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Conto 19: A batalha tem início!

Chegando em casa percebo a fúria dos espíritos do mal. Tenho uma visão... Um bando de lobos de cor preta circulando ao meu redor. Vejo olhos de ódio, expressão de fúria e ranger de dentes. Que estranho...

Vem a noite e deito na minha cama. Acordo de madrugada e vejo uma sombra preta ao meu lado. Peço a proteção de Deus, levanto e, quando atravesso a sombra... Um lobo enorme, peludo e preto ataca meu pescoço com ódio, mas ele não consegue me machucar, pois está no plano espiritual. Mais uma vez, o bando me cerca, como se eu fosse a presa. Clamo a Deus por proteção e expulso todo mal, em nome de Jesus!

Percebi que alguma coisa do que eu dissera a Cássio, e, a sua promessa de mudar, os tinha enfurecido...

Dias depois chegam as férias.

- Oba! Chegaram as férias! Lívia, vamos ao centro da cidade?

- Vamos, Ana!

Nos desencontramos na estação do metrô, mas quando nos achamos, demos muitos beijos e um abraço longo e gostoso. Passeamos muito, almoçamos e colocamos os assuntos em dia.

Começou a chover. Sentamos para tomar café. Demos as mãos e oramos juntas, bem baixinho.

- Deus está perguntando se estaria disposta a participar de uma batalha espiritual, sem a certeza da vitória, pois as pessoas têm livre arbítrio. É uma batalha onde você não receberá nada em troca, só para ajudar o próximo. Tem a ver com o seu trabalho também. – fala Lívia.

- Sim! – respondo sem pestanejar.

Ela continuava orando e Deus manda perguntar de novo:

- Você quer participar de uma batalha espiritual?

- Sim, não tenho medo!

- Seus anjos estão conversando entre si. São anjos de luta, que não temem em desembainhar a espada!

Alguns segundos de suspense...

- Eles também aceitaram! – confirma Lívia, e continua. – Receba então... a vitória é sua!

Ela pede minha mão, coloca algo nela e a fecha.

- É um novo dom, uma espécie de arma.

- Outro dom? O que é?

- Não sei.

Então brinca:

- Você pegou, agora é problema seu! Não sei o que é!

Rimos juntas.

Levantamos e resolvemos andar mais um pouco. Inesperadamente, uma grande nuvem de fumaça vem do final da rua, e as pessoas correm apavoradas. Ouvem-se gritos!

- O que aconteceu? – pergunta Lívia, assustada.

- Não sei! É muita fumaça e tá vindo rápido! – respondo, pegando no seu braço para fugir.

O cheiro de queimado estava ficando forte, e a visibilidade começava a diminuir.

- Fogo! Fogo! O museu pegou fogo! – alguém grita.

- Fogooooo! Corre! Corre! – gritam mais pessoas.

As portas dos comércios começam a fechar, para barrar a fumaça. Rapidamente entramos numa loja.

Surpreendentemente, cai uma chuva torrencial...

- Mais essa! – comento desolada.

Mas, por sorte, a forte chuva limpa o ar, e voltamos a respirar bem.

- É melhor a gente pegar um táxi até o metrô, a água tá subindo rápido! – diz Lívia sobressaltada.

- Vamos! Estamos ficando ilhadas! – observo assustada.

Por acaso, passa um táxi, acenamos e ele freia, atravessamos a enxurrada e conseguimos ir até a estação... Ufa! Apesar de tudo, chegamos bem em casa!

A principal notícia dos jornais naquela tarde: um incêndio, no maior museu da cidade, devido à falta de manutenção. Lamentável!

Cansada, deito no sofá. Ligo para minha mãe para papear, e, contar do novo dom.

- Você consegue ver e conversar com os espíritos ao mesmo tempo! Eu não consigo fazer isso! Deus te deu um dom maravilhoso!

- Você também tem dom, mãe, Deus fala por meio de você! Agora, Ele me deu outro dom, mas não sei o que é!

- O Senhor está dizendo que é uma arma para defesa, não é para ataque.

- E como ou quando vou usar?

- No momento certo você vai saber o que fazer!

Mais um mistério...

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