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A CASA NA COLINA

O casal começou a andar devagar.

"Espero dar sorte. Eu o encontrei hoje, esse meu velho amigo, e ele disse que ficaria em casa porque estava cansado por causa de nossa partida de squash. Mas se ele não estiver em casa, então você terá andado a toa colina acima.

"Ele estava cansado, mas você não?" Ye Rim já não tinha mais expectativa alguma sobre o resto da noite então somente aproveitava o momento.

Ou melhor, tentava não pensar que estava subindo uma ladeira num lugar desconhecido com saltos altos, sem dinheiro, documentos, ou telefone.

Mas neste momento, achou interessante o estilo de vida do Dr. Kim e seus amigos. Uma partida de squash na sexta-feira à tarde com um amigo... Parecia muito fora da realidade dela.

"Eu tinha um compromisso esta noite." foi a resposta dele, provavelmente significando que ele se poupou ou algo assim.

"Não foi isso que perguntei, Dr. Kim. Perguntei se o jogo não foi cansativo para você."

"Não. Acho que estou em melhor forma física que ele, provavelmente."

"Uhn. Sr. Arrogante. Me carregue." ela exigiu, depois de zombar da sinceridade do médico.

"Como assim, "me carregue"?! O Dr. Kim se virou para ela, assombrado com a desfaçatez da cantora.

"Me carregue. Vamos. Você não está cansado. Tem uma perfeita forma física. Eu sou uma convalescente com sapatos de salto alto, e você quer que eu suba uma ladeira?"

Ele riu em choque:

"Convalescente?! Sequer era uma conjuntivite!"

"Vamos. Não é fácil fazer isso em saltos que nem sequer formam um par. Além disso,... ela começou a rir antes de terminar a frase, pois apenas pensamento era hilário. Você vai parecer um ator de drama para seu avô, ao contar: 'Eu até mesmo a carreguei nas minhas costas!' " Ye Rim tentou imitar a voz dele, o que o fez mal conter uma risada.

"Certo, vamos fazer isso." ele se abaixou na frente dela, esperando que ela subisse em suas costas. "Como num drama."

"YAY!" Ela não se fez de rogada e logo subiu, segurando o par de sapatos com uma mão enquanto abraçava suas costas cruzando as mãos no seu peito. Uhn, Sr. Ombros Largos! Carregue-me!

Ele recomeçou a subida, agora com a cantora em suas costas.

"Você já carregou muitas garotas em suas costas, Dr. Kim?"

"Não muitas. Isso é brega."

"Bem, bem, uma pena para você que eu pense mais no meu conforto do que me preocupo em parecer brega."

"Só estou surpreso. Tem essa garota que eu conheci que disse que andaria um quilômetro se fosse preciso, com ou sem salto alto, e em apenas 15 metros, já quer ser carregada."

"É uma ladeira. E depois desse seu imenso sacrifício me carregando nas costas como um peixeiro levando um grande atum por aí, você com certeza será perdoado por mim e por seu avô."

"Você é estranha, sabia?"

"Não deixe que esta pessoa esquisita seja um peso nos seus ombros." Ela falou, e ambos começaram a rir disso.

"E,não fique se chacoalhando aí embaixo!" ela protestou, causando mais risos.

"Pare de falar asneiras, senão eu vou acabar te derrubando porque você me faz rir." Ele fez um som de dor, esfregando a barriga.

"Está confortável aqui. Que bom que o Dr. Kim tem uma vida fitness, são costas confortáveis."

"Uhn… Aposto como a senhorita já foi carregada inúmeras vezes, já que compara como uma profissional."

"O que quer que eu diga, Dr. Kim? Eu sou bonita."

"Minha nossa, que pessoa descarada!" Ele fingiu ficar chocado.

"Na escola, eu era carregada o tempo todo, se quisesse. Os garotos faziam fila pra isso." Sério."

"Nossa, você é a mulher mais descarada que eu já conheci."

"Achei que um cirurgião plástico conhecesse muitas mulheres. E que as conhecesse bem."

"Existe tal coisa?" Ele perguntou, a ajudando a descer em frente ao portão da casa de Lee Dae Won.

Era uma residência elegante e bem cuidada, combinando com as outras casas de alto padrão da vizinhança.

Kim Jun Hyeon levou um tempo para recuperar o fôlego, enquanto Ye Rim colocava os sapatos e se aprumava, e tocou a campainha. Enquanto esperavam, os dois se entreolharam, e riram juntos da engraçada subida até ali.

...

O homem de cabelos loiros abriu a porta com um sorriso, recebendo a inesperada visita de Jun Hyeon.

Ye Rim estava atrás do médico, curiosa em saber quem era o dono da linda casa, mas não esperava reconhecer a pessoa em questão.

Lee Dae Won era um nome que tinha despontado à alguns anos como compositor, principalmente de trilhas sonoras. E ela já o tinha visto três ou quatro vezes como jurado convidado em uma das populares competições musicais da TV. Ye Rim não sabia muito sobre ele, somente que gostava quando o sorriso um pouco tímido dele era pego pela câmera. E ele estava exatamente com este sorriso enquanto a olhava com recíproca curiosidade..

"Dae Won, esta é a Srta. Atum, digo, Srta. Nam. Você pode emprestar chinelos para ela? Ela está convalescente." Foi a segunda coisa que Kim disse depois de cumprimentar o amigo, e pedir desculpas por aparecer repentinamente na porta dele.

Ye Rim teria empurrado o Dr Kim Jun Hyeon se fosse mais íntima dele, por causa da brincadeira, mas apenas continuou ali, sorrindo.

"Srta Tuna? Ou Srta Nam? Fiquei curioso sobre sua dupla identidade. Seja bem vinda."

Eles se cumprimentaram, e ela gostou de ver que de perto ele não era tão artificialmente novo quanto aparecia na TV.

Devia estar no meio dos trinta anos ou um pouco menos, como seu amigo Dr Kim. Lee Dae Won foi até o rack de sapatos no hall de entrada, e tomando das mãos dela os sapatos, trocou por pantufas confortáveis.

Ele ostensivamente olhou o par desencontrado de sapatos em sua mão antes de guardá-los no rack, e o sorriso só aumentou.

Enquanto ele fazia isso, Ye Rim reparou que o dorso de sua mão esquerda, e a parte visível avançando por seu pulso braço acima, parecia ter uma pigmentação diferente e manchada, e ela pensou ter visto resquícios de cicatrizes. O músico se virou para ela, erguendo as sobrancelhas em uma pergunta, sobre os sapatos aparentemente.

Mas Ye Rim decidiu não explicar agora, só balançou os ombros e as mãos numa pífia justificativa de que aquilo só era como era.

Ele se virou para o amigo recém-chegado então, e Kim não perdeu tempo em explicar a situação bizarra em que ele e ela estavam no momento.

Enquanto Kim falava, Ye Rim olhou a sala de visitas, onde um piano de cauda dominava o ambiente moderno e clean.

Algumas premiações estavam expostas pelos ambientes à vista, assim como algumas obras de arte.

Talvez não fosse o ambiente mais rico que Ye Rim já tinha visto pessoalmente, mas era um dos mais esteticamente bonitos, dentro de sua simplicidade sutilmente aconchegante e milimetricamente calculada. Ao menos, ela imaginava que aquela sala fosse um lugar criado por um profissional, e que mesmo o piano ali exposto não era o piano onde Lee Dae Won compunha no seu dia a dia.

"Não é a noite de sexta-feira mais excitante do mundo, não é?"

O dono da casa perguntou sobre o ombro dela, fazendo Ye Rim levar um susto.

Ela não tinha percebido ele se aproximar, e ao olhar em volta, também percebeu que o Dr. Kim não estava à vista.

Gente adiciona na coleção pra dar aquela moral!

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bjs!!!

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