Risada

O mundo nunca foi o mesmo. A cada dia, a violência aumentava, e o medo se espalhava como uma sombra constante. Mas em meio ao caos, havia uma figura singular, que surgia quando tudo parecia perdido. Seu nome era Daniel Parker, mas o mundo o conhecia como Risada. A identidade de um anti-herói forjada por um passado sombrio, marcado por dor e vingança. Mas para as crianças da creche, Daniel era apenas um cuidador. Aquele que as acalmava, que as fazia sentir-se seguras, sem jamais imaginar a verdadeira natureza de seu trabalho à noite.

Daniel estava em uma sala de brinquedos, com uma garotinha em seu colo, tentando distraí-la com uma historinha enquanto o sol começava a se pôr. Seu comunicador, disfarçado de fone de ouvido, apitou, interrompendo o momento tranquilo. A voz de Mari, sua aliada e gênio da robótica, soou pelo dispositivo, doce e calma, mas com uma urgência que ele logo percebeu.

"Risada, houve um roubo no banco de Nova York. Preciso de você."

Daniel levantou a garotinha com delicadeza, acariciando seus cabelos antes de sussurrar: "Gatinha, o irmão vai sair rapidinho, tá?" Ele olhou para a mulher que estava no celular, Luana, e a reconheceu com um simples olhar. Ela sabia do segredo dele, sabia que ele não era apenas o cuidador, mas alguém muito mais perigoso.

"Não demore, traga frutas quando voltar", Luana disse, sem tirar os olhos do celular. Era uma mulher rígida, mas compreensiva com seu trabalho secreto.

"Já volto, crianças", Daniel respondeu com um sorriso tranquilo, mas seu olhar já estava distante, focado no que estava por vir.

Ele se dirigiu para o elevador, apertando um painel disfarçado que Mari havia configurado apenas para ele. A parede do prédio se abriu com um zumbido suave, revelando um esconderijo secreto. Lá, no local que parecia uma simples garagem, estavam as armas que ele usaria para caçar os criminosos: facas afiadas, pistolas de alta tecnologia, e uniformes projetados para resistência e velocidade.

Daniel se despia rapidamente de seu uniforme de cuidador, deixando-o para trás como uma lembrança do homem que ele tentava ser. Ele colocou uma pulseira no pulso e, com um toque, um traje de nanotecnologia se formou ao redor de seu corpo. O tecido preto e ajustado se espalhou por sua pele, proporcionando-lhe força e agilidade. Em seguida, tocou o brinco que usava, um pequeno acessório em forma de carinha sorridente. Quando o capacete apareceu, com um sorriso igualmente fofo, ninguém poderia imaginar a brutalidade que se escondia por trás daquela fachada.

Com as armas posicionadas nas pernas e uma chave da moto nas mãos, Daniel se aproximou de uma moto de última geração. Era imponente, equipada com mini metralhadoras e lâminas de churiquém. Ele ligou o motor, e uma passagem secreta se abriu no subsolo. Ele ajustou o comunicador em seu capacete e falou com firmeza:

"Estou a caminho."

E assim, de cuidador a caçador, Risada desapareceu na escuridão, pronto para trazer a justiça àqueles que achavam que podiam escapar da lei. A noite seria sua.