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CAPÍTULO 6 - ESCUDO DE CRISTAL

Correndo em alta velocidade, Mizu finalmente chegou ao pé da estrutura da igreja que tinha visto antes.

Aquela era uma estrutura de pedra totalmente conceitual e desenhada, sua parte interna era apenas um grande prédio semelhante a um castelo, enquanto que sua parte externa era como uma grande varanda em uma estrutura de pedra ao lado de uma escada de degraus inclinados. A estrutura externa era cercada por uma pequena mureta de pedra.

— "Finalmente. Isso estava mais longe do que parecia." — Sua voz fraca e sua respiração dificultada deixaram sua fala mais lenta.

Tendo chegado onde queria, observava com calma todos os detalhes ao redor antes de subir definitivamente as escadas para entrar na parte externa da estrutura.

— "Socorro!"

Uma voz surgiu correndo das costas de Mizu em direção a escada. Rapidamente, a garota dona da voz subiu a escada, sendo perseguida por um homem alto que tentava pegá-la.

O garoto que viu tudo calado, teve um momento de humanidade e decidiu subir as escadas para ajudar a garota. No fundo, ele tinha boas intenções, porém, também viu aquela como sendo a oportunidade perfeita para se aproximar de forma sutil da estrutura que já planejava invadir.

Subindo rapidamente as escadas, se deparou com a cena que estava acontecendo na parte externa da estrutura do pequeno prédio de duas torres, semelhante a um castelo.

— "Pare agora e fique onde está!" — Disse um homem vestido com a roupa da Guarda do país.

— "Que droga, mulher! Você vai me fazer lutar contra um guarda?" — Disse o homem, aparentemente alterado por bebida.

Naquele contexto atual, o melhor para o garoto era que não se envolvesse, porém, ele percebeu que o homem que estava bêbado possuía uma arma de fogo, algo que podia ser letal para a garota que estava lá.

— "Isso não é um problema meu." — Respirando fundo, Mizu tomou sua conclusão sobre a vida da garota e do guarda.

Sem subir o resto dos degraus que ainda faltavam, virou as costas para descer novamente de forma sutil, porém, sua atenção logo foi chamada pelo forte barulho de tiro.

— "Morram, seus vermes!" — Gritou o homem bêbado enquanto atirava com sua arma.

Virando novamente de forma rápida, viu a bala já voando quando ela estava a poucos metros do guarda.

— "Isso não é nada." — Aparentemente o semblante do guarda se manteve calmo e sua voz não tremeu.

Logo, surgiu na do guarda uma parede branca feita de algo extremamente fino, como um vento com coloração levemente branca. Essa parede teve força suficiente para parar a bala, como uma parede feita do material mais duro da humanidade.

Nas mãos do guarda estava um cristal branco, que possibilitou que a parede viesse a existir.

Quando observou o cristal, Mizu se viu totalmente em êxtase. Seu principal objetivo estava bem em frente a seus olhos. Entretanto, o tamanho do cristal o intrigava. Era pequeno demais comparado aos que lembrava das ilustrações de seus livros infantis.

Deixando de lado os detalhes, ele decidiu limpar sua mente e finalmente decidiu terminar de subir as escadas. Sua mente já havia feito um plano para que pudesse ter aquele cristal.

— "Pare com isso!" — Gritou Mizu, mostrando valência em sua decisão.

— "Quem é você garoto?" — O homem questionou enquanto quase caiu ao se virar para olhar para o garoto.

— "Sinceramente? Isso nem importa mais para você." — Sorriu cinicamente, enquanto viu o homem ser empalado por uma estaca de madeira.

A mulher que antes estava escondida no canto, decidiu se levantar e agir, assim, matando o homem com uma grande estaca de madeira que tinha pego do chão perto de onde estava.

Mizu não sentiu nenhum sentimento enquanto viu o corpo a sua frente cair, era apenas mais um ser humano entre tantos no mundo, não faria diferença alguma.

O que realmente importava para ele era o cristal brilhante que emanava poder.

— "O que você fez?!" — Perguntou o desesperado guarda

— "O necessário!" — Respondeu a mulher em tom totalmente sério.

— "Não era necessário que matassem ele." — Retrucou novamente o guarda.

— "Sinceramente, eu concordo com ela." — Mizu entrou no meio da conversa enquanto caminhava na direção dos dois de forma lenta.

— "há medidas certas para se tomar em cada situação!" — O guarda levantou novamente o tom, falando em forma de repreensão

"Isso realmente importa para você? Devemos usar os meios necessários!" — Mizu deixou claro sua irônia ao responder a repreensão do guarda.

O garoto sorria de forma cínica enquanto partiu com a adaga que tinha guardado no bolso na direção do guarda, que apenas se manteve no mesmo lugar, não tendo mudado nem mesmo a sintonia de sua respiração com o vento que rodeava o ambiente.

O garoto tentou fincar a adaga diretamente no pescoço do guarda, porém, ele em resposta apenas se manteve parado.

— "Modo de defesa." — Disse o guarda, mantendo sua voz de forma suave.

O cristal sumiu da mão do homem e quase automaticamente, seu corpo foi revestido pelo mesmo vento branco que tinha feito a parede de antes.

Sem muito esforço, o homem levantou de sua mão um escudo branco liso, que ao tocar diretamente no corpo de Mizu, o fez ser refletido em direção à mureta de pedra na lateral da parte extrena da estrutura, assustando a garota que permanecia parada vendo a luta.

Aquele tinha sido um choque enorme, o impacto de sua alta velocidade foi refletido totalmente de volta para seu corpo.

Ainda caído ao lado da mureta, percebeu que não teria chance e, usando toda sua força para levantar, fugiu dali pulando por prédios.

Logo, ele sumiu de perto de onde o guarda estava.

O guarda por sua vez nem tinha feito nenhum esforço para pegá-lo e se manteve parado na mesma posição na qual foi atacado.

— "Pois então. Você está bem, garota?" — Perguntou, mantendo sua postura séria

— "Estou sim." — Respondeu a garota coberta por medo.

Logo, ela correu em direção às escadas e desceu, esbarrando em três pessoas que subiam por ela.

— "Ande direito, idiota." — Um dos homens que subia a escada disse de forma agressiva, direcionando sua fala para a garota, que apenas permaneceu correndo.

— "Vocês nunca são educados, né?" — Ironizou o guarda que estava revestido da armadura branca.

Rapidamente, ele deixou sua armadura de lado e voltou a ter o cristal em sua mão, fazendo o escudo também desaparecer.

Os homens que subiam a seu encontro eram os guardas encarregados da missão de capturar o garoto invasor.

— "Você usou seu poder do cristal, então provavelmente aquele garoto estava aqui, não é?" — Questionou o novo chefe da operação.

— "Estava sim, porém não foi a causa do uso do poder."

Virando as costas, o guarda que já tinha resolvido suas pendências, começou a se retirar dali em direção as escadas.

— "Escute, 1º tenente Mexy!" — Exclamou um dos guardas

Virando para trás já nas escadas, ele decidiu dar a última atenção.

— "O que você tem a dizer?"

— "Porque você não o capturou? Era difícil demais até para você?!" — Questionou o inseguro guarda.

— "Não era divertido e nem é minha função." — Respondeu de forma fria e logo desceu as escadas, deixando todos os três sozinhos.

— "Deixe ele para lá, vamos logo." — O novo chefe da operação retomou o semblante que havia sido abalado pelo guarda possuidor do cristal

O líder da operação logo puxou a fila para entrar dentro do prédio e sem demora, foi seguido por seus ajudantes.

— • • • • • • • • — • • • • • • • • —

Após ter fugido pulando por diversos prédios, Mizu finalmente decidiu descansar, parando no térreo de um dos prédios, porém…

— "Olha que coincidência boa." — Disse uma garota de cabelo escuro enquanto surgia de trás de uma estrutura de tijolos em cima do prédio.

— "Você veio exatamente para onde eu estava esperando para te ver." — Disse novamente a mesma garota, usando de um tom de voz levemente coberto por uma natural irônica

A garota de cabelo escuro e olhos pretos encarou os olhos do garoto, que percebeu seu corpo começar a tremer enquanto ele tentava se afastar. Por mais estranho que fosse, a áurea que emanava dela o trazia um sentimento leve de medo, que logo seria vencido pelo tempo.

Sem conseguir falar, ele esperou que a garota se explicasse por conta própria.

Colocando em seu rosto um sorriso irônico, ela tornou a caminhar em direção ao garoto, que já não podia mais caminhar para nenhum lugar por estar no limite do prédio.

— "Me diga…" — Ela disse, parando sua fala na metade para aumentar o ênfase.

— "Qual é o seu nome, garoto?" — Ela sorriu, finalizando sua pergunta de forma totalmente inesperada

"Que?!"

A expressão de Mizu mudou completamente e repentinamente seu rosto foi tomado por uma carreta totalmente caricata.