importam com essa distância, talvez essa saudade alimente ainda mais esse amor tão forte que tem crescido entre os dois, sempre estão dispostos a pequenos sacrifícios em favor dos amigos.

Maria José só observa os loucos amigos que acaba de ganhar e se diverte com tudo.

Eduardo, Rafael e Iara só tiram fotos porque estão encantados com a diferença deste país em relação ao Brasil. Ricardo conversa tranquilamente com Michele, Victor, Igor, Mayara e Leonardo.

Cada um deles só pensa em relaxar com um banho demorado, querem algumas horas de um sono reparador, felizmente podem descansar ainda hoje. 

De repente o carro dá uma freada brusca e fica parado por um bom tempo, há um grande tumulto de pessoas, mas elas parecem que estão paradas observando alguém, cantam e acenam.

O motorista desce para ver o que os impede de prosseguir com a viagem... Percebem a aproximação de alguém que explica o motivo, logo depois ambos gritam algo em hindi, enquanto erguem seus braços direitos.

Tia e Amitabh olham um para o outro com certo desconforto, mas nada dizem.

— O que é isso? - Carol pergunta.

— Mais uma coisa para fazer a gente demorar? – Enzo diz.

— Mas como seu primo é chato! - Vivian olha para Dani e diz.

— Só a Samara para aguentar quando ele está assim.  – Dani responde e ri, enquanto a vê fazendo um sinal de discordância.

— Estou ouvindo, viu? – Enzo diz, tentando parecer irritado.

Rafael ri e junto com Claudio estimula a provocação entre os grupos.

— O cortejo da Princesa está passando por aqui e o povo parou para vê-la e saudá-la. – o motorista os surpreende ao dizer isso em português.

— Podemos ver a Princesa? – Victor pergunta.

— Ela está assim tão perto de nós? – Melissa diz.

— Não queria perder essa oportunidade. – Mayara diz.

— Deus me livre, como vou me comportar diante de alguém tão importante? – Maria José diz.

— Deve ser alguma turnê provincial, mas ela já deve estar indo para seu palácio. – Amitabh tenta disfarçar seu desconforto e convencê-los.

Todos silenciam, para alívio dos tradutores e logo o micro-ônibus pode prosseguir. Em mais alguns minutos chegam ao hotel.

Já na entrada do hotel estão posicionadas as recepcionistas, prontas para dar as boas-vindas tipicamente indiana, nas mãos de uma delas está uma bandeja de prata com pétalas de flores que serão lançadas, em pequena quantidade, na direção do rosto do convidado como um gesto auspicioso. Ainda nesta bandeja estão pequenos potes com tilak, para ungir os convidados, na região do terceiro olho, com a finalidade de abençoá-los e protegê-los na sua estadia na Índia.

Uma outra recepcionista está com uma bandeja com bebidas para oferecer aos padrinhos e madrinhas. Tendo sido recepcionados em regra pela equipe, caminham para o interior do hotel. 

— Nos aguardem aqui no lobby do hotel, enquanto vamos registrar cada um de vocês e despachar as malas, logo poderão ir para suas suítes. – os tradutores avisam.

Então padrinhos e madrinhas caminham pelo lobby bem vagarosamente, observam toda a beleza deste hotel e de todo o espaço. 

Eles se deparam com Eros, encostado em um pilar principal, de braços cruzados e um olhar engraçado.

Todas as amigas suspiram profundamente ao vê-lo.

— Bom dia. Sejam todos muito bem-vindos a Hindustan! Oh finalmente chegaram, parece que estou esperando por vocês há meses! Fizeram boa viagem? – Eros diz e exibe um largo sorriso, elas ficam mudas diante dele.

— Bom dia, meu amigo, estamos bem. E como você pode perceber, todas elas continuam apaixonadas por você. A viagem foi longa e boa, também estávamos ansiosos para revê-lo. – Ricardo diz e ri.

— E a minha Dulhana, como ela está? – Eros pergunta, ansioso.

— Está bem, fique tranquilo, cuidamos muito bem dela, mas nos separaram dela quando chegamos aqui. - Leonardo sorri e responde.

— Chamaram ela de Raj alguma coisa e levaram ela em uma espécie de caixa, que Amitabh e Tia disseram depois que é o palanquim, onde levam as pessoas importantes, ela entrou, fechou as cortinas, levantaram esse negócio e levaram ela embora! – Samara diz.

Todos sabem que quando Samara está nervosa fala demais, por isso riem.

— Ah, a minha Baby. – Eros suspira apaixonadamente e diz.

Todos querem abraçá-lo, mas percebem que os funcionários do hotel não tiram os olhos deles.

— Quero levá-los para conhecer o hotel, depois podemos tomar o café da manhã juntos, o que acham? Descansem um pouco e iremos em seguida. – Eros os convida.

Todos concordam e vão procurar um lugar para se sentar, mas as mulheres preferem permanecer ao lado do Eros.

Victor ainda estava irritado por ver o jeito apaixonado de todas as mulheres ao ver Eros, mas sempre foi assim. Ele não pode evitar de sentir essa raiva porque sempre teve esse espírito inflamado. Se pergunta por que Eros tem a atenção de todas as mulheres, da Weenny, em especial.

Victor fica observando a reação de sua irmã, da amiga Melissa, que é sabidamente apaixonada por ele, e das outras amigas se derretendo por Eros. Parece que os homens da companhia de dança não se importam com a adoração delas por ele e isso o deixa ainda mais furioso. 

— Não acredito que vocês não se importam de ver suas noivas suspirando pelo Eros e agindo como se estivessem apaixonadas por ele! Vocês são frouxos! – Victor esbraveja.

— Victor, meu amigo, venha cá. – Ricardo sorri e põe a mão direita em suas costas, a fim de conduzi-lo até um enorme espelho, onde veem Eros, as mulheres e os homens, além deles dois. 

— Olhe para nós e olhe para Eros, somos homens comuns e medianos em todos os sentidos. Vamos ser sinceros, olhe para ele, veja como é forte, imponente, educado, gentil e sedutor, já reparou no modo como ele trata as mulheres? Todas essas características juntas em pessoas como nós seria um tanto forçado, você sabe disso, mas sabe o que é mais interessante em tudo isso? Eros não se esforça para ser assim, simplesmente é, mas e nós? Vamos nos olhar nesse espelho, tente examinar não apenas o seu corpo e aparência, mas enxergue o que você realmente é... Não me entenda mal, isso não é uma lição de moral, estou mostrando o que cada um de nós aprendeu, por isso não nos afeta essa admiração que nossas damas têm por Eros, ele nunca teve olhos para outra mulher e não costuma brincar com os sentimentos das pessoas, nós todos o admiramos, por isso o chamamos de deus, queremos aprender com ele, Eros tem muito a ensinar. – Ricardo faz o seu discurso, deixando Victor boquiaberto.

Ricardo é um homem contido e sábio, observa bastante e tem muito a ensinar. Olha no fundo dos olhos de Victor com a intenção de finalizar o seu discurso — Victor, faça o mesmo, não se importe com o amor platônico delas pelo Eros, cuide de conquistar a mulher por quem você é apaixonado, mas que seja todos os dias. Não entre em competição com um deus, mas o admire livremente, para que possa ser capaz aprender com ele.

Victor tenta disfarçar uma lágrima que escapa de seus olhos ao ouvir o conselho para conquistar a mulher que ama, quisera ter conhecido esse sábio amigo antes de perdê-la para sempre, afinal agora não tem mais jeito.

Eles decidem voltar para perto dos outros amigos.

下一章