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teaser 2: Valete de ♠️

Perdida, era o que Vanessa estava agora perdida numa floresta onde os caminhos que ela ia não importando qual voltava para o mesmo lugar, uma grande árvore torta com um placa que dizia onde os caminhos iam porém ela sempre voltava ali. Isso a deixava frustrada como ela parou nessa situação?

Ainda se perguntava tentando lembrar tudo o que houve naquela noite e logo as memórias vieram como um flash, lembrando de encontrar aquela maldita carta depois de seu treino de boxe.

Estava trocando sua roupa de treino para uma normal quando colocou a mão dentro da bolsa a procura do celular e assim que o pegou havia mais alguma coisa atrás da capa e vendo uma carta de espadas, um valete para ser mais exata. Aquilo era estranho, quem foi que colocou isso em sua bolsa?

— Ei Judite. - chamou a velha mulher que estava segurando os itens de limpeza e logo olhou para a morena- A senhora viu alguém entrar aqui e mexer na minha bolsa, tipo colocar essa carta nela?

— Não querida, eu não vi ninguém... Espera... quando eu estava varrendo lá fora um cara estranho aqui e logo a tarde vi ele saindo daqui da academia sendo que nem eu e nem a recepcionista vimos ele treinando.- A mulher arrumou seus óculos e foi indo começar a limpeza.

Vanessa realmente achou estranho aquilo, mas guardou suas dúvidas pra depois, ela se ajeitou e saiu da academia em direção a seu apartamento que mesmo sendo um pouco longe mas sendo alguém atlética e por estar acostumada a isso foi rapidinho pra casa.

Mesmo após tomar um banho relaxante ela ainda ficava querendo saber sobre aquele homem e se poderia ser ele a ter posto o valete em sua bolsa, e depois de passar a tarde tentando saber com seus colegas se sabiam sobre esse cara ou se o viram Vanessa decidiu achar aquele cara mas do seu jeito e então iria esperar a noite chegar e com esse pensamento fechou os olhos.

A noite logo chegou e a garota estava na rua andando pelos bairros fumando um cigarro e com a carta em sua bolsa, seus olhos acinzentados estavam a procura do homem misterioso e estava atenta para saber respostas mesmos que fosse a força, continuava seu caminho a procura da figura nas espreitas do bairro e parou ao se sentir observada e quando olhou pro lado uma figura masculina passou correndo e estranhamente tinha orelhas de coelho.

— Ei cara! volte aqui! - Inexplicavelmente correu atrás dele até parar num beco escuro e logo tudo pareceu mudar para uma floresta que ela só percebeu essa mudança repentina de lugar quando já era tarde demais - Mas que porra de lugar é esse? Será que eu estou alucinando por conta do cigarro?

Realmente aquilo era irreal a não ser que aquele beco lhe levava para uma floresta, mas tão escura assim? Ela pensou enquanto caminhava ali tentando achar a saída daquele lugar.

Continuou andando até parar numa grande árvore e com uma placa que apontava para direções onde tinham vários caminhos ali, e foi assim que ela chegou nessa situação que agora estava surtando pra sair dali. Vanessa realmente estava a odiar isso já devia ter passado mais de horas que estava ali e já estava cansada de andar e levar apenas a onde ela começou, sua paciência e calma já estava no limite ao ponto de ficar socando aquela maldita árvore enquanto xingava mentalmente, droga se não tivesse seguido aquele homem.

— Droga porque logo comigo? Tem como isso ficar mais irritante? - Ela pensou quando parou de socar a árvore pelo cansaço isso ao sentir que algo se aproximava e já se preparou para atacar e quando os passos aumentaram ela se preparou e correu pra dar uma voadora naquele ser que se aproximava mas ele acabou desviando a fazendo cair no chão e se ralando pela queda.

— Que foi isso mulher? Atacando os outros sem mais nem menos? - Era uma voz masculina, olhando para ele pode notar que possuía olhos azuis e cabelos da mesma cor mas num misto de roxo e parecia ser alguns centímetros mais alto que ela. - Você me ouviu ou é surda?

— A vai pra porra seu arg... - Vanessa se levantou de mal jeito ainda meio ferida - Vem cá quem é você? E como não você não se perdeu nesse labirinto que leva tudo aqui sempre?

— Respondendo sua primeira pergunta me chamo Darius, já a segunda pergunta, sendo sincero é complicado explicar mas agora me responda quem é você? - O homem perguntou olhando para a mulher que mantinha uma carranca desconfiada.

— Vanessa, e como assim não sabe explicar!? como eu saio daqui?

— Percebi que está cansada - O rapaz disse ironizando de braços cruzados.

Vanessa se irritou com isso porém ignorou o comentário do rapaz e logo antes dela começar a falar com Darius os dois ouviram um barulho de algo se aproximando, e rapidamente a morena segura o pulso do azulado em direção a árvore se escondendo entre as grandes raízes que saiam do chão e os dois olharam vendo algo passando, pareciam pessoas normais só que algumas tinham algo de estranho em seus corpos os dois só não sabiam o que era, quando o grupo passou um deles acabou ficando para trás, ele agia como se tentasse farejar algo ele começou a retirar as roupas enquanto seu corpo começava a crescer e mudar, pelos cresciam por toda a parte… ele era um lobo… um lobisomem! Foi o que os jovens pensaram antes de fugir e o lobo correr atrás deles.

— "Puta que pariu, se isso for realmente real eu espero logo que essa porcaria termine." - A morena pensou irritada enquanto ela e Darius corriam o mais rápido que suas pernas podiam aguentar. -Mas que merda esse bicho não vai parar de nos perseguir? - Quase gritou irritada com aquilo.

— Olha se não dermos um jeito de escapar ou sei lá imobilizar ele, nós dois viramos comida de lobisomem! - Darius disse ainda correndo junto da mulher que o olhou com uma carranca brava.

— Ótimo e você tem algum plano pra isso, gênio? - Perguntou e vendo que o rapaz não respondeu, sendo um sinal de que ele não tinha nenhum plano. - Ok então vou resolver do meu jeito. - Parando bruscamente e correndo na direção do lobisomem.

— Mulher, você quer morrer o sua retardada? - O azulado parou ao ver que Vanessa ia correndo em direção a criatura.

Darius que observava a cena estava em conflito, não sabia se impedia a garota de se matar ou se fugia pela propria vida então se manteve la parado a observar quando o lobo mudou de rota bruscamente e comecou a correr em zig e zag e em circulos até finalmente parar.

— te peguei sua pestinha! - o lobo berrou, ambos os jovens adultos estavam parados e perplexos - desculpe pelo susto garotos não foi minha intenção.

— Ele acabou de de de-

— Considerando que antes parecia um humano e depois virou um lobo, sim. - Darius disse já estando ao lado da morena que parecia processar o que acabou acontecendo.

— Pelo que vejo vocês não são daqui não é? - O lobo disse enquanto uma de suas patas tinha um serzinho sendo esmagado por ela e inutilmente tentado sair.

— Okay okay eu não entendo, a um minutos atrás você era uma pessoa e agora é um lobo e está falando, pelos céus! Deus! eu não devia ter fumado hoje. - Vanessa indagou incrédula com o que estava acontecendo ali.

— como sabemos que não vai nos atacar? - perguntou Darius.

— Animais mentem em seu mundo, senhor? - perguntou o lobo, Darius pensou um pouco antes de negar. - bom, nós também não, meu jovem. Só estou atrás dessa ladrazinha! - rosnou fazendo a pequena ratinha presa em suas patas estremecer.

— Uma ratinha? Que estranho ela parece meio humana, desconsiderando claro as orelhas e a cauda. - Vanessa murmurou meio agachada analisando a ratinha nas patas do lobo que ao que parecia queria dizer algo mais para Vanessa só conseguiu ouvir chiados. O lobo disse algo mas Vanessa não entendeu o que foi dito por alguma razão ele latia em vez de falar. - Desculpa, mas por que está latindo?

— Hei, scrisoarea ta a căzut la pământ.. - A morena olhou para o homem que também começou a falar diferente de si? O que aconteceu? Eles resolveram mudar de língua? E depois pegou sua carta novamente que não tinha visto cair.

— cuidado com a carta, elas são importantes, principalmente se quiser voltar para casa. - disse o lobo.

Vanessa estava confusa e perdida, mas havia descoberto uma coisa nova, descobriu que não seria capaz de entender as pessoas sem a carta… o que era aquilo, magia? Destino? Ou teria tomado algo que não deveria? Talvez fosse só coisa da sua cabeça quando acordasse estaria em casa e pronto! Os jovens queriam perguntar mais coisas ao lobo, mas a ratinha fugiu e ele voltou a persegui-la.

— E lá se foi ele. - Frustrado Darius logo dirigiu seus olhos a Vanessa que por sua expressão parecia séria, entretanto pensativa com algo. - Enfim parece que nós teremos que se virar.

— Nós? - Vanessa logo parou o que pensava e olhou direto nos olhos azulados dele como se não entendesse o que ele quis dizer. - Como assim "nós"? Que eu lembro não concordei com isso, e nem te conheço.

Oh é verdade Darius nem ao menos se apresentou corretamente a ela e já estava a tratando como se a conhecesse, o que é irônico já que acabaram de se conhecer a minutos atrás e nem ao menos conversaram direito.

— Sim, não nos apresentamos, não é? Me chamo Darius-Antares-Ardelean. - O rapaz disse estendendo a mão a ela.- E você seria..?

— Vanessa, Vanessa Martins. - Respondeu com uma sobrancelha erguida em desconfiança e apertando a mão estendida para si.

— Pronto, agora não somos tão desconhecidos. - Sorriu e logo a olhou de forma calma. - E eu disse nós porque teremos que nos unir em algum momento, já que afinal parece que se perdermos essas cartas algum ruim pode ocorrer e isso é como um jogo de mortes. - Vanessa engoliu em seco com a última parte dita mas se manteve firme. - Então o plano melhor é se unir e trabalhar juntos pra sobreviver a seja lá o que esteja ocorrendo, pois teremos que descobrir ainda, o que me diz?

Ela não queria confiar nele, porém a situação onde estavam não é das melhores, ela teria que aceitar isso, podia ser uma cabeça dura mas se essa era melhor opção não iria discordar.

— E eu digo que vamos logo andando, parece que teremos longos caminho a ir se quisermos voltar pra casa.- Respondeu com as mão atrás da cabeça e foi caminhando a frente.

Darius apenas sorriu a seguindo, teria que conviver com alguém que antes quase o atacou, mas é possível que possa se dar bem se sobreviverem...

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