O mundo humano, ao longo do século XX e início do XXI passou por um processo, literalmente, assíduo de evolução. Da década de 40 até 90 milhões de pessoas passaram por um processo de aprimoramento genético, que conferiu a essas pessoas capacidades que antes pareciam impossíveis para os seres humanos. Crianças passaram a ter força elevada ao ponto de entortarem vigas de ferro; idosos passaram a ter uma extrema vivacidade, sendo capazes de até mesmo superarem a força e agilidade dos mais jovens; A espécie humana superou os limites naturais e atingiram um nível quase milagroso de evolução. Porém, nem tudo é perfeito. Em meio a população de "evoluídos" (título dado aos mais fortes), existem aqueles que não foram abençoados com tal evolução, denominados "primatas", insentos de qualquer poder, e vítimas de intenso preconceito. Nesse meio relativista, surgiu Koenji Tsukira, um jovem nascido em uma família rica completamente constituída por "evoluídos" mas que foi classificado como "humano", o segundo elo mais forte, mas tem seus poderes tão fracos que ele chega a ser menos forte que os "primatas". Ele terá que lutar para poder superar as limitações naturais de seu próprio corpo para poder sobreviver nesse mundo segregador; Ele deverá, como seu próprio pai fala, "morrer com a fraqueza e renascer com poder puro".
Olá, meu nome é Koenji Tsukira.
A cerca de mais ou menos setenta anos, na Alemanha, médicos desenvolviam uma pesquisa de criação de super humanos.
Essa pesquisa resultou na criação de mais de mil pessoas com uma grande força, uma grande velocidade, um grande raciocínio e até mesmo superpoderes, que supostamente só existiriam nas HQs da Marvel e DC.
As cobaias de testes eram as pessoas presas em campos de concentração.
Mil pessoas foram submetidas a várias cirurgias para que houvesse resultados positivos.
Podem ser considerados como os primeiros super humanos da história.
Embora fossem mais fortes, rápidos e espertos, e contassem com uma Gama de superpoderes, ainda sim nenhuma dessas cobaias adquiriram a liberdade fora dos Campos de concentração antes dos Aliados descobrirem a existência desses.
Aparentemente, embora fossem cobaias bem sucedidas, ainda eram tratados como os outros prisioneiros: eram privados de alimentos, roupas e submetidos a vários e vários experimentos.
No entanto, quando o mundo soube da existência dos Campos de concentração e desses superseres, as grandes nações começaram a brigar entre si para conseguirem elas e as anotações dos experimentos para criarem mais super humanos.
Ao longo de toda Guerra Fria dezenas de pessoas, civis e militares, foram transformados no que chamaram de "Evoluídos".
Aqueles que não foram submetidos a cirurgias para transformação naturalmente nasceram com seus poderes.
Em menos de cinquenta anos pelo menos noventa e oito por cento das pessoas nasceram com poderes em plena potência. Os outros dois por centos foram divididos em dois grupos, chamados de "Humanos" e "Primatas".
Os "Humanos" representam cerca de um e meio por cento da população mundial.
Eles são pessoas que nasceram com poderes mas de forma fraca, sendo considerados pessoas na faixa de transição de "Primata" para "Evoluído".
Agora, os "Primatas" representam meio por cento da população mundial.
Eles são as pessoas que nascem sem poderes. São o elo mais fraco, em termos de poder, da sociedade.
Eles poderiam ser transformados em "evoluídos", mas as cirurgias foram proibidas, após se descobrir que a quantidade exagerada acabava deixando o corpo internamente instável, levando a morte prematura.
Eu posso ser considerado um "primata", embora tenha poderes como os "humanos".
Mas sou tão fraco que nem posso usa-los. Sou tão fraco se não mais do que a maioria dos "primatas".
Chega a ser triste, embora eu consiga ter uma vida tranquila.
Diferentemente da maioria dos "primatas", eu venho de uma família completamente composta de "Evoluídos".
É uma questão genética: "primatas" geralmente nascem de outros "primatas", visto que a deficiência se encontra na sua sequência cromossômica.
Embora possuam sessenta e quatro cromossomos como os "evoluídos" e "humanos", a um erro na sequência desses cromossomos.
Por causa da inversão da posição de dois cromossomos, toda a cadeia do DNA que possibilita a existência de poderes é alterada, resultando na inexistência deles.
Os "humanos" e "evoluídos" possuem a mesma sequência cromossômica, o que permite as pessoas que compõem esses grupos terem poderes, apenas diferindo quanto ao seu "núcleo" de poder, que é derivado da genética de seus pais.
Por exemplo, um "evoluído" tem filhos com um "humano". A probabilidade de nascer um filho "primata" é quase inexistente, já que o DNA do "evoluído" é dominante.
Agora, quando um "humano" e um "primata" tem filhos juntos, as chances de um filho nascer "primata" é exponencialmente maior, visto que nenhum tem realmente uma dominância, e podendo haver casos "Aa" e "aa" mais frequentemente.
Eu faço parte da pequena parcela de pessoas que contrapõem toda a limitação genética de sua ancestralidade.
Assim como descendentes de "primatas" com "primatas" podem, de alguma forma, conseguirem nascer como "evoluídos" ou "humanos", descendentes de "evoluídos" com "evoluídos" podem acabar nascendo como "primatas" ou "humanos".
São raros os casos, mas acontecem.
Estou agora me preparando para ir para minha nova escola.
Estou sendo transferido, tendo que agora estudar em um internato.
É realmente um saco, mas fica perto da casa dos meus avós e eu posso visita-los pelos menos durante os finais de semana.
O internato fica na Cidade de Osaka, no noroeste da cidade.
Espero me dar bem com as pessoas, e que elas não impliquem comigo.
Afinal, as posições das pessoas e famílias na sociedade japonesa dos "evoluídos" define quase que totalmente seu futuro.
Se uma família de "evoluídos" possuir pouco poder de influência sobre outras famílias "evoluídas", seus integrantes se tornam párias na neoelite social.
Eu faço parte da família que está no top três de influência social.
A família Koenji, atualmente, é dona de um conglomerado industrial e uma Guilda.
As Guildas são associações formadas por "evoluídos" e "humanos" que são contratados para realizar certos serviços.
Geralmente, os serviços requisitados nessas guildas são de resgate, geralmente encomendadas pelo governo, e de assistência técnica, que é prestada principalmente em empresas que precisam realizar trabalho em condições extremas.
A Guilda da minha família é especializada em resgates, prestando muitos serviços ao governo.
Aparentemente, muita pessoas não estão sabendo utilizar decentemente sua força, usando-a para cometer crimes.
Uma grande onda de assaltos e atentados de supremacistas evolutivos anda ocorrendo em todo mundo.
Somente no Japão, considerado um dos países com melhor segurança do mundo, ocorreram dezessete assaltos e cinco atentados envolvendo super humanos durante esses três primeiros meses do ano.
Ainda bem que o governo tratou de neutralizar três grupos terroristas e cinco grupos de assaltantes.
♤♡◇♧♤♡◇♧♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧
-Senhor? Senhor, acorde.
Sinto alguém me balançar de leve.
Abro os olhos lentamente e pisco eles algumas vezes, para eles se adaptarem ao ambiente.
Encaro a pessoa que está na minha frente e vejo que é uma comissária.
-Sim? -Pergunto enquanto coço o olho direito.
-Senhor, já chegamos no ponto final. O Senhor deve sair do trem. -Ela fala enquanto me encara com as mãos juntas na frente do corpo.
Olho através da janela, vendo que realmente o trem chegou no seu destino, a Estação de Osaka.
-Hai. – Falo para a comissária, que caminha para fora do vagão.
Me levanto e me espreguiço, para em seguida pegar minha mala na "prateleira" em cima do assento. Olho as horas no meu celular, vendo que já é doze e meia.
Conecto meu fone de ouvido no celular, e coloco ele, pondo uma opening de anime qualquer para tocar e coloco o celular no bolso.
Afrouxo um pouco a minha gravata e pego minha mala, saindo do vagão e pisando na plataforma da estação.
Caminho lentamente para fora de lá, vendo de longe meu avô acenando para mim. Sorrio pequeno e caminho até ele.
"Espero ter um vida estudantil normal aqui, pelo menos", penso andando para perto do meu sorridente avô.