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Capítulo XIV - Conto 50: A oração tem poder!

Acordo durante a noite... filetes de luz, que passavam pelas frestas da persiana, aclaravam meu quarto. Tinha as mãos erguidas, imóveis, parecendo garras... e eu rosnava como animal...

Estava consciente, mas não coordenava os movimentos! Percebi que perdera meu corpo para uma entidade maligna! Sinto medo. Esforço-me para recuperar o controle, mas era como se eu estivesse amarrada! O pavor me domina...

Repentinamente surge um vento ascendente muito forte, e, meu espírito se eleva para fora do corpo. Vejo um anjo! Chega com a forma de uma grande nuvem branca!

Seu rosto se parecia com o da minha mãe:

- Sai satanás!!!! – grita o anjo, com grande autoridade.

Era a voz da minha mãe! Será que o espírito dela veio para me socorrer?!

Tentava descer, voltar para o meu corpo, mas o vento forte que vinha de baixo para cima não deixava. Eu gritava, mas não ouvia. Parece não ter som no mundo espiritual.

Finalmente consigo voltar, pois vejo o quarto perfeitamente. Fora do corpo, via mais coisas.

Sinto que a entidade ainda está aqui, próxima de mim.

Vem outro vento ascendente, mais forte ainda, que me tira o corpo. Eu, como espírito, fico de pé, em cima da cama, e, pela primeira vez, vejo meu corpo por inteiro. Os móveis e as paredes pareciam ser feitos de névoa densa, porém mantinham a cor original. Será que morri?

Saíam do corpo, pequenas entidades, de cor preta, rodopiando pelo ar, e, o vento as carregava para longe, desaparecendo.

Olhava para o corpo e pensava enfurecida:

- Aquele corpo é de Deus! Elas não têm direito sobre ele!

Então, estávamos lutando: eu, o anjo e as entidades pelo corpo.

- Preciso voltar!

Finalmente consigo tomar posse dele. Abro os olhos, respiro aliviada, passou...

Vieram as dúvidas: foi um sonho? Ou realmente vivi isso no mundo espiritual? Como se controla o vento por lá? Como o anjo fez o vento que carregou os maus espíritos?

Ligo para minha mãe e conto:

- Ana, não era eu! Era um anjo com a minha forma.

- Eu estava só! Quem iria expulsar essas entidades? Mãe, se não fosse Deus e seu anjo pra tirar isso de mim, como eu faria pra me livrar?

- Agradeça a Deus, que nos protege mesmo dormindo.

Despeço-me e desligo o telefone.

"Obrigada Deus!" – penso feliz.

E um outro anjo diz:

- A forma e a voz eram da sua mãe.

Ele me dá a visão do anjo que viera como nuvem.

E continua:

- É para que você tenha certeza de que foi salva graças às orações que sua mãe fez por você. Era uma oração, guardada no mundo espiritual, que se manifestou!

- Amém!

"Não sabia que as orações podiam ser guardadas..." – penso admirada.

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